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História Secret Coven - Véspera


Escrita por: 1994e

Notas do Autor


História escrita e criada por :
@strawberry_eve_ e @thisisboomnow

Capítulo 2 - Véspera


Fanfic / Fanfiction Secret Coven - Véspera

-Hisashi-

Era manhã no Coven e eu estava parado esperando o alfaiate fazer os ajustes no meu terno. Não entendia o motivo de tanta cerimônia para receber duas bruxas. Belladona,a bruxa que sobreviveu a planta venenosa e Clair, a bruxa que sobreviveu ao fogo da inquisição. Francamente, o Coven deveria se preocupar com bruxos conhecidos, bruxos que não são lendas.

-Ai !

Senti algo me espetando, o alfaiate sem querer me furou com a agulha. Ele se afastou rapidamente com um semblante um pouco assustado.

-Rápido, lave sua mão, não quero ninguém tendo a mão corroída por ácido. – Murmurei.

Ele saiu imediatamente e foi lavar suas mãos. Meu sangue se tornou venenoso desde o meu teste para entrar no Coven. Meu corpo inteiro foi repleto de veneno, nenhum dos meus órgãos foi afetado. Bom, eu fiquei bem mal por alguns dias, honestamente.

O pouco tempo que o sangue ficou não mão dele foi o suficiente para fazer um pequeno machucado.

- Da próxima vez tome mais cuidado, por você.

- Sim, senhor Hisashi. - Sua expressão era de medo. - O terno está pronto

Eu me olhei no espelho e então ajeitei o terno saindo. Caminhei pelos corredores do Coven, o silêncio era quebrado pelo eco dos meus passos, cheguei até a sala principal e me sentei. Os assuntos eram os mesmos de sempre. Até que um cheiro de canela invadiu o lugar. Olhei para o ancião e ele estava falando com duas mulheres, uma era ruiva baixa, sua pele era branca, seus olhos esverdeados, seu rosto tinha algumas sardas e seus lábios eram avermelhados. Sua expressão era doce, o sol dos vitrais batia em seu cabelo revelando um ruivo cobre. Era de fato estonteante. Ao seu lado a mulher de cabelos castanhos avermelhados, lábios um pouco maiores, olhos castanhos, pele clara, seus cabelos eram longos, sua voz parecia debochada.

O ancião então revelou seus nomes. Eram elas Belladonna e Clair. Tenho que admitir que Belladonna me chamou a atenção, ela possuía uma expressão calma e amigável.

-Vejo vocês duas aqui amanhã ao anoitecer. Clair, você será a primeira.

As duas se retiraram e então o ancião se sentou novamente em seu lugar.

-O que achou das novas bruxas do Coven Hisashi?

Jasmine me perguntou. Ela era uma anciã da terra, uma das bruxas da terra mais fortes que conheci. Sua pele era levemente morena seus olhos castanhos, seus cabelos pretos e longos sua expressão era calma, eu sabia que ela falava isso por que Belladonna era uma bruxa da terra.

-Não são bruxas do Coven ainda, elas ainda farão o teste.

Jasmine sorriu, e então voltou a olhar para o ancião que falava sobre alguns gastos, obviamente o assunto era destinado a mim, já que a minha família bancava boa parte do Coven.

-Clair-

-Isso vai ser um saco.

Eu disse enquanto saíamos pelo jardim, Bell estava ao meu lado.

-Não é como se nós fossemos falhar.

-Eu sei, mas você viu o jeito que todo mundo olhou pra gente? – Eu parei na moto e peguei meu capacete. – Eles vão exigir tudo de nós. Nos chamaram esperando muita coisa e vão nos cobrar!

-E nós vamos dar. Somos muita coisa.

Soltei um suspiro forte e subi na moto, ela subiu logo em seguida e fomos para casa. Nós nos arrumamos rápido quando chegamos e corremos para a moto novamente. Ainda era nosso primeiro dia na faculdade.

-Será que vai dar tempo?

-Não mas eu dou um jeito de pularmos o muro.

-Clair!

Assim que ela subiu na moto, acelerei e fomos rápido. Bell gritou várias vezes, principalmente quando avancei nos faróis vermelhos. Mas isso fez com que ganhássemos tempo. Quando chegamos, o portão estava quase fechando. Estacionei a moto enquanto ela correu na frente.

-Sabem que o horário deve ser respeitado. – O guarda disse.

-Pegamos trânsito. – Eu respondi chegando atrás. Ele me encarou e Bell ficou um pouco vermelha. Mas ele deixou passar e entramos. A faculdade estava cheia. Era tanta gente que nem mesmo consegui distinguir algum tipo de tribo. Bell murmurou baixo enquanto caminhava ao meu lado.

-Vamos fazer como no ensino médio.

-Certo, me mande mensagem se precisar.

-Não se meta em brigas.

Bell caminhou em direção da sala dela, e revirei sutilmente os olhos.

Não prometo nada. Nunca prometi.

-Bell-

Caminhei para dentro da sala passando por todos os cavaletes e tintas do lugar procurando um que fosse próximo da luz do sol. Finalmente me sentei e respirei fundo, o cheiro da sala era de tinta. haviam janelas enormes com madeira que davam para o jardim da faculdade, eu fiquei lá sentada por um tempo até que algumas outras alunas entraram, não prestei muita atenção até que uma delas parecia realmente incomodada quando o professor me chamou para ir para frente da sala me apresentar.

- Poderia dizer seu nome?

Ele disse com um sorriso enorme no rosto, eu olhei para frente e então falei

-Me chamo Belladonna

Uma das meninas riu, o professor a repreendeu imediatamente, e então ela se desculpou. Logo em seguida, ele prosseguiu.

- Belladonna como a planta? –A assenti suavemente. Assim ele continuou com um sorriso.

- É uma planta muito bonita, sua mãe deve ter achado que o nome era digno.- Ele estendeu a mão para mim enquanto isso. - Prazer, sou John, serei seu professor de pintura a óleo esse semestre.

Antes que eu pudesse falar algo ele ainda falou baixo.

-Não deixe elas te irritarem.

Eu sorri e tentei não rir. Ele era alto. Tinha uma barba grande e cabelos um pouco cumpridos.

-Obrigada.

-Clair-

Entrei na sala e me sentei em qualquer mesa. A maioria das pessoa já pareciam se conhecer, apesar de eu observar tudo pelo canto dos olhos, tentando não parecer estar atenta, eu podia ver os grupos bem formados. Bell pediu várias vezes no dia anterior para que eu fosse discreta dessa vez. Era uma chance de sermos menos notadas, estávamos em uma cidade nova.

Um rapaz se sentou na cadeira ao meu lado e me cutucou gentilmente.

-Escuta, você pode trocar de lugar com o meu amigo? É que eu quero sentar perto dele.

Fitei o rapaz e dei um sorriso calmo. Disse “claro” baixo e me levantei com minhas coisas. Fui até a mesa que eu iria em silêncio, o rapaz olhou para mim e deu um sorrisinho de canto. Ergui as sobrancelhas e disse:

-Não vai se levantar?

-Deixa quieto, eu acho que gostei daqui.

Revirei os olhos sutilmente e me virei para voltar ao meu assento, mas um rapaz havia se sentado ali. Ele também tinha um sorriso maldoso, e se debruçou na mesa.

-Ah, que pena. Mas você pode sentar aqui se quiser, boneca.

Ele apontou para o próprio colo e deslizou as mãos entre as pernas, soltando um risinho. O resto dos garotos riu junto. Eram os três e mais um garoto com eles. Forcei um sorriso e me apoiei sobre a mesa.

-Cai fora daí ou eu amasso o que você tem aí de baixo.

-Olha, ela é das irritadinhas. – Ele continuou rindo. Logo em seguida cruzou os braços e se encostou-se à cadeira. – Vamos lá, agora eu quero ver.

A voz de Bell me veio a mente. Mas eu já havia fechado minha mão e mirado um soco exatamente nas bolas daquele idiota. Ele se curvou para frente e soltou um grunhido alto. Mas antes que olhasse para mim, eu disse com calma.

-Quer saber? Eu acho que não quero mais sentar aí mesmo. Tá fedendo a carniça.

Me virei e caminhei procurando outros assentos livres, por sorte, havia um no canto. Me sentei e respirei fundo. Eu cheguei a olhar de canto para o grupo, eles não se levantaram, mas me encararam por longos minutos. Por um momento, fitei o quarto integrante, que foi o único que não me dirigiu a palavra. Ele também me encarava, mas com um olhar irônico. Desviei o olhar rapidamente, pois o professor havia entrado.

Que belo início, Clair. Mas que belo início.

-Bell-

A aula havia acabado, estávamos no intervalo, mandei uma mensagem para Clair dizendo que estava indo para o refeitório.

- Por que ela demora tanto a responder ?

Eu disse enquanto olhava para o celular

-Tá perdida, gatinha ?

Uma voz rouca surgiu em meio ao barulho dos corredores, eu olhei e era um rapaz negro e alto. Tinha um sorriso enorme que me encarava enquanto esperava a resposta.

-Não, estou esperando a minha irmã.

-Hum, ela é aluna nova também?

Ele parecia curioso e se divertindo.

-Sim, o curso dela é educação física.

Ele olhou surpreso.

-Ah, o meu curso? Eu sou do segundo ano, Prazer, me chamo Ambrose, e você é linda.

Eu olhei para ele e sorri, admito que foi uma surpresa, mas ele foi simpático.

Meu celular vibrou e era a notificação da Clair, ela disse que ia para o refeitório e que era para que eu encontrasse ela lá, eu revirei os olhos e então olhei para o moreno alto que me olhava.

-Ela não vem ? -Ele disse enquanto ajeitava sua blusa.

-Ela está no refeitório, eu terei que ir até lá.

- Vamos, eu te levo até lá.

Ambrose me acompanhou até lá. O refeitório estava cercado de mesas e pessoas. Clair acenou de longe. Logo me despedi dele e caminhei até ela, quando me sentei na mesa, ela perguntou.

-Por que tava falando com o Ambrose?

-Já conhece ele?

-Boa parte dos alunos o conhece. Repetem o nome dele como uns idiotas..

-Ele é legal, me ajudou a chegar aqui.

-Ele parece ser legal...diferente do resto.

Observei as expressões dela enquanto falava isso.

-Você já brigou com alguém, não brigou?

Ela me olhou rapidamente e desviou o olhar. Logo colocou a mão em um dos bolsos procurando uns trocados.

-Tô morta de fome. Vou comprar algo.

Ela revirou e revirou os bolsos. E em seguida me encarou.

-Puta merda. Perdi meu dinheiro.

Revirei os olhos e abri minha bolsa, procurando minha carteira, mas logo ouvimos um assobio perto de Clair. Quando olhei, era um rapaz ao lado dela, mostrando duas notas de dinheiro para ela. Clair fez um olhar pálido e avançou para pegar o dinheiro rapidamente, mas ele deu uns passos para trás, rindo baixo.

-Você devia ser mais atenta enquanto briga, boneca.

-Vai pro inferno!

Clair continuava a tentar pegar as notas da mão dele, mas ele desviava e ria. Parecia querer fazer algum tipo de chantagem. Bom, o problema foi que Clair desistiu de pegar o dinheiro e o golpeou no rosto imediatamente. As pessoas em volta fizeram um coro enquanto ele cambaleava para trás.

-Clair! – Eu gritei, mas ela não escutou, pelo contrário. Avançou para golpeá-lo novamente. O rapaz teve tempo de segurar seu braço e a empurrou. Mas Clair avançou novamente, rezei muito para que pelo menos dessa vez ela não entrasse em combustão, porque o lugar começou a ficar quente.

O rapaz se defendia de cada golpe dela. Não parecia querer bater nela, mas também não parecia estar se divertindo. Em um momento oportuno, Clair conseguiu mais uma vez acertá-lo no rosto. Foi um soco tão forte que ele caiu. Ela ia para cima dele, provavelmente para fazer pior, mas alguém a segurou imediatamente e a afastou dele. Era Ambrose.

Ele a puxou com cautela e um grupo de rapazes foi levantar o garoto no chão. Clair se debateu um pouco, até Ambrose começar a falar.

-Opa, opa! Que isso. Não somos animais. Se acalme Clair!

-Mande ele devolver meu dinheiro então! – Ela se afastou dele e ajeitou o casaco.

-Nick – Ambrose disse encarando o rapaz- Devolve o dinheiro dela.

Nick limpou o nariz com um papel que lhe deram, ele estava sangrando. Logo tirou o dinheiro de seu bolso e entregou para Ambrose. Os outros rapazes com ele encaravam feio Clair.

Que ótimo, ela me desobedeceu e conseguiu a proeza de brigar feio no primeiro dia.

Ambrose a entregou e disse com calma, mas seu semblante era sério.

-Não briguem desse jeito aqui. Podem ser expulsas. Você me contar se eles mexerem com você novamente.

Ele foi extremamente amigável, mas Clair só assentiu e voltou a se sentar na mesa com um semblante irritado. Ela nem mesmo agradeceu. Ele me olhou e deu um sorriso forçado, eu murmurei obrigada antes dele ir embora, junto com os outros rapazes.

-O que foi que eu te falei sobre brigas?

-Foram eles que começaram. – Ela disse guardando o dinheiro no bolso.

-Nick-

Na hora da saída, me sentei nas escadas da entrada e respirei fundo. Meu rosto ainda doía. E doía pra caralho. Eu sabia que aquela garota não era tão fraca assim quando fez um dos gêmeos quase chorar, mas não imaginava que tinha uma mão tão pesada.

-Você devia só ter entregado o dinheiro. Agora ganhou um brinde extra. – Marcus disse acendendo um cigarro ao meu lado.

-Eu não imaginei que ela fosse tão maluca.

-Mulheres. Elas são assim mesmo. Mas você não precisava agir como um otário para imitar os seus amigos.

-Eu sou assim com todo mundo.

-Não inventa desculpa, Nicholas. Você sabe o que o pai acha deles. Nós não temos a obrigação de ter uma imagem honrada, mas você não precisa andar com um bando de drogados sem noção.

-Eles são meus amigos.

-Tanto faz. Vamos pra casa.

Marcus se levantou e foi para a caminhonete. Demorei um pouco para me levantar. A imagem daquela garota virando o punho no meu rosto ainda estava na minha cabeça. Enquanto eu caminhava para o carro, ela passou por mim com sua amiga. Prendia seu cabelo castanho e parava ao lado de uma moto. Ouvia a sua amiga em silêncio, mas com um semblante irritado. Murmurou algo, colocou o capacete e subiu na moto, mas antes notou que estava sendo observada. Ela olhou diretamente para mim. Fechou ainda mais a cara e mandou a ruiva ao seu lado subir logo na moto. Meu corpo inteiro se arrepiou e caminhei mais rápido para a caminhonete. Os olhos dela pareciam ter fogo.

-Sabe o nome dela? – Marcus disse colocando os cintos.

-Clair. – Ele riu logo em seguida.

-Os pais dela eram hippies?

-Vamos logo.

Liguei a caminhonete e fui dirigindo para casa. Acho que mandei Marcus calar a boca umas três vezes. Em todas ele queria fazer mais perguntas sobre ela, querendo zoar com a minha cara.

-Bell-

Clair ficou com uma carranca dês daquele momento até estarmos na sala do Coven aguardando os testes começarem. Ela não queria falar sobre nada que se referisse ao espetáculo que ela conseguiu organizar no nosso primeiro dia.

Nós colocamos nossos melhores vestidos e esperamos em uma das salas do Coven. O ancião nos explicava como tudo seria e tentamos prestar o máximo de atenção.

Uma voz grave surgiu no local assim que ele terminou. Um rapaz adentrava a sala. Ele era alto tinha um bom porte físico, sua expressão era de desdém. Era nítida sua falta de fé em nós duas.

- Vamos logo com isso, eu não tenho o dia todo.

Ele tinha seus cabelos levemente bagunçados, seus olhos de julgamento eram castanhos levemente puxados. Sua pele era clara e seu rosto era pálido, sua boca encaixava com o mesmo. Ele olhou firme para Clair, que esperou o ancião dar a ordem.

- Se acalme Hisashi, sabemos que sua família dá bastante dinheiro aqui. Mas a autoridade ainda sou eu.

O ancião falou enquanto ajeitava seus óculos, Hisashi revirou os olhos. Ele era o filho mais novo de Lee Yum, um bilionário que era conhecido no mundo bruxo, sua família tinha ótimos bruxos, Hisashi era um deles, ele era conhecido por dominar o elemento veneno com 18 anos, e passar no teste do Coven sem nenhum órgão danificado.

-Eu tenho assuntos a resolver ancião, por favor, que seja breve, não quero perder meu tempo com algo que não acho válido.

- Com o perdão da palavra ancião, posso falar algumas coisas? – Eu indaguei.

O ancião confirmou com a cabeça enquanto olhava para mim através daqueles minúsculos óculos.

- Perdão, senhor Hisashi mas creio que não pode julgar que algo é desnecessário se nunca havia visto. Conheço a sua fama, porém nunca vi o senhor usar. Como se sentiria se eu lhe falasse que era algo sem importância? Se estamos aqui, se fomos convidadas para o Coven, significa que somos capazes, então, por favor, apenas observe. E se depois disso julgar desnecessário, eu não me importo.

Clair soltou uma gargalhada alta, mas eu a cutuquei. Ela cessou rapidamente e voltou ao olhar sério.

O moreno de olhos levemente puxados me encarou e sua expressão era de ironia, ele se sentou e então finalmente ficou em silêncio. Enquanto Clair terminava de se preparar eu sentia o olhar dele pairando sobre mim. Um olhar de julgamento, de curiosidade, ou um olhar de atenção. Ele era definitivamente alguém difícil, ser responsável pela parte financeira do Coven deve ter feito ele ficar arrogante, ou será que o dinheiro fez isso? Eu voltei minha atenção para Clair assim que o ancião voltou a falar

-Claire Lancastre, está pronta?


Notas Finais




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