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História Segundo Ato - Intermissão VII


Escrita por: FicsDaPaulinha

Capítulo 9 - Intermissão VII


POV Ginny

Como eu havia pedido, Lucas foi completamente discreto durante as aulas e nunca mais tocou no assunto do nosso breve momento juntos. Não pude deixar de me sentir agradecida por isso, e também pelo fato dele nunca mais ter tentado nenhum tipo de aproximação.

Fazia já alguns dias que eu não via o Nev, e estava com saudade de conversar com ele. Assim, após o feriado de páscoa, em que ele e Luna viajaram, saí da universidade direto para o escritório dele, do outro lado da cidade. A secretária, que já me conhecia, disse que não havia ninguém na sala, então não me preocupei em bater na porta.

-Boa tarde, doutor. - Cumprimentei irônica.

Ele interrompeu o que quer que seja que estivesse fazendo no computador e se virou para mim sem surpresa.

-Já falei pra Anna não deixar entrar qualquer um. - Resmungou, me fazendo rir.

Dispensei a formalidade do beijo no rosto e me sentei do outro lado da mesa dele, 

-Tudo bem?

-Tudo, e você?

-Também.

-Como foi a viagem? A Lu gostou do hotel?

Eu havia sugerido o mesmo hotel onde e Harry e eu nos hospedamos quando conhecemos o mesmo destino, dois anos antes.

-Ela adorou, pediu para te agradecer a indicação.

-De nada.

-E o que você anda fazendo que está tão sumida?

Fazia quase dois meses que eu não o via pessoalmente, o que no nosso caso era muito tempo.

-Peguei umas turmas diferentes esse semestre, então tenho mais aulas para preparar, porque as matérias não são iguais. Isso estava tomando todo o meu tempo na época do planejamento, mas agora já está mais tranquilo.

-E alguma novidade melhor que seu trabalho?

Me acomodei no encosto da cadeira antes de dividir com ele a única que havia, e que certamente arrancariam algumas piadas.

-Fiquei com um cara no mês passado.

-Olha só! - Elogiou debochado. - Já estava na hora, Gin, você ainda lembrava como é que se faz?

Lancei um gesto obsceno a ele, fazendo-o rir ainda mais, mas acabei rindo junto.

-Se quer saber, eu continuo ótima, como sempre. - Mantive minha postura superior. - Mas não passou de uns beijos.

-Ele que te convidou?

-Não, eu fui jantar num barzinho, conversamos e acabou rolando, não foi nada planejado.

-Não foi legal, então?

-Foi, mas acabei me sentindo um pouco mal depois, se tivesse ido até o fim eu com certeza estaria me sentindo pior.

-Mal por quê? Já faz meses, Gin. - O tom não negava que ele achava que o motivo do meu mal estar era o Harry.

-Não por isso, Nev, foi um pouco estranho no começo, a sensação de não estar no lugar certo, sabe? Mas eu sei que não tem nada a ver e deixei isso pra lá. - Ele assentiu antes que eu continuasse, concordando. - Eu me senti meio mal porque ele tem 19 anos e é meu aluno.

A risada alta dele irrompeu antes da frase que me fez gargalhar também:

-Aluno? A senhora está destruidora mesmo, hein! - Falou debochado. - Caçando na categoria adolescentes agora?

-Cala a boca, seu idiota. - Minha ofensa pareceu nem ser ouvida. - Não estou caçando em lugar nenhum.

-Mas me conta que eu estou curioso, como é que foi isso?

Nev parecia uma vizinha fofoqueira às vezes, querendo saber detalhes, até apoiou os cotovelos na mesa e olhou com mais atenção, ansioso por informações.

-Foi legal na hora, aproveitei o momento, sabe? E ele deixou meu ego lá em cima, era todo elogios para mim.

-O seu ego ficou lá em cima? - Debochou, apontando para mim. - Não quero imaginar como ficou o dele, pegando a professora bonitinha.

-Bonitinha, o caramba, sou a professora mega gostosa. - Afirmei, mas ele me olhou com descaso.

-E na faculdade depois?

-Super discreto, como antes, parece que nada aconteceu.

-Legal da parte dele.

Concordei com um aceno, puxando uma bala de cima da mesa dele e colocando na boca.

-Eu diria que isso foi um retorno triunfal à vida de solteira, viu? Pouca gente volta com essa ousadia toda.

Rolei os olhos para ele, que parecia se divertir.

-Fora se sentir mal depois, foi bom?

-Ah, foi. - Dei de ombros, sem saber o que acrescentar. - Na hora foi bom.

-Então é só ficar com quem não é seu aluno agora, pra evitar a crise de consciência.

-Alunos não fazem parte da minha lista de possibilidades, fique tranquilo.

Rimos e ficamos em silêncio enquanto eu mastigava mais algumas balas, o pote agora do meu lado.

-Fico feliz que você esteja seguindo em frente, sabe? - Meu amigo falou um tempo depois.

-Qual a outra opção? - Ergui os ombros para enfatizar que era minha única possibilidade. - Minha vida não parou, Nev.

-É assim que se fala.

-Mas eu sinto falta dele ainda. - Confessei sem me intimidar, ele provavelmente já estava vendo essa informação na minha cara de qualquer forma.

-Normal, Gin, ele era um cara legal e fazia tudo pra você, não tem como não sentir falta.

Bufei para a pressuposição de que Harry era o marido perfeito, mas optei por não despejar em cima dele as frustrações de uma imagem que eu mesma passava para o mundo. 

-Tudo por mim, sério? - Perguntei sarcástica, ele me olhou sem entender. - Nos últimos meses ele não me dava a menor atenção, sabia?

-Não, não sabia. - Falou sincero, o olhar surpreso. - Você nunca falava nada de ruim sobre ele, como eu iria saber?

-Falar pra que? Não ia mudar em nada. A gente não conversava mais, Nev, ele sempre estava ocupado demais, cansado demais, eu já estava bem embaixo na lista de prioridades ali.

Ainda não era meu assunto preferido, mas depois de mais de oito meses já não me dava mais o nó na garganta de antes, nem me deixava com vontade de chorar. O que eu sentia, quando falava ou pensava nisso, estava mais para nostalgia de uma época muito anterior ao dia em que tudo acabou.

-Que ciclo infinito esse, hein? - Olhei em dúvida, incentivando-o a continuar. - Imagino como é que não ficou o seu ciúmes depois disso.

-Lá vem você defendê-lo de novo? - Desafiei, a sobrancelha erguida.

-Não estou defendendo, estou fazendo um comentário.

-Eu tinha atenção antes, ela tem que ter ido para algum outro lugar se não era mais minha. Como eu não ficaria com ciúmes?

-Eu entendo, mas acho que essa atenção toda que você diz que não tinha mais só estava em alguma coisa que não fosse tão sufocante, sei lá, sua desconfiança também não era muito fácil, né, Gin? E sinceramente não imagino o Harry com outra pessoa.

Por mais que eu me remoesse com qualquer atraso do Harry ao chegar em casa, no fundo eu também não conseguia imaginá-lo com outra pessoa.

-Que importa isso agora, Nev? Já foi, ficar pensando no que era, não era ou poderia ter sido é só uma perda do nosso tempo.

-Concordo, e nosso tempo é muito precioso.

-Verdade, o meu principalmente.

-É nada, só por essa horinha de conversa e serviços psicanalíticos você já me deve muitos honorários.

-Põe na conta.

-Sabe o que eu acho que você deve fazer? - Chamou minha atenção novamente. - Seguir a vida, uma hora essa falta que você sente vai embora.

-É isso que estou fazendo, Nev, mulher abandonada não é um papel que eu queira interpretar.

-Deprimente demais para você.

-Pois é, então está fora de cogitação.

-Assim que se fala. - Me incentivou com um sorriso.

Continuei com ele por mais alguns minutos, até um cliente agendado chegar e eu precisar me retirar para que ele voltasse a ser apenas advogado, deixando o papel de melhor amigo para lá. Me despedi com um abraço, acenei para a secretária a caminho da porta, e fui para casa.

Após um percurso inteiro de reflexão sobre a nossa conversa, eu só poderia chegar à conclusão de que meu amigo estava coberto de razão. Em nenhum momento eu deixei de cumprir minhas obrigações já existentes e continuar vivendo, mas também não comecei absolutamente nada novo, nada que me tirasse do lugar onde aparentemente fiquei presa.

Mulher abandonada não era um papel digno, mas mulher que estagnou a própria vida tampouco.

Eu sempre acreditei que todas as mudanças que eu quero que aconteçam comigo, só dependem de mim, então decidi que a minha começaria agora, e seria com algo que eu já deveria ter começado.

Passei direto pela sala e acendi a luz do escritório que quase nunca era usado, liguei o computador destinado apenas aos meus assuntos profissionais e acadêmicos e abri o arquivo entitulado “Análise assintótica de equações integrais via grupos de renormalização”, a última alteração datando de mais de dois anos atrás, logo que terminei o mestrado.

Se eu tinha que fazer algo para me impulsionar para frente, começaria fazendo o que fosse única e exclusivamente por mim, e continuar meu projeto de doutorado me parecia um ótimo primeiro passo para sair do lugar.

 

POV Harry

O novo número na minha lista de contatos ficou esquecido por alguns dias, a possibilidade de usá-lo sequer rondando minha cabeça, até que me surpreendi quando o vi no meu identificador de chamadas na tarde de uma sexta-feira, anunciando uma chamada recebida.

Olhei por um tempo para o aparelho, aproveitando a privacidade da sala de reuniões vazia ao meu redor, e por fim resolvi atender, afinal que mal me faria?

-Alô?

-Harry? - Perguntou incerta.

-Sim.

-É a Vivian, tudo bem?

Eu conseguia sentir certa hesitação no tom dela, mas a determinação também estava presente.

-Tudo, e você?

-Também.

Fiquei em silêncio, sem saber o que dizer depois disso. Fazia tanto tempo que eu não precisava pensar em maneiras de continuar esse tipo de assunto, que precisei me esforçar para saber o que dizer a seguir.

-Imagino que você esteja no trabalho, não é? - Ela não me deu a possibilidade de continuar o assunto, deixando minha tarefa muito mais fácil ao precisar apenas responder. 

-Sim, ainda estou no escritório.

-Então não vou te atrapalhar, gostaria apenas de saber se está disponível amanhã a noite, poderíamos comer alguma coisa juntos, conversar um pouco, sei lá…

O final em aberto deveria ter criado apenas expectativas em mim, mas não consegui evitar que um certo receio viesse junto. No entanto, negar não era uma possibilidade que eu estava cogitando, ter encontros com mulheres bonitas certamente fazia parte da rotina de homens solteiros, como era o meu caso.

-Claro, estou livre sim. - Engoli a hesitação e me forcei a adotar um tom mais confiante. - Tem algum lugar em mente?

-Tenho uma sugestão, vou te mandar por mensagem, mas fique a vontade para sugerir também.

-Não precisa, vou confiar no seu bom gosto.

Ela riu, então aparentemente eu tinha falado a coisa certa.

-Que horas amanhã?

-Às oito fica bom para você?

-Perfeito. - Ela concordou de imediato.

Fiquei em silêncio por um segundo, até perceber que eu provavelmente deveria buscá-la em casa.

-Você pode me passar seu endereço, eu te pego em casa.

-Ok, vou te mandar por mensagem.

Fiz uma relação mental para ver se não faltava nenhum detalhe para confirmar: já tínhamos dia, local, horário e ela me mandaria o endereço para o encontro, estava completo.

-Então até amanhã, Vivian,

-Até, bom trabalho para você.

-Obrigado.

Desliguei o celular com uma sensação muito parecida à ter a cabeça girando, dividido entre a convicção de que eu deveria ter esse encontro e a pequena relutância que me dizia que era melhor não. Conscientemente, decidi não dar ouvidos a isso e me concentrar no que eu ainda tinha que fazer antes de ir para casa, independente de qualquer voz inoportuna na minha cabeça eu iria, sim, me encontrar com a Vivian.

Essa calma ensaiada, no entanto, não me fez companhia no sábado enquanto eu tomava banho e me vestia, minutos antes de sair de casa.

Eu estava uma pilha de nervos, sem saber o que fazer, sobre quais assuntos falar, ou o que ela gostava de comer para eu poder fazer os pedidos. Podia ser apenas a minha memória fraca, mas eu não me lembrava do meu último primeiro encontro ter sido tão difícil, ao contrário, foi fácil e natural, como se estivesse tudo destinado a acontecer daquele jeito.

Durante todo o dia tentei manter meus pensamentos afastados da minha ex esposa, mas não tive nenhum indício sequer de sucesso. Refreei todos os impulsos que me vieram de abrir a carteira e olhar a foto dela, mas foi mais forte do que eu no momento em que encostei a mão na maçaneta, pronto para sair.

Praguejando, porque aquilo era ridículo, me dei por vencido e peguei às pressas a carteira no bolso, pensando que uma olhadinha apenas me ajudaria a tirar aquela ideia da cabeça e deixá-la de lado pelo menos até estar em casa novamente. Abri minha carteira direto no compartimento onde deveria estar o que eu procurava, e gelei completamente ao encontrá-lo vazio.

Chequei, apressado, em todos os outros locais onde a foto poderia estar, mas não encontrei nada além de papéis e cartões. Olhei ao meu redor um tanto perdido, sem saber por onde começar, e vasculhei às pressas todos os compartimentos onde eu já havia deixado minha carteira por algum motivo, incluindo o banheiro.

Depois de uma tentativa  frustrada de busca também nas gavetas da sala e do quarto, me toquei de que não havia mais nada ali. Fechei os olhos e tentei me concentrar em quando tinha sido a última vez que olhei para a foto dela. Precisei de alguns bons minutos até trazer a lembrança à tona, mas quando enfim consegui, tive certeza de que eu não a encontraria mais.

-Filha da puta! - Xinguei em voz alta a mulher que me beijou naquele bar no dia do meu aniversário de casamento.

Eu estava olhando a foto quando ela chegou, e a deixei sobre o balcão. Quando saí, apanhei apenas carteira e fui embora sem olhar para trás. Me lembro do garçom me chamando algumas vezes, me fazendo achar que era algum assunto chato e sem importância perto do tamanho da minha confusão interna naquele momento, agora eu sei que deveria ter voltado, porque com certeza era para me devolver o que deixei para trás.

-É só uma foto. - Falei em voz alta para ver se conseguia convencer a mim mesmo.

Tentei afastar para o fundo da minha mente o fato de que era apenas uma foto, mas todas as outras também tinham afundado junto com meu celular no lago do shopping, uma semana atrás. Trazendo à tona toda a minha coletânea de pensamentos positivos, tentei encarar isso como um sinal óbvio de que hoje não era dia para ter qualquer tipo de contato com Ginny,

Pensando dessa forma, respirei fundo, me levantei da cama e saí o mais rápido possível, porque os minutos a mais que eu havia programado foram gastos com minha busca inútil.

Cheguei à casa dela exatamente no horário marcado e mandei uma mensagem informando que estava estacionado em frente à portaria do prédio de aparência elegante. Não demorou muito para que ela passasse pelo portão com um sorriso enorme nos lábios, os cabelos pretos soltos balançando na altura do ombro.

-Com licença. - Pediu enquanto se acomodava no banco ao meu lado.

-Fica a vontades.

Assim que se acomodou, ela virou na minha direção para me cumprimentar com um beijo no rosto.

-Boa noite.

-Boa noite, Harry, tudo bem?

Ela parecia extremamente satisfeita por estar ali, e eu só esperava não estar parecendo tão sem rumo quanto eu me sentia. Por sorte, ela conduzia a conversa perfeitamente bem enquanto eu dirigia, me dando apenas a obrigação de responder e continuar o assunto.

Ela escolheu um restaurante à la carte para nosso encontro, especializado em culinária tailandesa. Enquanto eu lia o cardápio, minha cabeça se voltava o tempo todo a dois únicos pensamentos: o primeiro era que Ginny odeia comida tailandesa, e o segundo era que eu não devia estar pensando nela.

Durante o jantar, descobri que Vivian era recém formada em Direito e estava se especializando na área Tributária, curso em que ela estudaria por mais um ano e meio. Seus pais moravam em outro estado e aparentemente ostentavam um padrão de vida relativamente alto, porque ela morava sozinha e nunca havia trabalhado, mesmo já tendo vinte e três anos.

Ela obviamente quis saber mais sobre mim também, e contei o que era relevante nesse primeiro contato, como algumas coisas sobre meu trabalho e área de formação, mas omiti propositalmente a parte sobre já ter sido casado. Por mais que isso fosse parte da minha vida, não me senti minimamente confortável para falar sobre o assunto com minha companhia.

Nossa conversa se estendeu durante todo o jantar, sobremesa, enquanto aguardávamos a conta e o carro ser trazido pelo funcionário do estacionamento. Durante o trajeto de volta, no entanto, não falamos muito. Não sei quanto a ela, mas eu não tinha muita ideia de como encerrar essa noite.

Quando estacionei o carro em frente ao portão, Vivian soltou o cinto de segurança e se virou na minha direção, achei de bom tom fazer o mesmo e imitar seu movimento.

-Então, obrigada pela noite.

-Foi um prazer, nem precisa me agradecer.

-Espero que tenha gostado do restaurante, eu o adoro.

-A comida estava ótima, gostei de tudo. - Garanti e ela sorriu, mas com isso o assunto morreu.

Eu conseguia sentir o clima ao redor e tenho certeza de que ela também, porque se inclinou alguns centímetros na minha direção. Eu sabia o que aconteceria e não estava disposto a recuar, mas o nervoso e antecipação que eu sentia nada tinham a ver com a pessoa à minha frente, e sim ao fato de que um lado meu ainda não se sentia plenamente confortável com o que estava acontecendo.

Quando meus lábios encontraram os dela não houve aquela sintonia imediata, o beijo não se encaixou perfeitamente, não havia familiaridade, mas não demorou nem dois segundos inteiros para que nos entendêssemos no que estava acontecendo.

Dessa vez não houve surpresa da minha parte, eu estava esperando e correspondi ao gesto por livre e espontânea vontade, tinha plena consciência dos dedos dela se entrelaçando no meu cabelo e da minha mão apoiada em sua perna. No entanto, muito semelhante ao beijo que ganhei de surpresa em um bar algumas semanas atrás, não havia nenhuma emoção a mais.

O que começou calmo foi se tornando mais intenso e urgente à medida que meu corpo correspondia àquele contato, e por fim já havia mãos para todo lado e respirações ofegantes quando nos separamos.

-Quer subir? - Ela me perguntou sem rodeios, os olhos escuros brilhando com desejo na minha direção.

Há muito tempo eu não era olhado daquela forma.

-Adoraria. - Me vi respondendo por puro reflexo, e o rosto à minha frente se abriu num sorriso.

Tranquei o carro, passei pela portaria e subi no elevador sem pensar em nada, propositalmente deixando minha mente vazia. Tentei me concentrar apenas na mulher atraente ao meu lado, e no que fatalmente aconteceria assim que passássemos pela porta.

Aguardei alguns passos atrás enquanto ela destrancada a porta, e pedi licença antes de me antecipar e entrar na sala decorada com requinte, completamente em tons de cinza e bege. O bom gosto era visível, assim como a organização quase impecável do ambiente, maculada apenas por um apanhado de livros apoiados sobre a mesa de centro.

-Fica a vontade. - Ofereceu assim que estávamos trancados do lado de dentro. - Quer beber alguma coisa?

-Não, obrigado, estou bem. - Respondi parado onde estava, apenas alguns passos para dentro.

Vivian deixou a bolsa sobre o aparador ao lado da porta e me puxou pela mão em direção ao sofá espaçoso e confortável. Me acomodei também quando ela se sentou confortavelmente num dos assentos, estávamos novamente de frente para o outro, como há poucos minutos.

Sem aguardar, ela voltou os dedos para os meus cabelos,me puxando em sua direção. Com minhas mãos em sua cintura, a puxei para mim também, fechei os olhos, e me deixei levar


Notas Finais


Então o Lucas se foi mesmo, mas parece que a Vivian ainda está por aqui...
A Ginny resolvendo continuar os estudos, o Harry conhecendo outra pessoa, será que isso indica que finalmente estão seguindo em frente sem o outro?
E quanto tempo será que dura essa falta de contato total um com o outro?
Prometo que os próximos capítulos virão logo, com muitas respostas.
Ansiosa para saber a opinião de vocês, não deixem de comentar!
Beijos e até o próximo.


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