As drogas foram a minha escolha a partir daquele momento. Me senti renovado. Meus pais, minha irmã, meu avô e a escola não existiam mais naquele momento. Maconha era fraco pra mim, eu queria cheirar tudo que eu tinha direito.
– Está se sentindo melhor? – Andy sorriu pra mim.
– Nunca me senti assim. Acho que vou pra casa. – Peguei o skate.
– Que isso cara? – Ele pegou em meus ombros. – A festa nem começou, a gente vai dar um rolê aí.
– Qualquer lugar é melhor que a minha casa.
***
Mika-on
Tentei ligar várias vezes para Luke, o cara tinha brigado, e feito toda aquela criancice na sala de aula. Já eram por volta das 22:00 e nenhuma resposta dele, me senti um pouco deixada de lado. Ele sempre me respondia logo em seguida.
– O que foi querida? – Minha mãe se sentou ao meu lado.
– O Luke, aquele garoto problemático não me atende. E eu sinto que ele deve estar fazendo alguma merda por aí.
– Mika você deveria parar de se preocupar tanto. Ele tem a família dele. – Meu pai entrou na conversa.
– Pai você não entende o Luke.
– Castiel, o garoto é uma boa pessoa. Só não se achou ainda. E além do mais, ele e nosso sobrinho.
– De consideração.
– Por que tanto desgosto pai?
– Eu gosto do moleque, só não gosto das intenções dele. Eu já tive 16 anos.
– E um cabelo tingido de vermelho. – Eu não podia deixar de zuar ele por isso.
– É, um cabelo vermelho. – Ele fechou a cara enquanto eu e minha mãe riamos.
– Eu vou pro meu quarto. – Me levantei, arrastando o chinelo no chão. – Boa noite.
***
Sarah-on
Meus pais estavam conversando na cozinha. Já era 22:00. Eu sabia o quanto Luke era irresponsável, mas ainda tinha um pouco de cérebro. E daqui uma hora ele chegaria, e se trancaria no quarto dele. Como sempre, depois de uma briga.
Meus pais pensavam a mesma coisa, por isso ninguém estava se importando muito. Meu rosto estava horrível, motivo perfeito para eu virar chacota motivo de piadas na escola. Já não era tão bonita, e muito menos gostosa como as namoradas de James. Ele tinha 16 anos, era mais velho que eu. Mas a gente não escolhe quem vai gostar. Mas ele nunca me olhou, e se olhou foi pra fazer alguma piadinha de mal gosto. O jeito era sonhar.
– Não quer comer, meu amor? – Minha mãe me oferece.
– Não, obrigado. Eu estou um pouco cansada.
– Tudo bem. – Ela assentiu com os olhos a cabeça. – Boa noite, querida.
– Boa noite.
***
Bela-on
– O que deu nela? – Nathaniel me pergunta.
– Sua filha está apaixonada, se você ainda não notou.
– Apaixonada? Por quem?
– Homens nunca notam nada. – Bufei. – Eu ainda não tenho certeza.
– Você não vai dizer quem é?
– Não, assim você presta mais atenção nos seus filhos. E quem sabe descobre sozinho.
– Cadê o Luke?
– Daqui a pouco ele ta aí. – Olho no relógio e me sento, pegando meu sanduíche.
– Já reparou quantos anos nós estamos juntos?
– Ahan.
– E isso você não sente nada?
– A única coisa que sinto é que estou envelhecendo
– Meu Deus, vou até o ponto. – Ele se ajoelha na minha frente. – Você quer se casar comigo novamente?
– O que? – Dei risada.
– Você ouviu.
– Claro que sim.
– Sério?
– Por que eu não aceitaria a se casar novamente com o meu marido?
– Talvez você não queira errar duas vezes na sua vida.
– Casar com você não foi um erro. Porque eu te amo, mesmo com todas as suas imperfeições.
***
Acordei sozinha naquela cama enorme, eram por volta das 4:00 horas da manhã. Me levantei procurando Nathaniel pela casa, vestindo um roupão. O encontrei conversando com alguns seguranças. A expressão em se rosto não era boa, rapidamente percebi que se tratava de Luke:
– Seu filho ainda não chegou.
– Como não? Ele sempre volta pra casa antes da 23:00.
– Eu tenho medo do que esse moleque deve estar fazendo, alguns seguranças já foram atrás dele. Mas, acabei de receber uma ligação.
– Onde ele está? Eu quero ir junto.
Sabe quando o caminho é curto, mas você mesmo assim sente que tudo a seu redor está lento. Nenhum som, nenhuma vida. Era assim que me senti, no caminho inteiro. Pior do que a minha vida passado foi, eu ainda me lembrava o que rolava em festas daquele tipo, rachas, drogas e bebida. Era esse tipo de local que Jeremy frequentava, e me obrigava a ir... E depois, bom eu virava o brinquedinho sexual dele. Não é fácil esquecer disso, não mesmo.
Nathaniel encostou o carro, desci completamente desnorteada vendo Luke sem camisa e com olhos vermelhos em cima de um carro, onde várias pessoas gritavam seu nome, como se ele fosse o rei do local. Vi que não ia ser possível segurar Nathaniel.
– Desça daí! – Ele gritou vendo o filho naquela situação.
– Olha quem chegou! – Luke ergueu o copo pra cima. – A mamãe e o papai!
–Eu vou contar até 5, e eu quero esse lugar vazio. Se não… – Nathaniel mostra a arma, e alguns seguranças nossos fazem o mesmo. Ele nem mesmo começou a contar direito e as pessoas se matavam correndo, com medo da família Crawford.
– Papai estraga prazer.
– Meu filho desse daí. – Tentei ser compreensiva. – Por favor. – Ele desceu cambaleando, e se voltou a mim. Senti o bafo de álcool puro. Me afastei um pouco, e peguei em seu braço:
– Vamos embora.
– Você não vai passar a mão na cabeça desse menino, vai?
– Nathaniel, a única coisa que eu quero agora, é levar meu filho pra casa. Amanhã conversamos.
– Ele está drogado.
– Mas ainda é seu filho.
– Eu não quero ir pra ca-ssa.
– Cala a boca, Luke. Não complique as coisas. – Falei. – Nathaniel me ajuda aqui. – Falei e o mesmo segurou o filho. Eu via sua decepção nos olhos, agora eu entendia a dor de uma mãe ao ver ser filho naquele estado.
Luke dormia no banco traseiro, ficava falando coisas sem nexo. É assim que acontece quando se usa drogas pela primeira vez, você delira… A única coisa que eu pedia, era paciência do Nathaniel. E que aquela fosse a ultima vez em que carrego meu filho completamente drogado pra casa.
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