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História Secrets Segunda Temporada - Capítulo XXXVIII


Escrita por: sweetcabello

Notas do Autor


Capítulo dedicado a Stella do grupo de Secrets!
Não tive a oportunidade de fazer uma revisão do capítulo, então desconsidere os erros até os mais gritantes.
Desculpem-me pela demora, estou tentando trabalhar isso, mas não sei como consigo demorar tanto.

Capítulo 38 - Capítulo XXXVIII


Camila POV

 

Acordar durante a madrugada já havia virado rotina, meu corpo muitas vezes não esperava minha pequena reclamar de fome e já despertava por si só, apenas para ter a plena certeza que estava tudo bem com aquele pequeno ser, para verificar se ela continuava a dormir tranquilamente. Bocejei assim que abri os olhos, ainda me sentindo sonolenta, Lauren abraçava minha cintura de forma protetora, sua respiração serena batia em meu pescoço e me dava a sensação de proteção e segurança. Na verdade, estar nos braços dela durante o sono me trazia os melhores sonhos, o conforto preenchia meu coração, trazendo-me uma paz inexplicável. O dia poderia ser agitado, corrido e estressante, seus braços sempre roubariam minhas preocupações, pois a forma que ela me olhava ou me acariciava me deixava desnorteada, e eu me sentia como se fosse única.

Com cuidado, eu retirei seu braço da minha cintura e coloquei um travesseiro em meu lugar, Lauren permaneceu imóvel, presa em um sono profundo, os cabelos espalhados pela cara e boca entreaberta davam-lhe um aspecto tão angelical, suspirei apaixonada e vesti meu roupão. Antes de ir ao quarto de Ana, entrei no quarto de David para ver como meu pequeno homem dormia, ele estava totalmente esparramado pela cama, usando uma meia toda branca, outra preta com desenhos do Sr. Cabeça de Batata e uma cueca samba canção com várias estampas do martelo de Thor, aproximei-me e sentei na cama com cuidado para não o acordar, seus cabelos estavam uma verdadeira bagunça, um emaranhado que parecia que nem um pente ou escova daria jeito. David era uma perfeita mistura entre Lauren e eu, e cada dia que passava eu sentia mais orgulho do filho que estava criando e tinha certeza que apesar das minhas constantes brigas e preocupações, muitas vezes desnecessárias, eu estava criando um verdadeiro cavalheiro.

- Mamãe ama tanto, você não faz ideia! – sussurrei, passei a mão por sua testa para tirar os cabelos da cara. Meu filho se remexeu, mas continuou em seu sono, contive a vontade de enchê-lo de beijos, ainda era madrugada e ele não acordaria de bom humor mesmo com inúmeros beijos, o mau humor matinal ele herdou de mim, também não gostava de ser acordada cedo, minha única exceção era para minha pequena ou caso meu filho adoecesse, o que aconteceu poucas vezes na vida. – Mama vai olhar a nossa pequena princesa, ela está quase para acordar com fome. – bocejei. - Continue preso em seus sonhos, eu te amo. – beijei seus cabelos e me levantei, indo direto ao quarto da minha filha.

No final do corredor, perto do quarto de visitas, entrei no quarto da minha menina. Anabella dormia tranquilamente, toda agasalhada para não passar frio. Seus cabelos eram negros como a noite e as pintinhas que ela tinha pelo corpo me deixava babando de como mesmo tão pequena, era parecida comigo.

- Mamãe veio verificar como meu pingo de gente está... – toquei em sua mãozinha, que estava agasalhada com a luva. Olhei para o relógio em cima da cômoda. – Está quase na hora de você reclamar de fome, meu anjinho. – o sono da minha pequena era tão tranquilo e parecia tão profundo, que chegava a me questionar como o corpo dela funcionava para despertá-la por causa da fome. Contive o ímpeto de pegá-la no braço, caso fizesse tal ato ela acordaria muito irritada, então continuei acariciando seu rosto, tocando delicadamente cada pedacinho dele.

Não demorou muito para que Anabella começasse a se remexer no berço, para depois um choro fino invadir o ambiente, seus braços e pernas se agitando a medida que o choro se tornava mais audível, curvei meu corpo e peguei minha filha no colo.

- Mamãe está aqui princesa. – direcionei-me até a poltrona, sentando-me em seguida nela. Minha filha continuava chorando, avisando que estava com fome. – Calma, meu amor... Calma!. – pedi. Removi meu roupão e elevei a blusa para que ela pudesse sugar meu seio e matar sua fome, seu choro só parou quando ela começou a mamar, seus dedinhos ainda agitados procurando minha mão para segurar. Minha filha sugava meu seio avidamente, alimentando-se do meu leite e eu nunca conseguiria pôr em palavras o significado da amamentação ou explicar da forma mais palpável o que era a dor e o prazer de alimentar um filho. Comecei a acariciar seus cabelos, minha filha olhava atentamente para mim, era nossa conexão. – Você é a coisa mais linda e mordível desse mundo. Está tão concentradinha em amamentar que parece que é o último leite do mundo... – minha pequena continuou até não ter mais leite, então com cuidado coloquei para que ela se alimentasse no outro, coisa que ela não demorou a fazer, sua pequena mão sempre procurava por meus dedos enquanto amamentava, seus olhos estavam começando a pesar novamente. Ela abria e fechava de forma serena, como se lutasse para não dormir. – Que dengo mais lindo... Mamãe é muito babona. Ainda está com fome? Meu Deus de quem herdou esse apetite todo? – brinquei. – Se herdou a fome da mamãe, vamos ter que quadriplicar a comida em casa, pois seu irmão e eu já somos bem esfomeados. – toquei seu nariz. – Mama Lauren vai enlouquecer com nosso apetite. – constatei, um sorriso bobo rasgando minha cara.

 

[...]

 

Lauren POV

 

Senti como estivesse atravessando um espelho, não, talvez a ideia de uma linha imaginária fosse mais adequada para o momento. Em um momento estava andando de bicicleta com meu filho, no outro fui atingida pela dormência do meu braço até que a consciência me sugou do mundo dos sonhos e o corpo lentamente atravessou a linha entre o dormir e o despertar. Meus olhos permaneciam fechados, mas a sensação de estar no mundo real se fazia presente aos poucos, meus sentidos ainda grogues diziam que estava na travessia e ainda se tentasse poderia voltar a dormir sem muitas dificuldades, então mexi meu corpo na busca de uma posição confortável para voltar a dormir, mas meu olfato captou um cheiro, deixando meu corpo em alerta. O cheiro de talco só poderia caracterizar uma única pessoa, girei meu corpo devagar e abri lentamente os olhos ainda sonolenta. A cena mais linda se fez presente e eu fiquei sem palavras por ainda não ter consciência se dormia ou se estava vendo uma pintura angelical. Camila estava deitada na cama, com a barriga para cima, e minha filha estava de bruços, dormindo em cima do seu corpo, a cabecinha dela estava deitada nos seios de Camila e o corpo encolhido em sua barriga. Minha mulher estava hipnotizada, apenas olhando nossa filha dormir enquanto acariciava suas madeixas negras.

- Bom dia. – minha voz saiu entrecortada e muito mais rouca que o comum.

- Bom dia, meu amor. – cumprimentou-me assim que girou a cabeça em minha direção. – Dormiu bem?

- Sim... Dormi muito bem e acordei achando que estou no céu, pois tem dois anjos em minha frente. – um sorriso rasgou o rosto da minha mulher. Arrastei meu corpo para mais perto dela. – Ana chorou muito? – questionei. Geralmente conseguia acordar com o choro da minha menina, acabei por estranhar não ter ouvido nada.

- Eu despertei um pouco antes dela acordar, meu corpo acordou sabendo que logo ela reclamaria de fome. – explicou. – Quando ela começou a chorar, eu já estava grudada no berço. – acariciou os cabelos de nossa pequena, seu corpo subia e descia tranquilamente junto com a respiração da minha mulher. - Ela amamentou e eu fiquei sem querer deixá-la no berço de volta, então como o dia já estava clareando, eu meio que perdi o sono e a trouxe para cá e estou babando desde então. – não contive meu sorriso. – Ela parece estar sonhando algo legal porque esse sorrisinho contido não larga a cara dela e só me dá vontade de morder.

- Não diz isso... – resmunguei, enfiando minha cara na cama. – Eu acordando e vendo essa cena, só tenho vontade de encher vocês de beijos e mordidas. – resmunguei, minha voz saindo abafada por estar ainda com a cara enfiada na cama.

As horas voaram sem eu perceber, Camila e eu ficamos conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo, Anabella permaneceu dormindo em seu colo. Nós falamos sobre a escola de David, sobre as aulas de futebol e a volta para as aulas de violão, sobre a proximidade do natal e do ano novo, sobre uma possível visita a minha mãe. Eu estava tentando loucamente conseguir dois dias de folgas no meu serviço, mas sempre no fim do ano o escritório virava uma loucura, e isso me fazia achar que as pessoas aproveitam o espírito festivo do dia de ação de graças, do natal e do ano novo para processar, para se divorciar, para entrar com ações judiciais e por aí vai. Camila e eu trocamos ideias sobre onde passaríamos as férias, por mim não viajava, mas Camila estava com a ideia fixa na cabeça de irmos para Espanha, isso acabou gerando muita discussão, caretas e rolada de olhos e cara feia por parte das duas, até que chegamos ao consenso de discutir esse assunto depois, pois só estávamos nos estressando e acabaríamos acordando nossa filha. Por volta das sete horas uma Normani muito eufórica, segundo Camila, ligou para minha mulher e disse que queria dar um pulo em nossa casa, então ligou apenas para verificar se já estávamos acordadas.

- Amor, atende a porta, por favor... – pediu assim que o som da campainha se fez presente, Camila continuava deitada, mas já tinha colocado Ana na cama, a posição anterior havia ficado desconfortável. – Normani deve está louca. – resmungou quando a campainha soou novamente, duas vezes seguida. Anabella mexeu os bracinhos e virou o rosto. – A tia Normani está muito apressada com a fofoca, princesa. – levantei da cama e vesti a minha calça de moletom, espreguiçando meu corpo para ver se a preguiça e o sono siam de mim. Direcionei-me até Camila e beijei sua testa, saindo em seguida do quarto.

No corredor encontrei com David saindo do seu quarto, usava apenas meias diferentes e uma cueca samba canção. Seus cabelos estavam totalmente rebeldes, ele estava fechando a porta do quarto, seus olhos fechados indicando que parecia ainda dormir, e coçando sua intimidade.

- Dormir e coçar, vida boa! – caçoei dele, David abriu os olhos assustado e retirou a mão rapidamente, suas bochechas corando violentamente. – Bom dia, campeão. Levantou cedo para um sábado!

- Acordei com essa campainha irritante. – resmungou quando a campainha tocou novamente. – Bom dia, Mama Lauren.

- Sua tia Normani que resolveu torrar nossa paciência logo cedo. – informei. – Escove seus dentes e vista uma calça e coloque uma camisa. – ele olhou em direção a porta do meu quarto e depois para a porta branca, do quarto da irmã.

- Vou só dar uma olhada na Batatinha.

- Sua irmã está aqui com sua mãe, vou abrir a porta para a Normani, vá fazer o que eu disse e depois pode ver sua irmã, sua tia vai subir e não quero que lhe veja nesse estado deplorável. – David olhou para baixo e depois girou o corpo.

- O que foi? – perguntou.

- Você está só de cueca e assanhado, sem contar na cara cheia de remelas... Passe um pente nos cabelos e lave o rosto, por favor.

- Sim senhora. – acenou, e voltou a entrar em seu quarto. Desci as escadas rapidamente, já não aguentava mais ouvir a campainha.

- Eita! Já era hora. – Normani resmungou assim que abri a porta.

- Não demorei nem dois minutos. – rolei os olhos. Ela agitou a mão desdenhando do que falei.

- Não importa mais. – aproximou-se e beijou minha bochecha direita e depois a esquerda. – Bom dia, pãozinho. – arqueei a sobrancelha sem entender aquela atitude tão doce. – Cadê a Mila, tenho uma coisa para contar e quero que seja na presença das duas.

- Ela está... – nem terminei de dizer, Normani olhou para a direção que apontava e começou a subir as escadas, deixando-me falando sozinha, bufei. Fechei a porta e subi, curiosa para saber qual era a fofoca do momento para deixar minha amiga elétrica.

- Vem logo. – resmungou do topo da escada, bufei e comecei a subir, Normani sumiu da minha vista seguindo o corredor e indo até meu quarto.

Assim que entrei no quarto vi Normani deitada na cama com os olhos vidrados em Ana, seus dedos totalmente receosos acariciavam minha filha com uma devoção inexplicável. Seu sorriso beirava entre uma alegria e um choro e aquilo me preocupou, pensei em questionar o porquê estava daquele jeito, mas ela se pronunciou antes.

- Ela é tão linda, tão pequena e frágil... Só em tocá-la tenho medo de quebrá-la. – fungou, apesar de ainda está com o sorriso no rosto. – Eu fico me perguntando se serei uma boa mãe toda vez que vejo como o David é, vocês criaram aquele garoto de uma forma invejável... Quando eu olho Anabella me bate um medo, um desespero na verdade de não saber ler nenhum sinal que ela transmita, mas também a vontade de ser mãe desabrocha em meu ser e eu me sinto sufocada por ainda não ser mãe...

- Não se pressione. – Camila murmurou. – Vai acontecer no tempo certo. – acariciou o rosto da amiga, eu continuei parada, encostada a porta apenas contemplando a cena. – E você será uma mãe espetacular e sempre terá a nossa ajuda.

- Assim espero. – olhou para mim, depois para Camila e voltou a focar os olhos em Ana. – Porque estou grávida!

- O quê? – perguntei com a voz mais alta que o comum, assustada com a revelação, mas tapei minha boca rapidamente quando vi Anabella se remexer na cama. – Desculpa. – pedi a Camila que me olhou feio. – Explique isso.... – voltei meu olhar a minha amiga.

- Sabe... Guilherme e eu estávamos tentando há algum tempo. – sorriu tímida. – Eu estava começando a cogitar procurar um especialista para ver tinha algo errado em mim ou nele... – acariciou os braços de minha filha e voltou o olhar para mim. – Eu fui a última do grupo a conseguir um namorado sério, a última a casar, a última a decidir dar esse outro passo em minha vida e ter um filho e fiquei um bom tempo assustada por achar que que algo estava errado... Eu nunca disse nada porque já ouvia constantes piadinhas por vocês, principalmente da Dinah. – rolou os olhos. – Agora eu vou ser mãe! – seu sorriso cresceu, contive a vontade de me jogar em seus braços, isso acordaria minha pequena. Caminhei em sua direção e puxei seu corpo da cama para poder abraça-la fortemente.

- Parabéns amiga... De uma forma ainda não oficial você está entrando no clube das mães!

- Obrigada.

- Como o Guilherme está reagindo a isso?

- Melhor que eu... Eu ainda estou em estado de choque, sem acreditar... Ele já ligou para os pais e para seus melhores amigos. – riu ao relatar. – Está tão eufórico que não duvido se aparecer com uma tatuagem dizendo que será pai.

- Vocês merecem. – a voz de Camila soou atrás de mim, afastei-me para que minha mulher pudesse abraçar nossa amiga. – Parabéns Mani e bem-vinda ao clube, você vai se sair bem e sempre terá nossa ajuda. – acariciou os cabelos da minha amiga antes de se afastar.

- Ainda bem porque não sei nem para onde vai, ainda hoje tenho medo de pegar Anabella no colo e ela se desmanchar. – Camila e eu rimos da nossa amiga.

- Vai ficar tudo bem. – Camila e eu dissemos ao mesmo tempo e nos encaramos com um misto de surpresa e cumplicidade.

- Afê. – Normani resmungou. – Essa conexão que vocês têm me dá nojo. - Camila e eu gargalhamos mais alto, parando apenas quando Anabella resmungou, nossa amiga aproveitou para nos olhar com uma cara nada amigável por termos quase acordado a pequena. Camila beijou seu rosto e voltou para cama, deitando perto de Ana, Normani deitou do outro lado e eu me ajeitei na ponta da cama.

- A tia Normani está carregando um amiguinho para você brincar... – acariciou sua barriga e fungou. – Espero que meu bebê seja tão esperto e lindo como você e David.

Duas batidas na porta chamaram nossa atenção, Camila disse que podia entrar, já sabendo que era Davi querendo permissão. Nosso filho entrou todo sorridente, ele estava com os cabelos molhados indicando que acabara de sair do banho, ele usava uma bermuda vermelha, uma camisa regata branca, calçava uma Nike branco cano baixo com meias azul com estampas do rosto de um ET verde, suas meias estavam puxadas até o joelho.

- Garoto as vezes você se veste como seu tio Troy e isso me dá medo. – resmunguei.

- Isso também é a cara do Siope, cruzes... – Normani resmungou. – Um verdadeiro assassinato a moda.

- Bom dia para vocês também... – resmungou, colocando as mãos nos bolsos da bermuda.

- Vem cá meu amor. – Camila chamou. – Você está lindo!

- Você está lindo... – imitei a voz da Camila.

- Às vezes você é mais criança que seu filho. – Normani sussurrou, apenas dei de ombros e vi meu filho se aproximar e beijar minha mulher.

- Ana ainda dorme? – ele perguntou ainda agarrado a mãe, Camila concordou em um aceno.

- Cadê meu beijo e meu abraço? – reclamei. – E dê um enorme beijo em sua tia também. – informei. David deu a volta na cama e me abraçou, lotando minhas bochechas de beijos. – Que garoto cheiroso... – apertei meu abraço para que ele não fugisse e comecei a cheirar seu pescoço, David se contorceu tentando fugir por causa das cócegas. – Mas é muito cheiroso. – beijei sua bochecha e seu pescoço antes de soltá-lo. – É lindo demais meu filho. – constatei orgulhosa. – Também, só podia ser sendo meu filho e da Camila!

- Baixa a bola, Lauren. – Normani resmungou antes de receber um beijo e um abraço de David. – Sua mãe é uma babona, não deixe os elogios constantes dela aumentar seu ego. – falou baixo, David concordou com a cabeça. – Agora... – elevou um pouco a voz, visivelmente animada com o que ia falar. – Tenho uma surpresa para contar. – David arqueou a sobrancelha esperando que ela prosseguisse. – Você vai ganhar mais um amigo ou amiga... – seu sorriso era enorme, mas meu filho não pareceu entender o que aquilo significava, ele girou a cabeça para o lado e levantou a sobrancelha de forma inquisitiva. – Sua tia vai te dar um primo ou prima. – indicou com a cabeça sua barriga. – Eu estou grávida.

- Parabéns! – David deixou seu corpo cair sobre a Normani em um enorme abraço. – Agora Anabella vai ganhar um amiguinho, aposto que vai ser uma menina. – disse. – Tio Guilherme deve está louco de felicidade...

- Ele está e como está!

- Vai ser muito amado, sendo menina ou menino. – meu filho disse e deu um beijo delicado no rosto da minha amiga. – Agora – virou o corpo em direção a irmã. –, eu quero dá um singelo beijo nessa coisa mais gostosa, que o irmão ama! – ele abaixou o corpo e colocou parte do corpo na cama, beijando lentamente a irmã. – Cheiro de bebê. – falou baixo. – Bom dia, bonequinha. – observar aquela cena enchia meu coração de orgulho e amor, não tinha nada mais satisfatório do que está reunido com a família em uma bolha de amor.

 

[...]

 

Camila POV

 

Os dias passaram em uma perfeita normalidade, Lauren estava na garagem colocando os instrumentos no carro para levar David e os amigos para a casa de Seth para que pudessem passar a tarde lá ensaiando. David estava no quarto conversando com os amigos, Anabella estava no quarto dormindo e a babá eletrônica estava ao meu lado enquanto eu estava na cozinha conversando com Austin sobre uma possível reunião entre os sócios. Depois que Lauren deixasse as crianças ela voltaria para me buscar, pois iríamos almoçar na casa da Taylor.

- Não sei, você tem que ligar para a Ari. – disse a Austin, caminhava despretensiosamente pela cozinha. – Daqui a dois meses está ótimo... Eu deixo a Ana com Lauren e David... Não... Como eu disse, se for por dois dias eu acho que consigo viajar, mas só se for daqui a dois meses... – Rachel entrou no ambiente, a cara emburrada, ela se assustou quando me viu e mudou a fisionomia rapidamente. – Austin, eu posso te ligar mais tarde? Certo, tchau!

- Eu só vim pegar uma água... – disse rapidamente, mas era visível que ela estava sem jeito por ter me visto ali.

- Aconteceu algo? – perguntei.

- Não... – negou, abriu a geladeira e pegou uma garrafinha de água. – Quer dizer, eu saí da banda.

- Por que? – perguntei assustada, mas ela não respondeu. - Os meninos fizeram alguma coisa? – questionei desconfiada, ela negou com a cabeça. – Então o que te chateia. Algo aconteceu para você querer sair...

- Está tudo bem tia Camila. – sua voz saiu quase como um sussurro.

- Não precisa ter vergonha. – tentei mais uma vez.

- É que... É... – ela parecia receosa. – Eu fui no quarto da Ana vê como ela estava e quando voltei ao quarto do David ele estava falando ao Jack sobre o beijo que deu na Anna, filha da Veronica e da Lucia.

- Ele disse que beijou a Anna? – perguntei intrigada, já com um sermão na ponta da língua por ele estar mentindo.

 - Ele disse que ela o beijou, mas... – a frase não foi concluída.

- Você gosta dele? – tentei soar desinteressada na resposta.

- O quê? – sua voz se elevou um pouco assustada. – Não... – negou veemente com a cabeça. – Claro que não, o David é só meu amigo e eu fiquei chateada porque... Porque... Porque ele não me contou antes. – argumentou.

- Entendo. – disse compreendendo a situação, sorri internamente para a cena que eu via.

- Ele gosta dela? – ela perguntou de súbito.

- Não... – aproximei-me dela e rodeei seu ombro com meu braço, levando-a para sentar. – David só tem dez anos, ele é uma criança e ainda não sabe o que é gostar... – sentei e puxei a cadeira ao meu lado para que ela sentasse. – Minha mãe sempre dizia que homens amadureciam mais tarde que as mulheres e nunca entendi muito bem isso o que significava até me tornar adolescente... – ela me encarou confusa. – O que eu quero dizer é que David não pensa em garotas.

- Ele gosta de garotos? – perguntou.

- Não... Quer dizer, eu não sei.

- A senhora está me confundindo.

- Eu sei, desculpe-me. - pedi. - O que eu quero é dizer é que meu filho ainda não pensa em garotas e nem em garotos. Ele é uma criança que só vê as outras crianças como amigos e nada além disso... Eu não quero defendê-lo e dizer o que eu não sei sobre esse beijo ou o porquê ele não contou a você, mas acredito que não tenha sido algo significativo... Tanto que toda vez que ele toca no assunto ele fica extremamente vermelho e sem jeito. – tentei explicar sem saber se ela estava compreendendo o que eu estava falando. – O que eu quero dizer... – parei de falar assim que David entrou no ambiente, ele entrou com as mãos nos bolsos e com a cabeça baixa, encabulado. Ele abriu a geladeira e pegou uma garrafinha com suco de amora.

- Rachel. – falou baixinho. – Eu queria pedir desculpas por não ter dito primeiro a você sobre o beijo, eu acabei esquecendo... – a garotinha ao meu lado abriu a boca, mas ele gesticulou para que ela ouvisse. – Você é minha melhor amiga e eu deveria ter contado primeiro a você, desculpa por isso... Eu sei que você disse que não quer fazer mais parte da banda, mas sem você não há banda... Lembra? – olhou para ela.

Ela continuou a fita-lo, sem dizer nada. David estava sério e apreensivo ao mesmo tempo.

- É nosso sonho ser estrelas do rock e se eu não posso dividir esse sonho com minha melhor amiga, não é mais divertido. – Rachel tentou falar, mas David a interrompeu. – Deixe-me terminar, primeiro. Eu sei que errei e peço desculpas, mas eu quero você de volta... Se você voltar eu prometo brincar de casinha com você, melhor... Eu... Eu... Eu te dou um dos meus carrinhos em miniatura, você pode escolher qualquer um... – arregalei os olhos, David tinha uma paixão absurda por aqueles carrinhos além de um ciúmes exagerado. – Eu só quero você de volta na banda, sem você não tem graça. – colocou um biquinho na cara, olhei de soslaio para Rachel e sabia que aquele bico tinha sido um golpe baixo, eu fazia igual quando queria algo da Lauren.

As sobrancelhas da ruivinha ao meu lado se enrugaram, mas ela continuou a olhar para meu filho silenciosamente.  

- O que acha?

- Tudo bem. – cortou o silêncio. – Mas com uma condição.

- O que você quiser... – seus olhos estavam brilhando em expectativa.

- Eu quero que quando brincar de casinha comigo seja o marido que trabalha como bombeiro, papai Peter me deu dois kits de profissões para minha coleção. Agora além do médico, do engenheiro tenho o de bombeiro e de policial. O de bombeiro vem com o capacete e a capa de bombeiro, o de policial tem o quepe, as algemas, o distintivo e a capa de policial. – explicou animada.

- Por que eu não posso usar o de policial?

- Porque eu serei a esposa que trabalha na polícia. Serei detetive, já tenho um bloquinho e uma caneta para as anotações, só falta a carteira do FBI.

- Tudo bem... Você volta para a banda? – ela acenou com a cabeça, o sorriso do meu filho se alargou, Rachel se levantou da cadeira indo em direção a ele.

- Você falou sério quando disse que me daria um carrinho da sua coleção?

- Sim. – disse de forma tímida. – O carrinho que você quiser! – reafirmou.

- Pois eu vou te dar uma boneca bebê da minha coleção.

- Ótimo, preciso de uma boneca para treinar, tenho que ser um bom pai quando formos brincar... E na vida real também. – os dois se abraçaram. – Bem-vindo de volta a banda!

- Hey... Você nunca disse que queria uma boneca. – constatei.

- Nunca pareceu interessante. – respondeu. – Agora que tenho uma irmã preciso de uma para aprender a cuidar melhor da Anabella e também para saber como brincar para quando a Batatinha me chamar. – deu de ombros e saiu da cozinha em um abraço lateral com sua amiga, sorri embasbacada. David Cabello-Jauregui sempre conseguia me surpreender e me deixar mais orgulhosa. 


Notas Finais


Estou com receio de como ficou esse capítulo, então sejam honestos. Como estamos?


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