História Secrets Of a Dark Soul - Capítulo 5 - I missed you

- Eu estou cansada Alana - gritei aos prantos no banheiro feminino da escola - Não aguento mais!

- Eu sei meu armosinho - ela se aproximou me abraçando - Por favor Lice, conta pra sua mãe e da logo um fim nesse sofrimento - a voz angustiada de minha amiga deixava meu coração ainda mais apertado 

- Não posso Lana - funguei o nariz uma vez e me soltei de seus braços - Se eu contar a minha família acaba, entende ?

- Alice, esse garoto não é da sua família, ele é no mínimo um animal! - ela gritou

- Shiiiiiiiiu - tampei a boca dela com medo que alguém a escutasse, sequei meu rosto e prossegui - Se alguém escuta você, eu estou perdida - no momento em que terminei minha frase, a porta do banheiro foi aberta nos dando a visão de Victoria. Olhei assustada para Alana, com medo de que a garota pudesse ter escutado alguma coisa

- Oi meninas - ela disse simpática - Não te vi ontem Alice, estava doente ? 

- Não estava me sentindo muito bem - dei de ombros tentando agir o mais natural possível - Minha mãe preferiu que ficasse em casa 

- Deve ser algum tipo de virose, meu irmão também está doente - ela lavou as mãos e as secou

- Mande melhoras para ele - disse fazendo o mesmo que ela 

- Mandarei sim - ela sorriu e em seguida saiu do ambiente deixando que eu e Alana conseguíssemos respirar novamente 

- Será que ela ouviu alguma coisa ? - Alana perguntou receosa 

- Talvez não, ela teria dito alguma coisa - peguei a bolsa do chão  - Victoria não sabe disfarçar, nem mentir - nós duas saímos do banheiro mas eu não estava me sentindo muito bem para assistir as aulas, então, pedi para ir embora e a diretora, por incrível que pareça, me deixou ir sem questionamentos.

Fui caminhando até em casa, pensando em um jeito de não ter que contar a minha mãe o que se passava em meu quarto quase todas as noites e ao mesmo tempo fazer essas coisas pararem de acontecer. As opções eram quase nulas, mas havia uma que continuava martelando em minha cabeça, por mais que eu tentasse a deixar de lado e por mais que parecesse errado, ela permanecia ali, firme e forte. Como se fosse minha sombra.

- Meu anjo - a voz de minha mãe me fez despertar de meus pensamentos - Chegou cedo por que ?

- Me senti um pouco indisposta e a diretora me dispensou - sorri 

- Você não quer ir ao médico ? - ela perguntou se aproximando - Aliás, faz um bom tempo que não vamos ao médico não é mocinha ? - congelei 

- Mãe, está tudo bem, a Victoria me disse que o irmão dela está doente também deve ser alguma virose  - disse rapidamente 

- A Victoria foi para a escola hoje ? - Tia Tina saiu da cozinha um pouco confusa - Bernard me disse que ela iria viajar, por isso não poderia vir jantar aqui hoje 

- Não sei - disse confusa - O jantar não foi a alguns dias atrás ? - meu coração começou a bater em um ritmo acelerado só de imaginar que teria que me sentar na mesma mesa que Bernard, e fingir que estava tudo bem.

- Sim mas... - minha mãe deixou a frase no ar e olhou para a porta da cozinha, segui seu olhar e dei de cara com minha tia Abby parada me observando com um grande sorriso no rosto 

- Tia - corri até ela e a abracei - Minha mãe não disse que viria!

- Eu pedi que não falasse - ela me abraçou forte - Queria fazer uma surpresa para a minha bonequinha

- Senti tanto sua falta - uma lágrima ameaçou brotar em meus olhos, mas eu respirei fundo a desfazendo. Desfiz o abraço e dei uma boa olhada em minha tia.

Com 22 anos tia Abby era uma das melhores sub-chefes de um dos melhores restaurantes de Paris, e com a sua vida super ocupada nós sempre passávamos muito tempo sem vê-la, mas quando ela vinha sempre ficava duas ou três semanas, não era muito, mas já dava pra matar um pouco a saudade.

- Você está linda! - ela disse me olhando de cima á baixo - Justin deve ter muita dor de cabeça - as três moças deram risada, me senti um pouco sem graça por não ser verdade - Mas me conte você - ela me olhou - Namorando ?

- Minha filha não tem tempo para essas coisas - meu pai disse nos fazendo olhar para a porta 

- Ou você a faz pensar que não tem - ela disse rindo - Como vai o meu cunhado preferido ? - ela o abraçou feliz 

- Bem, e você ? Já engordou quantos quilos ? - ela deu um tapa leve em seu ombro e eu dei risada.

Gostava quando minha tia estava aqui, me fazia sentir mais segura afinal, ela dormia comigo quando vinha para cá e assim as visitas que tinha eram anuladas por um tempo. 

- Filha - meu pai se aproximou de mim - Posso fazer uma pergunta ? - assenti - Você não vai mentir para mim ? - neguei 

- Por que mentiria ? - perguntei 

- Você ainda fala com a Alana ? - olhei de canto para minha mãe que estava tão confusa quanto eu - Não minta, Alice

- Falo - disse como a um suspiro - Ela é minha melhor e única amiga pai, não conseguiria nunca parar de falar com ela - ele me olhou cauteloso 

- Eu estava pensando hoje, durante minha reunião, se você não fizer as mesmas coisas que ela, não vejo problema em serem amigas - meu sorriso foi algo tão espontâneo e grande que chegou a doer os cantos dos meus lábios

- O senhor está falando sério ? - perguntei o abraçando 

- Sim - ele beijou o topo de minha cabeça - E para provar, vou deixar você convida-la para o jantar de hoje - dei vários beijos em meu pai e fui para o meu quarto, liguei para Alana e contei a novidade e assim como eu, minha melhor amiga vibrou.

Será que as coisas vão começar a melhorar para mim ? 

- Alice - minha mãe entrou em meu quarto e me encontrou enrolada na toalha, deitada na cama enquanto lia uma das páginas de meu livro preferido "Um amor para recordar" sei que é algo muito antigo e amo o filme, mas o livro é algo que não me canso de ler 

- Oi - fechei o livro e me sentei 

- Queria saber se posso conversar com você um minuto meu amor - ela fechou a porta e caminhou até a cama se sentando ao meu lado 

- Claro, mãe - virei meu corpo me sentando de frente para ela, coisa que não deveria ter feito 

- Alice - ela olhou horrorizada para um dos meus seios, que ficou um pouco amostra conforme me movimentei - Onde você se conseguiu essa marca ? - ela passou os dedos no local e eu olhei.

Não havia me dado conta antes, mas na última visitinha de Bernard ele havia me deixado marcada, as minhas noites são tão horríveis que as marcas físicas são algo que não me importam, mas para minha mãe parecem importar. E muito.

Continua...