História Seja meu ômega - Jungkook, o arrependido.

07: Jungkook, o arrependido.

Jungkook não têm o direito de sentir ciúmes, não têm mesmo. Não quer me assumir, nunca falou qual é a sua intenção comigo e se acha no direito de vir com ciuminho pra cima de mim. Mais menino, o sujeito não cria vergonha naquela cara linda não, rum.

Gosto de o implicar e provocar sim, da mesma forma que ele me atenta, eu revido pior. Uma coisa vocês devem saber sobre a minha pessoa, não sou alguém com quem se brinca brincadeiras de mal gosto. Ram, tão achando o quê? Que o negócio aqui é bagunçado? Estão enganados, belê?

A parada aqui é Federal, fiquem atentos. Posso ser um ômega mas quando bato o pé no chão e digo algo, não há nada que me faça mudar de ideia.

Fiquem aqui, e leiam com bastante atenção. Eu, Park Naja Jimin está neste exato momento convidando Youngbin para vir em minha humilde residência. Minha casa é de frente com a do alfa Jeon, mas meu quarto fica adiante do dele. Agora apenas aguardem, o segundo show vai começar.

Esses dias eu tava aqui de boas e por ver a luz do quarto de Jungkook acesa, curioso olhei. O último citado tava no quarto, sentado na cama com uma mulher em cima de si. Sangue ferveu na hora, horas essa. Desde quando ele leva puta pra casa? Nada melhor do que pagar com a mesma moeda, mores.

Young não demoraria a vir, portanto corri para tomar um belo banho. Por naturalmente ser ômega, eu não tenho pêlos. Isso é ótimo, a sorte é essa. Não que eu esteja planejando fazer alguma coisa, até cogitaria essa idéia mas não vai ser com o Youngbin.

Creme corporal é gostoso o cheiro né? Nossa, recomendo muito. Pegue a dica do tio aqui, crianças. Terminei de tomar banho e fui até o meu guarda roupa pegar uma cueca boxer rosa clarinho e uma saia azul bebê, peguei um croppedtinho de manga longa e vesti.

Mesmo sendo ômega macho, não é estranho vestir roupas afeminadas. Afinal de contas, sou ômega e é meu instinto ser delicado. Engraçado porque aparentemente eu não sou, mas tudo depende do meu humor e com quem eu gostaria de ser assim.

Terminado de me arrumar, apenas penteei o cabelo e a campainha tocou. Sorri e olhei para certa janela, sorrindo inteiramente satisfeito por ver que o Jungkook está mesmo me observando.

Apressado abri a porta, cumprimentei o alfa e pedi para que entrasse e ficasse a vontade enquanto eu trancava a porta.

— Tudo bem?

— Oh, sim e você?

Ele com as bochechas coradas é muito fofo, não resisto assim.

— Melhor agora, vamos lá pra cima? Claro, se quiser.

Não vejam malícia nisso, seus maliciosos. Não pretendo fazer nada disso aí, nem passou pela minha cabeça. Só quero implicar o Jeon mesmo, se ele pode eu também posso.

Subimos e sentamos na minha cama, abri mais as cortinas e também a janela. Obtive a atenção do alfa sobre mim, chamei o garoto que está comigo para o centro da cama, pois assim aquele idiota teria uma visão mais ampla sobre nós.

E meus parceirxs, ele não ficou nem um tiquinho feliz ao ver o rapaz. A cara do estúpido foi incrível, agora você vai sentir na pele, seu trouxa.

— Eu realmente não sei como puxar assunto, Young. Mas, quem realmente quer conversar fala até sobre a água não é? Então, bebeu água hoje? Têm que se hidratar, se bem que hoje está meio frio.

— Bebi sim, Jimin-ssi.

Formal ele? NOSSAN, assim eu apaixono.

— Por favor, sem formalidades. Quero ser seu amigo e amigos não são formais uns com os outros.

— Tudo bem, mas sem ser indelicado. Por que me chamou pra cá assim do nada?

— Eu estou sozinho e queria uma companhia, veio você em mente e te convidei. Não pense mal de mim, não foi com segundas intenções. Apenas queria conversar um pouco, sabe?

— Sei sim e entendo perfeitamente, ficar sozinho às vezes é realmente muito ruim.

— E então, beijando muito?

Era só uma forma de puxar assunto, não queria deixar o garoto constrangido. Bosta! Nem pra puxar assunto você consegue, Jimin?

— Não muito, na verdade estou interessado em um alfa.

Mas olha só, cada um com seus interesses. Alfas são a maioria todos iguais, não têm por onde correr. Todavia, fiquei surpreso por ele gostar da mesma classe.

— É mesmo? E quem seria? Não vou falar para ninguém, pode relaxar.

— Ele é do terceiro ano, se chama Kim Sukwoo.

— Ele é da minha sala! Bastante quieto, é mais na dele. Não é lá um dos melhores alunos mas tá na média, ele é bem bonito. Que bom gosto!

Sim, galera. Começamos a falar de alfas igual duas menininhas, e querendo ou não eu falei de Jungkook.

— Sou prometido ao Jungkook, mas ele é babacão e não me assume. Não que eu queira, puff, que isso.

— Aish, ele é bem.. Como eu posso dizer? Bem otário, desculpe dizer assim.

— De boa, falar mal dele é comigo mesmo. Eu admito, gosto dele sim. Mas do que adianta? Tenho medo da gente começar a namorar e vier aquelas ômegas secas e ele não resistir, daí eu fico taxado como o corno, chifrudo, boi, veado com chifres. Não quero isso pra mim, ele nunca se decide e isso cansa. Nossa, e como. Eu odeio ter que sentir meu coração acelerado, mãos suadas em ansiedade, gaguejar ao conversar com ele, me sentir corado com praticamente quase tudo que ele disser, odeio sentir vontade de chorar toda vez que ele dá bola pra outra ou outro, sentir meu coração se apertar por saber que única coisa que ele quer de mim é o meu corpo. Eu odeio ele com todas as minhas forças, e eu odeio mais ainda amar ele apesar de tudo. E eu sei que se depender dele, ele vai continuar assim porque ele é sem vergonha.

— Uma hora ou outra ele acaba percebendo que o ômega dele é você, não se preocupe Jiminie.

— Tenho medo dele perceber isso tarde demais, Youngie. Ômegas adoecem sem o seu alfa, e o pior ainda é que ele sabe disso mas faz vista grossa!

E eu chorei feito um bebê no colo do alfa, sendo consolado.

{SMOJH}

Mais um dia de escola e eu digo pra vocês, se eu soubesse o que me aguardava. Eu jamais teria pensado em sair da minha cama quentinha com uma manhã nublada e fria como aquela, jamais mesmo.

Vamos voltar para o intervalo onde eu estava a procura do Jungkook para dar um recado que a minha mãe pediu, arrependimento matasse eu já estaria morto.

Não encontrei o Jeon em lugar algum, então passei por um corredor onde tinha uma sala vazia onde era o antigo laboratório. Restando somente assim, o balcão com a pia.

Ao passar por essa sala, ouvi gemidos. Sim, gemidos. Estranhei, afinal, quem é que estaria fazendo coisas indecentes dentro da escola? Só dois loucos mesmo, mas quem sou eu pra julgar.

Eu até passaria reto e ignoraria, se não fossem por uma fala feminina bastante reconhecida soltar um “ah, mais forte Jungkookie”.

Eu e a minha maldita curiosidade, abri a porta devagar e quando vi que era realmente o Jeon Jungkook que eu pensava, eu só consegui ver minha visão embaçada pelas lágrimas se formando. E sem nem notar que eu fiz barulho, reparei que atraí a atenção dos dois. Que arregalaram os olhos e se vestiram rapidamente, lógico que eu sorri em puro deboche.

Jungkook veio com um papinho de “Não é isso que você está pensando “.

— Não é mesmo, porque eu vi com meus próprios olhos. Não se preocupe, não somos nada mesmo.

E saí correndo, chorando com uma enorme vontade de gritar, voltar lá e encher aquele babaca de soco, murro, chute.

Eu não estava bem, óbvio. E foi por isso que me tranquei em uma das cabines do banheiro, soluçando — mesmo sem querer — alto. Doía como um inferno, parece que meu coração ia se rasgar. Bom, despedaçado ele tá né.

Não deveria ficar assim, estava mais do que na cara que ele não me queria romanticamente falando. Ele mesmo falou que se eu não daria a maldita bunda pra ele, ele iria atrás de quem quisesse.

Eu sou muito bobo mesmo, chorando por quem não me quer. Por quem não da a mínima, nem ao menos veio atrás. Por que eu tinha uma pontinha de esperança? Esperança dele vir atrás de mim e me dizer, “não é isso que você viu, meu amor, eu só tenho olhos pra você, é você quem é meu ômega “.

Como eu disse, sou tolo por ter pensado isso. Mas como eu tinha aula, enxuguei meu rosto e lavei na pia. Mesmo que demonstrasse que eu havia chorando, ninguém tem nada com isso.

Saí do banheiro de cabeça baixa e segui cabisbaixo e tristinho para a sala, as aulas demorou a acabar. Porém assim que acabou, esperei todos saírem e saí.

Lógico que aquele imbecil, cafajeste de marca maior estaria na minha porta me esperando. É muita cara de pau, eu não aguento.

— Hyung! M-Me desculpe, eu não pensei muito...

— Claro que não pensou, estava ocupado satisfazendo seus desejos.

— Me entenda, por favor! Eu me senti atraído e só caí na realidade quando você apareceu.

— Poupe-me de suas desculpas esfarrapadas! Você não me ama e eu sei disso, você não me deve satisfação. O que posso fazer? Nossos lobos são ligados e foi inevitável não me apaixonar, mas do que adianta só eu amando nessa relação que nem temos? Você é livre para fazer o que quiser, Jungkook.

— Hyung, por favor! E-Eu não quero que parte de falar comigo.

— O quão egoísta você é? Me manter por perto para eu sofrer mais do que já sofro todos os dias quando você tá atrás de um rabo de saia?

Me exaltei, e consequentemente atraí olhares para nossa direção.

— FOI UM ERRO! EU ADMITO, MAS POR FAVOR ME PERDOE!

— Te perdoar pra quê? Pra você amanhã ir lá e fazer de novo? Foi você mesmo que disse, se eu não libero, você vai atrás de quem libere. ESSAS MALDITAS PALAVRAS SAIU DA SUA BOCA, SEU BABACA! E ainda espera que eu continue falando com você? Depois de hoje, foi o estopim.

— Quer que eu me ajoelhe e peça desculpas? Eu faço! Pelo amor de Deus, Jimin! Eu juro que se me der mais uma chance eu fico com você, não vou atrás de ninguém, somente você.

— É? Nossa, não acredito sequer em uma palavra que sai da sua boca.

— Eu te amo, Jimin hyung! E-Eu não queria admitir mas estou falando agora, eu te amo, droga!

— É meio tarde pro seu amor, Jeon. Nem que eu morra com meu lobo adoecendo, mas com você eu não fico!

E eu corri mais uma vez, mas dessa vez foi pra fora da escola. E sem nem olhar se o sinal para passageiros passar estava verde, atravessei. A vida ama brincar comigo, pessoal. Por ironia do destino, o sinal se encontrava vermelho.

Só senti o impacto, e minha visão turva. Olhei para as minhas mãos e estas estavam vermelhas, ouvi gritos e o que mais me doeu foi o grito de desespero do Jeon. Apenas sorri até perder a consciência, antes de perder eu havia notado.

Fui atropelado, e Jungkook estava chorando e gritando desesperadamente. Não via nada, não conseguia me mexer. Única coisa que eu conseguia era ouvir, e eu ouvi ele se culpando.

Não foi sua culpa, meu amor. A culpa foi minha por não ter olhado, deveria ter tomado cuidado. Mesmo com tudo o que aconteceu eu não sinto raiva, apenas quero que ele seja feliz. E se eu chegar a morrer, única coisa que eu desejo é que ele siga a sua vida como sempre fez. Doloroso falar isso, talvez até mais do que tomar um tiro ou ser atropelado. Mas eu sei que, cabeça dura do jeito que ele é, não vai desistir tão fácil assim.

Eu amo Jeon Jungkook e não posso negar nem mais um segundo, espero que seja feliz sem mim meu anjo.

Eu te amo.