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História Secretária de um Devil - 10. Hinata Hyuuga


Escrita por: Alaskaros

Notas do Autor


Boa noite. Boa leitura;

Capítulo 12 - 10. Hinata Hyuuga


— Você precisa me deixar explicar, querido. — Eu a ouvi dizer atrás de mim, enquanto eu seguia pela escada sentindo a raiva enraizar da ponta do meu pé ao topo da minha cabeça. 

 

Meus passos estavam rápidos. Eu só enxergava vermelho e preto. 

 

Meu coração parecia ter parado no tempo enquanto meu cérebro focava nas cenas que se repetiam na minha cabeça. 

 

Sentia que minha alma tinha sido arrancada do corpo. 

 

Sem dó nem piedade. 

 

Meu sangue fervia nas veias. Raiva com adrenalina havia sido injetada no meu corpo. Eu parecia um cão do inferno. O  próprio Diabo pronto para destruir tudo e arrastá-los para o inferno.  

 

Era o meu primeiro ataque de fúria em meses. 

 

E mesmo agora parece que esse lado nunca tenha de fato dormido por um tempo. 

 

Eu estava pronto para liberar o caos. 

 

Quando alcancei o primeiro andar, tudo ao meu redor havia virado alvo. 

 

Primeiro foi o abajur. 

 

— Naruto, por favor, não faça isso. — Ela gritou parada na escada tentando cobrir a vergonha. 

 

Novamente eu a ouvi e novamente eu a ignorei. 

 

Meu segundo alvo foram os porta-retratos, mas antes de arremessá-los eu os encarei. 

 

Encarei a mentira. A vida forçada. A felicidade mascarada. 

 

Senti meus dedos apertando a borda do objeto com tanta força, que pude senti-los trincando sob a minha pele e quanto mais aquilo doía, mas eu apertava. 

 

Eu estava gostando, meu cérebro concentrava toda a sua atenção nas minhas mãos, assim ele deixava de martelar meu coração, que nessa altura do campeonato, já havia virado cacos.  

 

O sangue se fez presente em uma cor viva e quente.

 

Eu sentia a minha raiva reverberar por toda a casa. 

 

O lugar que deveria ser o meu paraíso, meu céu. Havia se tornado meu inferno.  

 

O primeiro quadro bateu sobre o piano na sala. O segundo foi de encontro com a tevê. O restante foi em direção ao chão. 

 

Todas as coisas da mesa foram para o chão. A própria mesa se desfez sobre o piso. 

 

Caminhei a passos largos até a cozinha e fitei a mesa pronta. A porcelana sobre ela, o nosso jantar sobre ela. As velas harmoniosas acesas sobre ela. 

 

Uma risada irônica escapou dos meus lábios.

 

Amarga e fria. 

 

O Diabo já tinha me possuído. 

 

Era a única coisa que poderia pensar, porque eu nunca havia sentido tanto ódio emanando do meu corpo. Tanta raiva reprimida. Tanta cólera escondida. 

 

Eu descontava na casa o que queria fazer com os dois.  

 

Meu corpo todo se endureceu e por um momento eu me perguntei o quão otário eu era.   

 

Aonde eu havia errado com ela. Onde foi que nosso relacionamento havia sido tão ruim a ponto dela ir para cama com meu irmão. 

 

Logo esse pensamento se esvaiu dando lugar a insuficiência.

 

Porque eu sabia onde foi que eu havia errado. Onde eu havia quebrado Shion. 

 

Desde a nossa conversa sobre eu não poder dá-la um herdeiro eu comecei a trabalhar o dobro, vivia para o trabalho, viagem atrás de eventos e reuniões importantes, fechando contratos milionários, eu queria crescer meu império o mais rápido possível, porque eu queria dar a ela o mundo, poderíamos adotar quantas crianças ela quisesse, todas as crianças do planeta, tudo o que ela quisesse. 

 

No entanto, com todo o meu trabalho, dia após dia, pagamos um alto preço e com ele as consequências; a distância; a ausência.

 

Com a minha falta, fomos nos afastando a cada dia, dando brecha para um buraco se formar na nossa bolha de amor. 

 

E agora ao vivo e em cores, eu paguei por isso. 

 

No final das contas a culpa sempre foi minha. 

 

Não estou inocentando-a, traição não tem perdão, mas ela não foi a única culpada, eu também tive uma parcela de culpa. 

 

No entanto, era o único a pagar o alto preço. 

 

Como a sala, toda a cozinha foi ao chão. 

 

Voltei para sala segurando o único fio de insanidade que ainda me restava. Pronto para dar um fim naquilo. Pronto para colocar um ponto final entre mim e eles. 

 

Quando meus olhos pairaram sobre Menma, encarando-me assustado como se o verdadeiro monstro ali fosse eu.

 

Tudo de repente se esvaiu. 

 

Eu já não sentia mais raiva. Não sentia mais ódio. Não sentia mais repulsa ou dor. 

 

Eu já não sentia mais nada. Todo o sentimento do meu corpo foi tragado por um imenso vazio. Um abismo tão grande que meu corpo parecia estar em queda livre. 

 

Uma queda sem fim.

 

— Saiam da minha casa. — Eu disse calmo caminhando até a porta e abrindo-a para os dois. 

 

Shion me encarou com o semblante horrorizado. 

 

— Naruto, meu amor, por favor me deixa explicar, eu não…

 

Eu a cortei antes que a ânsia de vômito voltasse. 

 

— Saiam da minha casa. — Rosnei entre os dentes. 

 

Eu estava me controlando muito. Muito. Porque o que fiz com a casa não chega nem perto do que queria fazer com ela e com ele. 

 

Eu queria quebrá-los. Eu queria partir os dois em pedaços. 

 

Contudo, sabia que no final o único prejudicado seria eu. 

 

— Naruto. — Shion diz meu nome com um suspiro de súplica. 

 

Eu a encarei como se ela fosse o próprio câncer na terra. 

 

— Por favor, me deixe explicar, eu posso consertar isso amor. Só me deixe explicar — implorou com a voz baixa e mansa. 

 

Não evitei deixar uma gargalhada demoníaca arranhar minha garganta. 

 

Assustando os dois, eu bati a porta com força. 

 

Eu não sabia bem de onde tinha surgido aquele movimento e nem porque eu estava reagindo assim, mas quando dei por mim, eu já me encontrava próximo a mesa de bebidas. Enchendo meu copo de bourbon. 

 

Virei-me novamente para eles e ergui o copo com o licor ambar. 

 

Era o meu auge. 

 

Quando a primeira golada desceu pela minha garganta meus músculos relaxaram. 

 

Antes que pudesse me sentar no sofá, eu indaguei aos dois. 

 

— Vocês treparam aqui, também? — Não evitei lançar um olhar malicioso em direção a ambos. 

 

Os pares de olhos me fitaram com horror. Contudo, nenhum respondeu-me. 

 

— Não? — instiguei. Silêncio. — Certo, que bom né? — Joguei-me sobre o estofado. — Gastei uma grana nessa belezinha. — Espalmei a mão no couro bege do móvel. 

 

Eu estava possuído. Era a única explicação para aquela reação. Em meio ao caos, eu faço graça com a minha própria desgraça.

 

Cruzei as pernas e beberiquei meu uísque. 

 

— Explique-se — ordenei.

 

Os olhos de Shion pairou sobre Menma por um momento, até que ela se virou para mim. 

 

— Naruto, eu… — Ela começou dando passos vacilantes, mas antes que ela avançasse o próximo eu a cortei. 

 

— Se eu fosse você, Shion, não chegaria muito perto de mim. Pode se explicar daí mesmo, eu tenho uma ótima audição. 

 

Menma a todo momento permanecia em silêncio. Parecia que estava esperando um deslize meu. Esperando que eu me descontrolasse de verdade. Mesmo sabendo que eu poderia estar possuído, ele sabia, eu estava me segurando. 

 

Encarei a mulher à minha frente que tinha os olhos arregalados e o peito descendo e subindo com força como se tivesse corrido uma maratona. 

 

— Naruto, eu sei que o que eu fiz não tem perdão e não peço que me perdoe agora, mas querido, eu estava me sentindo sozinha e… 

 

Eu a cortei novamente. 

 

— Essa é a sua explicação? Estava se sentindo sozinha? — Ergui a sobrancelha em insolência. — Sério, Shion? Vai mesmo usar essa desculpa? Porque se for, querida, não perca seu tempo, e nem me faça perder o meu, vá embora com o resto de dignidade que você ainda tem. Se é que tem, não é mesmo? 

 

Ela ficou em silêncio por um momento. Respirou fundo e de repente um sorriso surgiu nos lábios.

 

— Não me arrependo. — Ela declarou com firmeza na voz enquanto seus olhos me encaravam com raiva.  — Você fez isso com nós dois, Naruto, você deixou que isso fosse tão longe porque só conseguia ver a merda do trabalho, sempre o trabalho. A Imperium em primeiro lugar. Eu te traí porque não aguentava mais ficar do seu lado, dormir com você me dava nojo, ser beijada por você me dava nojo, esperar que a qualquer momento você se transformasse me cansava. Eu estava farta disso. Cansada de tudo, de ficar sozinha nessa casa, de dormir e acordar do seu lado, eu cansei Naruto. 

 

Ela parou de falar. 

 

As palavras me rasgaram como uma faca afiada. 

 

Elas me cortam deixando as feridas abertas; expostas. 

 

E quando penso que ela não poderia ser mais cruel, Shion continua. 

 

— Eu te traí porque você jamais será homem suficiente para mim.  

 

Contudo sou incapaz de demonstrar fraqueza. 

 

Eu me ergui, descansando o copo na mesinha de centro e encarando a mulher que um dia foi o grande amor da minha vida. 

 

Hoje. Agora, tornando-se nada mais que uma simples mulher que fez parte da minha trágica história.

 

Dou passos largos até ela enquanto vejo seu corpo tensionar com a minha aproximação. 

 

Eu não avancei muito, o bastante para que ela pudesse me ouvir. Menma continuava parado, mesmo querendo quebrá-lo eu não me direciono a ele. Apesar de ser meu irmão e sua traição ter me afetado muito mais do que a de Shion, eu não quero mais perder meu tempo. Não mais. 

 

Os olhos verdes me encaravam com cautela, parecia ter medo do que eu estava prestes a fazer. Conseguia ver as perguntas se instalando na sua cabeça. 

 

“O que ele vai fazer?”

“Me bater?” Me matar”

 

Honestamente, eu também não faço ideia. 

 

— Você não pode me bater. — Sua voz sai em um grito de desespero e medo. 

 

Eu quase soltei uma gargalhada diante daquilo. 

 

Dou dois passos diminuindo a distância entre nós. Shion não recua, ela apenas me encara. 

 

— Querida, eu prefiro ter os braços arrancados do que tocar em você novamente — proferi descendo um pouco a cabeça. — Shion, você me dá nojo. — cuspi as palavras. 

 

Ela fica em silêncio como se estivesse bebendo das minhas palavras. Eu a vejo engoli-las com um gosto amargo. 

 

Eu continuo. 

 

— O meu maior erro, Shion, foi acreditar que você era diferente, eu fiquei encantado com sua beleza, com sua sinceridade, com seu jeito único de ser, quando nos revelamos para os demais eu pensei que havia encontrado o verdadeiro significado da palavra amor. Contudo, eu me encantei, me apaixonei, me deixei levar pela figura que eu criei de você, eu te desenhei no meu cérebro, porque a mulher que existia aqui. — Apontei para minha cabeça. — Merecia tudo, merecia  o mundo. Porque era mais fácil do que encarar a mulher que você é de verdade.  Eu me vi cego de amor por algo que eu havia criado, que eu havia inventado porque pensei que em algum momento da minha vida patética ao seu lado você se transformaria nela. A esperança de tê-la me fez levar você com a barriga. Só que agora eu vejo, eu sinto, você nunca será ela. Nunca chegara aos pés dela. Ninguém chegará. 

 

Eu fiz uma pausa encarando meu irmão. 

 

— Por mais que eu esperasse qualquer coisa vindo de você, devo admitir, você me pegou de surpresa. — Ergui o canto dos meus lábios enquanto sustentava nossos olhares. — Mesmo sendo o mais velho sempre gostou do que era meu, ‘huh? Entretanto, tome cuidado quando estiver fodendo ela e for o meu nome que sair em meio ao gemido, você sabe como é, é difícil esquecer o primeiro dono. Aliás, se forem se casar, não se esqueçam de me chamarem, eu quero ser o padrinho. 

 

Dito isso, eu saí pela porta. Deixando os dois plantados na minha casa e fui para o único lugar que eu poderia me descontrolar como um animal que está livre depois de anos enjaulado. 



 

Agora. 

 

Eu não sei por quanto tempo eu fiquei parado ali encarando-a, mas tenho certeza que foi demais. Tempo suficiente para lembrar-me do passado.

 

Sinto meu coração bater de forma violenta e meu tórax arder como se estivesse pegando fogo. Sinto minha respiração começar a se descontrolar e minhas mãos gelar frio.

 

Uma camada fina de suor cresce na raiz do meu cabelo. 

 

A raiva violenta volta com força. Contudo, lembro-me que ela está aqui. 

 

Eu não posso fazer isso. Não com ela aqui. 

 

Usando uma força sobrenatural eu viro meu rosto para Hinata, que encara Shion confusa. 

 

— Vamos subir, você precisa descansar. — Minha voz pareceu despertá-la e ela traz os olhos cinzas para mim assentindo devagar. 

 

Ignorando totalmente a sua presença eu passo por Shion como se ela fosse apenas um fantasma do passado. 

 

Um fantasma muito vivo. 

Hinata e eu começamos a subir a escada para o segundo andar, contudo, somos parados pela voz que chega aos nossos ouvidos. 

 

— Boa noite. 

 

O tronco da minha secretária vira no mesmo segundo. 

 

— Boa noite. — A voz de Hinata é seca, beirando a educação. 

 

Não preciso pensar muito para saber que Hinata juntou dois mais dois. Apesar da diferença de idade, eu sou muito parecido com meu irmão. Se ele fosse loiro, ou se eu fosse moreno, poderíamos dizer que somos gêmeos. 

 

— Olá, Naruto. — Ele disse se direcionando a mim. 

 

Virei o rosto e encarei. 

 

O cabelo estava mais curto e ele parecia mais magro, contudo, não havia nada. Era o mesmo que anos atrás. Apesar de achar que seus olhos ficaram mais negros, se é que isso é possivel. 

 

— Oi. — Usei o mesmo tom que Hinata. 

 

— Desculpe-me nos encontrarmos assim, pensei que estaria em um hotel, ou em outra casa. — Ele disse com preocupação na voz. 

 

Menma estava em pé na sala, segurava um copo de uísque e trajava apenas uma calça moletom cinza. A lareira estava acesa e o som estava ligado em uma música baixa, que por sinal eu só notei agora. 

 

Shion estava feito estátua ao seu lado nos encarando. Parecia que estava vendo um filme de terror. Com certeza não esperava me ver, ou pelo menos não me ver com uma mulher do lado. 

 

— Não se preocupe, eu não me importo, só peço que tenham decência. Temos visitas na casa — falei referindo-me a Hinata.  

Menma levou os olhos para Hinata deixando um sorriso pequeno se esgueirar pelos seus lábios. 

 

Aquilo me incomodou. 

 

— Então essa é a famosa Hinata Hyuuga. — O sorriso se ampliou. — Fico feliz de conhecê-la.

 

Hinata sorriu pequeno na direção do meu irmão, logo se virou para mim. 

 

— Podemos subir? Quero ligar para minha tia e ver como meus irmãos estão. — Havia um tom preocupado na sua voz. 

 

— Claro, vamos. — Virei-me novamente para os dois. — Boa noite. 

 

Não esperamos por respostas, seguimos para o segundo andar da casa onde ficaríamos longe deles. 

 

Onde ela ficaria longe deles. 

 

O silêncio que pairou sobre nós me incomodava. Alguns segundos atrás nós estávamos em harmonia e agora nenhum olhava para a cara do outro. 

 

Eu sabia que meu estado de leveza se esvaiu no momento que meus olhos caíram sobre Shion. Eu me transformava na minha pior versão quando ela estava por perto, o que havia se tornando recorrente já que eles haviam se casado e ela havia se tornado parte da família. Por isso eu os evitava a todo custo e embora já os vejo já não me afetava tanto, não esperava isso com ela por perto. 

 

Eu precisaria ser cauteloso se quisesse a Hinata do meu lado da forma que tenho agora. 

 

Assim que chegamos na sua porta eu a vi se virar para mim. 

 

Separei os lábios para pedir desculpa pela minha mudança de humor quando sua voz saiu mais rápido que a minha. 

 

— Se o senhor quiser, eu posso fingir que sou sua namorada. — Hinata disse de repente me fazendo arregalar os olhos. 

 

— Que? — Eu indaguei assustado. 

 

Devo estar louco. 

 

Os remédios, enfim, me fazendo alucinar. 

 

Todavia, Hinata repetiu. 

 

— Posso fingir ser sua namorada ‘pra eles não saírem por cima. — Ela faz uma pausa encarando a porta. — Já te contei que fiz teatro? 

 

Essa mulher é louca. 

 

Eu gosto. 

 

Eu gargalhei sem me conter. 

 

— A senhorita é uma figura, sabia?

 

Esbocei um sorriso sincero. 

 

— É sério, por dois anos. — Ela explica com animação na voz. — Você está olhando para a Branca de neve. — Hinata jogou as madeixas negras para trás encenando. 

 

Eu a observei dar risadas de si mesma. 

 

Era surreal como ela fazia as coisas ficarem mais leves. As duas pessoas que quebraram meu coração estão no andar de baixo e Hinata faz com que elas nem sequer tenham existido na minha vida. 

 

Enquanto eu a encaro percebo que algo dentro de mim está crescendo. Um sentimento bom, algo puro e genuíno. 

 

Um frio na barriga, um gelado na espinha. 

 

Meu coração está batendo de forma estranha. Ele está bombeando meu sangue, mas parece jogar felicidade para o meu organismo. 

 

Quando seus olhos pairam sobre mim eu sinto Hinata por todos os lados da casa. Ela estava em todos os lugares. 

 

Seu cheiro; seu olhar; sua essência se enraizando por cada cômodo da mansão. Eu a sentia sem nem ao menos tocá-la. 

 

Os cinzas se escureceram. Algo que eu nunca tinha visto antes. 

 

Os olhos gelados parecem quentes. 

 

Ela parecia lutar contra mil emoções ao mesmo tempo, e eu não estava diferente. 

 

Aéreo com seu olhar sobre mim eu nem percebo ela se aproximar. 

 

Eu paralizo no lugar como um adolencente nerd perto da menina mais bonita do colégio. Eu não sei o que fazer. O que falar. 

 

Tenho até mesmo medo de gaguejar. 

Ela semicerrou os olhos me analisando de perfil. 

 

Estranhamente sinto meu rosto quente. 

 

— Era você no bar aquele dia, não era? — Ela pergunta de repente me fazendo juntar as sobrancelhas em confusão. 

 

— Bar? Que dia? — Eu nem consigo formular uma pergunta concreta. 

 

No fundo, acho que instantaneamente sei do que ela está falando. 

 

De que dia e que bar ela está falando. 

 

Mas espero que ela me dê a confirmação. 

 

— Era sexta-feira, eu tinha acabado de sair de uma despedida de solteiro que eu não fazia ideia de quem era, minha formatura foi aquele dia, as meninas e eu decidimos comemorar e bebemos todas, até mesmo fumei um baseado horrível e depois eu me lembro de ir no bar do Sasuke, lembro também do Karaokê e do homem sentado no balcão me encarando. — Ela faz uma pausa respirando fundo enquanto eu sinto meu coração batendo na garganta. — Era você, não era? 

 

Seu corpo está a poucos centímetros do meu, quase posso sentir o seu calor em mim. Os olhos questionadores olhando meu rosto em expectativas. 

 

Boa parte de mim acreditava que ela nem sequer lembraria desse dia, ela estava bêbada e chapada, quais as chances de no meio de algumas centenas de olhos encarando-a, ela se lembraria justo dos meus?

 

Nunca cheguei a contá-la sobre isso, a verdade era que nunca contaria, porque foi ali, naquele bar, naquela sexta-feira que tudo começou. 

 

As palavras saem antes que eu pudesse contê-las. 

 

— Sim. 

 

Os olhos de Hinata brilham. Eu vejo o impasse de emoções acabar ali. 

 

Ela parece genuinamente decidida. 

 

— Posso tentar uma coisa que eu quis fazer desde o dia que te vi pela primeira vez? — Ela perguntou em excitação. 

 

Eu franzo cenho tentando parecer casual diante daquela descoberta. Entretanto eu apenas assinto. 

 

— Fecha os olhos. — Ela pede. 

 

Eu a obedeço ansioso pelo próximo passo.

 

Segundo depois eu sinto suas mãos em meus ombros. Ela usa um pouco de força se apoiando em mim e de repente, sua respiração bate contra a minha. 

 

Meu coração treme no peito batendo de forma rápida e violenta quando percebo o que de fato ela quer fazer. Quero abrir os olhos, mas sou incapaz de fazer o ato, o medo de ser apenas um dos diversos sonhos que eu já tive com ela me faz permanecer de olhos fechados aproveitando cada segundo daquele momento. 

 

Meu corpo tenciona no momento que ele entende o que ela está prestes a fazer, e o acontecimento me bate como um soco no estômago.

 

Porque Hinata Hyuuga acabou de juntar nossos lábios. 

 

Não é sonho. É a mais pura realidade. 

 

Ela é calma. Devagar. 

 

Parece querer explorar minha boca e eu faço o mesmo com sua. 

 

Meus dedos procurando por sua cintura e quando acho, eu a puxo para mais perto. Sentindo as pontas tocar sua pele das costas quentes como inferno. 

 

Hinata põe suas mãos no meu rosto e aprofunda nosso beijo. 

 

Ela morde, chupa e suga todo o meu gosto. Eu faço o mesmo com ela.

Um absorvendo o outro.

Quando sinto falta de ar eu me afasto um pouco.

Nossas testas coladas uma na outra. Respiração desregulada, o coração a mil.

Quando abaixei meu olhar Hinata tinha os lábios levemente inchados e um pouco vermelhos.

Os olhos cinzas em mim.

— Quem diria, que até mesmo os anjos têm seus planos perversos. — Eu disse ainda com as mão sobre ela. 

Hinata me lança um sorriso contido e eu noto suas bochechas vermelhas.

Afasto meu tronco um pouco e ergo minha mão colocando uma madeixa do seu cabelo para trás da orelha. 

— Se arrependeu? — Eu pergunto com cautela. 

O medo da resposta me faz congelar. 

— O senhor vai me demitir? — Hinata indaga. 

Eu nego rapidamente segurando o riso que está agarrado na garganta. 

— Então, não, eu não me arrependo. — Ela declara confiante. 

— Ótimo. Vamos parar por aqui antes que isso acabe na sua ou na minha cama. — Eu  respiro fundo soltando-a mesmo que o meu instinto seja jogá-la sobre os ombros e levá-la para o meu quarto como um homem das cavernas que eu sei que sou. — Boa noite, Senhorita Hyuuga.  

Giro a maçaneta da porta do quarto onde ela está ficando e a empurro, abrindo-a. 

Hinata entra e se vira para mim. 

— Boa noite, senhor Uzumaki. 

A porta se fecha. 

Eu fico parado segundos incontáveis  encarando a porta como se ela fosse abrir a qualquer momento. 

Apesar do turbilhão de pensamentos que me ronda, a única coisa que penso é como será pela manhã. 

 

 

 

 

 

 



























 

 



 

 




 

  





















 


Notas Finais


capitulo betado por: @hatakesaturn

até mais.
Com amor Alaskaros.


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