História Second Chance - The Shadow in My Window

New York, 08 de setembro de 2015

  As ruas de New York se encontravam geladas, a menina apertou o casaco contra si e deu passos mais rápidos ela estava cansada e queria chegar logo em casa, ajustou a alça da mochila que teimava em cair, arrumou uma mecha do cabelo que caiu em seus olhos atrapalhando sua visão a colocando atrás da orelha e continuou a andar, suas aulas haviam sido em tempo integral e como ela odiava aquilo, a garota prendeu sua atenção em uma livraria e parou de frente da mesma  seus olhos vidraram na vitrine cheia de livros até que um em particular chamou a sua atenção

- Peter  Pan  – ela sussurrou ao ler o nome e seus lábios formaram um leve sorriso.

 Quando era mais nova sua mãe sempre lia vários contos de fadas para a mesma antes de dormir e a que ela sempre mais gostou foi a do menino que não queria crescer e ela imaginava como séria estar  no lugar de Wendy Darling, eram pensamentos de uma criança boba que acreditava em magia e em pó de fada.

Alissa  girou seus pés e voltou a andar tranquilamente para a sua casa assim que chegou abriu o portão e andou pelos caminhos de pedras em meio a tanta grama, parou de frente ao tapete escrito ‘’seja bem vindo’’ e revirou os olhos colocando a mão na maçaneta e girando a mesma, abriu a porta lentamente e entrou em sua casa, olhou por todo o campo de visão disponível naquele momento procurando algum pequeno sinal de vida, encontrou sua irmã Nora na sala falando ao telefone o que era de se esperar, caminhou até a cozinha dando passos lentos e avistou sua mãe adotiva Lydia preparando a janta. Alissa encostou-se ao balcão.

- Mãe?  – ela chamou a mulher com a voz um tanto baixa e logo passou a línguas por seus lábios molhando os mesmos que se encontravam secos. Obteve a atenção da mais velha que olhou para ela e nada disse. – Eu só queria avisar que cheguei  – a menina continuou e em seguida saiu da cozinha. Parou de frente do começo das escadas e deu um leve impulso pulando o primeiro degrau, sempre teve essa mania desde pequena, subiu as escadas chegando ao corredor logo se apressou para entrar no seu quarto, jogou a mochila no chão e deixou seu corpo cair na grande cama de casal pegou um dos travesseiros e colocou em seu rosto soltando um suspiro.

Seu nome era Alissa Scout, na semana seguinte ela iria completar quinze anos, não esperava ter uma festa até porque quem ela chamaria? Não tinha amigos. Era a garota estranha do colégio. Ela era mais uma órfã no mundo mesmo com a sorte de ter sido adotada logo quando bebe ela sentia que ali não era o seu lugar, que a vida era muito mais que aquilo, pode parecer egoísmo? Talvez. Theo e Lydia sempre deram carinho para a filha adotiva, mas ela não se sentia parte da família e tinha Nora sua irmã mais velha que a odiava pelo simples fato de pensar que a mesma iria roubar toda a atenção dos pais. Alissa descobriu que era órfã aos seis anos de idade quando Nora despejou tudo em cima dela e tudo por causa de uma boneca e tudo isso em uma simples noite de Natal, mas nada disso importava naquele momento.

Alissa se sentou á cama e observou as paredes do seu quarto, uma delas continha vários pôsteres de bandas e em outra com o fundo preto uma estante de livros. Ela se levantou e foi até o banheiro, afinal precisava de um longo banho quente, tinha acabado de voltar da escola e se sentia suja. Despiu-se e entrou no Box ligando o chuveiro e colocando na estação que sentiu que era adequada, relaxou os músculos ao sentir a água caindo pelo seu corpo. Só percebeu que estava na hora de sair quando olhou para a ponta dos dedos da mão que naquele momento se encontravam enrugados. Fechou o registro e pegou sua toalha logo se enrolou na mesma e foi até o seu quarto parando de frente ao closet e entrou no mesmo, deixou a toalha deslizar pelo seu corpo de forma que caísse no chão, optou pelas vestes confortáveis assim escolhendo seu pijama de frio e colocou um moletom do personagem Flash da DC Comics por cima. Voltou para o quarto prendendo seu cabelo em um coque um tanto solto, ouviu algumas batidas de leve na porta e deu passos arrastados para abrir a mesma, ela sabia que estava na hora do jantar, não teria outro motivo para a chamarem, girou a maçaneta abrindo a porta e deu de cara com Lydia que lhe lançou um pequeno sorriso. Alissa fechou a porta e desceu junto com a mulher para a sala de jantar, puxou uma das cadeiras e se sentou a mesa, todos estavam em silêncio, o clima não parecia ser um dos melhores, logo ela começou a se servir, não prestou muita atenção na conversa que se seguiu na mesa, enquanto cortava seu pedaço de frango escutou a palavra viajem e olhou para seu pai adotivo, talvez querendo saber finalmente do que se tratava. Alissa sempre foi uma garota curiosa e já havia entrado em farias furadas por conta disto.

- Nós teríamos que ir para florida – Theo disse enquanto olhava para a esposa e em seguida levava o copo até a sua boca para beber do suco. – É uma grande proposta de emprego, mas apenas para daqui a dois meses – Ele continuou e agora lançou um olhar para as filhas.

- Eu não vou para a florida – Alissa olhou para o pai, largou os talheres e se levantou da mesa subindo apressadamente para o seu quarto. Assim que adentrou o mesmo batendo a porta em seguida se jogando em sua cama. Reação de uma criança mimada? Talvez. Alissa só não queria ir para a Florida, mesmo que não tivesse amigos em New York ela não queria partir, ela sabia que se mudando poderia ter chances de um novo recomeço, mas não queria ser a novata estranha de outra escola, não era um tipo de coisa que sentia em seu coração que deveria ser feito. Mas o que poderia fazer? Ela só tinha quatorze anos. E alem do mais Alissa tinha esperanças de saber quem eram seus pais que provavelmente eram ou já foram de New York e tinha certeza que não poderia fazer isso na Florida. Levantou-se e foi em direção da janela abrindo a mesma, olhou para o céu, e por estranho apenas viu duas grandes estrelas brilhantes, continuou ali, apenas admirando, mas logo as batidas na porta roubaram sua atenção a garota apenas revirou os olhos, não queria abrir e ouvir um sermão de como ela estava sendo egoísta e de que aquilo era uma nova oportunidade que eles não poderiam jogar fora. Saiu de perto da janela por má vontade e abriu a porta com uma cara não muito boa vendo sua mãe adotiva que já foi entrando.

- Olha filha – Ela começou olhando para a garota e sentou á cama chamando a mesma para sentar-se ao seu lado – Eu sei que pode ser difícil deixar New York aonde você cresceu... – Não teve chances de continuar, pois, logo foi interrompida.

- Eu sei ok? É uma grande oportunidade para a família, para o seu pai e você está sendo uma adolescente egoísta e afinal são só daqui a dois meses e muito ainda pode acontecer blá blá blá – Lydia lançou um olhar assustado para a filha – Poderia sair do meu quarto mamãe? – disse ela em um tom irônico e se levantou indo em direção a porta.

- Alissa – sua mãe sussurrou e em seguida a lançou um olhar severo – Sente-se aqui agora – ela aumentou o tom de voz. A garota se sentou ao lado da mulher bufando e a olhando em seguida.

Lydia colocou a mão em seu bolso e tirou um colar de dentro e o entregou para a filha. Alissa pegou o colar sem entender, ele era de ouro e tinha um pingente de uma maçã e uma flecha. E então ela sentiu algo estranho dentro de si.

- O que é isso? – perguntou com um pouco de receio enquanto ainda olhava o colar.

- Esse colar estava com você! No dia em que eu e seu pai te adotamos! Eu só... – Ela olhou para a menina e desviou o olhar em seguida.

- Por quê? Por que você veio me dar isso só agora? Isso era meu! Dos meus pais verdadeiros – A garota fechou a mão e apertou o colar em seguida o levando para perto do peito.

- Alissa eu e Theo somos seus pais verdadeiros! Criamos-te com tanto amor – Lydia se aproximou da menina que se afastou mais ainda e se levantou bruscamente da cama.

- Eu quero ficar sozinha! Por favor! – após dizer isso mordeu o lábio com força e segurou as lagrimas que insistiam em cair, Lydia não disse nada e saiu do quarto da filha, Alissa deitou em sua cama e ficou olhando o colar, seus pensamentos estavam tão confusos dentro de sua cabeça, eram como estrelas que ela não conseguiria arrumar em constelações. Ficou tanto tempo ali deitada olhando para aquele simples objeto que simplesmente acabou caindo em um sono profundo, mas seus sonhos eram vazios, não continham nada. Acordou sentindo um vento frio invadir o quarto e olhou para a janela que se encontrava aberta, ah, ela não tinha a fechado, se levantou um tanto lentamente de sua cama e caminhou até a janela e não pode evitar olhar o céu que continha as mesmas estrelas, mas elas pareciam estar tão perto, como se logo pudessem ser tocadas pela garota, olhou para o colar que ainda estava em sua mão e quando voltou a olhar para a janela uma sombra vinha em sua direção, simplesmente uma sombra negra com olhos brancos tão profundos que pareciam que iam sugar a sua alma a qualquer instante, Alissa assustando jogou o seu corpo para trás e acabou caindo sentada no chão a sombra vinha em sua direção, tão hipnotizante, enquanto mais a sombra se aproxima mais a garota se arrastava para trás e sem soltar a atenção daqueles olhos, ela estava vidrada e ao mesmo tempo assustada, a sombra estendeu a mão na direção da garota, mas logo puxou de volta e se aproximou bruscamente de Alissa que estava completamente paralisada, então com uma voz grave sussurrou ‘’Storybrooke’’ e saiu apressadamente para fora da janela deixando uma Alissa confusa e com uma grande feição assustada se perguntando o que diabos era Storybrooke  e se ela realmente estava acordada.