História Secrets of family - Você não mudou nada

Harley Quinn

-Acordei com um pouco de dor de cabeça, de tanto que bebi ontem, mas... Já estou acostumada. Me surpreendi ao ver que meu pudinzinho ainda está na cama. Ele sempre levanta antes que eu acorde.

-Bom dia, pudinzinho.  -Falei sonolenta e beijei sua bochecha.

-Se divertiu muito ontem, né?    -Ele perguntou sarcasticamente.

-Obrigada por concordar com a minha ideia.  -Falei sorrindo.

-Não se acostume.     -Ele disse e se levantou.

-Eu vi você e a Hera conversando ontem.   -Falei.

-Você estava bêbada.  -Ele disse.

-Mas isso eu vi muito bem. Sobre o que vocês estavam falando?     -Perguntei.

-Para de ser intrometida.     -Joker disse e beijou minha bochecha. Sorri e afundei a cabeça no travesseiro.

-Vocês são amiguinhos agora?     -Perguntei sorridente.

-Não.   -Ele disse sério.

-Ok, então.   -Debochei e sorri novamente. Nem acredito que minha plantinha e meu pudinzinho vão começar a se dar bem depois de tantos anos. Finalmente.

Bruce Wayne (Batman)

-Você tem certeza que quer voltar à ativa?    -Perguntei para Robin.

-Absoluta.  -Ele disse.

-Por acaso isso tem alguma coisa a ver com a Lucy?  -Perguntei.

-O que a Lucy tem a ver com isso?   -Robin perguntou irritado.

-Eu vi o jeito que você olhou para ela.     -Falei.

-Do mesmo jeito que eu olharia para qualquer pessoa que estivesse assaltando o banco.  -Robin disse.

-Sei.    -Debochei.

-Então é verdade? Robin está vivo e você nunca pensou em me contar?      -Thomas entrou gritando.

-Thomas, eu posso explicar.    -Falei.

-E o que você vai me explicar? Que você foi para ele o pai que nunca foi para mim? Parabéns. Pai do ano.  -Thomas gritou e saiu andando.

-Eu vou embora.   -Robin disse.

-Você não vai embora. Você está morando aqui agora e o Thomas terá que se acostumar com isso. Eu vou conversar com ele.        -Falei e fui atrás de Thomas.

-Thomas, espera!    -Gritei e segurei em um de seus braços.

-Me solta.     -Ele disse irritado.

-Eu ia te contar, mas...

-Mas não contou.  -Ele interrompeu.

-Thomas, eu só queria protegê-lo.     -Falei.

-Minha mãe sabia?  -Ele perguntou.

-Não. Só o Alfred sabia.     -Falei.

-Você não confia em mim?    -Thomas perguntou.

-Eu confio em você, Thomas. Agora. Antes nós não tínhamos uma boa relação.   -Falei.

-Por que será?      -Ele debochou.

-Olha, você é meu filho. E eu te amo. Já te pedi perdão por todos os meus erros. Robin é meu filho também. Não de sangue, mas... Mas eu o considero meu filho. Eu criei aquele menino. E eu me preocupo com ele.   -Falei.

-Você realmente não me conhece. Todos esses anos, e você ainda não consegue parar de mentir. Eu não ligo que o Robin seja seu filho. Eu não me importo. Eu só quero que você pare de guardar segredos de mim. Você diz que mudou, mas você não mudou nada. Você continua o mesmo. Por que eu não estou surpreso?  -Thomas perguntou sarcasticamente, com lágrimas nos olhos.

-Eu...        -Tentei falar mas não encontrei palavras. Ele está certo. Como eu vou rebater isso? Thomas me encarou com desgosto e foi embora.

Lucy Napier Quinzel

-Por que você está com essa cara?   -Hera perguntou me fazendo levar um baita susto.

-Droga, você me assustou.     -Reclamei. Ela sorriu e se deitou ao meu lado na rede.

-Não muda de assunto.  -Ela disse me fazendo revirar os olhos.

-Não estou com nenhuma cara.   -Falei.

-Você passou o dia deitada nessa rede olhando para o céu.     -Hera disse.

-Não posso mais pensar na vida?      -Perguntei sarcasticamente.

-Sabe o que isso parece? Uma pessoa apaixonada por uma pessoa que não quer estar.      -Hera disse e eu me levantei rapidamente.

-Você está delirando.     -Falei.

-Por que você ficou nervosa então?     -Hera perguntou.

-Eu acho que você está assistindo novelas demais.  -Debochei.

-Eu reconheço uma pessoa apaixonada quando eu vejo uma.     -Ela disse.

-Hera, eu não estou apaixonada.     -Falei.

-Lucy, você pode se abrir comigo.  -Hera disse. Me deitei novamente ao seu lado e respirei fundo.

-Talvez eu não esteja conseguindo tirar uma pessoa da cabeça. Mas isso não significa que eu esteja apaixonada.  -Falei.

-Ok. Posso saber quem é?  -Ela perguntou.

-Não.     -Falei.

-É o Robin?     -Ela perguntou.

-O que? Robin?     -Debochei e ela gargalhou.

-Lucy, Lucy... Irmão do seu ex namorado...

-Ele não é irmão do Thomas.     -Falei.

-Ele é filho do Bruce.  -Hera disse.

-Isso não o faz irmão do Thomas. Eles nem se conhecem. Além disso, não é filho de sangue.     -Falei.

-Então é o Robin?   -Ela insistiu.

-Eu não disse isso.   -Falei.

-Mas também não negou.  -Hera disse.

-Eu te odeio.     -Falei.

-Lucy, sangue não significa nada. Família é família. Você, por exemplo, é minha família.  -Hera disse.

-Eu sei.     -Falei.

-Então...

-Eu não estou apaixonada. Eu odeio ele. Eu acho que é por isso que ele não sai da minha cabeça. Eu estou tentando pensar numa maneira de mata-lo.   -Falei e Hera gargalhou.

-Do que você está rindo?  -Perguntei irritada.

-Você fica uma gracinha tentando negar seus sentimentos.       -Hera disse e se levantou.

-O que a gente faz para parar de sentir?     -Perguntei.

-Quem dera se eu soubesse.     -Hera disse e respirou fundo.

Hera Venenosa

-Olhei para a piscina e vi Joker e Harley se beijando. Ela está tão feliz. Eu amo vê-la assim.

-Para, pudinzinho!      -Ela gritou quando ele começou a fazer cócegas nela. E aí, ele parou e acariciou o rosto dela delicadamente. Ele sussurrou algo no ouvido dela, a fazendo gargalhar e o abraçar. Sorri com a cena e olhei para Lucy novamente.

-É impossível parar de sentir, Lucy. Não tem como mudar isso.      -Falei.

(Flashback on)

Hera Venenosa

-Levei um susto ao ouvir a campainha tocar. Quem é a essa hora? Fui até a porta e abri a mesma.

-Posso entrar? -Harley perguntou com lágrimas nos olhos e com um corte sangrando ao lado do olho esquerdo. Respirei fundo e assenti. Quando ela entrou, vi que está com uma enorme mancha roxa no braço direito e também em seu pescoço.

-Harley...

-Hera, por favor não briga comigo. Ok? Por favor.       -Ela falou entre lágrimas e soluços.

-Está com frio?   -Perguntei. Ela balançou a cabeça positivamente. Fui até o quarto e peguei meu edredom.

-Vem cá.  -Falei e me sentei no sofá. Ela sentou ao meu lado e eu a enrolei no cobertor.

-Você quer beber alguma coisa? Água? Um suco? Está com fome?     -Perguntei preocupada.

-Eu não quero ficar sozinha.     -Ela sussurrou chorando descontroladamente. A abracei fortemente e a coloquei deitada em meu colo.

-Você não está sozinha.  -Falei acariciando seus cabelos delicadamente.

-Você não está chateada comigo?    -Ela perguntou segurando o choro.

-Por que eu estaria chateada com você, Harley?    -Perguntei. Ela não respondeu.

-Eu não vou brigar com você. E eu não estou chateada com você. Eu prometo.  -Falei.

-Todo mundo sempre briga comigo.  -Ela disse deixando mais algumas lágrimas escorrerem. Como eu poderia brigar com ela? Ela já está triste e machucada o suficiente. Além disso, eu jamais conseguiria brigar com ela assim. Vê-la chorando me dói mais do que qualquer coisa nesse mundo. Nesse momento, ela só precisa de carinho, precisa de alguém que se importe com ela.

-Por que você não tenta dormir? Eu não vou sair daqui.       -Falei.

-Promete?    -Harley perguntou.

-Prometo.     -Falei.

-Obrigada.      -Ela sussurrou e se aconchegou em meu colo. Voltei a acariciar seus cabelos e apoiei minha cabeça no braço do sofá.

-Eu sempre vou cuidar de você, Harley.      -Sussurrei.

(Flashback off)

Harley Quinn

-Eu vou levar a Polly no parquinho.     -Falei e saí da piscina.

-Leva um capanga com você.    -Joker disse.

-Pudinzinho, só vamos ao parquinho. Você não acha que eu sei muito bem me defender?     -Perguntei sarcasticamente.

-Tá, Harley.  -Ele disse revirando os olhos. Pulei na piscina novamente e o beijei.

-Eu te amo.  -Sussurrei em seu ouvido e mordi sua orelha.

-Sai daqui, antes que...

-Que você fique excitado? Bom... Eu acho que você já está.  -Falei maliciosamente ao sentir seu membro duro. Ele revirou os olhos e eu gargalhei. Dei um selinho nele e saí rapidamente da piscina. Fui para o quarto, tomei um banho e coloquei uma roupa qualquer.

-Filha, vamos?  -Perguntei. Ela sorriu animada e pulou em meu colo. Então, saímos de casa e fomos andando até o parquinho.

-Frank Muniz?  -Gritei surpresa ao ver meu crush de infância vindo em minha direção.

-Harley Quinn? Como você sabe meu nome?     -Ele perguntou assustado.

-Você era meu crush na escola.     -Falei e ele sorriu sem graça.

-Eu não sabia que tínhamos estudado juntos.     -Ele disse.

-É... Eu mudei bastante.      -Falei.

-Desculpa por não lembrar.  -Ele disse e sorriu sem graça.

-Desculpa por te assustar assim, é que eu não esperava te ver.      -Falei.

-Muito menos eu.      -Ele disse.

-Mamãe, vamos logo.  -Polly disse e puxou meu braço.

-Desculpa, filha, vamos.     -Falei.

-Eu não sabia que a famosa rainha de Gotham saía por aí sozinha. Não é perigoso?    -Ele perguntou.

-É... Eu meio que rio na cara do perigo.  -Falei e ele riu.

-Foi bom te ver, Frank. Eu tenho que ir.      -Falei e saí andando.

-Posso ir com vocês?  -Ele perguntou.

-Frank, eu sou casada.     -Falei.

-Eu sei, Harley. Todo mundo sabe disso. Eu só quero ir como amigo.      -Ele disse.

-Tudo bem então.      -Falei e ele sorriu. E então, fomos caminhando até o parquinho. Ao chegar, Polly saiu correndo para o balanço. Me sentei no banco logo ao lado, e ele se sentou também.

-Você ainda joga futebol?     -Perguntei.

-Como você...

-Eu sabia tudo sobre você.     -Falei e ele gargalhou.

-Não, eu não jogo mais. Eu... É que meu pai queria que eu me formasse em direito, então...

-Então você desistiu do seu sonho?     -Perguntei.

-Tipo isso.   -Ele disse.

-Por que?    -Perguntei.

-Eu não sei.  -Ele disse.

-Você é feliz?  -Perguntei.

-Defina feliz.  -Ele pediu.

-Não tem como definir isso. A felicidade é diferente para cada um.     -Falei.

-Se eu soubesse que eu era seu crush... Eu teria feito diferente.  -Frank disse.

-Frank, você sabia. Eu ficava igual uma maluca atrás de você. Eu mandava cartinhas, presentinhos...

-Meu Deus, eu me lembro disso. Então essa era você? Você era insuportável.     -Ele debochou.

-Eu sei. Desculpa.  -Falei gargalhando.

-Você realmente mudou muito.    -Ele disse.

-Na verdade, não tanto assim... Eu continuo sendo a mesma insistente de sempre. Como você acha que eu me casei com o Joker?      -Perguntei sarcasticamente.

-Com certeza não foi só por causa disso que o Joker casou com você.  -Ele disse e eu sorri sem graça.

-E você continua esnobando as meninas?   -Debochei.

-Elas que me esnobam agora.     -Frank disse.

-Você meio que mereceu isso.  -Falei e ele concordou rindo sem graça. Ficamos jogando conversa fora e algumas horas se passaram. Olhei para o relógio e me assustei.

-Meu Deus, olha a hora. Está tarde.   -Falei e me levantei.

-Polly, vamos.  -Gritei. Ela veio correndo até mim com uma carinha triste.

-Já, mamãe?     -Ela perguntou.

-Como já? Ficamos aqui a tarde inteira, palhacinha. Eu prometo que vamos voltar outro dia.       -Falei e ela sorriu.

-Então... Agora é mesmo um tchau. Foi bom te ver. De verdade.     -Falei para Frank.

-Sabendo que metade da cidade quer te matar, você é bem mais legal do que eu imaginava.  -Ele disse e eu sorri.

-Sabendo que você me esnobou a infância inteira, você é mais humilde do que eu imaginava.     -Falei e ele gargalhou.

-Espero te ver de novo.  -Ele disse.

-Tchau, Frank.      -Falei de um jeito simpático e fui embora com Polly. Ao chegarmos, Polly foi correndo para o quarto e eu fechei a porta.

-Palhacinha, vai tomar banho!        -Gritei.

-Pode deixar comigo, Sra. Harley.     -Marina disse e eu assenti. Fui para o banheiro, tirei a roupa e entrei debaixo do chuveiro.

-Frank Muniz, né?  -Joker entrou sério de repente me fazendo levar um baita susto.