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História Sedentos - XX - Passado


Escrita por: Wrestlery

Notas do Autor


Aqui, mais um!

Boa leitura!

Capítulo 20 - XX - Passado


Fanfic / Fanfiction Sedentos - XX - Passado

 

Olímpia, Grécia — 02h09min 

Sasori confiava e Sakura, este era um dos maiores motivos de ele contar as coisas de sua vida para ela. Falar sobre seu doloroso passado era algo horrível, porém, mais horrível do que isso era guardar toda essa dor para ele. Abriu um singelo sorriso ao ver a mulher gentil e bondosa ao seu lado; ele a desejava para a eternidade, isso era certo.
 — Como? — a garota indagou, atônita. 
— Minha mãe me bateu muito — repetiu, cabisbaixo. — Eu a odiava. 
— Odiava...? 
— Sim, ela morreu. Na verdade, foi morta pelo próprio Deus do céu. 
Mais lágrimas sorrateiras escorriam pelo rosto alvo do garoto, porém, Sakura limpou todas elas. 

(...)

Beirando os vinte e poucos anos, Sasori era desejado por todas as mulheres daquele mundo — o famoso Paraíso. E, por conta disso, não conseguia negar o pecado e acabava na cama delas. O problema era que: sua mãe sabia disso tudo, sabia de seus pecados e, por isso, impiedosa, o entregou. Entretanto, antes de entregá-lo, resolveu abandonar sua tarefa de mãe e se aproveitar do filho. 

Sasori:

Era mais um dia comum naquele lugar que eu odiava, mais um dia comum em que eu voltava da casa de uma mulher. Lembro-me exatamente de sua expressão impura quando eu a fiz minha, lembro-me ainda mais de suas curvas razoáveis. O castelo dos Akasuna — minha família era reconhecida por acabar com alguns demônios, por isso enriqueceu — ficava ao final daquela rua. 
Perguntava-me, internamente, qual era o problema de sentir o prazer; por que as mulheres precisavam ser virgens e recatadas. Em minha cabeça, isso era errado e, se eu precisasse, iria lutar para mudar. A luz acendeu-se quase magicamente no jardim — se não fosse minha mãe esperando-me ao lado de uma cerejeira que cuidava. 
Abri um sorriso discreto e vi-a se encolher debaixo das folhas rosas; dei de ombros mentalmente e entrei na casa. Eu tinha problemas com a minha mãe, devidos à arrogância de minha parte e a fúria desnecessária da parte dela. Vivíamos em uma constante briga, onde, na maioria das vezes, eu era o culpado. Entretanto, considerava-me um anjo vivo graças ao meu pai, que sempre ficava ao meu lado. 
Sentei-me na cadeira de palha de meu quarto e pus-me a pensar sobre a vida, os meus atos. Pecados... eu havia cometido inúmeros pecados e sabia que, logo mais, minha sentença viria à tona. Afinal, uma hora ou outra, Deus saberia que eu andava tirando a virgindade das mulheres daquele lugar. Mas eu não me importava, não me importava em ser julgado, muito menos em ir direto para o inferno. A única coisa que me importava eram essas estúpidas leis de Deus. 
Meus olhos focaram-se na mulher que estava escorada no batente da porta, olhando-me com expressão neutra. Minha mãe trajava algo que eu julgaria fora do comum: um vestido mais curto e vinho, delineando as curvas de seu corpo esguio. Acompanhei-a andar por todo o meu quarto de uma forma suspeitosa e lenta, atiçando-me a estreitar os olhos. 
O que eu havia feito de errado agora?
"Sasori, eu sei o que você faz", disse ela, parando à minha frente rigidamente.
Ajeitei a posição na cadeira e estreitei ainda mais os olhos, tentando saber com antecedência aonde ela queria chegar com este assunto.
"E daí?"
Ela me olhou em pura indignação. 
"E daí? Você está cometendo um pecado, garoto!" 
Dei de ombros. 
"Eu não acredito que seja um pecado", falei sem rodeios, mostrando minha total indiferença perante àquele assunto. 
"Então faça comigo.", Aquelas palavras fizeram-me arregalar os olhos em descrença absoluta. "Faça comigo o que faz com aquelas mulheres, estou mandando."
Me levantei, emanando minha incredulidade em cada movimento. 
"Não!"
"E por que não?"
"Você é minha mãe, oras!", berrei, afastando-me dela. 
Meu coração batia disparado, assim como a respiração que insistia em falhar descontroladamente. Eu simplesmente não podia acreditar naquilo. Então, quando eu menos esperava, mamãe tirou uma faca e cravou-a em meu estômago.
"Você não é meu filho, é um pecador!", gritou aos sete cantos, girando a faca dentro de mim e fazendo-me cair no chão. 
"Mãe..." 
"Não me chame de mãe ou eu mato você!"
Lágrimas quentes e grossas inundaram-me os olhos, transbordando logo em seguida. Disperso em tentar me controlar no choro, não vi minha enfiando a lâmina em meu peito; gritei por ajuda. 
"Cale a boca, menino! Você não sabe do que eu sou capaz...", um sorriso doente se apossou de seus lábios cor-de-rosa e ela largou a faca cravada em mim, desferindo uma série de socos e chutes por todo o meu corpo. 
Então, quando eu pensava que iria morrer ali mesmo, ouvi um grito de meu pai ecoar por todo o quarto. 
"Filho! Karura, o que você está fazendo?!", berrou, entrando em desespero ao me ver quase morto. 
Minha mãe se levantou e, falsamente, olhou para baixo. Porém, meu pai, irado, desferiu-lhe um tapa no rosto. Com a visão turva por causa da imensa perda de sangue, vi meus pais se matarem na minha frente. Sakumo no Akasuna, o homem que havia me salvado da morte e me apoiado por todos estes anos, caiu de joelhos em frente a esposa, que apenas terminou o serviço cortando-lhe a garganta. 
"Vou poupar sua vida, meu filho, Deus saberá o que fazer contigo.", me olhou com desdém e saiu daquele quarto, deixando-me nos mais profundos e chocados pensamentos. 
Depois de tanto chorar desoladamente e fazer o maior esforço para me erguer com ajuda da cadeira de palha, vi o corpo morto e gélido de meu pai. Então as lágrimas se tornaram incessantes e quanto mais eu pensava naquilo, elas escorriam em maior intensidade. 
Minha mãe havia ido embora? Não encontrava-a em lugar algum. Tratei de tomar em banho e colocar roupas limpas; estendi um lençol sobre o corpo do homem que eu mais amara na vida. Então saí de casa.
Mulheres me olhavam com pena e desejo ao mesmo tempo, homens nem chegavam a me encarar. Rodei a cidade em busca de minha genitora, porque não conseguia mais chamá-la de mãe. Depois de uma falha procura, resolvi apelar para os poderes ocultos e ir para o palácio de Deus e seus mais afins. 
Foi aí que encontrei-na. 
Conversando com os anjos, conversando com Deus. As lágrimas evidentes em seu rosto faziam-me querer socá-la. E então veio-me um calafrio intenso e inexplicável.
"Vocês estão condenados", uma voz grossa e superior ecoou aos ouvidos de todos ali. "A mulher terás de morrer e o homem se tornarás um anjo-caído."
"Não! Eu imploro, por favor, não!", os gritos desesperados de Karura. 
Era o fim; ou o meu recomeço. Pensava em jogar tudo para o alto e matar minha mãe ali mesmo, apenas para sentir o gosto de uma vingança bem sucedida, contudo, não pude me mover quando correntes brilhantes foram colocadas em meu corpo. 
De repente eu estava nos céus e uma luz forte perfurava minha retina, pisoteando e massacrando qualquer sensação de conforto que eu pudesse criar em meu interior. Uma dor estrondosa fez-me sentir a pele sendo rasgada e eu vi as asas brancas que eu tanto almejava sendo dilaceradas. Um par de asas negras se formaram no lugar das anteriores e eu não conseguia movê-las. Eram inúteis?
Então as nuvens andaram e aquela luz colossal desapareceu, fazendo meu corpo despenhar. 
Eu estava no inferno ou, melhor, na porta dele. 

(...)

Sakura ergueu as mãos e limpou as lágrimas que escorriam por seu próprio rosto e abraçou Sasori, que contara tudo tristemente. O garoto gemeu em um fio de voz quando nos braços acolhedores da rosada permanecia, o que fez um nó formar-se na garganta dela. Era horrível ver o ruivo naquele estado; raro e horrível. Abaixou a cabeça e beijou os cabelos sedosos e vermelhos, inalando o cheiro de shampoo delicioso que emanavam. 
— Me desculpe brigar tanto com você — a rosada sussurrou, vendo Sasori deitar-se em seu colo. 
— Tudo bem — abraçou a cintura dela —, eu sempre vou te amar. Até chatinha do jeito que é. 
A menina riu e socou as costas do anjo-caído, balançando a cabeça em reprovação. Ele apertou ainda mais a cintura de Sakura, escondendo a cabeça no colo dela. 
— O que acontece com você...? Uma hora está atirando pedras e, noutra, está carente desse jeito!
Ele riu abafadamente, soltando-se da Haruno e se sentando. Tocou o rosto da menina à sua frente e não se surpreendeu ao vê-la corar. 
— Digamos que seja meu charme — deu de ombros, sorrindo convencido. 
— Ah, é? — ela cruzou os braços, vendo-o aproximar seus rostos. 
— Aham — murmurou, antes de beijá-la. 
Sakura retribuiu ao beijo, e então foi puxada sem nenhuma cerimônia, caindo em cima de Sasori. Ficaram parados, apenas se encarando, sentindo a presença um do outro. A rosada subia e descia minimamente com a respiração do ruivo abaixo de si. E isso à fez sorrir e deitar em seu peito, abraçando-o carinhosamente enquanto as mãos do garoto envolviam-na com mesma intensidade. 
E eles dormiram; seus corações estavam finalmente em paz e, agora, mais do que conectados. 


Notas Finais


Esse momento Sasosaku... <3

Até mais!, beijos!


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