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História Segredos do Passado - Verdade ou desafio?


Escrita por: winngs

Notas do Autor


OOOOOOI, tudo bem?
Estou no Wattpad também, postando algumas fanfics que não serão postadas aqui, então se você quiser ler aquelas maravilhas é só me seguir lá > Winngs
Sinto que aos poucos eu vou acabar ficando mais por lá do que aqui, então me apoiem lá também, tem muita fic bacana lá <3
Eu ando meio desmotivada ultimamente, ontem eu passei a madrugada inteira chorando — não me perguntem o motivo, porque nem eu sei —, então talvez as atualizações se tornem menores aqui, pelo menos até essa minha fase passar... Como todos sabem, a SDP está chegando ao fim, e eu estou pensando se vai ter uma segunda temporada; então me digam abaixo se vocês querem.
Enfimm, saibam que quando não houver atualização aqui, vai ter na minha outra fic; Flores para Chanyeol, e também nas minhas fics do Wattpad.
Bom, chega de enrolação, bora pro capítulo <3

Capítulo 26 - Verdade ou desafio?


Ainda com os olhos fechados, escuto passos de pessoas próximas de mim. Aperto meus olhos com força e vejo uma luz branca muito forte iluminar o local. Eu estava deitado em uma cama ou uma maca, será que eu havia morrido e estava no inferno?

Olho ao meu redor e vejo uma mesinha com algumas comidas de hospital. Pera... eu estava em um hospital. Toco minha bochecha e o corte havia sido costurado, tanto o da bochecha quanto o do meu ombro.  Na lateral da cama, tinha um botão vermelho no qual eu deveria apertar para chamar alguém; o aperto e em questão de segundos aparece uma enfermeira no meu quarto.

— Vejo que acordou, Baekhyun. Como está se sentindo? — a enfermeira pergunta com doçura na voz enquanto molhava as flores que estavam em cima de uma mesinha ao lado da minha cama em um vaso colorido.

— Estou com um pouco de dor, mas nada comparado com quando eu fui atingido por aquela maluca... — Tento me arrumar na cama, mas estava doendo. — Pode me colocar sentado? Está desconfortável assim...

Ela sorri e assente, arrumando a cama de modo que eu ficasse sentado.

— Está melhor assim?

— Sim, obrigado. — Tento dar o meu melhor sorriso. — Onde está o Chanyeol? Eu posso vê-lo?

— Seu namorado? Ele está aqui do lado, parecia muito nervoso e preocupado com você, tivemos que dar um chá de camomila para ele se acalmar.

— Ele não é meu namorado... — Minhas bochechas queimam.

A enfermeira inclina a cabeça para o lado, parecendo surpresa.

— Sério? Pensei que era — diz rindo. — Vou chamar ele.

Concordo com a cabeça.

A mulher se retira do quarto e consigo ouvir ela chamar o maior, que entra correndo no quarto e sorri aliviado ao ver que eu estava bem. Vem na minha direção e puxa uma cadeira, se sentando do meu lado, ele segura minha mão com força, enlaçando nossos dedos.

— Você não sabe como eu fiquei preocupado com você, Byun. — Park passa a língua entre os lábios e acaricia meu braço suavemente.

Começo a chorar de nervoso, lembrando de tudo que eu tinha passado naquela casa horas atrás; tinha sido um pesadelo, daqueles que iriam te assombrar durante dias.

— E-eu pensei que fosse morrer, de verdade... — Limpo as lágrimas que caíam. — Foi horrível, Chan, horrível. Pensei que nunca mais fosse te ver... sei lá, eu não sabia o que esperar vindo da Kim.

Cubro meus olhos com as mãos e tremo, imaginando como seria ter morrido sem falar tudo que eu sentia por ele antes.

Park me abraça de forma cuidadosa, cuidando com os pontos do meu ombro esquerdo. Deito minha cabeça no seu ombro e o abraço, me sentindo aliviado pelo simples fato de estar vivo. É nessas horas que a gente percebe que cada segundo da nossa vida deve ser aproveitado, pois não sabemos quando iremos partir.

Escuto uma movimentação estranha no corredor e logo aparece a enfermeira atrás dos garotos, todos estavam no quarto, preocupados comigo.

— Desculpa, Baekhyun, não consegui parar eles, eles queriam muito te ver. — Passa a mão na testa, arrumando os fios de cabelo que se bagunçaram por causa da movimentação.

— Não tem problema, eles podem ficar — digo.

A enfermeira sorri e pede licença, nos deixando sozinhos. Luhan corre em minha direção e me abraça de forma afobada, apertando meu ombro e minha bochecha.

— Luhan, cuida os pontos dele — Sehun grita.

— Ai, me desculpa Byun... — Luhan aperta os lábios.

O chinês se afasta lentamente e se senta na minha cama, com os olhos arregalados para o corte do meu ombro. Jongin vem até a minha direção e me abraça com todo cuidado do mundo.

— O Chanyeol mandou uma mensagem no nosso grupo dizendo o que tinha acontecido com você... eu vim o mais rápido que pude... eu me odiar em saber o que aquela garota poderia ter feito com você.

Envolvo meus braços em volta do seu corpo, respiro aliviado sabendo que meus amigos estavam ali comigo.

— Vocês precisam agradecer o Chanyeol, foi ele que levou a polícia para aquela cena de filme de terror. Se não fosse por ele, eu teria morrido e ninguém iria saber... sabe-se lá o que aquela garota iria fazer comigo depois... — Aperto meus lábios com força e me afasto de Jongin, apoiando minhas costas no encosto da cama para descansar.

Todos estavam muito preocupados comigo, eu estava me sentindo até com falta de ar por causa do amontoamento no quarto. Fecho os olhos e limpo a gotícula de suor que se formava na testa.

— Gente... vocês poderiam sair um pouco? Estou me sentindo um pouco sufocado. — Me arrumo na cama e gemo de dor por causa dos pontos.

Eles concordam e se retiram do quarto, Park abaixa a cabeça e dá alguns passos em direção da porta, mas eu o chamo, pedindo para que ele ficasse, eu queria falar com ele. Park assente, puxa a cadeira e se senta do meu lado. Seus olhos brilhavam, conforme ele me fitava.

— Você sabia que meus pais tinham se separado? — pergunto cabisbaixo.

— Sim, faz um tempinho já. Inclusive, mandei uma mensagem para ela, avisando o que tinha acontecido, ela disse que iria te visitar assim que você saísse do hospital.

Sorrio de canto, feliz por alguém da minha família ainda se importar comigo.

— Quando eu vou poder voltar pra casa?

— Daqui uns dois dias mais ou menos, os médicos querem ter certeza que os pontos não vão inflamar.

Bufo estressado. Eu odiava hospitais, odiava ainda mais quando eu tinha que dormir em um, que era o caso agora.

— Mas não se preocupa, eu não vou sair daqui do seu lado — Park completa.

— Obrigado. — Sorrio tímido.

Seu olhar se mantinha preocupado, parte de mim estava preocupado também, pensando no que seria daqui para frente; se meu pai iria pagar por todas as coisas de ruins que fez comigo durante tanto tempo, e o que iria acontecer com a Kim.

— Chan... você sabe o que vai acontecer com a Kim?

Ele aperta minha mão com força.

— Eu falei com os médicos e eles vão internar ela em uma clínica psiquiátrica bem longe daqui, para ela nunca mais te fazer mal.

Arregalo os olhos e começo a chorar, triste por não ter uma família normal como todos tinham.

— Por que todos têm uma família normal, menos eu? É uma droga isso...

— Mas você tem uma família, Byun. Eu, os garotos, sua mãe, o meu pai, que por sinal gosta muito de ti. — Sorri e beija o dorso da minha mão. — Família nem sempre é de sangue, você não devia se importar tanto com isso.

— Eu sei, mas ia ser legal ter um pai normal que gostasse de mim... assim como o seu gosta de você.

O maior acaricia o dorso da minha mão com suas digitais frias devido ao ar.

— Meu pai te ama como se você fosse filho dele. No tempo em que estivemos separados ele sempre perguntava sobre você, falava que sentia sua falta, e que a Kim nunca seria melhor que você — revela rindo.

Sinto vontade de vomitar só de ouvir o nome dela, daquela idiota.

— Senti falta de vocês também, você não tem ideia. — Mordo meu lábio inferior, arrancando uma casquinha.

Park sorri de orelha a orelha — o sorriso mais lindo do mundo — e me abraça com cuidado, beijando meu pescoço.

 

 

Era segunda de manhã, eu finalmente havia recebido alta para sair desse maldito hospital. Os garotos faltaram na escola para ficarem mais tempo comigo e me levarem para casa. Me troco e visto as roupas que o Jongin tinha trazido para mim. Passo pela recepção e me despeço da enfermeira que ficou responsável por mim, ela me avisa que eu devia voltar daqui uns dez dias para retirar os pontos, que por sorte não haviam inflamado.

Ainda não tinha tido tempo de conversar com o Jongin sobre nós, eu sabia que precisávamos conversar.

— Preciso falar com o Kai, vocês podem esperar lá fora?

Os garotos param de andar e me analisam, acho que eles sabiam do que se tratava também. Eles assentem, fico sozinho com o moreno. Engulo seco de nervoso.

— O que foi, Byun? O que quer falar comigo? — Jongin sorri.

Encaro a ponta do meu all star vermelho.

— E-eu fiquei com o Chanyeol — digo envergonhado. — M-me desculpa, eu sei que você sente algo a mais por mim, mas você sabe que eu nunca deixei de gostar dele...

Jongin ri e me abraça.

— Não tem problema, Byun. Lembra que nós combinamos que ficaríamos até ver se você iria começar a sentir algo mais forte por mim? Pelo visto não foi o que aconteceu, você não precisa se sentir mal por isso. Lembra do que conversamos aquele dia na praça? Que eu não ia me importar caso a gente tentasse e não desse certo, pelo menos a gente teria tentado, e eu fiquei extremamente feliz por você não ter parado a sua vida por causa dele. — Sua voz sai gentil.

— Mas mesmo assim... você não está chateado?

Ele nega com a cabeça.

— Você está feliz, não está?

Concordo com a cabeça.

— Então pronto, isso é o que importa. — Beija minha testa. — Continuamos sendo os melhores amigos do mundo.

— Você é o melhor amigo que eu poderia querer. — O aperto contra mim, aliviado por ter tido uma conversa tranquila. Acho que eu só me preocupei atoa.

 

 

Chegamos em casa e os garotos se sentam nas poltronas e no sofá; era a primeira vez que eu trazia eles na minha casa.

— O que acham de jogarmos um jogo para nos distrairmos e para descontrair um pouco? — Luhan sugere.

Lá vinha ele com seus jogos.

— Que jogo? — Yixing pergunta.

— Verdade ou desafio. — Luhan sorri animado. — Tem alguma garrafa vazia, Byun?

— Tenho sim. — Vou até a geladeira e tiro uma garrafa de cerveja, abro a tampa e despejo ela na pia, lavo ela e entrego para Luhan.

— Você é um bêbado, Baekhyunee — diz rindo.

Me sento no chão com um pouco de dificuldade, mas o Kai me ajudou a sentar.

— Todos temos nossas formas de se divertir — digo com a língua entre os dentes. — Vou girar. — Giro a garrafa com força, ela aponta para o Luhan. — Luhan, você vai ter que perguntar para o ... — Giro novamente, torcendo para não cair em mim. A garrafa para no Yixing. Suspiro aliviado. — Yixing. Estou com pena de você, não quero nem imaginar o tipo de pergunta que o Luhan vai fazer caso você responda verdade.

Luhan faz uma cara de surpreso, mas ele sabia que conseguia ser terrível quando queria.

— Verdade ou desafio, Lay?

— Desafio — ele diz sem pensar duas vezes.

Corajoso, foi o que eu pensei. Luhan sorriu de forma diabólica.

— Eu te desafio a você imitar uma galinha.

Começo a rir. Sério? Uma galinha? Quantos anos nós temos, por acaso? Nove?

Yixing aceita e se levanta. Ele coloca as mãos na cintura e começa a imitar uma galinha. Coloco minha mão nos olhos, sentindo vergonha alheia. Os garotos estavam rindo como crianças; acho que no fundo, era isso que nós éramos quando estávamos juntos.

— Vamos jogar isso direito, como pessoas da nossa idade, não como crianças. — Levo a mão para a garrafa e a boca cai no Sehun. — Sehun, você vai perguntar para... — Giro a garrafa novamente a boca vira para mim. — Para mim.

Sehun troca olhares com os garotos, como se todos soubessem o que ele iria me perguntar.

— Verdade ou desafio, Baekhyun?

— Verdade — respondo.

Ele sorriu.

— Você gosta de alguém? — Percebo a maldade na sua voz.

— Sim — digo olhando para o chão. Odiava ter que responder esse tipo de pergunta.

Nada que eles não saibam, não entendi o motivo da pergunta. Luhan gira a garrafa, a boca apontou para o Kai e para o Chanyeol.

— Chanyeol, verdade ou desafio?

— Verdade. — O garoto sério cruza os braços e encara o moreno que parecia já saber o que perguntar.

— Você costuma mentir muito? — Kai pergunta de forma séria.

Meus olhos passam rapidamente do moreno para o garoto de orelhas grandes. Que tipo de pergunta era aquela? Qual o motivo de ela ter sido feita? Estranho, mas não digo nada. Torço a boca para o lado e o fito, esperando ele responder.

— Não, mas ultimamente eu tenho mentido muito. — Me encara. Suas orbes castanhas brilham quando nossos olhares se cruzam. — Mas se tudo der certo, as mentiras estão chegando ao fim.

Arqueio uma sobrancelha e o encaro sem entender. Do que ele estava falando? Todos estavam olhando para mim como se soubessem de algo que eu não sei. O que eu perdi, por acaso? Passo meu olhar minuciosamente por todos, desconfiado.

— O que foi? — pergunto com a sobrancelha arqueada.

— Nada — dizem em uníssono, menos Park. Ele me olhava como se esperasse alguma resposta diferente.

Conforme íamos jogando, as perguntas e desafios iam ficando mais pesados; Luhan pediu para o Yixing correr de cueca no corredor do prédio, não havia ninguém vendo além da gente, mas já era constrangedor o bastante para ele fazer isso. Chen desafiou o Sehun mostrar suas conversas com o Luhan, o que fez o chinês ficar mais vermelho do que um pimentão. Já podemos imaginar o tipo de conversa que eles teriam; eles são namorados. Por sorte a garrafa não tinha mais caído em mim, eu estava com uma maré de sorte, e esperava que continuasse assim por um bom tempo.

Abaixo a cabeça e começo a criar algumas teorias na minha cabeça sobre a resposta do Chanyeol, mas nenhuma delas acaba tendo sentido. Coloco as mãos na cabeça e fecho meus olhos, me desligando de tudo ao meu redor, até que Kai chama a minha atenção.

— Byun, está prestando atenção no jogo?

Concordo rapidamente com a cabeça e pego minha garrafa de água, bebo um gole para molhar um pouco minha garganta ressecada. Sehun perguntaria para o Chanyeol.

— Quero verdade, antes que pergunte — ele diz.

— Certo. Chanyeol, você ainda ama o Baekhyun?

Arqueio as duas sobrancelhas e encaro o garoto. Ele olha para mim e abre a boca para falar algo.

— Sim, eu ainda amo o Baekhyun. — Suas palavras saem melodiosamente, fazendo um silêncio permanecer no local.

Minha respiração para, e a única coisa que eu consigo fazer é olhar para Park e sorrir envergonhado, ele observava atentamente cada reação que eu fosse ter.

— Que bonitinho — Luhan diz com uma voz melosa. — Casem, por favor, eu imploro.

— Cala a boca, Luhan — digo envergonhado, fitando o tapete no chão.

O chinês gira a garrafa, ele teria que perguntar para o Chanyeol. Parecia que ele estava atraindo a garrafa para sua direção.

— Chanyeol, você vai querer verdade? — Luhan pergunta.

Desperto dos meus pensamentos.

Park concorda com a cabeça.

— Qual foi a coisa mais difícil que você já fez?

Meus olhos cruzam com os seus. Ele engolia seco.

— A coisa mais difícil que eu fiz na minha vida inteira foi sem dúvidas fingir que eu estava apaixonado pela Kim, começar a namorar ela para conseguir provas o bastante para pôr o pai do Baekhyun atrás das grades novamente, e desta vez, ele não conseguir sair. Essa foi de longe a coisa mais difícil que eu já fiz na minha vida. Mas, tudo isso valeu a pena, pois o pai do Baek não vai mais conseguir sair da cadeia.

Fico sem reação. Minha respiração para e meu coração começa a bater mais rápido, por um segundo pensei que ele iria sair para fora do meu corpo. Minha vista começa a embaçar, sinto as lágrimas escorrendo pelo meu rosto impiedosamente. Coloco as mãos no meu rosto e encosto meus joelhos no meu peito, me encolhendo e lutando contra as lágrimas. Pego minha garrafa e saio correndo porta à fora,  eu não queria ficar ali. Chamo um elevador e entro, mas o garoto entrou logo em seguida.

Quando ele chega perto de mim, eu o abraço sem pensar duas vezes.

— Acabou, meu baixinho. Tudo vai voltar a ser como era antes. — Seus braços fortes envolviam a minha cintura, parecia que ele estava querendo me proteger do mundo.

Me afasto lentamente dele e fico encarando a ponta do meu all star. O que eu deveria falar?

— E-eu não sei o que falar... é tudo tão confuso...

— Eu sei, eu entendo... não esperava que você fosse entender agora.

Processo na minha cabeça tudo o que estava acontecendo; Chanyeol havia começado a namorar a Kim apenas para conseguir provas o bastante para colocar o meu pai na cadeia, e quem sabe conseguir dar um sumiço na Kim. Tudo fazia sentido agora; a maneira que ele havia me tratado o tempo inteiro, fazia sentido ele mudar de uma hora para a outra, pois ele ainda sentia a minha falta, mas não podia demonstrar isso, pelo menos em público. Por isso que ele tinha me pedido para voltar, por isso que ele me mandava aquelas indiretas. Ele nunca deixou de me amar. Ele fez tudo isso exatamente por me amar e querer o meu bem.

Descemos no térreo e Park segura a minha mão, enlaçando seus dedos nos meus. Seu toque era firme como sempre, mas de forma gentil.

— Os garotos já sabiam disso? — pergunto.

— Sabiam, eu contei esses dias para eles. Foi por causa deles que rolou a social, e foi ideia do Luhan jogar verdade ou desafio para que eu pudesse te contar toda a verdade. — Park sorri e beija minha testa.

Levo um dedo em direção da boca e mordo o canto da minha unha.

— O Kai também sabia?

O maior assente.

— Maldito, ele não me contou nada...

— Eu pedi para que eles não contassem nada. Não estava nos meus planos acontecer isso com você. — Aponta para os meus pontos da bochecha e do ombro.

— Nem nos meus... — digo cabisbaixo e limpo uma lágrima que estava pinicando no canto do meu olho. — Obrigado por me salvar e por ter se arriscado tanto por mim... não consigo imaginar como foi difícil para você nesses últimos meses, ter que conviver no covil das cobras para conseguir provas o bastante.

— Você precisa agradecer a sua mãe também, ela me ajudou muito. — Beija a minha testa.

Inclino minha cabeça e o encaro confuso.

— Minha mãe? Como assim?

— Eu consegui convencer ela de ir depor contra o seu pai na delegacia e no tribunal que ocorrerá daqui dois meses.

Tranco a respiração na hora, processando suas palavras na minha cabeça. Bingo! Consigo me lembrar do dia em que o delegado Alex disse que se eu tivesse uma testemunha válida, seria mais fácil de prender o meu pai, e nada melhor do que a minha própria mãe. Gênio, Chanyeol, você é um gênio. E eu que pensava que só eu estava sofrendo, bobo da minha parte pensar isso. Chanyeol aguentou tudo isso calado, igual eu quando guardava tudo que eu sofria para mim mesmo. No fim, todos nós tínhamos segredos, esse era o dele, no qual aguentou tanto tempo sozinho. Não conseguia imaginar quão difícil foi para ele me ver e não poder falar para mim o que estava acontecendo, qual era seu verdadeiro plano por trás de todas as vezes em que ele me tratava mal apenas para convencer a Kim de que ele a amava.

— Eu vou ter que ver ele de novo então... pelo menos vai ser a última vez, né?

Park sorri e assente, mas eu sabia que ele estava se segurando para não chorar junto comigo.

— Pelo menos tudo acabou, tudo vai voltar a ser como era antes. — Me puxa pela mão e me abraça. — Você não vai mais precisar ter medo deles, eles vão pagar por tudo que fizeram com você.

Envolvo meus braços ao redor do seu pescoço e deposito um beijo estalado no mesmo; vejo os pelos de Park se eriçarem.

— Obrigado por me salvar — digo próximo ao seu ouvido. Park acaricia meu cabelo e desliza sua mão para a minha cintura, apertando-a com força. 

— Quer dar uma volta para pegar um pouco de ar? — Park pergunta. Ele se afasta e encara meus olhos lacrimejados.

— Não sei... e se eles estiverem por aí? E se eles conseguiram fugir?

Park segura meu rosto com as duas mãos — cuidando o corte da minha bochecha — e me faz encarar seus olhos também; de alguma forma, quando meus olhos se encontravam com os seus era como se eu estivesse realmente em paz.

— Byun, eles não vão fugir, você não precisa ter medo. Eu fiz de tudo para que eles nunca mais saíssem de onde estão agora. — Acaricia minha bochecha direita com suas digitais frias. — A partir de hoje você vai poder fazer tudo que quiser sem ter medo, especialmente dar uma volta comigo. — Sorri de canto e beija minha bochecha. — Vamos?

Talvez ele tivesse razão, talvez eu devesse não ter mais medo; eu devia confiar mais nele, pois ele sempre me mostrou que era confiável, desde que nos vimos pela primeira vez na escola no primeiro dia de aula, quando eu tive que mostrar a escola para ele. Desde aquele dia, eu passei a agradecer mentalmente a diretora, pois se não fosse aquele passeio, talvez eu não teria a chance de conhecê-lo.

— Certo, vamos dar uma volta. Mas, eu não quero ir tão longe — digo por fim.

O garoto sorri e assente, enlaçando sua mão na minha.

— Podemos ir só até a esquina, se você quiser — diz com humor.

— Idiota. — Dou um soco de leve no seu ombro e começo a rir junto com ele.

 

Fomos até um parque que eu nunca tinha ido antes; por sorte, não tinha praticamente ninguém. 

Mesmo eu sabendo que meu pai estava preso, e que a Kim estava em uma clínica bem longe daqui, eu ainda tinha medo. Eu sabia que eles não iriam mais sair de onde estavam, e que agora estava tudo bem; mas eu ainda olhava para os lados quando andava nas ruas, ainda ouvia a voz deles dentro da minha cabeça, ainda escutava o barulho das mensagens ameaçadoras dos dois no meu celular. Eu sabia que isso levaria tempo para passar, talvez nunca passasse totalmente. Felizmente eu tinha algumas pessoas do meu lado que fariam de tudo para que eu me sentisse protegido, e eu sou tão sortudo por ter eles.

 


Notas Finais


Meu perfil no Wattpad: https://www.wattpad.com/user/winngs Me sigam lá e acompanhem minhas obras <33
Obrigada à todos vocês que sempre me apoiam, eu amo cada um de vocês.
Um beijo pra quem quiser, até a próxima — espero que não demore. ♥


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