1. Spirit Fanfics >
  2. See You Again >
  3. Capítulo III - Vitimas

História See You Again - Capítulo III - Vitimas


Escrita por: Mind-Night

Notas do Autor


Ócus Pócus meus queridos leitores zumbis!
Trouxe aqui mais um capitulo e queria dizer que estou bem feliz com o crescimentozinho dessa fic que eu tanto amo, por que eu sinceramente antes não esperava muito dela.

Obrigadinha pelo apoio e pelos comentários, eu amo eles aaaaaaaaaaa

Enfim, sem muita enrolação, queria dizer que esse cap vai começar a incendiar o negocio.
Estejam firmes e fortes. Beijinhos, lembrando que tem musiquinha nas notas finais.^-^

Capítulo 4 - Capítulo III - Vitimas


Fanfic / Fanfiction See You Again - Capítulo III - Vitimas

"É como caminhar nos escubros da tormenta, deduzir que o vendaval
está por se cessar e no fim, descobrir que sempre esteve no olho do furação."

- Autor desconhecido 

 

Kenneth McCormick

- Isso é bem nojento, como alguém consegue fazer isso? Eu ainda me assusto com a capacidade humana. — Concordei enquanto lhe estendia uma xícara com café quente, eu gosto do meu café, acho que é um dos únicos que bebo, pareço ser maluco, mas talvez... Ah, quem sabe...

- O último teve as tripas colocadas pra fora, os policiais vomitaram, parece que estamos lidando com o Jack Estripador do século 21. Esse porra-louca não está sozinho nisso, é impossível. — Lhe respondi pegando uma das fotos sobre o balcão daquele quarto que estava usando como local de trabalho e ajeitei o relógio de plástico pequeno e preto em meu pulso, ele era meu rastreador aqui. Craig também estava usando o seu.

- Definitivamente não, essa vitima parece ser bem pesada para se carregar sozinho, a não ser que estejamos falando de um assassino do zodíaco, de um Theodore Bundy, mas eu não acredito que esse assassino seja um conquistador. — Craig falou bebendo seu café e eu tive de dar risada, me encostando na bancada observando bem a parede com fotos e ligações em fios por todas as partes, foram 3 longos dias vendo detalhe por detalhe.

Acabei ajudando a polícia local em coisas pequenas e Craig foi atender no hospital e pela cara dele quando chegou aqui, as coisas lá não parecem nada boas. Mas, é um desafio para nós, é bom pra carreira dele e pra minha, visto que esse assassino é praticamente perfeito, no caso eles são um grupo grande de ótimos profissionais.

- Ok, por que porra estão faltando tantos órgãos? Aqui está faltando o coração, fígado, os dois rins e as córneas. Tiraram os olhos do cara, o que estão fazendo? Comendo? Por que tirariam esses órgãos e deixariam o corpo para trás? — Minha pergunta soou alta, e em seguida o suspiro de agonia.

- A não ser que eles estejam vendendo. — Minha cabeça ergueu rapidamente na direção de Craig que disse pousando a xícara sobre o balcão com velocidade e me aproximei do mesmo vendo pegar a papelada.

- Faz sentido, pode não ser só um assassino idiota, pode ser alguém vendendo coisas pro mercado negro, a INTERPOL sabe disso? Nós tínhamos um informante que estava a meses no mercado mais direto, entre a América do norte com a Rússia. — Falei pegando outros papeis com informações de outras vítimas.

Craig me deu espaço ainda analisando as fotos das vítimas intrigado, sua testa estava enrugada, e eu o entendia, não estávamos falando de um assassino por esporte, estávamos falando de um grupo ilegal do mercado negro que está mudando as vias da polícia.

- Querem que acreditamos estarmos lidando com um psicopata, mas isso realmente tem mais gente envolvida, são do mercado negro e estão agindo por trás disso. Preciso de uma busca nova sobre as áreas de mercado negro mais próximas, quais os países com linhas de mercadoria ilegal mais próximas de South Park? — Falei me encostando na bancada e ligando o notebook, certo está na hora de contatar o meu superior e marcar um relatório sobre isso.

Abri a caixa de e-mails privadas, a intranet, rede especial de comunicação das organizações governamentais não podem ser hackeadas, então totalmente segurança aqui. Olhei brevemente para Craig que se movia inquieto e parei por segundos o olhando, colocando várias fotos juntas como se estivesse montando um quebra cabeça, fechei o notebook de forma lenta olhando com sua movimentação nova.

- Kenny, quero ir ver os corpos agora. — Ele disse ainda sem tirar os olhos das fotografias e cruzei meus braços.

- Agora? Por que? — Perguntei me aproximando aos poucos.

- Por que esses cortes são perfeitos, são ótimos e não contém nenhum erro que vá estragar a mercadoria que eles querem vender. — Travei no local o escutando e soltei o ar de forma profunda, geralmente equipes que agem assim são bem chulas, ainda mais pra uma cidade pequena.

- Acha que tem um profissional da saúde trabalhando nisso? — Perguntei de uma forma um tanto esporádica.

- Eu só vou ter certeza quando olhar os corpos, vamos agora. — Ele disse soltando as fotografias no balcão e não demorei para alcança-lo. Ok, deveríamos avaliar os corpos logo, por que essa situação estava definitivamente começando a ficar mais intensa. Entretanto, eu odiava necrotérios!

Não demorou para que entrássemos na caminhonete, estávamos com pressa e isso era complicado para nós dois, certo... 6 vítimas em 3 meses, estão trabalhando sobre encomenda? Datas de mortes avulsas, que coisa péssima, isso só dificulta tudo, fora os objetos estranhos achados nas salas onde foram encontrados os corpos, desenhos, símbolos estranhos, estatuas estranhas.

Enquanto acelerava o carro minha cabeça ia a mil por hora parecia testar meus órgãos, havia algo errado atrás dessa história, 6 mortes em 3 meses, eles estão jogando bem, e a preocupação de Craig com os cortes apenas me confirmou que não estamos lidando com gente pequena. Existe algo maior, querendo ou não estamos em South Park... Passei por tantas coisas aqui que chegava a ser bizarro, principalmente na infância que eu tinha aquele... Segredo...

[...]

O necrotério era próximo a delegacia, os corpos eram movidos de forma rápida, foi muito bem pensado a montagem dessas duas unidades. O cheiro do ambiente não era nada bom, o que é definitivamente normal, o ambiente era pesado e a pouca quantidade de pessoas apenas nos informava o quanto aquele não era um local legal. Odeio necrotérios, tenho um certo trauma com... Cadáveres, principalmente se penso neles revivendo algum dia. Trauma de infância!

- O doutor Valmer está esperando por vocês. — A voz doce da recepcionista soou outra vez enquanto caminhávamos até a sala indicada.

Valmer, eu conhecia aquele sobrenome, e a dúvida só me abandonou quando eu pude ver o rosto da pessoa. Jimmy, o garoto aleijado da escola, o que sempre fazia piadas e estava gaguejando, em vez de uma muleta, agora este segurava uma bengala com detalhes prateados, ok, ele mudou bastante.

- Craig e Kenny, o comeback é real. — Este disse sem poupar no sorriso e eu o devolvi de forma calma, Craig não deixou de fazer o mesmo. Ele estava estranho ainda depois do que disse a Clyde, 3 dias atrás. E ainda não conversamos.

- Viemos a trabalho, ficaremos por pouco tempo. — Craig disse se aproximando do mesmo e os dois apertaram as mãos por segundos, fiz o mesmo observando bem o local e logo voltei minha atenção para Jimmy que havia sofrido uma mudança radical.

Sua bengala tinha detalhes em preto e prateado, haviam símbolos antigos, um rosto de um homem mostrando os dentes, era bem milenar. Ok, ele se deu bem, está comprando coisas caras. Olhei em volta novamente eu pude ver todos aqueles compartimentos cinzas, quanta gente morta tem aqui?

- Pois bem, vieram ver as vítimas, elas estão exatamente aqui. — O acompanhei caminhar se apoiando na bengala até aqueles armários acinzentados e pude ver Craig segurar a risada ao me ver torcer o nariz, é eu tinha um problema com gente morta.

- Sabe sobre o caso? — Craig perguntou de forma direta e Jimmy respondeu acenando a cabeça baixa, faz todo sentido já que ele é o legista oficial da polícia. 

- Sei sim, inclusive eu fui até o local do crime investigar, estava nos últimos acontecimentos, e sabe, foi horrível, o que fizeram com aquele cara, foi literalmente de vomitar as tripas. — Neguei com a cabeça rindo fraco de sua piada enquanto ele encenava alguém com o estomago pra fora. As prateleiras estavam abertas, e lá estavam as vítimas, as primeiras eram mulheres que aparentavam ter de 20 a 30 anos, todas de aparência diferente, mas bastante bonitas, e foi terrível reconhecer uma antiga colega de classe ali, Rebecca... Red estava entre as vítimas.

Suspirei fundo, nunca leve para o lado pessoal. Passei meus olhos pelos outros e logo cocei a nuca, Craig não perdeu tempo, pegou uma das luvas em cima do balcão e começou a fazer o que queria. Coloquei as mãos nos bolsos processando a informação de que todos que um dia conheci estavam em perigo nessa cidade. Não queria imaginar outra pessoa ali, passando por algo assim, agradecia a Deus por Karen não estar mais na cidade, entretanto Trici estava aqui e entendi totalmente o suspiro longo soltado por Craig, não queria imaginar, Kyle, Stan, Token como vítimas, nem Tweek, sabia que isso afetaria Craig e  não quero nem pensar em Butters, puta merda. Se algo acontecer com ele eu... Sinceramente, não quero nem cogitar isso. Ele não tem carro nem moto, tenho que começar a ficar mais de olho.

- É como pensei Kenneth, os cortes estão perfeitos demais. — A voz de Craig me tirou dos devaneios e suspirei concordando.

- Eles realmente estão mortos? Eu não entendi. — A voz animada de Jimmy soou novamente e neguei com a cabeça vendo Craig se virar para ele.

- Os cortes, são muito bem feitos, nenhuma retaliação na pele como briga ou luta, tudo parece cirurgicamente muito bem feito. Não estamos lidando com um psicopata, e sim com ladrões de órgãos. — Ele disse e conformei vendo a expressão de Jimmy mudar para uma surpresa, totalmente surpresa.

Deveria fazer um relatório ainda hoje, informando cada detalhe e que talvez o FBI tivesse de enviar agentes secretos para o mercado negro a fim de espionar bem de perto a movimentação para que pudéssemos pegar a gangue. Mas, Jimmy não ficou parado, sua expressão ficou séria de uma forma tão séria que tive de me manter em alerta.

O corpo do mesmo se moveu de forma rápida até os compartimentos de trás da sala puxando várias gavetas, foram quase 20 pessoas ali, de etnias diferentes, mas todas pareciam ter entre 20 a 30 anos. E eu arregalei os olhos, que merda é essa. E ele não parou até que 20 gavetas estivessem abertas, uma dessas pessoas tinha o rosto literalmente arrancado, uma mulher não tinha pele alguma nenhuma no corpo e aquilo foi bizarro, outro não tinha nenhum dos dedos, eras cenas que literalmente me fariam perder a fome.

- Que porra é essa? — Não precisei dizer já que Craig fez isso por mim.

- Essas pessoas foram mortas a 8 meses atrás, eu achei que os cortes também eram milimetricamente perfeitos, mas o delegado deu como caso encerrado assim que eles pegaram o culpado. Se confirmar isso também, o caso vai ser reaberto. — Quando Jimmy terminou de falar meu sangue ferveu. 8 meses negligenciados?... 20 pessoas brutalmente assassinadas e o caso foi negligenciado.

- Como é que é? — Travei o maxilar encarando aquilo, Shelly Marsh, a irmã de Stan estava ali. O senhor Garrison, Timmy Burch... Estavam mortos e esses casos foram negligenciados... Os casos foram arquivados e eles não colocaram nada na papelada.

- Eu tentei dizer que talvez houvesse ligação, mas eles não me ouviram, Cartman foi o primeiro a se recusar a investigar uma outra vez. — Jimmy não precisou falar mais, meu sangue estava quente e eu quebraria aquele departamento.

Meus passos rápidos e pesados pelo corredor foram seguidos pelos de Clyde que já sabia o que viria em seguida, e ele não me impediria, sabia que não faria isso. 20 pessoas mortas, brutalmente assassinadas da mesma forma que as de agora e eles negligenciam o caso, que merda é esse departamento? Que MERDA DE DELEGACIA É ESSA? Respirava fundos enquanto empurrava com força as portas do necrotério, a delegacia estava exatamente do outro lado da rua.

- Kenneth, olha a merda que você vai fazer. — Craig disse me alcançando enquanto mantinha sua expressão séria, mas estava tensionada, eu o conhecia suficiente pra saber que não era o único sentindo aquilo.

E os degraus do DP foram rapidamente subidos, entrei no local e bati as portas as abrindo com força total, filhos da puta. Eu estava com raiva, quantas outras pessoas precisariam morrer pra fazerem algo? Essa cidade não é e jamais será novamente a mesma.

- WALTER! OFICIAL WALTER! — Gritei sem poupar a voz, podia ver policiais comendo o tempo todo, o grupo de agentes de Erick ao lado da cafeteira arregalaram os olhos para verem o que estava acontecendo.

- Kenny, quem você acha que é pra vir gritar na nossa delegacia? — Travei o maxilar sentindo minhas veias da testa saltarem, filho da puta inútil.

- Foi você quem cuidou do caso não? Seu filho da puta, fodido do caralho. — Não tive medo de peita-lo e agarrar a lateral de sua camisa o encostando no pilar com força, muitos outros se aproximaram enquanto eu encarava aquele merda.

- O que está acontecendo na minha delegacia? — E finalmente o filho da puta. Soltei Erick com velocidade e antes que pudesse avançar contra o delegado Craig entrou na minha frente a fim de me parar, as coisas não ficariam boas, eu sempre fui marrento e nunca fugi de brigas, e mesmo tendo crescido eu mantive as minhas raízes.

- Negligenciou um caso de 20 pessoas brutalmente assassinadas? Mesmo sabendo que a CIA estaria presente quando essa série de assassinatos foi descoberta? NEGLIGENCIOU 20 VIDAS! Você não merece o título que carrega, isso é crime! — Disse sem poupar garganta enquanto apontava para ele e de repente a delegacia havia parado.

Eu estava borbulhando, Cartman entregou o caso como encerrado e o delegado negligenciou 20 vidas, brutalmente tiradas, quem nessa porra de delegacia não comprou a porra do uniforme e o distintivo na esquina e realmente sabe das leis?

- Aquelas pessoas mortas não tem nada a ver com esse caso senhor McCormick, acho melhor se acalmar, por que não está na sua delegacia e sim na minha. — O “homem” com título de delegado ali retrucou no mesmo segundo. E a risada escapou por minha garganta, estava com raiva por todos que conheci... Pelos amigos que perderam e pelas famílias que não tiveram justiça.

- Eu sou o legista oficial dessa operação, e pelo visto nenhum desses... Merdas, aqui realmente entenderam como funciona a situação. Já que faltaram nessa aula na faculdade de vocês bom, eu vou tentar explicar. Quando um legista te diz que dois casos tem ligação por que as mortes são idênticas e ele apresenta fatos com isso, você escuta e abre o caso de novo, por que não se refuta um fato com dedução policial, e então você aumenta as proteções nas ruas e abre a porra do caso! Mas, não foi isso o que aconteceu, você negligenciou o caso e colocou sua cabeça a prêmio. — Craig foi claro e grosso... Como sempre, sempre foi de poucas palavras, mas nunca poupou verdades.

Passei as mãos no rosto tentando manter a calma, quantas vidas foram perdidas, quantas vidas ainda vão ser perdidas graças a incompetentes do serviço público, voltei meu olhar para Cartman que pela primeira vez não estava rindo e sim sério, na verdade bem preocupado, e focado em Craig... Seu gordo maldito, filho da puta.

- Vou enviar um relatório ao meu supervisor, saiba que colocou a sua cabeça e a dessa delegacia a prêmio, você negligenciou o caso e eles também. Em breve alguém do Pentágono vai aparecer e você vai saber o que fazer, mas por agora. Eu quero todos os relatórios feito do caso das vítimas e quero saber onde está o homem que vocês prenderam. — Pedi tentando respirar fundo e o olhar de Walter foi na direção de Cartman. Fechei os punhos no momento seguinte.

- O agente Cartman vai pegar todas as pastas. — Escutei o homem falar e Erick se moveu de forma robótica até sua mesa, malditos.

- Esses casos tem ligação total, estamos lidando com um grupo de ladrões de órgãos que atacam pessoas com idades entre 20 a 30 anos. Fiquem de olho, se for necessário, isso vai ter que sair no jornal local, mas até termos total confimação, fiquem longe dos tablóides, todos tem que tomar cuidado até que esse caso seja encerrado. — Falei de forma alta olhando para todos os oficiais das ruas que agora pareciam proativos a tudo...

Caminhei até a frente do delegado e não tive medo algum em apontar o dedo em sua cara, maldito. Não merece o posto de delegado, pareceu ser bem ativo, mas também é um incompetente. O distintivo no peito não lhe diz nada.

- E já que você não está fazendo a porra do seu trabalho direito, eu vou fazer. Quero todos os oficiais de plantão atentos a qualquer movimento, troca de turnos nas ruas, 100% atividade, inclusive os seus incompetentes agentes que só bebem café e comem rosquinha. Vou mandar a carta para o congresso, faça o que tem que ser feito uma vez na sua vida se quer ao menos honrar essa porcaria prateada que você está expondo. — Disse de forma bruta arrancando as pilhas de pastas das mãos de Erick.

E nos encaramos de forma tão rude que eu soube exatamente que estava lidando com o inimigo e não com um parceiro oficial. Erick não era confiável, charlatão. Sabia que teria de tomar cuidado com ele, ou as coisas piorariam, eu falaria com o homem condenado e acusado de assassinato, e vai ser um enorme prazer encerrar esse caso, afastando gente incompetente da policia. .

Acabamos saindo rápido de lá antes que eu explodisse novamente, o ar pode encontrar o meu rosto e senti que minha cabeça iria explodir a qualquer segundo, aquilo estava me matando e agora sabia o motivo, deveria tomar cuidado com todos, inclusive com os policiais. Deveria saber em quem confiar e a quem recorrer, South Park realmente não a mais a minha cidade, ela é terra de ninguém, e terei de batalhar pra recupera-la.

 

Craig Tucker

Foi um dia e tanto, tantas descobertas em um só dia. Estava tudo tão sem rumo, entendia a raiva de Kenny com toda a situação, no hospital as coisas também estavam bagunçadas, e tudo ficou ainda pior quando vi o irmão de Kenny sendo levado até a UTI por ter uma overdose, não havia dito a ele ainda mas,  estava esperando a hora certa, o carro que acabei alugando na cidade não era ruim, mas eu sentia falta do meu.

Precisava comer e eu definitivamente não estava nem um pouco afim de ir para casa cozinhar, e essa foi uma ótima oportunidade que tive para ir até o café que Tweek trabalhava, esperava conversar com ele sobre algumas coisas e tentar saber mais sobre sua relação com Clyde, que me era totalmente estranha e incomoda. Filho da puta, no fim me taláricou.

Estacionei o carro na frente do estabelecimento vendo as ruas escuras, era uma avenida perigosa e agora que sabia que South Park não era segura, ficaria aqui até que fechasse. O estabelecimento parecia vazio, e não tive sinal de Butters, inclusive não tive oportunidade de falar sobre ele com Kenny, esse maldito sempre lerdo demais. Empurrei a porta de vidro podendo ver os olhos do loiro atrás do balcão pousarem em mim e logo seu rosto foi banhado pelo tom avermelhado.

- Boa... Noite... — Seu cumprimento foi lento o suficiente para que eu soubesse que ele estava processando minha chegada ainda.

- Oi Tweek... — Disse indo até o balcão que este se encontrava e me sentei em um dos bancos ali na frente ainda o encarando, ele estava próximo o suficiente para que eu pudesse sentir o cheiro de café dos seus cabelos.

- Ah... Oque eu posso lhe servir? — Escutei sua pergunta ainda travada e baixei meus olhos para o cardápio ali ao lado. Queria café amargo e bolo de chocolate, sempre comíamos isso quando podíamos antes.

- Café amargo e bolo... Você sabe qual... — Disse simples sentindo a tensão ainda nos cobrindo com tamanha força.

O vi concordar e ir até o freezer expositor cortando um pedaço do bolo recheado e o servindo. Pude acompanhar seus movimentos, simples, leves..., mas ainda tímidos, ele parecia tão retraído agora, isso estava me incomodando tanto, que chegava arder meu peito. Como tudo pode acabar de forma tão certeira... Por que fizemos isso.

- Como vai você? — Perguntei ao vê-lo colocando meus pedidos a minha frente, não ergui os olhos para os seus naquele momento. Tive de buscar forças para isso.

- Eu vou... Bem, ótimo na verdade. E você como vai? — Sua resposta pareceu tão robótica que aquilo inflou minha raiva... Aquele definitivamente não era o  normal de Tweek.

- Estou conseguindo levar as coisas de forma tranquila, você mudou bastante. — Disse simples provando o bolo e sim, estava ótimo. Muito melhor que os de Nova York. — Mas, você não cresceu nada. — Completei simples rindo fraco e pude pela primeira vez captar uma reação diferente sua, um tanto irritadiça. Logo este escorou no balcão olhando para a coloração do objeto, um micro sorriso enfeitava seus lábios agora e isso, melhorou meu dia de uma forma ótima.

- Você continua idiota. Eu cresci sim, só não dá pra notar muito. — E olha, tivemos um avanço ali, ele não pareceu poupar palavras pra falar comigo. E isso me fez sorrir, estávamos começando a nos entender.

- Eu amadureci um pouco, mas eu ainda mostro o dedo quando tem algo me incomodando. — Comentei bebendo meu café podendo acompanhar os sorrisos que surgiam no mesmo agora, e em segundos soltei a xícara sobre o porcelanato e mostrei o dedo do meio para ele que dessa vez, me deu uma leve gargalhada e puta merda, eu havia esquecido o som da sua risada. Como pude esquecer isso?

- Eu não bebo mais tanto café como antes, consigo falar melhor agora. — Dessa vez ele disse olhando nos meus olhos e eu não pude perder a oportunidade de vidrar nas pedras âmbar que ele tinha.

- Talvez seja a falta de café esse seu desanimo, ele te dá ticks, mas você parece ser mais feliz quando está entupido de cafeína. — Comentei com humor e vi seu sorriso sumir aos poucos quando toquei naquele assunto.

Era uma ferida aberta para ele então, que merda, acho que realmente o assunto é mais fodido do que parece. Comi mais um pouco do meu bolo enquanto acompanhava suas expressões mudando aos poucos, ele estava com olheiras grandes, parecia abatido e extremamente pra baixo, tinha uma breve certeza do que estava acontecendo e aquilo apenas me irritava mais.

- Quando começaram a namorar? Você e o Clyde? — Perguntei dessa vez sem o encarar e me concentrei no bolo e ele juntou as mãos com força quando toquei no nome do maldito.

- Ah... 1 anos depois que você foi pra Nova York, Clyde me ajudou muito... Foi um ótimo amigo e é um ótimo... Namorado... — Franzi a testa com suas repostas robóticas, mas não o olhei. Ajudou você é? Ou te fez pensar que lhe ajudou e agora se aproveita disso?

- Hum... Ótimo namorado... Ele é estranho, porque ficou com ele? Token é legal. — Falei de modo aberto o vendo erguer a cabeça com velocidade e negar no mesmo instinto.

- Clyde é legal... Token não gosta de meninos e ele não faz meu tipo. — Sua resposta não era nem 50% sincera, toda vez que citava algo bom de Clyde, seu corpo respondia com recusa. Terminei meu bolo e bebi de uma vez o café levantando meus olhos para ele. Seu rosto abatido me partia totalmente, por mais que tentasse negar... Na verdade eu nem tento negar.

- Você não gosta dele. — Fui totalmente sincero e direto me tratando sobre aquele babaca.

Os olhos de Tweek se arregalaram por um momento e eu mantive a seriedade nos meus. Tweek não gostava dele, não havia emoção em suas palavras, seu corpo ligava um sistema de negação quando o Donovan era citado, Clyde não fazia bem para ele e as ações de Tweek eram a prova viva disso.

- Oque? Como assim? Eu gosto do Clyde... Ele é ótimo... — Sua expressão mudou de uma aberta para uma fechada e temerosa.

- Não gosta não, ele não faz bem para você e eu consigo ver isso por que conheço você. Então, Tweek sei que faz pouco tempo que estou na cidade, mas você pode me pedir ajuda. Se me pedir ajuda, eu não vou negar ela a você, eu consigo ver que ele não faz nada bem pra você por que seu corpo parece expelir algo peçonhento quando você toca no nome dele. — Falei estendendo minhas mãos no balcão ainda o encarando que parecia ter perdido o sentido. Seu peito subia e descia de forma tão rápida que eu me assustei.

- Você não sabe o que está falando, você me conheceu a muito tempo atrás e... Está falando besteira. Craig, a cafeteria está fechando, precisa se retirar. — E eu literalmente fui enxotado do meu banco, conseguia ver seus olhos acumulando lágrimas, ele estava nervoso e visivelmente fragilizado, talvez eu tivesse tocado rápido demais nesse assunto, mas isso apenas me confirmou que Clyde fazia mal para o loirinho.

- Olha, desculpa eu não queria falar isso assim do nada, mas você não parece nada bem. — Disse e o vi travar no lugar por alguns segundos. Seus olhos pareciam agora tão surpresos que me fez até ficar com vergonha.

- Você pediu desculpa? — Sua pergunta dessa vez pareceu sair de forma involuntária e eu concordei, eu era um adolescente orgulhoso, sou um adulto orgulhoso e nunca vou deixar de ser, mas eu não era mais tão imaturo assim.

- Sim, não sou o mesmo pirralho de antes, ainda pareço, mas eu melhorei bastante. —  Falei podendo ter visão total do seu rosto agora, ele estava pedindo socorro, eu sentia isso.

- Tanto faz, você não pode se intrometer no meu relacionamento. Então não diga coisas que não sabe. — O escutei falar em um tom mais alto e acompanhei seus movimentos enquanto este ainda de forma travada saía de trás do balcão.

Quando o mesmo passou por mim, foi como se meu corpo agisse sozinho. Minha mão alcançou sua cintura e eu o puxei para mim mantendo o loiro com seu corpo tão junto ao meu que podia sentir as batidas fortes e angustiantes de seu coração, e merda... Como eu senti falta desse contato. De senti-lo tão próximo a mim, próximo o suficiente para que eu pudesse rouba-lo, e leva-lo para longe dessa cidade.

- Desculpe. Eu só gostaria que soubesse que estou aqui e que por mais que nosso relacionamento não tenha terminado bem eu... Posso te ajudar quando você precisar, eu conheço os seus olhos Tweek, sei quando você está com medo, e quando está pedindo ajuda. Eu estou aqui! — Soltei sua cintura e abracei seus ombros o obrigando a colar ainda mais em mim. Mantive um dos meus braços em suas costas e o outro em seus ombros. Podia sentir seu peito ir se desacelerando à medida que os segundos passavam e que eu o mantinha em meus braços... Queria sim poder o proteger, mas não poderia falar nada até que ele me dissesse com todas as letras que estava precisando de ajuda. Malditos sentimentos, malditos sentimentos idiotas, isso só era um problema para mim quando Tweek estava envolvido, no resto do tempo desconfiava que poderia ser uma rocha.

Seus braços não demoraram mais para que corresponde meu abraço. E aquilo foi a confirmação involuntária que queria para poder matar Clyde a qualquer segundo. Seu abraço ainda era caloroso, ainda me envolvia até a alma, ainda fazia meu corpo vibrar, saber que ele estava próximo era tão relaxante para mim, relaxante e perigoso, eu não ficaria em South Park, estava aqui a trabalho, não posso me envolver... Não quero me envolver novamente se for sentir a mesma dor que senti anos atrás, entretanto quis o segurar mais tempo no abraço, porém era impossível visto que ele já estava se movimentando para sair dos meus braços.

- Obrigado Craig... — Sua voz saiu doce e dessa vez, havia um sorriso esperançoso... Ele havia entendido...

- Pode me falar o que está acontecendo com Clyde e por que você estava machucado na última vez que te vi? Eu vi o seu braço. — Perguntei de forma calma ainda, porém este apenas se esquivou do assunto...

- Eu e Clyde tivemos uma briga, mas já nos entendemos. Agora, eu preciso fechar o café! — Suspirei de forma desgostosa pagando o que havia consumido. Tiveram uma briga, Clyde bateu nele e eles se resolveram? Por que Tweek está se submetendo a esse tipo de briga?

Quando eu e Tweek brigávamos na adolescência, era um verdadeiro inferno, ele surtava e eu tentava fugir para que não gritássemos um com o outro, mas era impossível visto que ele tinha uma personalidade bem difícil, e então o circo pegava fogo, as vezes eu não escapava de umas bordoadas que ele me acertava, mas nunca passou disso e eu também nunca fui o tipo de cara que gosta de bater no parceiro ou parceira.

Toda via, nossas brigas sempre eram resolvidas da mesma forma, da melhor forma possível, descontávamos toda nossa brutalidade entre os lençóis da minha cama, ou sobre o estofado do sofá no porão da casa de Tweek, independente da briga, era sempre assim, acabávamos ofegantes, vermelhos, com um calor infernal mesmo que fora de casa fizesse -10 graus. Se fechasse os olhos eu poderia sentir a sensação dos seus cabelos húmidos e bagunçados tocando o meu rosto, a temperatura de sua testa extremamente alta e colada a minha, um ou dois pacotes de preservativos jogados no chão do local que tivéssemos usado e... Era o melhor momento de todos para mim, por que apenas eu poderia ver o seu rosto extasiado, bochechas avermelhadas, lábios entreabertos, um breve sorriso envergonhado e olhos tão sedentos que chegava a me fazer esquecer meu próprio nome.

Não era só pelo sexo, nem pelo prazer momentâneo, era por saber que eu seria o único a ver o seu rosto naqueles poucos segundos, o único a ter aquela intimidade com ele, o único que o faria querer subir pelas paredes quando o tocasse, e lembrar que agora não era mais o único, me trouxe a pior das realidades. A relação deles era fodidamente complicada e Tweek visivelmente não gostava dele, mas saber que eu não poderia ver tão cedo seu rosto daquela forma novamente me irritava, me irritava muito, talvez eu fosse um cretino possessivo, mas me irritou saber que Tweek não estava mais comigo, me irritou também lembrar das minhas malditas palavras quando terminamos, me irritou mais ainda saber que quem estava com ele não o merecia, que não tentava o conquistar todos os dias.. Quem eu quero enganar? Eu jamais superei o nosso término, e jamais vou superar, ainda mais agora que sei que ele está com um filho da puta. Independentemente de qualquer coisa, sendo comigo ou não, sendo eu o motivo dos sorrisos... Eu queria saber que ele estaria feliz, por que por muito menos ele fez com que eu me sentisse único na terra em meio a tantos outros visivelmente melhores do que eu...

Por fim, pude apenas acompanhar Tweek para que este ficasse em segurança enquanto fechava o café, e quando isso aconteceu, esperei ao lado do mesmo que seu táxi chegasse, não conversamos mais durante aquele todo tempo e quando este acenou para mim indicando que estava indo para casa pude relaxar e soltar o ar preso dentro de mim, mas que merda eu estou fazendo? Apenas 3 dias e eu já estou correndo atrás dele como um cachorrinho, o Craig de Nova York me estrangularia se visse isso, por favor Tweek... Fique bem...

 

Kenneth McCormick

Meus passos estavam pesados pela noite mal dormida, passei mais tempo estudando aquele maldito caso... Essa gangue maldita, que matava pessoas das formas mais cruéis e profissionais possíveis, mesmo parecendo nada com nada, eles seguiam um padrão de números para mortes, mulheres em um mês, homens em outros, mulheres mortas escalpeladas no outro mês e homens mortos com o intestino longe do corpo, eles tinham um maldito calendário bastante organizado, a sequência das mortes aconteciam após a vítima estar desaparecida durante 5 dias, talvez colocassem a vítima para fazerem uma bateria de exames antes da retirada dos órgãos para a venda, fora isso não faria sentido apenas matarem, roubarem órgãos e mandarem ao mercado negro, essa gangue era bem profissional, eles sabiam o que estavam fazendo.

Porém o clima na delegacia não estava nada bom, todos pareciam mais sérios e cansados, quando se perde a rotina de trabalho de verdade, é assim que se fica, o departamento inteiro ainda me mandava olhares de vergonha e raiva. Afinal, qualquer um ficaria com vergonha depois dos gritos que dei aqui, o relatório havia sido enviado aos super intendente e agora o delegado esperava sua sentença, assim como alguns agentes. Não vi Erick Cartman no local, talvez tivesse saído para trabalhar de verdade dessa vez. Mas, cada vez mais a dentro da delegacia eu podia escutar um choro indo da sala do delegado, era um choro feminino e pude prestar atenção nas informações apenas de longe, mas os olhos do homem que carregava o título de líder local caíram sobre mim e me chamaram até a sala. Era uma mulher loira junto ao seu esposo, parecia uma denúncia.

- Está tudo bem? — Perguntei os olhando e então Walter se levantou da cadeira tenso, ajeitando o palitó que usava junto ao coldre.

- Detetive McCormick, esses são o senhor e a senhora Stevens, eles vieram aqui relatar o desaparecimento da filha deles. — Travei meu corpo quando Walter pronunciou aquelas palavras, merda.

Engoli seco concordando e mantendo a calma na frente dos mesmos, a mulher loira de cabelos cacheados me lembrava alguém, esta chorava de forma dolorosa enquanto era amparada pelo marido nada bem, havia uma foto em suas mãos que imaginei ser da filha do casal. Peguei o objeto com calma e olhei a garota na foto, meu sangue parou de correr por alguns segundos, aquela era Bebe Stevens, fomos colegas de classe e eu nunca me esqueceria dos cabelos loiros e cacheados dela, foi melhor amiga de Wendy e costumava sentar conosco no intervalo.

- Ah... Eu a conheço, estudávamos juntos. — Disse erguendo meus olhos de forma rápida para o delegado que parecia entender bem o que eu queria dizer, mas este negava com a cabeça, não pense que esqueci o que fez seu cretino, vai arquivar esse caso junto as outras vítimas sim. Bebe tem quase a minha idade e é uma possível vitima sim.

- Nos falamos a dias atrás, ela estava acabando de voltar da academia, por favor... Ache a minha filha, ela não costuma ficar um dia sem dar notícias e ela simplesmente desapareceu. — A mãe disse outra vez e endireitei a postura, sim... Infelizmente Bebe era uma vítima dessa gangue, puta merda... Até onde isso vai.

- Não se preocupem, vão para casa e mantenham qualquer sinal dela em dia, mantenham o delegado informado a qualquer suspeita. Vamos encontra-la senhora Stevens. — Disse com calma ainda a fim de não desesperar a mulher e saí aos poucos da sala de Walter, puta merda! PUTA MERDA! Se soubermos exatamente quando ela sumiu e onde, talvez ela ainda possa estar viva e isso... É angustiante...

Esses canalhas tem uma ordem exata para cometerem os assassinatos então preciso checar as câmeras de segurança e falar com todos que a viram uma última vez... Preciso que os agentes entrem nesse caso imediatamente, pois se acharmos Bebe com vida, ela poderia não só voltar para casa mas nos informar tudo que viu e sentiu no provável cativeiro que ficou. Pois é South Park! Parece que seus dias como terra de ninguém estão contados...


Notas Finais


EAI OQUE ACHARAM?
NÃO EM MATEM PLEASEEEEEEE AAAAAAAAAAA
Quero muito muito mesmo saber as opiniões de vocês depois desse capitulo. De verdade, acho que vocês já tem tudo o necessário para começarem a pensar nas teorias.
Por isso comentem aaaaaaaa beijinhos e até a proxima.

Link das musicas:

Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=mDLiAs5k1oI
Spotify: https://open.spotify.com/album/7Aq8cN8Br8AHcDqC327dlV


Link com provável enigma da fanfic? Hummm: https://br.pinterest.com/pin/425097652300366185/

bye bye


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...