-Quem é a minha sobrinha preferida? – Adam estava de braços abertos pronto para receber Charlotte.
-Oi, tio Adam!
Patrick sorri vendo a felicidade da filha ao receber o tio de consideração. Adam entra e o cumprimenta.
-Eu estava pensando em irmos ao shopping, o que acha?
-Podemos, papai?
-Você pode ir, eu não estou muito em clima de shopping.
Adam encara o loiro que estava desanimado.
-Então, se arruma para a gente ir, querida.
-Tudo bem.
Charlotte desce de seu colo e sobe para o seu quarto trocar a roupa. Adam se aproxima e se joga no sofá ao lado do loiro.
-Me atualize das últimas notícias. Você encontrou o Pete ou temos que ir na delegacia?
-Não, ele voltou para casa. Bêbado. Disse que não estava com Mikey, mas o Mikey atendeu uma das minhas ligações.
-Ele disse alguma coisa?
-Ele o ama, Adam. Mikey disse para mim, o Pete disse que o amava.
-Isso é uma mentira, Patrick, como pode acreditar nisso?
-Esse é o problema, Adam. Eu não sei em quem acreditar. Eu não gostei do Mikey desde que eu o conheci, mas o Pete também não está contando verdades para mim e eu fico confuso e não sei em quem acreditar.
-E o que o Pete disse sobre isso?
-Eu não sei. Ele estava completamente bêbado e me implorou perdão de joelhos, acho que era tudo por conta do álcool. Ele disse que iria consertar isso, mas aposto que ele foi na casa do Mikey para outra coisa. E eu não consigo, eu não consigo imaginar o Pete fazendo isso mesmo que seja inevitável.
-Por que você não para de pensar um pouquinho?
Patrick suspira pesado.
-Eu queria muito fazer isso, Adam. De verdade, eu queria muito.
-Então venha para o shopping com a gente. Você precisa se distrair, não pode passar por uma onda de estresse nesse momento.
Patrick fecha os olhos e respira fundo.
-Ainda tem isso, não é? – Patrick encara o maior.
-Mas não vamos pensar nisso agora, você precisa se distrair – Adam se levanta e estende as mãos para o loiro – Vamos, se levanta e troque essa roupa. Você vai para o shopping com a gente.
-Adam é sério, eu vou ficar caso o Pete chegar em casa.
-Para uma possível discussão? Nada disso, você vem, Patrick. É uma ordem do seu médico.
Patrick sorri e segura nas mãos de Adam que o ajuda a se levantar do sofá.
-Obrigado, Adam – Patrick o abraça – Você está sendo um ótimo amigo.
Um bilhete colado na geladeira informava aonde Patrick e Charlotte estavam. E com quem estavam. Pete tentou não se incomodar, Adam e Patrick ficaram muito próximos ultimamente e isso devido ao tratamento que Patrick passava, mas seria mentira se não se preocupasse com essa amizade.
De qualquer forma, as horas se rastejavam deixando o moreno entediado dentro de casa. Ao subir para o quarto, Pete abre o guarda roupa e do fundo retira o álbum de fotografias do casamento.
Foi o dia mais feliz de sua vida.
O salão onde foi realizada a cerimônia tinha uma linda decoração com flores, Patrick estava lindo vestido de branco que destacavam o loiro de seus cabelos. Charlotte vestida de daminha de honra espalhando pétalas de rosas era ainda mais bonita.
Nunca se esquecera a emoção que foi de pisar sobre o altar e olhar dentro dos olhos cinzas brilhantes de Patrick quando disse sim. E nem todas as palavras do mundo poderia explicar a forte emoção que sentiu quando Patrick dissera seus votos e finalmente o sim tão esperado.
Pete passa a mão sobre o rosto fotografado de Patrick. O loiro o olhava como se só existe ele em todo o universo.
Queria voltar para o seu conto de fadas.
Charlotte entrara dentro casa toda falante enquanto mostrava a boneca nova que Adam lhe dera. Apesar de simples, Charlotte adorava colecionar bonecas de pano.
Pete abraça a filha e beija sua bochecha.
-Trouxemos um sanduiche para você – diz o loiro lhe entregando o saco com o logo da loja.
-Obrigado – Pete pega o saco.
Sem dizer nada, o loiro se aproxima e abraça o tronco de Pete. Com a cabeça repousada sobre o peito do moreno e envolvendo os braços em sua cintura, era o lugar onde Patrick se sentia confortado. Sentia tanta saudade de estar nos braços do moreno que chegava a doer seu coração.
Pete retribui o abraço sem esperar alguma explicação. Com o corpo do loiro colado ao seu, sentindo o calor dos braços do loiro, Pete sentia falta daquela troca de carinho. Sempre acostumavam se abraçar, era uma forma de mandar para longe a saudade que sentia durante o dia. E Pete não fazia ideia de quantas saudades sentia de Patrick.
-Vocês estavam com o Adam?
Patrick recua com a pergunta de Pete. Se endireitando, o loiro o encara enquanto confirmava.
-Sim. Ele insistiu para que eu fosse. Eu precisava me distrair, Pete.
-Eu estava...
-Sei muito bem com quem você estava – Patrick o interrompe – E sei exatamente o que você estava fazendo. Mas eu não quero falar sobre isso, Pete.
-Mas precisamos falar sobre isso – Pete segura o pulso do loiro que ameaçou a subir as escadas.
-Por que? Por que vamos machucar um ao outro ainda mais? Você não se cansa disso? Esse abraço não foi o suficiente para te mostrar o quanto eu quero você?
-Foi, claro que foi. Eu também te quero muito. Mas eu preciso te contar o que aconteceu senão eu não vou ter paz comigo mesmo, Patrick.
Patrick desce o degrau e encara o moreno.
-Então conta.
Pete respira fundo antes de começar.
-Eu terminei o meu caso com o Mikey. Eu disse para ele que era melhor cada um seguir o seu caminho e que eu realmente amo você. Contei que você está com câncer e que precisa de mim.
-Você contou para ele que eu estou com câncer?
-Sim. Assim ele perceberia o quanto você precisa de mim agora.
-Você contou algo sobre minha intimidade para o Mikey? – Patrick tinha um misto de vergonha e raiva na voz.
-Ele não acreditou. Disse que você poderia estar mentindo e que o Adam poderia ter falsificado os exames e eu disse que eu poderia tocar o seu testículo e saber a verdade. Mas eu acredito em você, Patrick.
-Por que? Por que você disse isso a ele?
-Patrick, foi só para entender que não poderíamos continuar com aquilo, você não estava me traindo ou mentindo para mim!
-Você não deveria ter contado isso para ele... Isso é sobre mim...
-Eu fiz isso porque te amo!
-Não, Peter... Sentir pena é diferente de amar.
Patrick se solta da mão do loiro e começa a subir as escadas.
-Patrick espera – Pete sobe os degraus de dois em dois para alcançar o loiro até que consegue segurar o seu braço – Patrick.
-O pênis dele é maior do que o meu? – Patrick tinha os olhos cheios de lágrimas e raiva.
-O que? Que pergunta é essa?
-Responda, Peter. O pau dele é maior? Os testículos dele são perfeitos? Ele te chupa melhor do que eu?
-Por que está fazendo esse tipo de pergunta?
-Porque eu quero saber o que faz ele melhor do que eu. Você disse que foi maravilhoso transar com ele... Eu só quero saber o que ele tem que eu não tenho... Ou o que eu não vou ter mais...
-Patrick...
-Quer saber? Você não precisa responder – Patrick enxuga as lágrimas e funga – Eu sei o que ele tem. O Mikey tem duas bolas para você chupar.
Patrick sai pisando firme a bate à porta quando entra no quarto de hóspedes. O loiro soca a parede várias vezes até fazer com o que os nós de seus dedos sangrem. Depois, escorregando pela parede assim como as lágrimas rolam sobre seu rosto, Patrick se senta no chão. Limpando o sangue na calça o loiro abre o zíper e coloca a mão dentro da cueca.
Apalpava cada um dos testículos para ter a certeza que tudo aquilo não passava de um pesadelo. Algum diagnóstico errado. Mas a realidade se mostra cruel quando o loiro sente o nódulo duro em seu testículo esquerdo.
Abraçado aos joelhos, Patrick chora descontrolado.
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