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História Secret Desires - Scisaac's Secret Chronicles Volume 1 - É claro que ele me odeia


Escrita por: XManoelVieira

Notas do Autor


Oi gente, voltei com mais um capitulo pra vocês. Queria dizer que estou surtando porque o episódio dessa semana de teen wolf foi uma bomba pra mim. Melhor episódio da série até agora, na minha opinião. mas vamos ao capítulo, espero que gostem.

Capítulo 4 - É claro que ele me odeia


A tempestade caia forte, era a noite mais fria do ano em Beacon Hills. Nenhuma pessoa estava fora da sua casa, pois, além da chuva, o fato de ser madrugada contribuía para que as ruas da cidade estivessem vazias. Ignorando tudo isso, um Isaac Lahey de quinze anos andava rápido pelas ruas residenciais, tremendo muito, devido ao frio. No seu rosto, um hematoma roxo cobria seu olho esquerdo e pendurada em suas costas, estava uma mochila preta, encharcada.

Um raio caiu uns cinquenta metros à frente do garoto, que parou de andar imediatamente, assustado. Ele começou a tremer mais forte, e para tentar se aquecer, esfregou suas mãos uma na outra e soltou uma lufada de ar quente nelas, o que não deu muito certo, pois, logo estava tremendo mais que antes. Isaac voltou a andar, desviando da parte um pouco queimada pelo raio, quando passou por ela, e logo chegou ao seu destino.

Em uma cama bem quentinha, de baixo de dois cobertores bem grossos, Scott McCall dormia tranquilamente. Ele sorria, pois, estava tendo um sonho bom. Um dia ensolarado, a grama verde, uma toalha xadrez e uma cesta de piquenique, com cinco pessoas sentadas em volta dela. Ele, seus dois melhores amigos: Isaac e Stiles, sua mãe, Melissa, e o xerife Noah Stilinski, pai de Stiles. Todos pareciam felizes. De repente, o garoto começou a ouvir um estranho som distante e ao olhar ao redor, procurando de onde vinha, percebeu que aquele piquenique não passava de um sonho.

Scott abriu os olhos e constatou que estava em sua cama, mas o som que ouvia não parou. O garoto notou que o barulho vinha da janela, batidas constantes. Ele se levantou e foi ver quem era e ao se deparar com seu amigo, Isaac, em cima do beiral do lado de fora da janela, a abriu imediatamente, o que fez com que algumas gotas de chuva entrassem no quarto, molhando o chão.

— Isaac, o que está fazendo aqui à essa hora? — Scott perguntou, preocupado ao ver que o amigo tremendo bastante.

— Eu não podia ficar lá, não podia. — Isaac respondeu, com dificuldade. Sua voz estava trêmula e seus dentes batiam uns nos outros.

Além do frio que estava sentindo, o loiro não conseguiu conter-se e deixou as lágrimas caírem. Ele passou pela janela e a fechou em seguida, enquanto Scott foi acender a luz do quarto. Quando o moreno voltou para perto do amigo, viu que o chão ao redor dele estava todo molhado. Scott também pôde ouvir o som dos dentes de Isaac batendo e ficou mais preocupado do que já estava.

— Você tá congelando. É melhor vestir uma roupa quente. — Scott tirou a mochila das costas de Isaac, no entanto, quando abriu o zíper viu que todas as roupas que o outro tinha colocado estavam tão molhadas quanto ele. Ao olhar de novo para o amigo, o moreno viu o hematoma no olho esquerdo dele e compreendeu o que o loiro queria dizer com “não podia ficar lá”. — O seu pai fez isso com você? — Ele perguntou, apreensivo.

Scott pensou no do dia que conheceu Isaac, sete anos antes. O loiro estava com um hematoma parecido. Naquela época, o jovem McCall não entendia o que acontecia, mas agora sim. Já tinha semanas que o moreno desconfiava que o pai de Isaac batia nele e sempre que tentava abordar o assunto, o outro dava respostas ríspidas e acabava fugindo da conversa. Essa noite não seria diferente. Isaac baixou a cabeça, tentando, sem sucesso, esconder seu olho inchado.

— Desculpa molhar o chão. — Isaac falou, quase inaudivelmente.

— Não tem problema. — Scott falou, com pesar em sua voz. Ele odiava ver o amigo daquele jeito. E se o loiro não estava fugindo do assunto rudemente, é porque estava quebrado demais pra isso. O moreno largou a mochila de Isaac no chão e pegou a mão dele. — Vem. Você vai tomar um banho quente e eu vou separar uma roupa pra você vestir. — Ele disse, puxando o outro para fora do quarto, levando-o ao banheiro.

Após deixar Isaac no banheiro, Scott voltou ao quarto para pegar uma toalha e deu-a para o loiro, quando retornou. Em seguida, foi até a cozinha, pegou um esfregão, voltou ao andar de cima, passou o esfregão por todo o corredor e depois no seu quarto, onde Isaac tinha molhado. O garoto foi até o closet, do lado direito do quarto, pegou uma calça moletom e uma camisa preta de mangas compridas e as colocou em cima da cama. Depois, pegou o esfregão outra vez e o levou de volta pra cozinha.

Enquanto isso no banheiro, Isaac deixou a água quente fluir pelo seu corpo, relaxando-o. Ele pensava no “incidente” de mais cedo. Seu pai tinha ido buscá-lo no colégio e o encontrou conversando com Matt Daehler. Quando chegaram em casa, o Lahey mais jovem foi questionado do porquê de estar conversando com Matt e quando respondeu que eram amigos, seu pai ficou furioso. “Eu disse pra você se afastar daquele garoto!” foi o que o homem dissera, alto, quase perdendo o controle. E quando Isaac perguntou “por quê?”, veio a pancada, um doloroso soco no seu olho.

Depois disso, Harold levou o filho para o porão, onde o trancou em um velho freezer e o deixou lá por horas, até a hora de Isaac ir para a cama. E quando o garoto deitou no colchão de seu quarto, chorou abraçado ao travesseiro. Um tempo depois, Isaac tomou uma decisão. Ele esperou seu pai dormir e então, fugiu de casa, para onde se sentia mais seguro. Após dez minutos em baixo do chuveiro, Isaac o desligou, pegou a toalha pendurada no box, se enxugou e seguiu para o quarto de Scott, com a toalha enrolada.

Scott voltou ao andar de cima com uma caneca de chocolate quente. Quando entrou no quarto, viu Isaac, de costas para ele, terminando de vestir a calça. McCall ficou espantado ao olhar para as costas do outro e perceber que o hematoma no rosto dele não era o único e a coisa era bem mais séria do que pensava. Diversas marcas roxas estavam espalhadas pelas costas de Isaac. Scott se aproximou da escrivaninha, à esquerda do quarto, e colocou a caneca em cima, ao lado de uma calça jeans, jogada acima do seu notebook.

— Isaac, isso não pode ficar assim. Eu vou chamar a minha mãe. — Scott disse, voltando para perto do outro, abalado. Lahey se virou assustado, a tempo de ver o amigo dando as costas e andar apressado para a porta.

Scott já estava prestes a sair do quarto, quando Isaac se colocou entre ele e a porta e a fechou rapidamente, mas sem fazer barulho. Quando ele voltou a se virar pra o outro, ficou sendo observado por McCall, que passou seus olhos pelo abdômen e peitoral do loiro. O tórax de Isaac estava numa situação semelhante que as costas dele, cheio de marcas roxas.

— Scott, espera. — Isaac clamou. — Não fala nada pra sua mãe, ela vai contar pra o xerife e ele vai prender o meu pai.

— Isaac, eu não posso deixar que ele continue batendo em você. — Scott falou, com seriedade. — Que ele continue te machucando.

— Scott, por favor. — Isaac falou cabisbaixo. — É o meu pai, ele sabe o que é melhor pra mim. Ele só faz isso pra o meu próprio bem.

— Isso não é pra o seu bem, Isaac. — Scott apontou para as lesões no corpo do outro. — Isso só te faz mal.

— Por favor, Scott. — Lahey não conseguiu dizer mais nada e olhou triste para o chão.

Ele já tinha perdido a sua mãe e seu irmão e por mais terrível que seu pai fosse, não queria perdê-lo também. Scott depositou sua mão gentilmente em uma das marcas no peito esquerdo do loiro e alisou a região delicadamente, sentindo o coração do outro bater mais forte. Seu próprio coração também acelerou.

— Isso dói? — O moreno perguntou, com suavidade.

— Não muito. — Isaac falou, negando com a cabeça. Sua voz estava falha e ele ainda olhava para o chão, sem coragem de olhar para o outro, devido ao toque e a aproximação.

Scott abraçou Isaac, que apoiou a cabeça em seu ombro. O loiro voltou a chorar molhando a camisa do seu amigo. McCall odiava ver o outro tão vulnerável daquela forma, ele se questionava como um pai podia fazer isso com o próprio filho. O seu pai também não era um exemplo, mas Rafael McCall nunca encostou um dedo nele.

— Tá tudo bem, Isaac. — Scott acariciou os cabelos molhados do amigo. — Eu não vou deixar ele te ferir.

Enquanto os dois garotos ainda estavam abraçados, uma repentina vontade de beijar Isaac tomou conta de Scott. Na época ele não entendeu muito bem aquele sentimento, pensou se tratar apenas de um instinto protetor. Então, deixou essa vontade de lado e continuou a consolar o amigo. Após algum tempo, McCall deixou o outro terminar de se vestir e lhe entregou a caneca com chocolate quente. Lahey se sentou na cama e tomou todo o líquido o mais rápido que pôde, sem queimar a língua. Quando ele terminou, Scott pegou a caneca e levou de volta para a escrivaninha. Depois, foi apagar a luz.

— Eu posso dormir no chão. — Isaac falou, enquanto Scott voltava a se aproximar da cama.

— Que bobagem. A cama é grande, dá pra nós dois. — Scott falou.

— Tem certeza? — Isaac perguntou, ainda duvidoso sobre aquilo.

— Claro. Eu não vou te deixar dormir no chão, Isaac. — Scott falou, com convicção. — Além do mais, não é como se nunca tivéssemos dividido a cama.

— Só que éramos crianças. — Isaac falou. — Não quero que fique estranho.

— Por que ficaria estranho? — Isaac não respondeu e Scott não queria mesmo uma resposta. — Agora deita. — O moreno falou, empurrando o amigo devagar, para que deitasse na cama e em seguida o cobriu com os dois cobertores. Por fim, ele também se deitou e foi para debaixo das cobertas.

McCall estava deitado de costas, mas com a cabeça virada para Lahey, que estava deitado de lado, de costas para ele. Scott ficou alguns minutos apenas observando o outro, mas não demorou muito para que ambos pegassem no sono. Em algum momento da noite, Isaac se virou para Scott e apoiou inconscientemente sua cabeça no peito do amigo, e permaneceu assim até a manhã seguinte.

***

Após o término do treino, o treinador Finstock mandou os jogadores para os chuveiros. Os garotos rumaram para o vestiário e Isaac os acompanhou, porém, o treinador o chamou. O loiro parou de andar e se virou para o homem, que vinha se aproximando dele.

— Lahey, você se saiu bem no treino de hoje. — O treinador começou a falar. — Tá um pouco enferrujado, mas se você se dedicar vai recuperar o tempo perdido.

— Eu vou dar duro, treinador. Pode apostar. — Isaac falou, seguro de si. — Não vai se arrepender de me deixar voltar para o time.

— Nosso primeiro jogo do campeonato vai ser contra Devonford daqui a cinco semanas. Estou cogitando a possibilidade de você jogar como titular.

— Sério? — Lahey perguntou, animado. — Valeu treinador.

— Agora vá pra o chuveiro, garoto. Você está fedendo como o Greenberg.

— Sim, senhor.

Isaac seguiu para o vestiário com um sorriso no rosto. Ao chegar, ficou um pouco feliz por não ver Scott. O loiro viu Boyd todo molhado com uma toalha branca enrolada na sua cintura, enquanto pegava uma roupa, em seu armário. Ele se aproximou do amigo.

— O que o treinador queria? — Boyd perguntou, ansioso, desenrolando a toalha e a deixando cair no chão. Ele abriu seu armário, tirou uma cueca de lá e a vestiu.

— Ele disse que talvez eu possa jogar como titular no primeiro jogo daqui a cinco semanas.

— Aê, Lahey! — Boyd disse, animado, fazendo um high five com o loiro. Ele tirou uma calça do armário e a vestiu. — E você disse que voltar pra o time não seria uma boa ideia.

— É, me enganei.

Isaac então lembrou-se porque pensava que não seria uma boa ideia voltar pra o time e também se lembrou do que acontecera no vestiário antes do treino. Passada a animação, Boyd notou que o sorriso do amigo foi sumindo aos poucos e que ele ficou triste e cabisbaixo.

— Achei que estivesse feliz. — Boyd falou.

— Eu tô. É só que...

— Deixa eu adivinhar. — Boyd interrompeu Isaac. — Scott?

— O que eu queria? Que fosse voltar depois de tanto tempo e o Scott me receberia de braços abertos? É claro que ele me odeia.

— O Scott não te odeia. — Boyd falou, colocando a mão no ombro de Isaac. — Ele só precisa de tempo.

— Ele falou sobre o meu pai. Me fez lembrar das surras que eu levava, só pra me magoar. Ele nunca vai me perdoar.

— É cara, isso não foi legal. Você ainda é apaixonado por ele, não é?

Isaac olhou nos olhos de Boyd, sua boca estava um pouco aberta em uma expressão de surpresa. Mas o loiro não estava tão surpreso, sabia que em algum momento Boyd perguntaria isso.

— Eu só queria meu amigo de volta. Mas parece que eu o perdi pra sempre.

Boyd ia falar mais alguma coisa, no entanto, Matt se aproximou dos dois. Ele estava com os cabelos molhados, vestia uma calça jeans e uma camisa de mangas compridas vermelha e estava com sua câmera fotográfica pendurada no pescoço.

— Isaac, quer sair mais tarde? — Matt perguntou. — Ir ao cinema, comer uma pizza, conversar?

— Foi mal, Matt. Tô cansado. — Isaac respondeu. — Foi meu primeiro treino depois de meses e eu ainda preciso recuperar o fôlego. Só vou tomar um banho e ir pra casa.

— Então, tudo bem. Talvez, outro dia? — Matt indagou, esperançoso.

— Claro, outro dia.

Matt se afastou deixando Isaac e Boyd sozinhos.

— Quer carona pra casa? — Boyd perguntou.

— Não, ainda tenho que tomar banho. — Isaac respondeu. — Pode ir embora, eu vou andando mesmo.

Boyd assentiu e pegou uma camisa no armário, vestindo-a em seguida. Isaac tirou a sua camisa e seguiu para o seu armário, de onde pegou uma toalha branca como a do amigo e foi para o chuveiro, tirando o resto do seu uniforme no caminho.

***

Scott agradecia mentalmente pelo treinador ter chamado Isaac para conversar. Ele não queria ter que encarar o antigo amigo naquele momento, ainda mais na frente de todo o time. Então, o garoto não demorou muito no banho e antes que Lahey voltasse ao vestiário, Scott já estava devidamente limpo, vestido e de volta ao colégio. McCall queria se desculpar com Isaac, pois, a culpa que sentia era superior à raiva, no entanto, a vergonha que estava sentindo, por ter agido daquela forma com o loiro superava a culpa ainda mais.

 O rapaz se dirigia para o estacionamento dos alunos, com um capacete na mão e a mochila nas costas, e quando avistou sua moto, lembrou-se de Kira. Ele tinha sido um pouco grosso mais cedo e não gostou nada daquilo. Desde que Isaac voltou, Scott vinha agindo de uma forma que não costumava agir e aquilo o confundia. Os sentimentos misturados o estavam deixando maluco.

Scott pegou o seu celular no bolso da calça, o desbloqueou e abriu a caixa de mensagens. Clicou no nome de Kira e digitou: “Podemos conversar?”. A resposta não demorou muito e nela a garota dizia que estava na biblioteca. Scott bloqueou seu celular, o guardou no bolso da calça novamente e então, voltou para dentro do colégio e seguiu para a biblioteca.

Quando chegou, avistou sua namorada sentada em uma das mesas, acompanhada de outra garota. Dois cadernos estavam abertos em cima da mesa e Kira explicava alguma coisa para a outra, ou pelo menos, tentava explicar. Scott se aproximou da mesa e pigarreou, chamando a atenção das duas garotas.

— Oi. — O rapaz falou, baixo.

— Oi. — Kira respondeu e a outra garota bufou.

— Podemos ir lá fora? — McCall indagou.

 — O que você quer, Scott? — Kira indagou, receosa. Ela estava um pouco triste pela forma que o namorado tinha falado com ela mais cedo. — Eu tô ajudando a Malia com o dever de matemática.

— Só quero falar rapidinho, só vai levar um minuto. — Scott falou.

— Vai logo, porque isso aqui não tá me ajudando em nada. — Malia falou.

— Não pense que vai fugir, volto em um minuto. — Kira falou, olhando para a outra garota, enquanto se levantava. Ela seguiu para a saída da biblioteca, sendo acompanhada por Scott — E, então? — Indagou, olhando para o namorado.

— Olha, desculpa por mais cedo. De verdade. — Scott falou. — A volta do Isaac mexeu um pouco comigo, porque eu relembrei coisas que não pensava há algum tempo.

— E essas coisas têm a ver com a Allison? — Kira perguntou, com cuidado.

— É, mas eu não quero falar sobre a Allison ou sobre o Isaac. — Scott falou, se aproximando da namorada. — Quero saber se esse idiota é digno das suas desculpas.

Kira sorriu e abraçou Scott, passando seus braços em volta do pescoço dele, enquanto o garoto abraçava a cintura dela. A nipo-americana lhe deu um selinho e olhou para o namorado.

— Mas é claro que sim. — Kira falou e deu mais um selinho em Scott. — E pra constar, você não é um idiota. — Ela sorriu e Scott também. — Mas agora tenho que voltar, antes que a Malia fuja.

— Ok. — Scott falou, soltando Kira. Ele observou ela retornar para a biblioteca. Após alguns segundos, ele voltou ao estacionamento, pegou a moto e foi para casa.

***

Quando Isaac abriu a porta da residência dos McCall, escutou Melissa chamar seu nome. Ele foi até a sala de estar, de onde vinha a voz da mulher. Chegando lá, encontrou Scott sentado no sofá de braços cruzados e Melissa em pé na frente dele.

— O que está acontecendo? — O loiro perguntou.

— Senta aí. — Melissa falou, com pouca paciência, apontando para o lugar vago ao lado de Scott no sofá.

Isaac não queria contrariar a mulher, então, hesitantemente se sentou ao lado do outro e colocou sua mochila no chão. Os dois estavam muito desconfortáveis, pois, a última “conversa” deles não saia de suas cabeças.

— Escutem, eu não ligo pra o que aconteceu com vocês. Não dou a mínima. — Melissa começou a falar, com a voz um pouco alterada. — Mas vocês não podem ficar do jeito que estão. Precisam se resolver. Já!

— Desculpa, Melissa. Eu não posso fazer isso agora. — Isaac falou.

Lahey pegou sua mochila, se levantou e subiu as escadas. Melissa soltou um longo e cansado suspiro. E Scott baixou a cabeça, um pouco envergonhado.

— Não sai daí. — A mulher falou para o filho e em seguida, subiu para o andar de cima.

Isaac estava em pé ao lado da cama olhando para a mochila aberta pensando se deveria juntar suas coisas, como fizera sete meses antes, e ir embora de uma vez, quando Melissa entrou no quarto.

— Não vai embora novamente, vai? — A mulher questionou. — Achei que quisesse reparar as coisas.

— Eu queria. — Isaac falou, se virando pra Melissa, porém, logo se corrigiu. — Eu quero. Mas é óbvio que o Scott não quer. Eu acho que foi um erro ter voltado pra cá. — O loiro abaixou a cabeça.

— Pra Beacon Hills ou pra esta casa? — Melissa indagou.

— Sei lá, os dois? — O garoto falou, baixo.

Melissa andou até a cama, se sentou e deu tapinhas, para que Isaac sentasse ao lado dela. O garoto obedeceu.

— Isaac, tem que me dar um crédito, tá legal. Eu te abriguei quando você mais precisava. E não pense que estou jogando isso na sua cara. Só estou falando porque quero que saiba que você é como um filho pra mim. Eu te conheço desde que você era bem mais baixo do que eu, então, eu tenho total liberdade de dizer que você é como um filho. Eu já disse isso e vou repetir pra ver se você coloca isso na sua cabeça de uma vez por todas: eu não quero que você vá embora. Sempre será bem-vindo aqui, mesmo que você e o Scott não estejam se entendendo. Então, quero que deixe de lado qualquer pensamento de sair desta casa, entendeu?

— Sim, senhora.

— Ótimo.

Melissa abraçou Isaac, que retribuiu o abraço sem nem hesitar. Em seguida, ela se levantou e deixou o garoto sozinho. A mulher voltou para a sala de estar e encontrou seu filho ainda na mesma posição que estava, quando subiu.

— Será que você pode se esforçar só um pouquinho? — Melissa repreendeu Scott.

— Eu magoei ele. — Scott confessou, de cabeça baixa.

Melissa sentou ao lado do filho.

— Scott, olha pra mim. — Devagar, o garoto levantou a cabeça e olhou para sua mãe. — O que foi que você fez?

— Eu... — Scott começou a falar, envergonhado. — Eu falei sobre o pai dele, sobre os abusos físicos.

— Scott, por que tinha que fazer o Isaac se lembrar daquele homem terrível? — Melissa falou, calma. Ela sabia que o filho não tinha nenhuma intenção de fazer aquilo.

— Eu não sei o que tá acontecendo comigo, mãe. — Scott falou, voltando a abaixar a cabeça. — Eu não sou assim. Acho que agora ele que não vai querer falar comigo.

— Então, peça desculpas ao Isaac. — A mulher colocou a mão no ombro do filho. — Mas peça de coração.

Scott subiu para o seu quarto, ao passar pela porta do quarto do outro garoto, viu o loiro deitado na cama, com as costas viradas para a porta. McCall entrou em seu quarto, se deitou na cama também e ficou refletindo sobre tudo o que aconteceu nos últimos dois dias. Ele pensou no que Melissa disse, que devia se esforçar mais, Isaac estava se esforçando. Pelo menos até antes do treino de Lacrosse. Então, talvez ele devesse fazer o mesmo.


Notas Finais


Melissa, melhor pessoa, sim ou claro? Bom pessoal, por hoje é só. Espero que estejam curtindo a história. Até o próximo capítulo.


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