História Segundas Chances - Shirlipe - Capítulo 23 - A verdade e O pedido

No dia seguinte, um dia de Sábado, tudo amanheceu calmo.

Felipe estava como sempre no escritório resolvendo pequenas pendências do trabalho.

Shirley estava dando um banho em Bernardo enquanto fazia caretas para o bebê, que lhe retribuir com lindas risadas que ela adorava ouvir.

Com a casa arrumada, ela e Bernardo limpos e alimentados Shirley foi para a sala aguardar a chegada de sua irmã. 

Não demorou muito e logo a campanhia toca e quando a morena abre a porta dando de cada com uma Carmela claramente sem graça de estar ali.

Shirley abriu espaço para ela entrar e assim foi feito.

- Ele topou falar comigo?  - Carmela perguntou.

- Sim, espera que eu vou chamá-lo. - Shirley disse e foi em direção ao escritório de Felipe. 

Não tardou e ela estava de volta a sala com o moreno a acompanhando.

- Pode falar, Carmela. Sou todo ouvidos... - Felipe disse sentando no sofá, Carmela fez o mesmo.

- Eu vou deixar vocês mais a vontade. - Shirley disse e saiu com o enteado nos braços.

- E então? 

- Eu tô aqui por que tenho uma coisa sobre a Jéssica que você não sabe, Felipe...

O moreno arqueou uma das sobrancelhas.

- Que verdade? 

- É  sobre o Bernardo, ele... ele não é seu filho. - Carmela despejou a verdade de uma vez.

Felipe a encarou mudo e incrédulo por vários segundos.

Ele estava chocado, como poderia ser verdade.

- Quê? Como assim ele não é meu filho... 

- Ele não é seu filho, a Jéssica tentou de várias formas separar você da minha irmã... e uma delas foi te dar o golpe da barriga. - Carmela disse.

- E... quem é o pai? - Felipe perguntou procurando lógica naquilo. 

- Um primo distante... Quando ela o contou o cara disse que não assumiria a criança.  E ela estava tão enlouquecida por ter perdido você que acabou inventando essa ideia maluca .

Felipe estava tão perplexo que levantou-se do sofá. 

-  Porque está me contando isso agora, Carmela? Por que so agora? - Ele disse passando as mãos no rosto. 

- Por quê a Shirley me falou oque você está passando e.. eu não queria que essa sua culpa de impedisse você de ser o pai maravilhoso que você pode ser. - Carmela disse sincera. - Eu sei que você pode não acreditar em mim, ou que talvez não ajude em nada, mas eu não quero mais carregar o fardo que é prejudicar o futuro de um bebê...

Felipe fechou os olhos ao ouvir aquelas palavras, os últimos meses que teve com o filho passando como um filme na sua cabeça.

- Obrigado Carmela, por ter me dito isso... - Felipe agradeceu.

- Eu.. acho que já vou indo. Mas não esquece Felipe, nada do que aconteceu com a Jéssica é culpa sua, apenas dela mesma.

Carmela disse e saiu de sua casa e Felipe ficou lá, sentado no sofá refletindo sobre todas as palavras que ouvira da cunhada.

Mas no fim ela tinha razão em duas coidas: Ele não era culpado pelo que havia acontecido com Jéssica e, principalmente,  seria um bom pai para Bernardo.

Mesmo não tendo certeza se de fato é ou não pai do bebê já tinha certeza de que nada mudaria o amor enorme que sente por ele.

Bernardo é um presente enviado por Deus enviado diretamente para ele. E não seria uma morte,  ou laço sanguíneo que mudaria isso.

SEMANAS MAIS TARDE 

Algumas semanas se passaram desde que Carmela e Felipe tiveram aquela conversa, depois daquilo ele havia feito um exame de sangue e, de fato, não era o pai biológico do garoto.

Mas isso não alterou em nada o amor que sente pelo filho, Felipe também se convenceu de que não teve culpa alguma na morte de Jéssica. 

E a  ausência daquela culpa o fez enxergar uma coisa que deveria ser feita a bastante tempo: Tornar Shirley a sua mulher oficialmente. 

Felipe não tinha dúvida alguma de que a morena é a mulher da sua vida, a mãe ideal para seus filhos, a companheira para todas as horas que ele sempre desejou. 

E daquele dia não passaria, pediria hoje mesmo a mão dela em casamento. Já estava tudo esquematizado.

Tudo que iria precisar já estava no carro e se Shirley chegar rápido, terão tempo de apreciar a linda vista que tinha escolhido para o momento.

Não demorou muito e Shirley apareceu.

- Oi amor, o Lorenzo me liberou mais cedo, acredita? - Ela o cumprimentou com um beijo.

Ele assentiu a cabeça. 

- Nós vamos sair. Agora.

- Sair? Para onde Felipe,  e o Bernardo? - Shirley perguntou confusa.

- Ele está com a Cris. Vamos, não temos muito tempo. 

Eles desceram o prédio e logo estavam no estacionamento adentrando o carro.

- Você vai ter que usar isso, amor... - Felipe estendeu uma venda preta para Shirley. 

- Precisa mesmo? - Ela perguntou.

Felipe apenas assentiu e Shirley amarrou a venda em volta de seus olhos.

Passaram cerca de uma hora na estrada, a morena não fazia ideia de para onde estava sendo levada e Felipe estava cada vez mais nervoso e cheio de expectativas.

Algum tempo depois haviam chegado em seu destino.

- Fica aqui amor,  e não tira a venda. Por favor...

- Tudo bem..

Felipe rapidamente tirou tudo que precisaria do carro e aprontou do jeito que queria.

Voltou para o carro e ajudou com todo cuidado a morena a descer do carro e guiou-a até o local que havia organizado

- Pronta? - Ele perguntou no ouvido dela.

- Hurrum...

Felipe removeu a venda dos olhos de Shirley e ela ficou maravilhada com oque viu.  Estavam agora num campo enorme e cheio de pequenas e delicadas flores brotando por toda parte. Havia também uma toalha xadrez estendida no chão e disposta nela estavam algumas delícias como uvas, morangos, sanduíches, uma garrafa de champanhe com duas taças e chocolate.

- Felipe, que lugar lindo! - Shirley olhou em volta maravilhada.

- Gostou? - Felipe perguntou com um sorriso.

- Eu amei meu amor, aqui é lindo demais... - Ela se jogou nos braços dele e o beijou.

- Hum, senta aí amor. Precisamos conversar... - Ele disse misterioso.

- Sobre?

- Ah, nada em especial... so umas coisinhas.

- Então fale. - Shirley disse mordendo um morango.

- Então, desde que te conheci Shirley, tudo que eu conhecia tomou outro sentido. Daí eu me dei conta de que estava completamente apaixonado por você... que eu planejava ter filhos com você, uma casa, formar uma família e te beijar todos os dias sempre que eu chegar do trabalho.... - Felipe respirou fundo. - E até hoje eu tenho esses desejos. E so podem ser realizados se você estiver comigo. - Felipe tirou uma caixinha de veludo Preta de um dos bolsos. - Shirley Rigoni Di Marino, você aceita casar comigo?

Shirley ficou estática, ela estava tão feliz que poderia jurar que seu coração sairia pela boca. Porém a surpresa foi tanta que ela procurava sua  voz para responder, mas nada saia.

Com o seu silêncio o sorriso lindo de Felipe se desmanchou dando lugar a uma expressão triste.

- Droga, desculpa Shirley... eu me precipitei. Vou entender se você achar que não é a hora...

Felipe dizia de cabeça baixa.

- Não há nada que eu queira mais nesse mundo... - Shirley levantou o queixo dele com um dos dedos. -  Do que ser a sua esposa, meu amor. Eu aceito. 

Shirley disse e viu o sorriso de Felipe aumentar gradativamente. 

Ele a levandou e abraçou, girando-a no ar algumas vezes.

- Ah, eu sou o cara mais feliz do mundo! - Felipe disse alto. 

- E eu já sou  a mulher mais feliz do mundo. Aqui e agora, com você. - Shirley disse o beijando em seguida.

Ficaram o restante da tarde naquele lugar, curtindo a companhia um do outro e fazendo amor ali mesmo ao ar livre em meio as flores.