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História Seduzentes - Pedacinho do Céu


Escrita por: PetitGi

Notas do Autor


Pedacinho do Céu - Nem Que A Vaca Tussa

OBS: Talvez as notas finais fiquem um pouco extensas

Capítulo 34 - Pedacinho do Céu


Pedacinho do Céu

Os quatro saíram do vestiário ao mesmo tempo. Passos lentos, expressões de comerciante. Ninguém ali se atrevia a revelar o verdadeiro sentimento dominante. Medo. Estavam apavorados com aquela nova aula. Mas os rostos estavam congelados numa fria indiferença.

O dia letivo tinha passado em branco para os quatro. Nenhum deles se concentrou em aula alguma. Nenhum conseguiu manter uma conversa decente e longa com nenhum dos bonzinhos; grosserias sempre escapavam denunciando que nenhum deles estava com humor para brincadeiras e futilidades.

As meninas escondiam parte de seus corpos com auxílio do roupão; Carlos e Jay levavam as toalhas nos ombros. Pararam em frente à piscina número dois – mais rasa do que funda. O professor estava li, de pé, silencioso e impassível.

Mal aproveitou para analisá-lo bem. Era alto e musculoso, a pele morena clara, a postura firme; não podia ter mais de 30. Camiseta amarela e bermuda azul, um par de chinelos; um uniforme pelo símbolo do colégio. Os cabelos eram de um tom médio de castanho, mas bem iluminado como se ele pegasse muito sol; devia ser surfista. Mas eram aqueles olhos castanhos que estavam incomodando a vilã: Mal conseguia enxergar uma armadura ali, uma muralha de impassividade escondendo os sentimentos do professor.

Como nós... Ele está tão assustado quanto todos nós...

A postura de Mal relaxou um pouco, detalhe logo percebido pelo professor atento. A menina não abriu mão de sua máscara, mas permitiu, por um milésimo de segundo, que ele a visse como de fato se sentia naquele instante. Um instante, não mais do que um instante. O que dava a ele a certeza de que aquilo fora real era a insistência, a permanência do olhar da menina sobre o seu.

-Bem-vindos para a primeira aula de noções básicas de natação – começou com sua voz grossa e charmosa, apesar de bastante séria – Para vocês, eu sou professor ou senhor Benício e pretendo avançar devagar com as aulas, trabalhar individualmente e em grupo.

-E Doug? – perguntou Evie baixinho.

-Dispensei o rapaz durante as primeiras aulas para termos uma aula um pouco mais intimista – continuou o homem ainda com as mãos nas costas – Precisamos criar um laço de confiança para superar o medo de nadar.

-Nós não confiamos fácil – disse Carlos.

-Será uma desvantagem, então – continuou firme – Vamos começar com um exercício fácil: vocês expõem um medo e eu exponho um medo meu.

-Não deveria pedir que nos apresentássemos? – perguntou Evie, timidamente, arrancando do homem um sorrisinho no canto da boca, quase inexistente.

-A essa altura, toda Auradon conhece os nomes de vocês, mas se quiserem se apresentar... – o silêncio foi pesado; o professor Benício se afastou indo em direção a sua bolsa e dali tirou uma maçã vermelha – Muito bem, eu começo. Eu sou Benício e estou bastante receoso quanto a lecionar para as crianças que vieram da Ilha.

E jogou a maçã na direção de Mal que pegou a fruta sem qualquer esforço, sem piscar.

Nos próximos cinco minutos, os quatro amigos disseram seus nomes e confessaram terem medo da água e de aprender a nadar. O professor então disse estar orgulhoso deles e afirmou que o primeiro passo para que eles conseguissem nadar era admitindo que sentiam medo, o próximo passo era compreender que aquilo era muito mais normal do que parecia.

Benício então passou aos seus alunos uma série de alongamentos; a conversa sempre em alta, ele falando muito mais do que os quatro, apesar de nunca falar demais. Era tudo para mantê-los à vontade, criar alguma afinidade. Naquela primeira aula, o máximo que eles chegaram a fazer foi sentar na borda de piscina e baterem as pernas. Uma hora passou rápido demais.

-Nós vamos aos pouquinhos? – disse Mal razoavelmente receosa depois que ele os dispensara, os amigos já no vestiário.

-Sim, aos pouquinhos. No tempo de vocês – disse com um sorriso na voz apesar do rosto impassível.

Estava bastante claro que aquele homem logo se tornaria o melhor professor dos quatro. O favorito.

 

-Mal... Você vai mesmo ficar aqui? – disse Evie arrumando uma bolsa com algumas mudas de roupa. Ela continuava insistindo para a amiga acompanhá-la.

-A outra opção é ver você ser fotografada para um trabalho que não é meu – disse a menina colocando fones sobre suas orelhas.

-Eu sei que você não tem paciência para me ver trocar de roupa e encontrar a melhor pose e o melhor lugar, mas ficar trancada no quarto o restante da tarde... – dizia a princesa má – As vezes eu acho que você está fugindo de alguma coisa... Mal? Mal! Mal, fale comigo! – pirraçou notando que Mal dava suaves batinhas com a ponta dos dedos sobre o fone, indicando assim que não ouvia mais nada – Argh! – gritou e bateu a porta deixando Mal rindo de prazer por irritar a amiga.

A vilã estava deitada de bruços sobre sua cama com seu diário aberto. Estava admirando aquilo o que já fizera. Em parte, era prazer; em parte, era falta de criatividade/vontade de começar algo novo.

Passou pela versão masculina da Branca de Neve e seguiu virando as páginas. O som estava alto, envolvente...

Mal chegara da aula de natação e partira para o banho primeiro que Evie e voltara bastante à vontade de calcinha e camiseta. Nada apelativo à sensualidade. Eram peças bastante divertidas: frases como “Aperte!” na calcinha e “Amaldiçoada a dormir” na camiseta, eram muito bem-humoradas na perspectiva da garota. A blusa soltinha num verde suave; a calcinha, branca com dizeres em verde.

... Lá estava o desenho magnífico de Benjamin, seu rosto construído e perdido em meio aos desenhos de flores...

Mal “estacionou” ali; divagou admirando o desenho, a música tão alta e gostosa...

A menina não tinha intenção alguma de sair do quarto. Queria mesmo ficar na cama até o dia seguinte. Confortável, sem compromisso, sozinha.

Mal estava fugindo do príncipe Ben. Ela sabia que ele queria conversar, vinha dizendo isso desde o fim da festa, mas Mal sempre tinha uma desculpa pronta e incontestável ou contava com a inadequada situação. Ela tinha alguma noção sobre o que ele queria falar, alguns palpites muito certeiros; ela não queria conversar. Apesar de sempre manter a pose, Ben conseguia levá-la a extremos, a quase perda de controle. Queria desfrutar da paz passageira que tinha, pois, logo, Auradon como um todo, a começar pelo colégio, estaria de cabeça para baixo.

O primeiro alerta veio de seu corpo tenso ao sentir o colchão “afundar” sob um peso extra. O segundo...

-Hummm – Mal gemeu de prazer e surpresa assim que sentiu um corpo deitado sobre o seu; um corpo bem atlético. Não pensou duas vezes: deixou que o diário caísse no chão; a capa faiscando em tons vermelhos. Com algum custo tirou os fones – Ben? – chamou incerta, quase desejosa. Somente ele, Jay ou Carlos teriam aquela ousadia. Kai? Chad? Não... esses daí eram centrados demais em seus umbigos para invadirem seu quarto; se bem que o príncipe Kai tinha uma safadeza que poderia facilmente levá-lo a invadir o quarto.

O corpo claramente masculino apertou-se contra o seu, abraçando-a, envolvendo-a gostosamente. Mal suspirou ao sentir o hálito quente dele em sua nuca. Provocando-a, ele a estava provocando!

-Tive que vir atrás de você, Mal – suspirou mordiscando a orelha da moça; apesar das atitudes não comprovarem, a voz era dele, do príncipe-fera – Tem fugido de mim...

-Como se eu pudesse – disse mais calma; a voz sempre aveludada, macia; estava apreciando aquele momento de ousadia do rapaz sempre tão certinho – Estudamos no mesmo colégio, menino-fera; não dá para te evitar.

-Como se você não tivesse seus truques – continuava a acariciá-la: suas mãos subindo e descendo pela lateral do corpo da menina, ocasionalmente tocando na curva do seio, logo afastando os cabelos roxos de sua nuca – Imagino que não queira conversar.

-Talvez eu não queira mesmo.

-Mas eu quero. Eu preciso – Benjamin se apertou contra ela, distribuindo beijinhos na nuca, algumas mordidas esporádicas, implorando assim pela atenção da menina – Por favor...

-Então fale...

-Precisava ter agarrado Chad? – disse completamente chateado, sem conseguir se conter, sem filtro algum, tão automaticamente franco que chegava a ser bonitinho.

Mal não conseguiu conter o riso.

-Ciúmes?

-O que você acha? – revidou – Você não precisava agarrá-lo, nem despi-lo, nem ter dançado com ele...

-Precisava sim – disse deitando sobre os braços, bem à vontade; Ben aproveitou para subir a mão tocando-lhe no seio “exposto”. Ela ergueu discretamente o peito para que ele colocasse sua mão exatamente sobre o seio (ele pegou rápido a oportunidade) e não somente na lateral, então voltou a deitar sentindo-o pressioná-la, massageá-la – Eu queria provocar algumas pessoas.

-Algumas? No plural?

-É...  – disse suspirando adorando aquela pressão mesmo sobre a camiseta. Ben voltou a levar a boca a orelha da garota; ele sentia-a sem sutiã, e aquilo era provocação o suficiente para ele querer atiçá-la.

-Isso me incluía? – mordiscou outra vez, deu um beijinho logo atrás da orelha. Mal tinha certeza de que ele estava muito carente; toda aquela provocação não vinha do nada. Admitir ou não? Ben apertou o seio, esmagando-o na mão, esfregando o mamilo sob a camiseta. Ele sentia-a excitada: o mamilo rijo, a respiração entrecortada... – Confesse – insistiu.

Levava-a a perder o controle... Ao extremo...

-Sim...

-Você gostou, não foi? Gostou de provocar Chad, gostou de beijar Kai na minha frente.

-Gostei, sim – Mal sorria com a lembrança do beijo do príncipe exótico, com a lembrança de esfregar seu corpo no corpo do estepe-encantado – Foi muito bom.

-Me provocar?

-Te provocar foi só um brinde – continuou sorrindo; seus olhos rolaram quando sentiu uma mordidinha em seu pescoço, as mãos dele num aperto mais forte; dor e prazer se confundindo no toque – Isso ainda é ciúme? – a voz saiu quase como um gemido.

-Você gostou mesmo disso tudo?

Mal compreendeu que ele ainda falava sobre os dois rapazes da festa. Ela sabia que tinha atingido Benjamin naquela noite, mas não esperava que tivesse atingido tão fundo assim. Não esperava que ele tivesse...

-Gostei – disse com a voz arrastada, fechando os olhos, o sorriso imóvel – Chad ficou excitado e nervoso por se sentir assim comigo, e Kai tem uma pegada tão gostosa...

Mal prendeu a respiração quando a mão do príncipe-fera alcançou sua bunda. Ben apertou-a, enterrando sua mão na carne da garota. Em cima e embaixo; no seio e no bumbum.

-Assim? – disse com a voz rouca; Mal se arrepiou inteira. Inconsciente, ela empinou a bundinha, oferecendo-a a ele – Você gosta quando eu te toco assim? – Mal sentiu a insegurança na voz dele, o medo de saber se estava fazendo certo, a dúvida se estava agradando ou incomodando... O desejo pulsante, latente de ser superior aos outros que a tocaram...

-Não, eu não gosto – disse baixinho, fechando os olhos; Mal levou sua mão à mão dele, a mão que estava sobre o seio, e segurou-o ali antes que ele pensasse em soltá-la. O príncipe era esperto, pegaria as entrelinhas cedo ou tarde. Mal estava à beira de perder o controle: seu coração batia tão forte a ponto de ela conseguir ouvi-lo em seus ouvidos, mas não diria jamais...

Ele sentiu-se eufórico quando compreendeu... eufórico e chateado.

-Por que me deixou sozinho? Por que se afastou na festa? Por que se afastou aqui? – ela não respondeu; nenhuma palavra saiu da boca da menina – Mal, você... – ele começou com a voz ligeiramente raivosa, como se fosse desabafar algo há muito engasgado, mas foi interrompido.

-Eu te magoei? – ele ficou quieto – Te irritei, menino-fera?

-Sim...

-Quando?

-Quando finge que nada aconteceu entre nós dois.

-E o que aconteceu entre nós dois? – Mal jogava as palavras em perguntas que revelariam indiretamente os sentimentos do rapaz. Manipuladora até quando ninguém, nem mesmo ela, percebia; conduzindo o jogo, como a jogadora exemplar que era.

-Nós... – as palavras sumiram; Ben não sabia o que dizer: o mundo certinho e puritano privava seu vocabulário e deixava seu corpo tenso, seu espírito constrangido – Nós sempre acabamos tão envolvidos... Você simplesmente se afasta...

-É isso que te incomoda? Quando me afasto?

-É... Não pense que não entendi esse joguinho de morde e assopra – continuou – Cada vez que se afasta, eu fico louco, e quando você volta eu perco o controle...

-Então você está irritado comigo?

-Estou – disse honestamente, esmagava o seio de Mal lembrando-se de outras vezes em que eles haviam se pegado intensamente e Mal se afastava, cortando um clima gostoso, mantendo-se distante por um longo período, um período ruim, muito ruim – Estou com muita raiva... – sussurrou de encontro ao pescoço dela, deslizando sua língua pelo mesmo, sentindo-a estremecer, sentindo sabor de sua pele.

Mal revirava os olhos, tentava, em vão, controlar seu corpo trêmulo...

-Então desconte sua raiva em mim – disse ela firme, porém baixinho; Benjamin não conseguia ver os olhos dela, sequer conseguia saber se ela estava tirando sarro.

-O quê?

-Liberte-se... Vamos, Ben... – ela sussurrou fazendo com que ele apertasse seu seio outra vez. Por que aquela voz tinha que ser tão sedutora? Tão encantadora? Tão influente? – Liberte-se...

Sim... libertar-se da raiva do melhor jeito possível: descontar todos os seus sentimentos naquela que os causara...

-Tem certeza? – ele disse com a voz bem mais rouca que o normal – Só vou parar quando toda a minha raiva tiver sido dizimada... – sabia que a fera dentro de si estava louca para sair e aquele convite...

-O príncipe encantado não pode ter tanta raiva dentro de si – disse ela debochadamente.

-É o que veremos... – o lado fera aceitou o desafio.

Benjamin desceu suas mãos pelo corpo de Mal literalmente massageando o corpo da garota, descobrindo mais de sua pele: pescoço, ombros, costas, cintura, bunda, coxas... Dali ele seguia subindo, agora numa massagem mais forte, em apertos bem mais sensuais. Mal sentiu o corpo esquentar ainda mais quando Ben pressionou a mão sobre sua intimidade; seu corpo reagiu com alguns espasmos involuntários, o suspiro parcialmente contido.

Suas mãos continuaram a subir, dessa vez passando por baixo da camiseta, consequentemente levantando um pouco a mesma. Seguiu contornando a cintura, alisando as costas, envolvendo o peito e esmagando os seios com as mãos. Mal soltou um gemido baixinho, quando sentiu os dedos dele enterrados em sua carne macia, quando sentiu o corpo dele pressionando o seu.

A mente do adolescente foi invadida por memórias da festa: Gisele subindo as mãos pelas pernas bem torneadas, subindo a barra do vestido... O riso suave e safado da vilã... As mãos de Kai no corpo de Mal, sobre aquela bundinha...

Ben reagiu mordendo o pescoço da moça, seguiu apertando os seios conforme descia suas mordidas pelas costas, pela cintura... Mal estava completamente trêmula; ele, então, tinha muita raiva das outras mãos que a tocaram, dos dias em que ela se mantinha consideravelmente longe impedindo-o de apagar todos os toques que não fossem os dele, impedindo-o de limpar a pele dela dos toques pouco significativos...

-Uhmm – ela não conseguiu segurar mais: aquela série de pequenas mordidas tinha chegado sobre a região que a calcinha deveria encobrir; os seios agora deixados de lado. Aquela bundinha pálida, redonda, macia... Ben desceu com alguns beijinhos pelas coxas e pernas, até chegar aqueles pezinhos delicados e pequeninos tal qual Cinderela – Ben... – ela suspirou sentindo-o chupar seus dedos. O menino-fera estava muito erótico naquela tarde de terça-feira; não era do feitio dele... Mal havia tirado-o totalmente do sério!

Voltou a subir pelas pernas da menina, tocando pelo lado interior onde era bem mais sensível ao toque, provocando arrepios, voltando a pressionar a calcinha exatamente sobre aquele ponto tão íntimo, próximo do clitóris... “... E levou a mão ali dentro. Ainda sobre a cueca. Ben ofegou quando ela pressionou o volume que existia entre suas pernas...” Deus! Ele esperava que ela sentisse o mesmo prazer que ele sentira naquela tarde.

Ben notou a respiração pesada da menina, mas não tinha qualquer visão do rosto escondido com auxílio dos longos cabelos; ele tinha a impressão de que aquele ato de esconder a face era proposital. Continuou pressionando os dedos, alisando em movimentos de sobe-desce, sem pressa, sem tempo cronometrado, ainda mordiscando e beijando onde a sua boca alcançava: cintura, quadril, bumbum... Seus dedos “descuidadamente” enroscaram no elástico da calcinha.

Mal prendeu a respiração.

-Isso tudo é raiva? – a voz dela saiu rouca, pesada e tão sedutora... Ela estava excitada, confessando em palavras ou não, estava claro que ela queria mais, ansiava por mais.

-É... – sua voz tal qual a dela: sedutora, envolvente, rouca... – Ainda tenho liberdade? Você aguenta receber meus sentimentos? – deixou sua respiração bater num ponto sensível por suas mordidas; Mal estremeceu.

-Não me subestime... – o suspiro saiu tão baixo, tão suave que ele penou para ouvir. Orgulhosa... Sempre orgulhosa...

E, sim, aquilo tudo era raiva da menina. Raiva por tantas coisas, todas relacionadas aquela linda e seduzente garota.

Desde que se viram pessoalmente pela primeira vez, Mal conduzia aquele joguinho excitante e desesperador no qual ela o provocava e sumia. Na primeira noite dela no colégio, Mal encerrara a conversa rapidamente, sem uma despedida da parte dele, batendo a porta em seguida. No primeiro dia de aula, ele oferecera levá-la para inscrever-se nas aulas de arte; ela dera-lhe as costas sem um sim ou um não. Ele tentara agradá-la com todos os meios possíveis de decoração para que ela deixasse o quarto confortável; ela sequer cumprimentara-o no dia seguinte.

Ben puxou o elástico para baixo, deslizando aquele pedaço de pano pelas pernas da moça. A calcinha eventualmente parou aos pés da cama. Mal estava nua da cintura para baixo! Como um lindo pedacinho do céu... Ela sentia o próprio ar como algo estimulante, mesmo o vento indo devagar, uma brisa suave; já estava toda arrepiada. Ele voltou a apertar aquela linda bundinha, nunca forte demais, mas Mal era tão pálida que Ben já conseguia ver a marca de seus dedos.

Deitou-se sobre ela, acariciando-a de leve, com a ponta dos dedos, provocando-a com sua lentidão, saboreando vagarosamente a visão e o sabor de sua bela pele...

Ele se lembrava com clareza: na sacada, ela o confundira, o provocara e depois partira sem olhar para trás. Logo depois, quando ambos quase vieram ao chão e terminaram presos nos braços um do outro, em vias de um beijo no meio do corredor, ela com tão pouca roupa... acontecera o mesmo. A festa na piscina e aquela aula de esgrima... Mal o seduzia, consciente ou não, e ia embora.

Lembrando disso, seu corpo fervia em raiva... em excitação.

A fera comandou seus movimentos... A fera estava sedenta!

Segurou uma perna de Mal e levou-a a flexioná-la, erguendo o joelho da moça e distanciando-o, afastando uma perna da outra. Daquela forma, Mal não apenas ficava confortável como Ben conseguia uma melhor visão e um melhor contato daquela região tão íntima e delicada tal qual um botão de rosa.

Tomado por um desejo de provocá-la, como se um anjinho pervertidamente mau sussurrasse em seu ouvido o que fazer, ele inclinou-se, aproximando-se como se fosse proporcionar a si mesmo o prazer de realizar um sexo oral, e assoprou delicadamente com o único propósito de arrepiá-la.

Mal estremeceu. O príncipe-fera sorriu.

Ele usou três dedos: o indicador, o médio e o anelar. Assim que ele encostou os dedos sentiu o quão quente e o quão úmida ela estava. Benjamin era inocente, não burro: sabia que Mal estava gostando, sabia que aquela era a prova máxima de que ela estava excitada. Deslizou seus dedos para cima e para baixo, devagar, lentamente pressionando... Estava provocando-a com os dedos e conhecendo-a com os olhos. Rosadinha e molhadinha... Todinha dele, só para ele...

Mal suspirava, mas não mais do que isso; lutava contra seus instintos, lutava contra a tentação de chamá-lo, de pedir por mais... Ben pegou um travesseiro jogado no chão e colocou sob o quadril de Mal, deixando-a ainda mais exposta para ele. O menino-fera ficou olhando-a por um longo período – seu hálito, propositalmente ou não, colidindo naquele ponto íntimo – seus olhos estavam enevoados e o volume em sua calça já era evidente, mas...

-Liberte-se... – ela sussurrou; ele não sabia se ouvira a voz dela em seus ouvidos, ou se aquela ordem vinha apenas em sua mente tão sensível e excitada: não sabia se era real ou não – Liberte-se, Ben...

E levou sua boca aos grandes lábios. Apenas a boca, chupando de forma até seca, provocando e seduzindo sua querida melhor amiga. Afinal, ele não sabia o que mais Mal poderia ser naquele jogo todo. Passou para os pequenos lábios ainda sem usar a língua; suas mãos acariciando as cochas da garota no ponto interno, sempre atiçando.

Ele não aguentou se fazer de cruel por muito tempo.

-Hummm – o som escapou de Mal assim que a língua de Ben tocou-a ali. E ele não se limitou a pontinha da língua. Não. Ben usou-a inteira, deslizando-a macia e úmida pela intimidade da garota como um todo: descendo pela coxa, subindo novamente, grandes e pequenos lábios e então, quando sentiu que estava se privando de um grande prazer tanto quanto fazia com ela, ele se permitiu alcançar o clitóris – Oh! – ele conseguiu visualizar a força com a qual a menina agarrava-se aos lençóis, o quanto deveria ter custado para ela gemer, o quanto ela deveria ter gostado para gemer.

Sem pressa alguma, Benjamin estava se deliciando com o mel de Mal, estava gostando de se lambuzar, gostando de chupar. Podia ficar a vida inteira entre as pernas da menina da mesma forma que adorava beijá-la na boca. Benjamin Florian estava adorando dar prazer para aquela garota, afinal... era esse o motivo principal e ardente de sua raiva.

Desde o primeiro beijo dos dois, Mal apenas dava prazer ao príncipe encantado. Ela realizara todas as vontades inconscientes do rapaz e sentira prazer “por acaso”. Ela permitira que Ben a beijasse, que mamasse em seus seios, porque ele assim o queria. Era uma vontade dele, muito mais do que dela. E o último ato sexual dos dois fora obviamente para o prazer dele.

Desde a primeira vez que se viram, mesmo em sonho, o maior desejo de Ben era proporcionar prazer aquela linda garota. Sua raiva vinha de Mal nunca permitir que ele retribuísse os agrados. Talvez fosse por isso que o seu prazer naquele instante fosse tanto; ele estava quase mais excitado do que quando ela lhe proporcionara o primeiro sexo oral da sua vida.

Ainda acariciando o clitóris com a língua e ouvindo-a gemer bem baixinho, ele, ousadamente, introduziu dois dedos. O ofegar da menina foi tão prazeroso, como se anjos cantasse somente para ele. Mal parecia lutar para controlar o próprio corpo, como se quisesse se contorcer tamanho o seu prazer. Continuou beijando aquele ponto de prazer feminino, deixando ela se acostumar e até “esquecer” os dedos imóveis do rapaz; Ben estava aproveitando para sentir o interior quente, úmido e macio. Afastando os lábios e continuando com os dedos, alguns bons minutos depois, em movimentos de entra e sai, primeiro devagar, depois aumentando a frequência, Ben observava-a: a respiração descompassada, as mãos agarradas ao lençol, os gemidos baixinhos e contínuos... moveu os dedos de forma diferente, um movimento circular, como se estivesse preparando-a para receber algo maior que seus dedos... Lembrando-se do clitóris tão sensível ao toque, Ben levou o dedão aquele ponto primordial ao prazer feminino, esfregando-o, pressionando-o conforme mexia seus dedos dentro dela, dessa vez curvados como um gancho, provavelmente alcançando o ponto G...

Sentindo os gemidos da menina aumentarem, sentindo seu corpo reagir tão positivamente aos seus toques... Ben suspeitava que ela estivesse perto de um orgasmo. Ele pensou em aumentar a velocidade, mas desistiu: podia quebrar o clima assim, podia afastá-la do prazer ao invés de proporcioná-lo. Manteve o ritmo, porém levou sua boca, sua língua, trabalhando tanto na arte oral quanto com os dedos, da mesma forma que ela havia feito com ele... Masturbação e oral... Apenas maravilhoso, para os dois.

O corpo de Mal parecia tenso, suas mãos e pés forçavam os lençóis e o colchão. Os gemidos contínuos ligeiramente mais altos, porém abafados por almofadas... Um pedacinho do céu... Bem retirou os dedos no momento exato para aproveitar tudo com a boca. Como um rio manso, o gozo da menina escorria diretamente na língua do menino-fera; em sua cabeça enevoada, aquilo era mais doce que mel... Benjamin continuou chupando, limpando o que ele próprio havia causado. O corpo dela, então, estava infinitamente relaxado, a respiração ainda pesada.

De joelhos sobre a cama, alguns minutos depois, o menino-fera ajudou-a a se virar, finalmente olhando-a nos olhos. Ela estava tão cansada, quanto calma, quanto desejosa. O verde de seus olhos nem escuro, nem claro; os lábios muito vermelhos como se ela tivesse mordiscado-os, entreabertos... Ben levou seus dedos a boca dela e observou-a chupá-los gostosamente, provando de seu próprio gosto; ele sentiu os olhos turvos de excitação com aquela imagem tão sexual, já recordando da imagem dela com seu membro na boca.

Não se aguentou: voltou a deitar-se sobre ela, beijando-a nos lábios. Mal desceu a boca para o queixo do rapaz, beijando, chupando, provando de seu gosto... Voltou aos lábios, chupando-os, mordendo... Ela mantendo o beijo calmo apesar de tudo.

-Sua raiva passou? – perguntou alisando a nuca do rapaz, entrelaçando seus dedos nos fios lisos.

-Passou– disse baixinho; os lábios pertinho dos dela, seus dedos afastando os fios púrpura do rosto da menina. Ele deitou-se sobre ela, sempre tomando cuidado para não a machucar com seu peso, e voltou a beijar o pescoço da garota... – Por enquanto.

Uma batida na porta os assustou antes que ele voltasse a beijá-la.

-Mal! Abre a porta! Ai droga, você tá com o fone... – Evie resmungou sozinha e voltou a esmurrar a porta – Mal! Eu preciso do meu rímel!

A vilão ergueu a sobrancelha para o príncipe-fera, o sorriso crescente e lindo em seu rosto, uma pergunta muda que ela queria respondida...

-Eu tranquei a porta – disse sorrindo – Não queria o mesmo acidente de antes – ele se referia a invasão da Fada Madrinha. Mal reagiu o beijando calorosamente.

-Aprendeu rapidinho – sorriu ela vendo-o fazer uma cara forçada de desaprovação; ela queria ter dito “te corrompi perfeitamente”, mas seria pesado demais para aquele momento e o encantado provavelmente se espantaria de um jeito ruim – É melhor você ir antes que Evie se lembre que dá para arrombar a porta com grampos ou que ela pode simplesmente me ligar.

-Não quero ir embora, mas...

-Dessa vez não sou eu quem vai sair – sorriu Mal com alguma ironia, um grau de humor negro.

Ben colocou-a sentada sobre seu colo beijando-a intensamente enquanto Evie berrava e esmurrava a porta do outro lado; sua mão desceu sem pudor até as redondas nádegas da garota, numa pressão quase suave.

-Mal, ainda temos muito o que conversar – disse em tom baixo. Segundos depois, os dois de pé, Mal vestindo a calcinha, Ben pulando a janela...

Depois de observá-lo partir pelo beiral, a menina voltou a se deitar com os fones, o diário aberto em desenhos maravilhosos... Se Evie precisasse tanto assim do seu rímel teria que encontrar outra forma de entrar no quarto, porque Mal não iria se mexer mais, na verdade, a vilã apagou antes que Evie conseguisse invadir o quarto.


Notas Finais


Antes de pedir desculpas, vou me explicar:
Seduzentes sempre teve um "estoque de caps prontos". Eu sempre estava relendo, vendo se havia coerência e ligação entre os capítulos... e agora esse estoque diminuiu demais, sumindo com parte das minhas garantias. A fanfic conta com - agora - apenas dois capítulos prontos, fora o que eu estou escrevendo, e eu realmente não quis postar em função da minha falta de criatividade: sei exatamente o que quero, mas as palavras somem quando quero colocá-las no word. Minha intenção é justamente não atrasar as postagens, e ainda assim postar um capítulo com qualidade relativamente alta. Eu não vou postar qualquer coisa, um capítulo mais ou menos. Só vou postar quando tiver plena certeza de que vale à pena ser lido; e se para isso eu tiver que ficar algum tempo sem postar, assim o farei. Antes de tudo, eu escrevo por mim, para mim, da forma como eu gostaria de ler... e justamente por isso eu me recuso a dar a vocês capítulos curtos, sem grandes conteúdos, mal redigidos... Eu mereço mais; vocês também.
Mas não foi somente a "falta de criatividade". Comecei a faculdade agora - não, não estou tendo uma sobrecarga de estudo; nem acho que vai chegar nisso - mas isso mexeu muito no meu horário, não consegui me adaptar ainda. Me sinto completamente perdida durante o dia, sem um eixo... Não sei bem definir e eu espero que isso passe logo. Por conta disso, acredito que as postagens também não vão mais ocorrer com toda aquela frequência do início.
Dito tudo isso espero que me perdoem, meus queridos e amados seduzentes, mas se não puderem perdoar, espero apenas que compreendam minimamente o que vem acontecendo

Queria agradecer aos anjos que me mandaram mensagens e comentários compreensivos e dizer que eu me sinto grata demais pelo carinho que eu recebi

Mais uma vez perdão


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