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História Sedentos - VI - Inferno


Escrita por: Wrestlery

Notas do Autor


F.É.R.I.A.S! Gzus, eu tô radiante hj! Vou postar mais um cap, se der! Finalmente tô de féria, porra! Bom... agora os capitulos sairão diariamente.

Boa leitura, meu povo que come pão com ovo!

Capítulo 6 - VI - Inferno


Fanfic / Fanfiction Sedentos - VI - Inferno

 

XXX, XXX, 10h47min 

Sakura Haruno 

Segundo o cristianismo, Deus criou um anjo para servir às suas intenções. Jesus Cristo era seu filho de sangue, o onipotente, onipresente, sua reencarnação. Lúcifer fora o anjo criado e, também, o mais belo dentre todos. Sua beleza era inumana, inalcançável, inimaginável. Serviu Deus por muito tempo, entretanto a vaidade começou a invadir seu, até então, puro coração. Na visão de seu único superior, aquilo era um pecado, o primeiro pecado. Lúcifer se tornou um anjo caído, isto é, foi mandado para o mundo das almas corrompidas e, lá, se tornou um líder; o líder das trevas. Jesus Cristo subiu mais aos céus, considerado o verdadeiro e único filho de Deus, pois não tinha pecados. Lúcifer se corrompeu na vaidade mais e mais, seu pecado era querer ser igual ao homem. Então, enquanto Jesus Cristo prega os ensinamentos amorosos e 'corretos', o Demônio corrompe as almas 'atrativas'. 

***

Afundei a cabeça no travesseiro, inalando o cheiro de perfume em meu quarto — o cheiro de Sasori — e deixando o sono tomar conta de mim, entregando-me mais uma vez à ele. 

***

Ele sorriu, um sorriso carregado de deboche. Um sorriso que me hipnotizava, de certa forma. Seus cabelos longos se espalhavam pelo traje que mais parecia uma fantasia. Mas não era; não naquele contexto. Era real, era certo. Se levantou do trono e ajeitou a capa vermelho-sangue mais uma vez, se aproximando de mim.
"Como pode ser tão ingênua?" 
Aquela pergunta ecoou pela minha mente, mas levando em consideração o seu sorriso ludibriante, não fui nem capaz de abrir a boca para responder. Suas mãos agarraram minha cintura, puxando-a. Seu corpo estava colado ao meu, mais uma vez. Suas presas começaram a crescer, enquanto ele abria a boca lentamente. Os olhos que antes era negros, estavam vermelhos e cintilantes.
Era um castelo muito bonito. 
Definitivamente.
Definitivamente não dava para pensar em outra coisa, à não ser a terrível dor de ser mordida. Ter meu sangue sugado de meu corpo era catastrófico. Empurrei-o, com forças que eu não me recordava ter. 
"Gosto de você assim, Lefkó", murmurou, se aproximando mais. "Apesar de tudo, seu sangue continua... assim. Indescritível".
Me afastei, trêmula. 
"Me deixe em paz!"
"Você sabe que estes teus pedidos não são ordens, não sabe? Sabe que eu não irei fazer isso, não sabe?", ele se aproximava mais, enquanto eu me afastava. "Poupe meu tempo, Lefkó, este salão é muito grande".
Então eu saí correndo. Meus saltos se chocavam contra o chão, causando barulhos que eram superados por sua risada que ecoava em todo o imenso salão. Entrei na primeira porta que tomou minha visão e olhei para trás, conferindo se ele não estava vindo. E foi rápido demais, meu corpo foi de encontro ao chão. 
"De novo, querida?", a voz do ruivo se sobressaltou, logo que ele estendeu a mão para mim. 
Sem hesitar, segurei-a e fui puxada para cima. 
"Querida?", repeti, indignada. 
Segurei uma risada quando ele revirou os olhos. 
"Lefkó, Lefkó... Eu sei que estás aí." 
Meu corpo travou e eu apenas consegui olhar para a cara do ruivo que, em um ato rápido, segurou minha mão e me puxou corredor à frente. Nós corríamos, e eu não sabia exatamente do quê. Saímos do castelo, ficando sob uma ponte. Olhei para baixo e arregalei os olhos, vendo um mar de sangue. 
"Sasori... o que é isso?!"
Ele me encarou profundamente, segurando minhas duas mãos.  
"São os nossos pecados, Sakura." 

***

Gritei, aterrorizada. Sentada, abri os olhos, vendo uma total escuridão. Olhei ao redor, vendo móveis antigos de origem Grega. Pisquei inúmeras vezes, esfregando meus olhos; aquilo não podia ser real. Aonde diabos eu estava?! Levantei em um pulo, correndo até as janelas com grades minusculas, que me impossibilitavam de ver um mosquito que passeava pelo lado de fora. A porta foi aberta em um solavanco, fazendo meu corpo tremer e dar um giro de 180º.
— Finalmente você acordou... — falou o moreno à minha frente. 
— Finalmente... eu acordei? — repedi para mim mesma, mas ele bufou. 
— Às vezes eu acho que você tem algum problema de dicção, Mortal. 
Bati o pé e cruzei os braços, emburrada. Era bizarro ver o homem cujo eu convivi metade da minha vida me chamando de "Mortal", pelo menos essa palavra ele poderia riscar de seu dicionário. Itachi adentrou o quarto e deixou uma bandeja em cima da cama, que continha um cacho de uvas e uma garrafa. 
— Vai ficar aí, parada? 
Ergui uma sobrancelha, descruzando os braços e arriscando-me à dar um passo para frente.
— É pra comer?
Ele revirou os olhos e bateu uma mão na testa, como se tivesse decepcionado. 
— Não, é pra contemplar. 
— Oh, obrigada, Jesus! — Ergui os braços para o céu. — Já está bom? 
— Você e seus problemas mentais... — comentou, me puxando para a cama. 
Ele não fez nada, apenas empurrou a bandeja e continuou sentado ao meu lado, esperando eu comer. Ruborizada, levei uma uva à boca, queimando sob seu olhar penetrante. 
— Sabe... Haruno, você acredita em algum Deus? — perguntou, parecendo bem interessado. 
Abri a boca, mas não consegui reformular uma resposta. A verdade era "não", mas, como todo ser humano miserável, eu tinha medo de dizer isso. Então, com um simples aceno de cabeça, confirmei. 
— Interessante... Qual é o seu Deus?
Dei de ombros. 
— Qualquer um, desde que pregue o bem — enfiei mais uma uva na boca, vendo-o se deitar sobre o travesseiro, deixando uma parte à mostra de seu abdômen. 
— Defina "bem".
Revirei os olhos, Itachi era burro, não era possível.
— Bem... Oras, Itachi, bem! Ajudar as pessoas, ao envés de machucá-las!
Olhei bem em seus olhos ao dizer "machucá-las", como se eu pudesse fazê-lo perceber que me machucava. Mas a única coisa que o Uchiha fez foi rodopiar sobre a cama, ficando mais perto de mim. 
— Para mim, prazer é um bem — concluiu, sorrindo de canto. — O seu Deus não mostra o prazer.
Dei de ombros. Aquela conversa já estava ficando estranha, por mais que eu quisesse entendê-lo, meu medo era maior. O homem se levantou, parando à minha frente. Em um movimento brusco, arrancou a bandeja de minhas mãos tremulas e empurrou-me no colchão, sentando-se em cima de mim, de forma que ficasse uma perna sua de cada lado do meu corpo. Me debati, socando-o. 
— É inútil você me socar. 
Seus olhos exalavam puro desejo, enquanto suas presas já começavam a surgir. 
— Seu... 
— Seu...? — repetiu em tom de deboche, enquanto seu corpo se inclinava sobre o meu. — Eu farei você se render. 
Ele devia ter um ponto fraco, era impossível não ter. Todos nós temos algum defeito, ele também tinha que ter um. Já desesperada, gritei por ajuda. 
— Bobinha, ninguém virá te ajudar. 
Eis que uma ideia me surgiu. Com a mão livre, soquei seu membro, o fazendo sair de cima de mim. Com o rosto corado, tornei a correr para fora daquele quarto. 
Eu precisava achar a minha casa, tinha que sair daquele castelo. Então me deparei com aquela imensa sala idêntica ao meu sonho, como se fosse um "deja vú" passando por minha mente. Rolei os olhos por toda a extensão daquele lugar, pisando no comprido tapete vermelho que corria até os dois tronos. As paredes seguravam quadros com bordas de ouro e algumas antiguidades. O ar rico e bem organizado de instalara; também completamente vazio. 
Meus olhos pararam na grande porta de madeira, que se abria em duas. Sem olhar para trás, eu disparei até ela, empurrado-a. Estava livre, fora daquele lugar. Ou não. Uma extensa ponte me esperava, onde, embaixo, via-se o oceano. Ondas e mais ondas se quebravam nas pedras do outro lado do castelo, exatamente no local onde a ponte daria. 
— O que faz aqui, Mortal? — ouvi a voz de Sasori atrás de mim.
Minhas mãos inquietas tatearam os bolsos traseiros da calça, como se eu pudesse encontrar alguma arma. Já sobre a ponte larga de madeira, eu sorri amarelo. 
— Eu vou ir para a minha casa.
Ele jogou a cabeça para trás em uma gargalhada cômica. Bufei, confusa. 
— Vai para a casa, amor? — repetiu debochadamente. — Tem certeza?
— Absoluta. Não passo mais um segundo neste lugar imundo!
— Imundo? Imundo é o lugar em que vocês humanos vivem! 
Incrédula com sua petulância em debochar de minha raça, bati o pé no chão e virei-me para sair. 
— Bem, boa viagem. Se você conseguir atravessar um continente andando... 
Parei na mesma hora e arregalei os olhos. 
— Atravessar um continente?! 
— Ops! — Ele ria sarcasticamente, enquanto eu sentia meu chão se esvair. 
Me virei lentamente, visualizando sua imagem rindo de meu desastre, como se sentisse um tremendo prazer. Rangi os dentes e contraí os lábios, segurando um choro angustiante que ameaçava dar inicio. Fechei os olhos ao sentir minhas pernas bambearem; imaginei que quando abrisse-os, estaria em minha cama. 
Mas não. 
Eu estava ali, ainda. O vendo gelado insistia em bagunçar meus cabelos enquanto eu deixava que as lágrimas escorressem deliberadamente por minhas bochechas. Por que eu? Por que tinha que ser eu?, uma garota que acabara de se formar em medicina. Sua risada escarnia não cessava, ao passo que eu já estava ávida por uma resposta para as minhas perguntas mentais. 
Com a respiração descompassada, eu dei um passo à frente. Um passo de volta. Um passo à menos de Sasori. 
— Onde estamos? 
— Na Grécia.
Um nó se formou em minha garganta; eu não se sabia se me jogava daquela ponte ao chorava.  
— Eu... P-por que? — murmurei, sôfrega. 
Ele parou de rir, mantendo um largo sorriso nos lábios. 
— Oh, flor... — Seu corpo surgiu à minha frente e seus dedos macios deslizaram pelos rastros de lágrimas em meu rosto, limpando-os. — Por que você é única. 
— Todos são únicos!
— Você não entendeu o "ser único" que eu quis dizer... 
Olhei-o nos olhos, desesperada. Mais lágrimas aflitas caminharam por minha pele, dessa vez, pingando em minha roupa. 
— Conte-me, por favor. 
Então ele sorriu novamente, dessa vez, mostrando suas presas à milímetros de mim.
— É a única capaz de sobreviver no inferno. 

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Se estás no inferno é porque cometeras um pecado mortal e, também, porque Deus o julgou. Então, diante da lei, Deus também é um pecador.

 


Notas Finais


Até o próximo, muahahaha!


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