História Secrets of The Past - Capitulo 10

Acordei com os primeiros raios de sol em meu rosto. Demorei alguns minutos para me situar. Lembrei-me de ter vindo na tarde de ontem para o edifico Bexter, e de ter dormido na poltrona da varanda.

— Tentei te acordar, mas você dorme igual uma pedra — disse Johnny. Me entregou uma xicara de chocolate quente com o slogan “ I Love NY”.

— Obrigada por me aturar.

— Não é nenhum sacrifício te aturar.

Meu celular vibrou no bolso de trás da calça. Na tela, brilhava o nome “ALEX”. Assim que a chamada se deu por encerrada, desbloqueei a tela, várias mensagens estavam acumuladas esperando para serem lidas.

— Alex, de novo — murmurei.

— É normal, você não foi para casa ontem.

— Eu preciso resolver isso. — Digo confiante, como se eu fosse um gênio da lâmpada, onde meus desejos fossem realizados em um passo de mágica.

Johnny esticou a mão, nela havia um pedaço de papel branco. Nome e endereço.

— Eu conheço esse lugar, é um orfanato. — Franzo a testa intrigada.

— Usei o banco de dados do Reed. — Suspirou. — Seline Darty teve gêmeos. E estão no sistema.

— Como algo pode ter sido deixado passar pela S.H.I.E.L.D.? — Estava indignada. Como algo tão grande não teve nem um fio solto?

— Eles devem ter em torno de seis ou sete anos.

— Vou passar lá antes de ir para casa. — Me levanto ajeitando a manta em minha volta. — Continue com a tradução dos diários.

— Ainda não sei como conseguiu isso.

— Agradeça a invasão alienígena.

A construção antiga ocupava metade da quadra no Queens. A construção tem três andares, e por fora parece malcuidada, a tinta saindo, janelas quebradas, e calçadas esburacadas.

Passei pela porta de madeira que estava destrancada. O hall estava silencioso, sem nenhuma criança a vista. Parecia aqueles cenários de filme de terror. Virei à direita na sala de TV e segui reto pelo corredor a esquerda. A sala da diretora.

— Stra. Stark, seja bem vida. — A mulher levantou da sua cadeira preta me estendendo a mão. — Quando me ligou e disse que precisava falar comigo, não me veio nada em mente.

— É bom vela também, Stra. Mills. — Ela voltou a se sentar atrás da mesa de mogno. — Preciso que verifique se duas crianças estão ainda no sistema.

Percebi que ficou desconfortável com o que eu havia dito.

— Não sei se posso lhe ajudar com isso, Stra. Stark...

— Eu sei — prossegui rapidamente —, mas... eu só estou tentando protege-los de algo que está por vir. A mãe deles está sendo procurada pela polícia, e acho que ela possa vir atrás deles.

— Vou ver o que posso fazer — disse preocupada. — Mas não prometo nada.

Passei um envelope com todas as informações que eu tinha conseguido sobre Seline.

— Qualquer ajuda será bem-vinda.

— Pelo que ela está sendo acusada?

— Assassinato.

Encontrei com Steve no elevador enquanto subia e ele descia.

— Você sumiu, fiquei preocupado.

Realmente percebi seus ombros menos tenso após me verem entrar no elevador.

— Desculpa se o preocupei, precisei resolver algumas coisas — sorri para ele.

— Você parece cansada.

— Nem me fale. — Ele beijou minha testa e me abraçou. — É melhor eu subir e dormir um pouco.

— Também acho, nos falamos a noite.

Ele saiu do elevador vestindo a jaqueta de couro. O vi subir em sua moto antes das portas se fecharem completamente.

Quando as portas se abriram, fui bombardeada pelas perguntas e suposições de Alex.

— Você sabia que temos câmeras nos elevadores, certo? — Indagou.

Até aí eu não via problema algum.

— Steve Rogers e Margaret Stark, estão tendo um caso! — Ela praticamente gritou para a torre inteira ouvir. Praticamente pulei em cima dela tapando sua boca com a minha mão.

— Cala a boca, retardada!

— Quando você ia me contar isso?

— Talvez nunca, pois sabia que reagiria dessa forma.

— Eu sou sua irmã! — Colocou a mão sob o coração como se sentisse ofendida.

Segui para a cozinha deixando seu pequeno surto para trás.

— Volte aqui, Megan! — Correu para me alcançar. — Desde quando isso tá rolando?

Eu tinha que responder todas as suas perguntas, ou eu ficaria maluca.

— Estamos saindo há alguns meses. Nada muito sério.

— Você já falou isso para ele? — Abri a porta da geladeira para pegar um pedaço de bolo. Fiquei confusa com aonde ela queria chegar.

— Falei o que, Alex?

— Que para você não sé sério... — bufou quando viu que eu não sabia do que ela estava falando. — Eu vi o jeito como ele age perto de você, ele realmente está de cabeça nisso, mas se você não estiver... bom, eu não sei.

— Não quero falar sobre relacionamentos agora, Alex.

Não deu nem tempo de morder a fatia de bolo quando Nick me envia uma mensagem para ir a agencia.

— Hoje é meu dia de sorte. — Explodi. — O universo deve estar conspirando contra mim.

Tony entrou na cozinha com Dr. Banner. Olhei enfezada para eles.

— O que ela tem? — Questionou para Alex. A mesma deu de ombros.

— Vão todos pro inferno! — Talvez eu esteja um pouco irritada.

Voltei para o elevador — com o bolo em mãos. Peguei a moto da Romanoff, não estava com paciência para dirigir no trânsito de Nova Iorque.

Fui cortando os carros e ultrapassando sinais vermelhos, recebi buzinas em troca, mas no final cheguei na agencia. Entrei pela garagem subterrânea, passei minha digital e apartei o botão no elevador.

Alguns agentes me olhavam torto por eu ter voltado. Muitos fizeram parte da equipe que eu coordenava, mas no fim, eu acabava dispensando a maioria por não serem competentes. Saber que eles não gostam de mim não irá mudar em nada minha opinião.

Fury me recebeu em silencio como sempre, mas dessa vez ele tinha visita. Clint Barton.

— Passarinho.

— Filhote. — Sorri para ele, que veio me dar um abraço. — Foi ver a família?

— Quem dera. Fui ver Barney. — Disse ele. Clint apresenta estar bem abatido e cansado. Barney sempre foi um problema.

— Em que merda ele se meteu dessa vez?

— Em uma bem grande.

— Já colocaram o papo em dia? — Disse Nick ríspido. — Quero que supervisionem o treinamento da equipe ômega.

— Viramos babás agora? — Disse Clint sendo sarcástico.

— Vocês estão vendo algum sinal de que eu me importo? Pois então mecham-se.

Clint e eu saímos da sala do Diretor batendo os pés como duas crianças birrentas.

— Não acredito que ele vai me fazer trabalhar, sendo que nem meu ID ele devolveu.

Entramos na sala de treinamento dos novos recrutas. Eles agiam como se estivessem em um parque de diversões. Todos animadinhos e saltitando.    

— Eles sabem que estão aqui para serem espiões do governo, certo?

— Vamos descobrir isso agora. — Clint passou no meio de alguns recrutas para chegar até o tatame no centro da sala. — Espero que todos já tenham se aquecido, se hidratado e ido ao banheiro, porque a partir de agora vocês só saem daqui quando terminarem todo o programa que planejei.

Clint procurou meu olhar através dos futuros agentes. Eu ainda estava encostada na porta observando de longe.

— Vocês não estão mais na Academia da S.H.I.E.L.D., aqui vocês são agentes Nível 1, irão lidar com catástrofes inimagináveis, portanto, lidarão com civis assustados e que necessitam de proteção. Vocês se incumbirão de fazer isso.

— Porque eu daria minha vida por alguém que eu nem conheço?! — Uma recruta ao meu lado comentou com a amiga, que acabou concordando.

— Porque isso é o que fazemos aqui. — Ambas pararam de cochichar para me olhar torto. — Se não estão dispostas a isso, por favor, a porta está bem aqui.

Me afastei da porta para dar espaço para saírem.

— Carter, pegue mais leve com as novatas — disse Clint com ar divertido.

— A brincadeira de casinha e boneca acabou, pessoal. Isso aqui é a vida real, então se mecham e acordem para a vida. Vocês ainda tiveram sorte de ter a academia, na minha época, você só entrava se mostrasse seu valor. Não é à toa que vocês têm tudo de mãos beijadas hoje em dia.

— Conheçam Megan Carter, agente Nivel 9. — Recebi alguns olhares de reconhecimento e surpresa. — Perita em tecnologia avançada, luta corporal, armas brancas e armas de fogo.

Me aproximei ficando ao lado de Barton.

— Vocês irão retornar para a academia no final da semana, se algum de vocês não tiver o perfil que a S.H.I.E.L.D. precisa, estarão dispensados — falo sem piedade alguma.

Esse bando de criança mimada acha que podem enrolar a gente.

— Vamos começar com luta corpo a corpo em duplas — informou, Clint.

Logo eles foram se ajeitando. Eram no total de doze duplas, então teríamos que dividir doze para cada, caso contrário não daríamos conta de observar os erros de cada um.

Deixei com que Barton ficasse com a morena que deu um chilique mais cedo.

Suas técnicas eram ruins, a maioria nunca havia lutado antes. Em uma nova regulamentação, é obrigatório que todos os agentes saibam lutar e a se defender. Assim sendo, até os cientistas eram obrigados a fazer parte do treinamento.

— Barton! Carter! — Maria Hill entrou como um jato. — Tem um quinjet esperando por vocês.

— O que houve? — Hill não usava aquele tom frequentemente.

— Os agentes Sara, Brian, Dylan e Ana desapareceram durante uma missão na Rússia, acreditamos que estejam na Sibéria nesse momento.