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História Segundos - Acerto de Contas


Escrita por: Lucidium09

Notas do Autor


Capítulo extenso. Perdoem os erros e preparem o coração. A coisa está ficando séria.

Capítulo 23 - Acerto de Contas


Fanfic / Fanfiction Segundos - Acerto de Contas

 

Enquanto corria em busca de Westminster ao lado de um agente Ausubel com cara de poucos amigos e com um belo corte na boca, John sentia a cabeça latejar. Era informação demais, mesmo para sua mente já acostumada ao cotidiano de ser parceiro de Sherlock Holmes. Afinal, o amigo e companheiro de resoluções de casos bizarros tinha lhe contado no táxi a caminho do prédio do governo que eles invadiriam e roubariam, que Molly Hooper, patologista forense que conhecia a anos, madrinha de sua filha e amiga fiel era na verdade uma agente de alto nível do governo inglês, que tinha forjado sua morte a anos, assumido uma nova identidade, conhecia Mycroft bem demais para o gosto de Sherlock, era mentalmente instável, com dupla personalidade e possuía um atual desejo de vingança destrutivo. Sinceramente só havia acreditado por conta de ter escutado essas afirmações da boca do próprio Sherlock.

Depois de terem conseguido o que foram buscar no prédio, verdade seja dita que não sabia o que era até agora, Sherlock tinha deduzido que o MI6 tinha encontrado a Molly e depois de atender uma chamada de Lestrade, que afirmava que um caos estava acontecendo em Westminster, eles sabiam para onde ir. Saíram furtivamente pelos fundos do prédio e iam de imediato buscar um táxi quando um carro preto e veloz atravessou o caminho dos dois, dele saiu o agente Ausubel, com uma arma em punho e uma ordem bem direta. Quase que ao mesmo tempo que descia e nos rendia o agente tinha lhe jogado um par de algemas e lhe dado a ordem de prender Sherlock. Ele iria sequestra-lo, era fácil de John deduzir isso.

Agora o que ninguém além de si poderia deduzir foi o que se sucedeu aquela cena, Sherlock olhou de lado com uma expressão que beirava a pura descrença e com um movimento mais que veloz e contrariando qualquer lógica existente do protocolo do que fazer quando lhe apontam uma arma para o rosto, acertou um pesado e direto soco na boca de Ausubel. Este sem reação de defesa, provavelmente perplexo com as atitudes do detetive cambaleou para traz e foi sumariamente socado mais duas vezes, uma no estômago e outra no rosto, Sherlock o desarmou com um semblante quase maníaco no rosto e com o agente já no chão, tinha estendido a mão para si e pedido as algemas que ainda estavam em suas mãos. Ainda ouviu o amigo dizer ao agente imobilizado que estava esperando por um bom tempo para fazer isso.

Pouco depois eles estavam dentro do carro do agente e rumavam a toda velocidade para Westminster. Sherlock dirigia e John apontava uma arma para a cabeça de um Ausubel extremamente contrariado. Ouviu Sherlock interrogar o agente sobre o que realmente estava acontecendo como também ouviu o agente lhe responder que não intervisse, o Arcanjo queria resolver os assuntos com Caos sozinha, a interferência do detetive poderia colocar tudo a perder, revelou também que o Arcanjo tinha lhe enviado numa missão para afastar Sherlock do local onde as duas iriam se enfrentar. O Holmes sorriu em escarnio e acelerou ainda mais o carro.

Mesmo no carro puderam ouvir um estrondo ensurdecedor e a percepção de que algo muito grave tinha acontecido tomou os três. Um helicóptero sobrevoou a avenida onde estavam seguindo a mesma direção que eles. Sherlock tinha aberto o rádio do carro a procura de informações e minutos depois sentiu uma onda de choque suave lhe transpassar. Muitas coisas aconteceram ao mesmo tempo, o rádio do carro silenciou, o motor também, e não foi só o deles, todos os carros que estavam na avenida, todos os outdoors, os semáforos, tudo que era elétrico ou eletrônico estava desligado. Viu Sherlock endireitar a postura em choque pela compreensão do que tinha acontecido e quando indagou o que estava acontecendo foi respondido simultaneamente pelos outros dois homens no carro parado. – PEM! – Viu Sherlock sair alucinado do carro e olhar para todos os lados procurando uma alternativa viável para chegar ao destino, e percebeu o exato instante quando ele decidiu o que fazer. Um policial da polícia montada estava tentando inutilmente se comunicar com alguém, seu cavalo selado era contido pelo policial através das rédeas. E foi extremamente rápido a série de artimanhas que Sherlock usou para encabelar o policial, montar no cavalo e partir em galope desenfreado em direção ao complexo do parlamento e o Big Ben.

John saiu do carro, ainda armado, viu Ausubel sair pela outra porta já sem as algemas, o agente era realmente bom, tinha que admitir. Apontou a arma para ele e recebeu um olhar de zangado em resposta. Logo depois ouviu o agente questioná-lo se se importava com a segurança do Holmes, assentiu com a cabeça, depois ouviu o primo de Molly afirmar que manter a segurança do detetive era a ultima missão dada pela Hooper e quer ele não iria decepcioná-la por conta de um detetive lunático. John decidiu por uma trégua com o agente e os dois partiram a pé, contra um mar de pessoas em pânico, na direção de uma verdadeira guerra.

Ainda continuavam a correr por um tempo, quando sentiram mais explosões, agora em pontos diferentes da cidade, ouviu Ausubel resmungar ao seu lado afirmando que Caos estava fazendo de tudo para manter a todas as forças de segurança desnorteadas e ocupadas. John teve que concordar, aquele cenário que via a frente dos olhos era extremamente familiar as guerras que já tinha participado. O verdadeiro caos.

 

Sherlock empinava o cavalo a frente dos homens da Scotland Yard, tinha verificado ao se aproximar que eles estavam em busca da Hooper e estavam com as armas em punho. Precisava impedir que Molly fosse baleada e tinha que também de alguma forma parar aquela loucura. Viu a Hooper entrar no prédio da torre do Big Ben sem hesitar, e estava pronto para segui-la. Ouviu um grande barulho vindo da torre e de imediato desceu do cavalo em direção a ela. Os policiais da Yard o seguiram e só não tomou um tiro por atrapalhar por que era conhecido de todos, chegaram simultaneamente na porta do prédio e verificaram que uma grande quantidade de entulho e destroços bloqueava a passagem. Sherlock começou a contornar o prédio, deveriam haver outras maneiras de entrar naquele lugar, pensou.

 

A Hooper entrou desembalada no prédio, conhecia a veia dramática de Charlote, era iria querer fazer o encontro final das duas em um lugar emblemático, nas engrenagens do relógio secular, no local onde tudo funcionava perfeitamente, mas também no local onde uma ínfima falha poderia ter resultados catastróficos. Ela correu por cima de um mar de vidro quebrado, resultado do estilhaçamento de todas as janelas e vitrais do local, afinal eles não haviam resistido as diversas ondas de choque desencadeadas das várias explosões. Quando já estava pronta para subir pelas escadas ao piso superior, já que nem um elevador iria funcionar mesmo, ouviu mais um estrondo forte e viu parte do piso cair bloqueando completamente a entrada que usara a pouco. Ótimo. Concluiu a Hooper, do jeito que queria, apenas as duas. Continuou a subir, viu pessoas assustadas e encolhidas em quase todos os andares que entrou, provavelmente funcionários do relógio, mas não a viu, a Caos, e só pôde constatar que ela realmente estava a sua espera na sala das engrenagens principais do relógio, símbolo da pontualidade inglesa, símbolo patético de uma sociedade que tentava impor limites, modelos e formas aquilo que era imprevisível, a própria vida.

Depois de vários andares ela entrou na sala do maquinário, pouco depois a viu em meio as sombras, dedilhando uma roda dentada em especial. Estava escuro, a iluminação precária provinha das poucas janelas de vidro quebrado bem acima das duas, contudo pode ver a loira caminhar a sua procura e lhe encarar a poucos metros de distância.

- Bonito, não é? – Indagou ao apontar para os lados das engrenagens.

- Meu pai era relojoeiro, eu não! – Respondeu a Hooper lhe apontando a arma no rosto.

- Pare Angel... Não estou falando do relógio, estou falando do caos lá de fora, outra coisa, não pode me matar, sabe das consequências. – Responde chateada a loira.

- Se não posso te matar por que me trouxe aqui? E o que te garante que eu vá me importar com o que aconteça a Europa se te matar. Eu realmente não estou me sentindo muito patriótica nos últimos tempos. – Continuou segurando firme a arma apontada.

- Sim!!! Eu soube que mandou o Holmes pro hospital, eu particularmente preferia pro cemitério, mas fazer o que? – Riu a loira. – Mas não ache que esse embuste é o suficiente para me enganar. Você se importa e muito com o que acontece com sua Inglaterra. Se importar sempre foi seu ponto fraco.

- Exato! Ponto fraco! – Gritou a Hooper. – Sempre me importei com você, com Mycroft, com o país, com os inocentes. Mas quem se importou comigo?!? – Gritou mais alto. – Eu sempre fui um instrumento, desde criança o meu propósito sempre foi servir. Eu estou cansada!!!

- De mim? – Perguntou a loira sombriamente, agora olhando as engrenagens em vez da mulher a sua frente. – Foi por isso que fingiu sua morte? Foi por isso que me deixou sozinha de novo? Você é sempre responsável pelo que cativas Angel... um certo escritor disse uma vez.

- NÃO!!!  - A enfrentou a castanha. – Eu lhe dei minha amizade Charlote, lhe dei minha infância, mas nunca poderia lhe dá meu amor. Sistemas caóticos, não é assim? Imprevisíveis, não é mesmo? Eu o amei Charlote, o Holmes, desde o primeiro dia em que o encontrei. Mas isso não precisava significar que eu abandonaria você! Eu não podia controlar isso!

- Significava sim... não erámos mais só nós duas. – Concluiu a loira. – Eu te odeio Angel, não há mais volta, não há como você me impedir, já destruí meia cidade em poucos minutos, instaurei um caos completo só com algumas ações, você não pode me matar, mas eu posso matar você. – Falou calmamente. – Por que não realmente se matou em Budapeste Angel? Nada disso estaria acontecendo?

- Estaria sim Charlote, só que eu não poderia te deter. – Rebateu a Hooper.

- Eu nunca trairia aquela promessa... Eu viveria em paz honrando sua memória. – Insistiu a loira.

- Eu sei. – Confirmou a castanha. – Mesmo assim isso ainda estaria acontecendo.

- Já chega Angel! – Grita a loira. - E se o senhor Sherlock Holmes fizer o favor de sair das sombras e se juntar a nós, eu gostaria de lhe explicar quais serão os próximos passos a seguir.

Pela primeira vez Sherlock sai do local furtivo onde se achava a escutar a conversa das amigas de infância e se coloca a uma distância razoável das duas. A Hooper se assusta com a presença do detetive, mas mesmo assim continua a sustentar o olhar e a arma em direção a loira.

- O que fiz hoje aqui terá consequências devastadoras para a economia e para a política deste país, muitas relações diplomáticas foram e serão estremecidas. Muitos governos agora desconfiam do Reino Unido, mas isso é só o começo. Medo, terror e pânico demoraram anos para serem esquecido na mente dos londrinos. Tudo por que vocês decidiram menosprezar uma órfã. – Disse Caos ao se aproximar de um pino que segurava a maior engrenagem do relógio. – Pois bem. Está na hora de tornar minha vingança mais passional. – E dizendo isso ela move poucos milímetros um parafuso e desencadeia a reação em cadeia nas máquinas que estavam em funcionamento no relógio, poucos sabem que aquele relógio antigo não possui partes elétricas, seu funcionamento é puramente mecânico e nem mesmo a bomba PEM que explodira foi capaz de o parar.

Ela não se moveu do local de onde estava enquanto a Hooper e o Sherlock se viam juntos agora e tentavam desviar das peças que caiam e saltavam para todos os lados.

- O que veio fazer aqui afinal? – perguntava o detetive ao livra-la da trajetória de uma peça que fora arremessada a si numa velocidade fatal.

- Tentando trazer minha amiga de volta! – Respondeu a Hooper em meio a uma bagunça de destroços e metais.

- Obviamente não deu certo. – Respondeu o detetive.

Em meio a fumaça e barulho os dois viram a loira sair dali correndo e a seguiram.

- Melhor agora tentarmos do meu jeito. – Informou o detetive enquanto era seguido pela Hooper.

- Estou aberta a sugestões. – Ela respondeu rápido.

Mas em um dos desvios dos corredores parte da estrutura que segurava o sino ruiu e pedaços da parede atingiram os dois. Ainda desnorteados foram feitos prisioneiros, Caos estava acompanhada por vários homens, Angel reconheceu vários dos rostos das pessoas que tinha visto encolhidas e assustadas quando subira na torre. Foi tudo uma grande armadilha, aqueles homens deveriam está deste cedo a esperando.

Sentiu-se ser erguida, desarmada e acertada com força na altura do rim. A dor a fez perder a orientação por 8 segundos. Sherlock também tinha sido capturado e lutava para se desvencilhar de seus captores. Viu também quando ele se soltou de um deles, pegou um punhal do cinto do outro e arremessar em direção a Caos. A loira se esquivou assustada, mas não a tempo de se livrar totalmente, a faca lhe atingiu a mão de raspão. Incrédula ela olhava para mão ensanguentada enquanto mais homens agora forçavam Sherlock a ficar de joelhos e lhe davam chutes e socos.

- Você me machucou?!? – Falava a loira em descrença. – Nunca, ninguém ou nada haviam me machucado. Mas você... você me machucou!

Mesmo sendo espancado, Sherlock sustentava um sorriso vitorioso diante do olhar incrédulo da loira. A mesma o olhou em fúria e o acertou com um chute forte no rosto. Desmaiou imediatamente.

A Hooper tentou em vão se libertar e ajudar o detetive, mas a ira de Caos estava fora do controle.

- Eu já suportei de mais de vocês. – Gritou a loira. – Você! – Apontou a castanha. – Você vai ficar em companhia dos meus amigos Turcos aqui. Lembra deles, não lembra. Você e seu agente cachorrinho de estimação custaram a eles milhões de euros. – Riu a loira maníaca. – Eles vão adorar se vingar de você. – E apontando para Sherlock. - E quanto aos Holmes, vou deixar vivos até que eles recebam o que vai restar de você!!!

- Você não entende Charlote, nenhum deles tem culpa do que aconteceu entre nós!!! – Exclamou com lágrimas nos olhos a Hooper. – Nem mesmo eu tive. Foi apenas o acaso.

- O acaso que te fez me trair com dois Holmes diferentes? – Cuspiu as palavras com nojo. – Se não fosse tão egoísta e tivesse realmente morrido em Budapeste, os dois viveriam. E muitas vidas seriam poupadas.

- Não entende? Eu, a Angel, morreria feliz por você e por Mycroft naquela ponte. Mas nós sempre fomos duas! Duas Hooper’s!

- Levem-na daqui! – Gritou Caos. – Não quero mais ouvi-la. Façam o que quiserem com ela, o trato está cumprido. Ela é de vocês.

E assim integrantes da maior rede de tráfico de pessoas, prostituição e extorsão de Istambul, na Turquia, levavam a responsável por sua quase extinção arrastada para o subterrâneo do Londres. A bomba PEM não se propagava pelo solo, então foi simples conseguir vagões de metrô em funcionamento para evacuar furtivamente, embaixo das barbas de toda a polícia de Londres, uma mulher presa e sendo torturada pela máfia conhecida pelos seus métodos mais medievais e cruéis de acerto de contas.


Notas Finais


O que vai acontecer com a Hooper?
Com o Sherlock?
Com todos?


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