História See You On Summer. - On the bathroom floor

Após a idéia da Giovanna, minha mãe explicou exatamente como seria a tal competição. Era simples: Ela esconderia as chaves da casa de praia em algum cômodo e quem achasse, levava. Fácil! Como eles estavam em 4 e nós em duas, a decisão foi de que somente Michael e Luke participassem. Portanto, Calum e Ashton estavam de fora. Mamãe nos trancou do lado de fora de casa por algum tempo enquanto escondia as chaves e assim que abrisse a porta, a competição teria início. 

Já estávamos todos inquietos lá fora quando finalmente ouvimos minha mãe abrir a porta. Luke e Michael prontamente levantaram sendo barrados pela minha mãe na porta. 

— Com calma, meninos. — Bufou. — Enquanto a competição acontece, eu vou sair de casa. Por favor, não se matem. Kimberly, esse conselho vale principalmente pra você. — Luke gargalhou e eu rolei os olhos.  Minha mãe deu passagem e assim os meninos entraram quase derrubando a casa inteira. 

— Ei, só lembrando uma coisa... - Falei alto e Michael e Luke me fitaram — Lembrem que tudo nessa vida não é questão de força.. É jeito. — Gargalhei vitoriosa. 

— Você por acaso sabe exatamente aonde essa chave tá, Kim? — Giovanna cochichou de canto, enquanto revirava os sofás. 

— Díriamos que sim, Gi... Díriamos que sim. — Sorri. 

— E tá esperando o que pra ir lá pegar, garota!?

— Esperando os dois ficarem bem cansados, derrotados e conformados de que aquela casa será só nossa esse verão. — Gargalhei baixo e Gi balançou a cabeça em tom de reprovação, rindo em seguida. 

 Luke's P.O.V

Depois de ter convencido Michael a irmos pra casa de praia, ganhar essa competição seria fácil. Aliás, todos nós sabemos que homens são mil vezes melhores que mulheres em competições. Hahaha! Eu confesso que não gosto muito de praia, mas por favor, eu precisava ver a cara de tacho da Kimberly ao saber que nós também iríamos junto. Os planos dela foram simplesmente por água à baixo... E eu não sei porquê, eu gosto muito disso. 

Apesar de não concordar muito com a idéia, Michael foi meu parceiro na competição. Afinal, ele morava lá a mais tempo que eu... Quer dizer, eu nem morava lá. Talvez passasse só mais tempo lá do que na minha casa, mas enfim... Isso não vem ao caso. Ponto pra mim. Eu já conhecia a casa melhor do que Giovanna. 

Começamos a vasculhar pela casa inteira sem nenhum sinal da chave. Quartos, cozinha, banheiro, closets, quarto da Kimberly (hahahaha), tudo! Subíamos e descíamos as escadas inúmeras vezes procurando por algum canto que ainda não tivesse sido vasculhado. Ouch, mais difícil do que pensava...  As meninas ainda permaneciam no andar de baixo, aliás, nem sei se haviam saído de lá... O que no caso era um pouco estranho, mas ignorei. 

— Luke, Luke, Luke, Luke! — Mike chamou minha atenção amistoso — Eu já sei, cara! Eu já sei!

— O que? Onde!? — Me prontifiquei a procurar quando Kimberly passou correndo por mim na escada junto com a torcida de Giovanna.

— Vai Kim! Vai Kim! Rápido! — Gritava Giovanna

— QUARTO DA MINHA MÃE! NO BANHEIRO! Corre Luke! — Michael disse nervoso e eu prontamente saí correndo quase conseguindo alcançar Kimberly. Quase. Ouch! Uma porta batendo na minha cara. 

— Kimberly, abre essa porta! Isso não é justo! 

— Hahaha! Cheguei primeiro, meu amor. 

— Não importa, abre essa porcaria dessa porta! 

— Não, Luke! Sai fora.

— Abre, Kimberly. 

— Não.

— Então tá bom... — Esperei alguns segundos até que ela abrisse, sem resposta. Foi aí que comecei a socar a porta fortemente e gritar. — ABRE A PORRA DA PORTA! — Soquei a mão dessa vez forte demais e acabei abrindo meu corte. — Ouch! Minha mão! — Choraminguei. — Kim, abre, por favor! Meu corte tá aberto.

— Você acha que eu sou otária, Luke?

— É sério, porra! Abre essa porta, por favor. — Eu disse choramingando. 

Kimberly abriu a porta lentamente e olhou pelo feixe, quando viu o estado da minha mão. Pude sentir sua preocupação no olhar. Ora, ora, Kimberly Clifford... 

— Ew, Luke... Entra. — Ela abriu a porta do banheiro e deu passagem. — Eu vou fazer um curativo nisso. — Ela disse preocupada e eu gargalhei em seguida. Bati a porta fazendo com que ficássemos fechados no banheiro. — Que isso, Luke?

— Cadê a chave? — Indaguei.

— Luke, eu não acredito! — Ela bufou, o que me fez gargalhar. — Você é ridículo. 

— Eu diria esperto, Kimzinha. — Debochei. — Anda, vamos lá... Cadê a chave?!

— Ahhh, você quer a chave então, Luke?

— Sim, eu quero. — Afirmei.

— Infelizmente você vai ter que aceitar que perdeu... — Kimberly gargalhou e balançou as chaves diante do meu rosto, em seguida, colocando dentro de seu sutiã. — Tchauzinho, Luke! — Se dirigiu até porta e tentou abrir, em vão. — Que merda é essa? — Bufou. 

— Ah não, não é possível... Ela não consegue nem abrir uma porta, coitada!

— Imbecil! A porta não abre! Tá travada! — Disse enquanto batia na maçaneta, como se fosse adiantar alguma coisa. — Michael, Gi! Me ajudem! — Gritou

— O que houve!? — Michael e Giovanna responderam do lado de fora

— Estamos trancados! 

— O quê? 

— É sério, me ajudem! — Disse Kimberly em tom de desespero.

— Ei, me ajudem vocês! Eu tenho medo do que pode acontecer comigo e com essa garota aqui dentro! — Eu disse e Kimberly me entreolhou com uma cara demoníaca.

— Cala a boca, imbecil! 

— Cala a boca voc... — Fomos interrompidos por Michael.

— Fiquem quietos, crianças! Eu vou ligar pro chaveiro pra resolver isso logo. 

— E eu vou atrás da Sra Clifford! — Giovanna disse. — Por favor, amiguinhos. Não se matem aí dentro! 

Kim's P.O.V

Ahhh, ótimo! Ficar trancada num banheiro com Luke Hemmings. Era tudo que eu tinha pedido a Deus mesmo.. Com toda certeza. Só que não.

— Só espero que Gi e Mike não demorem muito a chegar. — Acabei pensando alto, enquanto escorreguei meu corpo pelas paredes até me sentar no chão. 

— Eu também.. — Luke concordou baixinho. 

— Eu não estava falando com você. — O fitei e pude perceber que sua mão ainda sangrava muito, não pude disfarçar minha cara de assustada.

— Tá doendo... — Ele olhou pra sua mão. — Eu acho que preciso de um curativo novo. É sério.

Eu abri a porta do armário e mostrei a caixa de primeiros socorros.

— Tá ai, Luke. Se vira. 

Ele não falou mais nada, só pegou a caixa e foi tirando o curativo antigo. Percebi ele com uma dificuldade muito grande em amarrar as gases novamente na sua mão e ri por dentro. Eu senti vontade de ajudar, mas iria esperar que ele me pedisse...

— Pode me ajudar com isso, por favor!? — Ele olhou como quem pedisse piedade. Bufei.

— Ew, não sabe nem fazer um curativo sozinho... Me dá essa mão aí, anda! — Puxei o braço de Luke e pude ver dessa vez o machucado de perto. Meu Deus! Nem acredito que fui eu quem fiz isso. Estava realmente muito feio. Tirei a gase que ele já havia colocado e pinguei um pouco de remédio, o que fez Luke gemer em tom de reclamação.

— Tá ardendo, Kim. — Peraí... Ele me chamou de Kim? Eu só poderia estar tendo alguma alucinação. 

— Cala a boca, Luke. — Continuei fazendo o curativo e ele permaneceu calado, enquanto me fitava. 

Algum tempo depois, Michael apareceu. 

— Galera... Más notícias! O chaveiro só pode vir daqui 4 horas. 

— O QUÊ? — Eu e Luke gritamos juntos. 

— Isso mesmo que ouviram... Tenham um bom divertimento aí dentro pelas próximas quatro horas.

— Michael, Michael! — Gritei. — Que porra! Aonde você vai?

— Eu vou assistir televisão. — Gargalhou do outro lado da porta. — Boa sorte, amigos. 

— Merda! — Bufei e pude sentir meus olhos se encherem de lágrimas. Lágrimas de raiva, é claro.

— Calma, Kimberly. — Luke disse.

— Calma, Kimberly!? Ah, era só o que me faltava né, Luke. QUATRO HORAS. Você entendeu? Vamos ficar presos nesse banheiro por QUATRO HORAS. 

​— Eu entendi.. E o que você pretende fazer diante disso?

— Me matar, talvez? — Ele gargalhou me fazendo rir em seguida. — Não achei graça. É sério, seu babaca. 

— Porque deu risada então? — Riu e ficamos em silencio por algum tempo... — Sabe, eu não sei porque você me trata tão mal.

— Ahhhh, não sabe, Luke?

— Não. Nunca fiz nada pra você. Já você... — Disse apontando pra sua mão enfaixada.

— Isso foi um acidente, Luke.

— Acidente proposital.

— Não interessa.

— A questão é que eu realmente não sei o que te fiz. Porque você me odeia? — Ele disse enquanto sentava ao meu lado no banheiro. 

— Eu te odeio porque você me odeia. E porque você é um babaca, um idiota, um infantil, e...

— Eu não te odeio. — Ele interrompeu. — E sabe o que eu acho?

— O quê?

— Se viajássemos juntos seria uma ótima oportunidade pra eu poder te provar o contrário... — Ele me olhou sério. — De verdade, pode ser divertido.

— Divertido seria se você ficasse longe do meu campo de visão, Luke.

— Pode ser também. A casa lá é grande... 

— Errr. 

— O que acha? 

— Sobre!?

— Sobre irmos juntos... Assim, ninguém perde. Todo mundo curte, todo mundo fica feliz. 

— Você tá falando isso só porque perdeu...

— Talvez. — Riu. — Mas minha viagem não teria graça sem você por perto.. — Ele disse atravessando as palavras, ficamos em silêncio por algum tempo.

— Luke...

— Oi?

— Eu acho que pode ser... 

— O quê?

— Podemos ir todos juntos então... — Ele me olhou arregalando os olhos.

— É sério isso?

— Sim. — Ri. — Na verdade só íamos eu e Giovanna mesmo... E eu odeio a casa vazia. Ainda mais uma casa daquele tamanho. Eu tenho medo. — Falei séria e ele gargalhou. — Seu babaca. Eu tô falando sério.

— Desculpa... Foi mais forte que eu. — Ele me olhava fixamente. — Fico feliz que tenha mudado de idéia. Farei o possível pra fazer da sua viagem uma agradável experiência... 

— Cala a boca. — Encerrei o assunto e o silêncio tomou conta do cômodo.

Graças a Deus, não demorou muito minha mãe e Giovanna chegaram com o chaveiro, assim nos libertando do banheiro. Confesso que ficar um tempo trancada com Luke foi menos pior do que eu esperava. A pior parte ainda estava por vir... Explicar pra todos como resolvemos que agora iríamos pra praia juntos. Parte de mim já estava arrependida dessa decisão, mas eu não voltaria atrás....