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História Sedução - Recuperação


Escrita por: Shays

Capítulo 12 - Recuperação


Fanfic / Fanfiction Sedução - Recuperação


O quarto, branco e asséptico, era um pouco maior do que um cubículo.
Sasuke se aproximou em silêncio. Sakura parecia estar dormindo. Talvez estivesse sedada.
Quando ele a viu, deitada com uma solução intravenosa presa ao braço, ela lhe pareceu extremamente frágil.
Sasuke permaneceu ao lado da cama com o coração apertado pela emoção que sentia ao olhar para ela, que mais parecia um anjo do que mulher.
O lençol e a roupa que ela usava eram brancos. A pele dela era a mais branca possível, evidenciando as sardas em volta do nariz. A única cor que se destacava era a de seus belos cabelos róseos , que escapavam de uma touca ridícula que havia sido posta em sua cabeça.
Ele fechou os olhos. Sua prece silenciosa foi interrompida pelo som de uma voz débil.
— Você está com uma aparência péssima. Sasuke reabriu os olhos e a viu olhando para ele.
— Pensei que você estivesse dormindo.
Ela sacudiu a cabeça e fez um gesto fraco, que ele corretamente interpretou como um esforço para agarrar sua mão. Sasuke prontamente apertou a mão dela entre as suas.
— Eles me deram alguma coisa, me sinto zonza, como se estivesse bêbada. Pareço um pouco bêbada?
Sasuke sorriu para ela.
— Um pouco — admitiu.
— E então... Eles disseram a você? Sasuke assentiu.
— Você ficará boa — prometeu ele.
— E o bebê ficará bem? — Ela o olhou com uma confiança que ele não merecia, pois, se não fosse por ele, o acidente não teria ocorrido.
— Perfeitamente bem — disse, convicto, esperando com todo o coração que estivesse certo.
Sakura deu um suspiro.
— Ótimo. Você sabe que tem uma boca incrível? — perguntou ela.
— Obrigado.
— Gosto dos seus olhos também.
Antes que ela pudesse comentar algo sobre as outras partes de sua anatomia, dois maqueiros e uma enfermeira chegaram para levá-la.
Deixaram que Sasuke  os acompanhasse até a entrada da sala de cirurgia. Ela permanecia deitada na maca com os olhos fechados e segurando as mãos dele.
Sasuke curvou e beijou-lhe os lábios antes que a maca entrasse na sala.
Quando a porta se fechou, a última coisa que Sakura ouviu foram vozes difusas trocadas entre o anestesista e os enfermeiros.
A primeira coisa que Sakura disse quando acordou foi que a cabeça doía e que estava com sede. Sentindo-se incomodada, levantou a mão para se proteger da luz forte que incidia em seus os olhos.
— Onde estou?
Parecia haver um homem e uma mulher, e Sakura os ouviu dizer:
— Ela está voltando!
Ainda um pouco confusa, sentiu o toque de dedos frios sobre sua testa. Eles pararam por um momento e ela tentou dizer que não parassem, mas suas cordas vocais não responderam. Lutou para abrir os olhos, mas desistiu, pois suas pálpebras estavam demasiado pesadas.
— Se alguma coisa acontecesse com você... Pelo amor de Deus, eu nunca me perdoaria — disse Sasuke, olhando para as feições pálidas e sonolentas da mulher com quem se casara... Da mulher que quase perdera.
Uma enfermeira se materializou em silêncio aos pés da cama.
— Ela já não deveria estar acordada? — perguntou ele com ansiedade.
A enfermeira deu um sorriso e garantiu-lhe que tudo estava sob controle.
— Ela provavelmente dormirá até amanhã cedo — informou ela. — E se acordar estará bastante desorientada. Talvez o senhor devesse ir para casa e tentar dormir um pouco.
Ele reagiu irritado à sugestão.
— Ficarei aqui.
Percebendo a irritação, ela não insistiu.
— Gostaria de um cobertor?
— Não preciso de cobertor. — Só precisava que a esposa abrisse os olhos.
— Trarei outro café para você — disse a enfermeira, antes de anotar algo no prontuário e deixar o quarto.
Sasuke se levantou e começou a andar pelo quarto, impaciente. Por mais que a equipe médica lhe assegurasse que a operação tinha sido um sucesso, ele não poderia relaxar até que Sakura acordasse. Precisava ouvir a voz dela.
— Apesar de que, quando você acordar — disse ele em voz alta, deixando-se cair novamente na cadeira ao lado da cama —, com toda certeza dirá que me detesta. — Ele apoiou o queixo sobre os dedos e sacudiu a cabeça. — E não a culparei. Primeiro foi Itachi e agora você. Um homem deve tratar com carinho aqueles que lhe são muito preciosos. Mas não, tenho sempre que provar que meu ponto de vista está certo. Deus, sou um tremendo egoísta! Juro que quando estiver bem, jamais deixarei qualquer coisa fazê-la sofrer novamente.
— Sr. Uchiha? — Ele se assustou com a voz da enfermeira e voltou a cabeça. — Deixarei o café aqui, tudo bem? — avisou ela, colocando a xícara sobre o criado-mudo.
— Obrigado — disse ele, se voltando para Sakura e cobrindo a mão dela com a sua. A onda de emoção que sentiu quando a olhou era algo parecido com uma dor física de alguém que tivesse acabado de participar de uma olimpíada. — Não posso perdê-la.
— Não estou perdida — disse ela.
— Sakura? — perguntou ele, aliviado quando a viu abrir os olhos — Olá, minha linda.
— Sasuke kun?
A visão que estava turva clareou, e Sakura se viu olhando para aquelas inequívocas feições masculinas. Aquele rosto sempre altivo agora parecia fatigado, e ele não se havia barbeado, o que lhe dava uma feição ainda mais abatida.
— Nós nos casamos, certo? Isso foi tão idiota. — Ela fechou os olhos e não viu o espasmo de dor que contorceu as feições dele. — Você é muito melhor como amante do que eu como esposa... O que me aconteceu, afinal?
Sasuke engoliu em seco, relembrando sua queda daquelas escadas.
— Sim, minha linda, você caiu.
— Também estou com dor de garganta. Caí? Não me lembro — queixou-se.
— Isso não importa agora. Você tem de dormir. — Ele apertou um botão de campainha para chamar a enfermeira. Onde estaria aquela bendita mulher agora?
Sakura suspirou quando sentiu os dedos frios dele sobre sua testa novamente. Ela sorriu e disse:
— Isto é bom. Tive um sonho em que alguém estava alisando minha cabeça, como agora. Foi bom... Era você?
— Durma, minha linda.
— Você estará aqui quando eu acordar?
— Não sairei do seu lado.
Ela sorriu, deu um suspiro e, quase imediatamente, adormeceu.

—  Quando poderei ir para casa? — perguntou Sakura à médica.
— Estou começando a achar que você não gosta de nós — brincou ela enquanto verificava se os pontos no abdômen de Sakura, que eram o único sinal externo da cirurgia de emergência, estavam bons. — Você ficou conosco apenas 48 horas.
— Parece mais. Tsunade riu.
— Precisamos monitorar o bebê durante a noite. Não antevejo nenhum problema. Quanto a você, minha jovem...
— Me sinto bem — disse ela.
— Não precisa parecer tão preocupada... Este foi o meu diagnóstico, também.
Depois de prescrever alguma medicação a médica saiu acompanhada de duas enfermeiras e Sakura se acomodou para ler uma revista.
Ela não conseguia se concentrar. Seus olhos percorreram o aposento, que mais lembrava uma floricultura, de tantos arranjos que recebera de Sasuke.
Ela franziu as sobrancelhas quando ouviu o som de vozes no corredor.
Estar naquele quarto era como estar perdida em uma ilha deserta, ainda que com mordomias, como serviço de quarto. Não que ela não estivesse grata por todo o atendimento do hospital, mas estava morrendo de tédio.
Quando tinha comentado aquilo naquela manhã, Sasuke havia respondido de maneira quase brutal.
— Bem, é melhor isso do que estar morta, não acha? — Ele fez parecer que ela não sabia quanta sorte tivera. Mas sua verdadeira preocupação era o bebê. — O bebê também está bem, assim como você — acrescentou ele. — Quer que eu chame a enfermeira? Está com dor?
— Não sei ao certo. Sinto-me um pouco nauseada.
— Provavelmente foi a injeção que eles lhe deram há poucas horas.
— Você esteve aqui tempo todo? — Ela havia perdido a noção do tempo. — Injeção? Eles estão me dando drogas mesmo com o bebê... Tem certeza de que ele está bem?
— Sim, o bebê está bem. Ouça — disse ele, pressionando um dedo sobre os lábios para indicar silêncio. — Você o ouve?
— É a batida do coração do bebê? Ele assentiu.
Sakura engoliu em seco e lágrimas de emoção lhe encheram os olhos.
— Isto é tão incrível!
— Realmente é, e eles não lhe dariam nenhum medicamento que pudesse prejudicar o bebê.
Sakura suspirou e afrouxou a tensão do corpo.
— Jamais me perdoaria se... — ela parou e fechou os olhos com um gemido.
— Não foi culpa sua.
Ela se virou e o olhou. Sua aparência a deixou chocada. Sasuke estava praticamente um trapo, a quilômetros de distância de sua beleza natural.
— Você deveria ter ido dormir um pouco em casa. Sabia que está com uma aparência horrível?
— Você também não está parecendo um raio de sol, fique sabendo.
— Mas eu tenho uma desculpa. Acabei de passar por uma cirurgia — provocou ela.
— E acabei de passar horas imaginando se minha mulher e meu filho estariam vivos.
Ela se arrependeu de ter feito o comentário.
— Minha boca está tão seca! Acha que eu posso beber alguma coisa?
— Não sei, mas perguntarei.
— Quando poderei ir para casa?
— É como eu desconfiava...
— O quê? — perguntou ela, curiosa.
— Você vai ser uma paciente cheia de dengos e exigências, do tipo que as enfermeiras detestam.
Ele se foi. Mas, quando voltou, poucas horas depois, parecia muito mais consigo mesmo.
É claro que ela não fizera a bobagem de imaginar que era por sua causa que ele agia assim, tão devotado. Era somente por causa do bebê.
Diversas enfermeiras tinham feito observações sobre tamanha devoção da parte dele e sobre sua sexy aparência. Embora a maioria fosse muito discreta ao cobiçá-lo na frente dela, Sakura tinha certeza de que o marido tinha causado frisson e partido corações pelos corredores do hospital.
Uma jovem residente, que dentre todas era a mais atraída por ele, sempre achava uma razão para estar no quarto quando Sasuke aparecia por lá. Naquela manhã, quando estava aferindo a temperatura de Sakura, havia perguntado por que ela não tinha um retrato do marido ao lado da cama.
— Mas suponho que você não se esquece como ele é, certo? Ele está sempre aqui. — A inveja na voz da enfermeira fez Sakura sorrir. — Aposto que ele será um pai formidável. Homens japoneses têm a reputação de serem maravilhosos com os filhos, não é mesmo?
A imagem de Sasuke esparramado na grama brincando com o pequeno Takashi surgiu na cabeça de Sakura.
— Alguns são — concordou ela, imaginando como aquela jovem reagiria se ela lhe contasse que seu casamento, longe de ser o que parecia, era nada mais que uma fraude!
A única razão pela qual Sasuke viera à Inglaterra atrás dela era porque descobrira sobre o bebê. E não havia dúvida em sua mente de que, não fosse a gravidez, ele não estaria recusando a divorciar-se . Sasuke experimentava a revolta emocional pela morte de seu irmão, o que explicava a loucura total de se casar com alguém que quase não conhecia. Se ela não tivesse partido na ocasião, era provável que uma manhã acordasse e pensasse: o que foi que eu fiz?! E então as coisas teriam tomado seu curso natural.
Ela tentara na noite anterior, ali naquele quarto de hospital, lhe contar que ele poderia ter sua liberdade. Ele a havia olhado de uma maneira especial quando ela declarou seu plano de se mudar para o Japão, de modo que aumentasse a proximidade dele com o filho.
Sasuke não pareceu grato pela concessão que ela estava disposta a fazer e se expressou com violência contra o plano dela.
— Não, não acho que seja uma boa idéia. Acho que é uma idéia ridícula. Sinto muito, Sakura, se você acha que viver como minha mulher é algo tão detestável, mas sugiro que tire essas noções impraticáveis de sua mente. Viveremos juntos como marido e mulher, seremos uma família. — Ele fez uma pausa como que esperando o protesto dela. — E isso é algo que você fará, pois sei que se interessa pelo bem estar de nosso filho.
Se tudo falhar, use chantagem emocional... Pensou ela. E por que não? Já tinha funcionado mesmo...
Era óbvio para Sakura que, uma vez que voltasse para o Japão  com ele, Sasuke usaria todas as suas artimanhas, que eram ilimitadas, para impedi-la de tirar o filho deles do país. O problema era que ela o amava e queria estar junto dele, apesar de saber que não era algo totalmente recíproco. E, além do quê, havia todas as possibilidades de que um dia ele se apaixonasse por outro alguém.
Sakura passou a maior parte da tarde imaginando se estava sendo insana em voltar para o Japão  com ele. Finalmente, já com dor de cabeça de tanto pensar, ela pegou um livro, na vã esperança de afastar os pensamentos de sua vida pessoal, e começou a ler.
Já eram quase 4 horas, e ela estava lendo a mesma página havia mais de dez minutos quando ouviu uma leve batida na porta.
O homem que entrou era de estatura mediana. Usava barba e óculos. Ela nunca o vira antes.
— Sra. Uchiha? — Ele se aproximou da cama, com a mão estendida. Confusa, Sakura respondeu ao cumprimento.
— Sinto muito, não sei quem você é — disse ela
— Oh, desculpe minha falta de jeito. Deveria ter me apresentado. Kabuto Yakushi.
Por sua expressão esperançosa, era óbvio que ele esperava que isso significasse algo para ela. Sakura sacudiu a cabeça.
— Sinto muito, eu...
— Desculpe, achei que Sasuke teria lhe explicado as coisas.
— Você é advogado?
Ele olhou espantado, até um pouco ofendido pela sugestão.
—  Não, sra. Uchiha, sou dono da Galeria Heyer, em Londres, Nova York e Barcelona.
— Já ouvi falar nela.
— Então sabe de nossa exposição que está prestes a acontecer?
— Não realmente...
— Estou desconfiando que não sabe que seu marido nos encaminhou seu portfólio.
Sakura respondeu com um sorriso. Para ela era uma novidade saber que tinha um... O que ele disse? Portfólio?
— Bem, obviamente não consideramos trabalhar todas as artistas que nos mandam um portfólio, mas seu marido...
— Não aceita não como resposta?
— Exatamente! — Sakura imaginou o que Sasuke tinha feito para aquele homem parecer como se estivesse se recordando de uma batalha que o deixara de cabelos brancos. — Seu marido é também um homem difícil para negociar. Eu diria que você tem muita sorte em tê-lo como agente.
Tenho um agente?
— Ele é único — concordou ela, com cautela.
— O sr. Uchiha mencionou que você estava aqui e, como eu estava passando, resolvi fazer uma breve visita para lhe dizer quão excitados estamos com seu trabalho. Isto é tudo o que eu queria lhe dizer. Espero que se restabeleça rapidamente.
— Obrigada.
Duas horas depois Sasuke chegou. Duas horas durante as quais Sakura tentara sem sucesso decifrar o enigma daquele homem misterioso.
— Soube que irão liberá-la amanhã cedo.
— Finalmente. Tive uma visita esta tarde. Um tal Kabuto Yakushi . — No ato de tirar o paletó, Sasuke parou. — Aparentemente ele é muito animado.
— De fato ele é um homem muito entusiasmado.
— Eu só não tive a mínima idéia sobre o que ele estava falando. Que eu tenho um agente... Um... Portfólio! — Ela cruzou os braços. — Poderia, por favor, explicar-me o que está acontecendo?
— Quando estive no seu estúdio...
Os olhos de Sakura se arregalaram de espanto.
— Você esteve no meu estúdio? Por quê?
— Estava no seu apartamento, pegando algumas coisas que você me pediu, quando cruzei com uma senhora muito agradável. Ela queria as fotos que você fez do casamento da filha, pois estava muito satisfeita com os resultados. Enquanto estive lá, vi algumas coisas de seu trabalho. Não as fotografias que as pessoas pagam para você tirar. É um belo trabalho também, mas não me refiro a elas...
Sakura sabia que ele estava falando das caixas estocadas dentro de um armário.
— Elas são apenas para mim. Venho colecionando essas coisas desde que era adolescente.
— Mas é um crime esconder tais obras de arte num armário! — reprovou ele. — Elas são notáveis, Sakura.
— Você acha? — A admiração dele fazia bem para seu ego.
— Acho e não sou o único. Fiquei sabendo que a galeria Yakushi  terá uma exposição no fim do ano e que procuram novos talentos femininos para expor. Então, selecionei alguma coisa de seu trabalho e enviei para eles analisarem.
— Eu jamais teria coragem de fazer isso.
— E eu nunca teria tido o talento para trabalhar uma foto como você faz. Você é boa nisso e essa não é uma opinião só minha — continuou ele. — Você ouviu o que o homem disse... Estão muito empolgados. Acham que você vai ser a estrela da exposição.
Sakura olhou para o marido com real fascinação.
— Você realmente fez isso? Para mim? — Ela não se recordava de alguma vez na vida alguém ter mostrado tanta fé em sua arte.
Em sua casa, o hábito que tinha de caminhar com a câmara pendurada no pescoço tinha sido considerado um tanto quanto excêntrico. Sua decisão de fazer daquilo um meio de ganhar a vida não tinha tido muito sucesso. Os pais não tinham desistido da esperança de que um dia ela tivesse um emprego fixo, algo que fosse mais adequado para uma mulher.
— Tudo o que fiz foi mostrar seu trabalho para as pessoas certas. Afinal, ele merece ser visto por todos — disse ele enquanto andava até o tabuleiro de xadrez que havia sido colocado em cima de uma mesa.
— E não se esqueça de que, sendo seu agente, ganho dez por cento de tudo que você ganhar. Portanto, também é de meu interesse que você se torne um sucesso.
— Você acha que as pessoas comprarão minhas fotografias? — A idéia ainda parecia vagamente surreal para Sakura.
— Aos montes, imagino. — Ele pausou. — Estive falando com sua médica hoje.
— Sobre o quê? Não há nada errado, há?
— Claro que não. É justamente o oposto. Ela está extremamente satisfeita com seu progresso e não vê razão para atrasar mais ainda o nosso vôo para o Japão . Podemos ir diretamente para lá amanhã quando eles lhe derem alta.
Ela engoliu em seco.
— Não esperava isso — admitiu ela.
— Bem, a outra opção seria você ficar com sua mãe e, por algum motivo, não consigo vê-la no papel de enfermeira.
— Não preciso de uma enfermeira.
— Não, mas precisa de alguém que contenha seus impulsos de extenuar-se. Estava pensando... Quando nós entrevistarmos uma babá, talvez seja bom procurarmos uma enfermeira para cuidar de você nas últimas semanas e nas seguintes após o parto.
— Ela irá dar à luz ao bebê para mim, também?
Desconcertado pelo sarcasmo na voz dela, Sasuke sacudiu a cabeça.
— Qual o problema?
— Quando foi que eu disse que queria uma babá?
— Bem, obviamente eu deduzi...
— Bem, você deduziu errado... Muito errado. Não quero uma babá, E, quanto à enfermeira, é uma idéia idiota.
— Está sendo totalmente irracional.
— Se você pensar, em mencionar "hormônios" juro que estrangulo você. Não há nada de irracional em não querer dividir as tarefas maternais com uma estranha...
— Uma babá não está lá para substituir você, nem nada disso, mas sim para deixá-la com tempo livre para também poder fazer outras coisas.
— Quais? Satisfazer suas necessidades e desejos? Milhões de mulheres criam os filhos sem uma babá e eu serei mais uma delas.
— E se você estiver exausta demais pelas noites em claro para aproveitar e curtir o bebê? Com o tempo você mudará de idéia.
Ela engoliu a irritação que sentiu pelo desafio. Não queria discutir. Poucos dias atrás temera perder o bebê, de modo que parecia ridículo estar brigando agora por uma futilidade qualquer.
— Talvez você esteja certo e eu mude de idéia — disse ela.
— Meus pais estão muito ansiosos para finalmente conhecê-la.
— Como está sua mãe?
— Ela passa muito tempo na sepultura de Itachi. É difícil saber se isso é uma coisa boa ou não — admitiu ele.
— As flores que ela mandou eram muito bonitas, e foi muito delicado da parte dela me dar um telefonema. Ela deve estar ansiosa para vê-lo.
Sakura olhou para a barriga. Era difícil imaginar que um dia o bebê cresceria e sairia de lá.
— Mamãe ficou em estado de êxtase desde que soube de sua gravidez. Quanto ao fato de me ver, acho que é uma faca de dois gumes.
Sakura franziu a testa.
— O que você quer dizer com isso?
— Ela não pode me ver sem que se lembre de Itachi.
Exatamente como ele também se lembrava sempre que se via no espelho! Sakura  suspeitava que Sasuke sofreria pela perda do irmão pelo resto da vida.
— É estranho. Se Itachi não tivesse morrido, você não estaria sentado aqui comigo agora. Além do quê — ela olhou para baixo e massageou com carinho a barriga, que na última semana tinha aumentado muito e não dava mais para esconder com roupas soltas —, não haveria o nosso bebê.
— Poderíamos ter nos conhecido de qualquer outra maneira. — sugeriu ele.
— Possivelmente, mas nunca teríamos nos casado. As circunstâncias teriam sido diferentes. — Você não teria um vazio tão grande para preencher. — Um pouco como aquele filme... Você o viu? Esqueci o nome. Você escolhe um caminho e é feliz para sempre. Você escolhe o outro e arrepende-se para o resto da vida.
— Enfim, não estamos vivendo num filme. Estamos vivendo num mundo real, um mundo em que você é casada comigo e sou o pai de seu filho. Portanto, terá de deixar de lado seus sentimentos pessoais sobre mim.
Ela deu uma risada, mas se arrependeu quando viu a dor no rosto dele, pois não tinha a mínima idéia do que pudesse ter feito ou dito para ele estampar aquela expressão.
Sasuke ficou por mais algum tempo e explicou os arranjos da viagem do dia seguinte, mas aquela intimidade presente instantes atrás havia desaparecido.
Quando deixou o quarto, não a beijou.
Pela primeira vez ela estava agradecida por estar numa cama em repouso, pois isso significava que não haveria chance de agir por impulso e correr atrás dele. Um ato que, sem dúvida, teria lamentado mais tarde.

                           .......
   


Notas Finais


HAI^^
ESPERO QUE ESTEJA GOSTANDO.
DEIXEM SUAS ELOGIOS E CRÍTICAS.
GRATA💋💋


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