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História Selva de Vidro - Inegável


Escrita por: PervassWorldd

Notas do Autor


Espero que gostem ^_^

POR FAVOR OLHEM AS NOTAS FINAIS S2

Capítulo 1 - Inegável


 

 

Inegável ♫

 

A universidade Liberty high, localizada ao norte de Seattle, recepcionava os calouros em uma festa de boas vindas sediada no salão IV do campus, local esse que os estudantes de música, dança, canto e artes cênicas estavam acostumados a realizarem os eventos acadêmicos. Era um espaço mais aberto, com a excentricidade que os estudantes pareciam emanar.  

 

O salão estava abarrotado de gente, mas para quem olhasse de fora, em uma perceptiva imparcial, seria fácil notar a divisão dos grupos, que mesmo em meio à dança frenéticas dos corpos, acabava se destacando.  A galera sempre andava com a sua galera no final das contas, as pessoas estavam acostumadas à segurança acalentadora de quando se está com aqueles com quem se tem algo em comum, um motivo para coexistirem e se sentirem relevantes em bandos. Um laço, seja ele por qualquer mínima razão.

 

Essa era a regra do jogo.

 

Park ChanYeol fazia a sua vistoria costumeira, gostava de analisar as pessoas e classifica-las no padrão repetitivo a qual apresentavam, enquanto esperava Brian Cooper, o cara de artes cênicas que sempre era o “mestre de cerimônia” de eventos do salão IV, anunciar a próxima atração musical. As pessoas tendiam a serem como marionetes daquilo que existia a sua volta, sem surpresas, o mesmo click respetivo. Outra passada de olhos pela multidão alvoroçada serviu como validação de suas conjecturas.

      

Estava ao fundo do palco, as luzes laterais apagadas, o que deixava-o na penumbra. Podia olhar sem ser visto. O cigarro, de marca cara, estava entre os lábios fartos, tragou-o, sentindo a nicotina o invadir. Seus pais eram uns dos sul coreanos mais ricos que residiam na América do Norte, donos de empresas a qual ChanYeol não dava a mínima para saber do que se tratavam. O filho mais novo dos Park’s era o cara do álcool, da nicotina, do sexo fácil e dos prazeres torpe do mundo. A única coisa a qual realmente levava a sério na vida era a música. 

 

ChanYeol era feito de música. Seu mundo todo se resumia a melodia, as notas ao ritmo. A vibração que o acometia quando tocava era insana, o coração acelerado, o sangue correndo quente e rápido pelas veias, fazendo-o mergulhar dentro de um vórtice de sensações inebriantes. O mundo inteiro silenciava enquanto tocava, a mente pulsava tragando-o para dentro do oceano criado por aquele som, o enchendo por completo, até o topo, para logo depois se deixar transbordar. Tornava-se imenso demais para caber dentro de si mesmo. A música era o que coloria a sua alma, sem ela era apenas uma escuridão sem fim.

 

Lion Soul vai mostrar como fazemos música por aqui. — Brian gritou, cobrindo os olhos quando o holofote o iluminou, cegando-o por um breve momento.

 

Lion Soul era o nome que ChanYeol havia escolhido para a banda que criara junto com os caras da universidade. Estar metido em coisas assim lhe davam muitas vantagens. Eram cinco. ChanYeol preferia a guitarra, mesmo que facilmente transitasse entre a bateria, o baixo, e até o vocal quando queria. A guitarra era a sua favorita, ela representava muito bem a sua personalidade caótica. Sabia tocar oito instrumentos, começara logo cedo, desde criança a música era mais sua família do que os pais. Dylan, o conhecera, na verdade, em um festival de música, ele ficava no baixo junto com Jasper, que além de baixista era backing vocal. Simon, primo de Dylan, na bateria e o Alemão Heikp, que acabou sendo transferido, no vocal. Bom, agora eles quatro, temporariamente.

 

 Gritos foram ouvidos, principalmente gritos femininos, metade das garotas da Liberty high queriam uma chance de transarem com o Park, a fama de fodedor de ChanYeol  ganhou vida no exato momento em que pisou os pés na universidade, há dois anos, a outra metade havia conseguido, apenas uma única vez. ChanYeol nunca ficava com a mesma garota mais de uma vez. Não queria envolver-se com ninguém, sua única amante era a música, e manter uma distância afetiva de qualquer casinho que tivesse era de praxe. As pessoas eram propensas a se apegarem com extrema facilidade, se relacionavam apenas para não se sentirem sozinhos em um mundo onde se idealizava o amor como um pré-requisito de uma vida bem sucedida.  A carência das garotas com quem já deitara lhe era entediante, chegando a irritar.

 

  ChanYeol deu uma última tragada no cigarro antes de jogá-lo ao chão e pisar em cima para o apagar. Arrumou a guitarra, uma Fender Broadcaster, e se dirigiu ao centro do palco. Enquanto ainda ouvia os gritos arrumou a altura do microfone, ChanYeol era realmente alto, 1,90 herdados pela parte de seu genitor. Com Heikp fora estava assumindo o vocal por hora.

      

  Os caras se posicionavam a sua volta, rindo de alguma piada a qual ChanYeol estava alheio. Apenas um aceno de cabeça do coreano foi necessário para que eles se calassem. Eles sabiam, no final das contas, quem era que dava as ordens por ali, mesmo que nunca tenham parado para decidir tal coisa. A áurea de dominância a qual o ChanYeol exalava era indubitável, qualquer um era capaz se senti-la e acabar totalmente intimidado. 

 

   Os dedos grossos e ásperos do Park correram pelas cordas, os olhos se fecharam enquanto imergia para dentro da sonância.

 

 — “Eu quero uma nova Ferrari amarela anos 90 na garagem, mas eu sei que você não gostaria disso.” — A voz rouquenha de ChanYeol encheu o salão IV.  Potente, feroz, marcando seu território com desenvoltura, tal qual o rugido de um leão. Como o leão que havia tatuado na mão direita, em uma bela representação de quem era. O Rei.  ChanYeol era o leão da sua própria selva. — “Eu quero agora, eu quero alto, eu quero do meu jeito! Mas ninguém luta assim.”[1].

 

 Os olhos negros estavam fechados, a cabeça balançando na cadência de seu som. Escolhera o repertório da noite a dedo, ansiava mostrar aos calouros que estavam ali a pouco mais de quatro meses quem era. Eles deveriam conhecer Park ChanYeol. Todos conheciam. Viam, como boas marionetes, o que o coreano queria que fosse assistido e aplaudido.  

 

 ChanYeol abriu os olhos, passando-os sobre as suas marionetes, vendo-as no mesmo papel que já lhe era conhecido de tão previsível, e, como vinha sendo costumeiro nos últimos 4 meses, uma marionete se destacava entre todas as outras, visto que ela não queria brincar de interpretar o roteiro decidido.

 

  Sobre as luzes neon, no centro da pista, estava a marionete quebrada: Byun BaekHyun, o pirralho de dezenove anos que lhe fitava com afinco, em um claro desafio, como se fosse conhecedor dos meios necessários para foder com o seu jogo.

 

Lembrava-se perfeitamente do dia em que o viu pela primeira vez, o desagradado quase tinha batido em seu Impala, modelo de 1967.

 

 

 

 

O cheiro de terra molhada entrava pelas janelas abertas, brigando com o odor da nicotina impregnado nos estofados do veículo. Uma mão no volante e a outra segurando o cigarro entre os lábios. A cabeça seguindo o ritmo que saía do rádio, gostava de usá-lo, apreciava os clássicos, bem como o modelo do próprio carro.   

 

Virou a esquerda, indo em direção a sua vaga costumeira no estacionamento da universidade. Depois de dois anos todos sabiam que aquela vaga, a melhor de todas elas por ficar bem próximo da entrada do edifício principal, era de Park ChanYeol.

 

Freou bruscamente, os pneus cantando no piso molhado criando um som agorento, quando desviou de uma moto que entrou em sua vaga. A moto parou bem próximo do capo do carro, a poucos centímetros de realmente bater. O sangue de ChanYeol ferveu, acreditou ver tudo em vermelho por alguns segundos, sem muito pensar saiu do carro, batendo a porta com força em meio à cólera repentina. Estava mesmo puto, porque jamais bateria a porta de seu bebê com tal robustez.

 

   A primeira coisa que ChanYeol viu foi o uniforme rosa das líderes de torcida, depois o péssimo estado da moto. Era realmente velha, se tivesse batido contra o Impala não sobraria nada para contar história.

 

      — Tá macula garota? Porra, olha merda que você ‘tá fazendo.

      

    A tal garota deu ré quando notou que ChanYeol queria ir a frente do carro. O coreano fez uma avaliação rápida, passando a mão sobre a lataria quase em uma carícia. Nem um arranhão, menos mal. Tinha acabado de se virar novamente para a líder de torcida quando a viu tirar o capacete.

 

 Foi ai que a merda aconteceu.

 

Não era uma garota, era a porra de um cara!

 

Os cabelos rosa estavam amassados por conta do capacete que usara outrora, a qual o colocou no guidão da moto. Os olhos, puxadinhos e caídos, de um castanho tão claro quanto mel, buscaram pelo do Park, o fitando intensamente, como se estivesse lendo suas reações, vendo através dele. O garroto era coreano, ChanYeol tinha certeza disso, e confirmou suas suspeitas quando leu o nome grafado no top do uniforme, em letras grandes, ocupando toda a frente da vestimenta. “BaekHyun”.

 

 — Olha, foi mal, mas assim, você veio do nada, não é possível que não tenha me visto. — A voz era firme, o tom notavelmente másculo, o que acabou por surpreender. ChanYeol havia imaginado que o timbre seria algo mais doce, quase enjoativo, talvez pelo fato do cara praticamente exalar rosa. Cabelos rosa, roupas rosa, unhas pintadas de rosa.

 

 — Que porra é essa? — ChanYeol o fitou de cima a baixo, de forma tão concentrada que foi capaz de ver a pinta acima do lábio, no cantinho direito. Um na bochecha direita, acima da sobrancelha esquerda e outra na direita. Os lábios eram brilhosos, como se ele tivesse passado algo sobre eles, de um rosa delicado, quase como se fosse um tom natural.  

 

O garoto franziu a testa, a cabeça tombando para o lado direito enquanto mordiscava o lábio inferior ainda lhe fitando com os olhos cor de mel, destroçando algo dentro de ChanYeol, que tinha os olhos atentos sobre a imagem do outro, vendo, inclusive, os lugares que pareciam estarem escondidos, como a pele clara abaixo dos braços.

 

ChanYeol não sabia dizer, ou apenas fingia não o fazer, qual seria a origem de seu questionamento. Talvez ele tivesse morada nas roupas femininas trajadas pelo outro garoto, ou estivesse, mesmo que jamais admitisse, e não admitiria, no fato de ter achado o garoto cor-de-rosa lindo pra caralho. Atraente de um modo que o assustava, que gelava seu corpo ao mesmo tempo em que se sentia dentro do fogo vivo, queimando-o perigosamente. Que porra era essa? Que direito esse garoto achava ter para vir e fazê-lo achar um cara lindo? A porra de um cara!

 

— O que você está... — BaekHyun começou, mas foi impedido de continuar quando sua moto foi chacoalhada.

 

ChanYeol segurou a moto pelos guidões, chegando o rosto próximo de mais do de BaekHyun, que lhe fitava como se ele fosse o possuidor de todos os segredos do mundo, os olhos mel faziam ChanYeol sentir-se perdido, fora da própria mente, mas lhe encaravam com tanta audaz que fazia parecer que, se o Park quisesse, poderia se encontrar ali dentro.

 

— Porque você tá vestido assim, cara? — As palavras saiam rudes, como se ChanYeol julgasse ter algum direito sobre o outro, não era nada disso. Ele estava assustado. Terrivelmente amedrontado como o garotinho perdido que um dia o foi.

 

As feições adoráveis do garoto cor-de-rosa transformaram-se complemente, a ira na face até então serena era melindrosa, fez o estômago de ChanYeol se revirar, a boca secar e o coração pulsar quase doloroso dentro do peito. Caralho, o que estava sentindo?

 

— A porra da roupa ‘tá em mim ou em você? —Perguntou com deboche, descendo da moto que só não foi ao chão porque outro coreano a segurava.  

 

   — Não foi isso que eu perguntei. — ChanYeol retrucou no mesmo tom. Observou atento o garoto descer da moto, quase como se visse os movimentos dele em câmera lenta. Ele era baixo, muito baixo. As coxas pálidas e roliças estavam á mostra, a saia batia na metade delas. ChanYeol engoliu em seco com a visão singular e estranhamente instigante. As mãos grandes formigavam, e por muito pouco não deixou a moto velha ir de encontro ao chão.

 

— Foda-se o que você perguntou, a mim pouco importa. — insolente ele deu de ombros, parando ao lado do Park. A diferença de altura era escorchante, mas o menor não parecia nem um pouco intimidado por conta dela. Os olhos cor de mel estavam quentes, como pequenos vulcões. ChanYeol sentiu o ar lhe faltar enquanto os fitava. — Assim como não é da tua conta o que eu uso ou não. Vá a merda, cara.  

 

Debochado, dolorosamente debochado. ChanYeol não estava mais indignado com a falta de respeito do garoto, sua mente havia se tornado uma bagunça completa por causa da imagem dele, do modo como aquele garoto colocava-se contra si. Ninguém lutava contra o Park, nem mesmo seus pais.

 

ChanYeol soltou o guidão direito, a moto vacilou, ameaçando cair,  quando a segurou com apenas uma mão. Levou a livre em direção ao rosto do garoto cor-de-rosa, notando como seus dedos tremiam.  Sem nada dizer tocou a pele clara com a ponta dos dedos, os cincos. Apenas um afago que durou menos do que um segundo.  As digitais formigaram, e precisou de muito autocontrole para não colocar a mão sobre BaekHyun novamente.

 

ChanYeol era o cara do álcool, da nicotina, do sexo fácil, dos prazeres torpe do mundo. Isso era tudo o que conhecia, e ali, tocando a face de outro garoto, sentiu-se desconhecer de si mesmo. 

 

 

 

Os dedos pareciam ter consciência própria enquanto dedilhavam as cordas, o som pesado enchendo seus ouvidos, a boca abria quase como se não precisasse pensar para fazê-lo. ChanYeol estava fora de orbita, tudo a sua volta sumia, estava mergulhado dentro da música, a única coisa a qual se fazia consciente além da melodia que o tomava por inteiro era Byun BaekHyun.

 

 — “Eu e você somos dois oceanos separados.” — ChanYeol cantou, os olhos negros cravados em BaekHyun, que dançava despretensiosamente, o corpo pequeno parecia flutuar em meio a tantas pessoas, o rosto, entretanto, não possuía suavidade alguma, os traços eram banhados em determinação. Ele queria destruir seu mundo, ChanYeol tinha certeza. — “Estamos na terra para quebrar o coração um do outro, em dois.” — Quase lhe soou como prelúdio, não de uma sinfonia, mas da própria vida, um recado impiedoso do destino. BaekHyun balançava a cabeça no ritmo da música, os cabelos rosas brilhavam sobre as luzes. O peito de ChanYeol se apertou, a vontade insana de gritar até a garganta sangrar quase foi difícil demais de segurar. Ansiava descer da porra do palco e ir até BaekHyun. Apenas ir até ele e talvez, quem sabe, o puxar pela cintura e fazê-los dançarem juntos, os corpos colados, todas as partes, até aquelas que não conseguia ver. — “E é difícil, com você. Quando eu estou longe de você, eu olho para as estrelas, você também?”[2] — Você está me vendo do jeito que estou te vendo? Os olhos negros se fecharam. ChanYeol precisava de um cigarro, precisava urgentemente da nicotina para acalmar os nervos em pane.  Não queria se visto, temia se tornar ambicioso sobre tal desejo.

 

Deixar-se ver era completamente assustador, sentia que o garoto cor-de-rosa poderia ver algo em si que nem mesmo ChanYeol tinha conseguido se fazer consciente.  

 

BaekHyun era o estardalhaço talhado em determinação, era liberdade, uma muito diferente da sua. ChanYeol sempre se considerou livre, o senhor de suas regras, mas o garoto vinha até si esfregando em sua face que nada sabia sobre ser livre.

 

Liberdade, segundo o dicionário, é a condição de pessoa que não é escrava. ChanYeol era livre? Realmente o era? Sempre achou que o fosse, o mundo era o palco a qual se apresentava, sendo aplaudindo, aclamando. Seu inegável reinado.

 

Entretanto, era dolorosamente agoniante admitir a existência exorbitante de “porém” e “todavia” jogados dentro de sua cabeça. Quando encarava BaekHyun ChanYeol não se sentia livre.

 

 ChanYeol era escravo de sua mente, de seus medos e receios. A liberdade, essa que um dia jurou ter, nada mais era do que uma fábula que contava a si mesmo dia após dia, em uma tentativa falha de se manter no controle. O leão e sua selva não eram reais, mas apenas o reflexo da farsa que não queria reconhecer o ser. 

 

ChanYeol nunca invejou nada e nem ninguém. Dentro de sua selva de vidro tinha tudo que poderia almejar. Foi em um dia qualquer, talvez uma segunda ou sexta de abril que ChanYeol invejou BaekHyun.

 

 

Invejou a liberdade do garoto cor-de-rosa.

 

 

A lanchonete estava vazia, ChanYeol havia ido até ali justamente por saber que ainda teria alguns minutos antes do lugar ficar abarrotado de gente.

 

Pagou por um copo grande e quente de café e procurou pela marca de cigarro de sua preferência. Precisava da cafeína para manter-se acordado, há dias que simplesmente a insônia o dominava mais do que o normal, o consumindo ao ponto de acreditar que estava enlouquecendo. E talvez, de fato, estivesse mesmo. E quando em fim conseguia, depois de ingerir muito álcool, dormir acabava por perder-se em meio a sonhos perturbadores. Sua quimera era a própria tormenta. 

 

Sonhava em cor-de-rosa, em todos os tons imagináveis.

 

Sentou-se em uma das mesas azuis, a que ficava no centro do local. Esse era mais um dos seus territórios marcados. Todos sabiam que ali era a mesa de ChanYeol, ninguém se atrevia a sentar sem ser convidado.

 

 Os olhos negros ardiam pela falta de sono, em um vermelho deprimente. ChanYeol suspirou antes de levar o copo quente de café até a boca, sua língua queimou, a garganta ardendo em protestos ao ardor. Gostava do café quente e amargo. Sem frescura, apenas o sabor cru e latente.

 

Os dedos batucaram em um ritmo qualquer sobre a mesa, o barulho dos tuc tuc tuc tuc pareciam lavar sua alma por um momento. Precisava escutar um som, alguma coisa para preencher o vazio que o dilacerava por dentro. Na maior parte do tempo ChanYeol sentia-se como um grande copo entornado, a única coisa que parecia capaz de enchê-lo era a música.

 

Os olhos negros se fecharam, o tuc tuc tuc tuc preenchendo a mente, a cabeça mergulhando em um ritmo desconexo, que combinava tanto com o interior de ChanYeol.

 

Seu ritmo era a falta de um.

 

— Cara, você ‘tá um lixo.

 

A voz, aquela maldita voz masculina de mais para o próprio bem de ChanYeol, adentrou seus ouvidos, ganhando do batuque que ocupava os pensamentos.

 

Manteve-se de olhos fechados. Não queria encará-lo, mas ao mesmo tempo queria tanto... Apenas para comprovar que o garoto estaria metido naquela roupa de cheerleader cor-de-rosa, com o maldito cabelo rosado como algodão doce.

 

Era conflitante para ChanYeol fitar a imagem viril de BaekHyun e vê-lo em tais roupas, encontrando, dessa forma, traços delicados e sinuosos, mas não menos masculinos.

 

Conflitante talvez não fosse a palavra correta, sabia que não o era, estava mais para curioso, instigado e tentado. Curioso para desvendar a mente de BaekHyun, instigado pela personalidade tenaz que ele exalava e tentado pelo corpo masculino.

 

— Não ‘tô a fim de brigar hoje, pirralho, cai fora. — ChanYeol tinha intenção de soar duro e rude, mas sua voz saíra cansada, arrastada. Estava farto, do mundo lá fora e de si mesmo. 

 

Não existira uma única vez em que cruzara com o calouro pelo campus da universidade e não trocaram xingamentos e insultos. ChanYeol não conseguia ser sensato quando estava perto de BaekHyun, ele trazia sua impulsividade à tona, por essa mesma razão nunca conseguira vê-lo sem o tocar.  

 

Seja um toque na mão, insultos saindo de seus lábios grossos, ou no cotovelo, mais palavras rudes e o olhar de desdém, pés com pés, sobrancelha arqueada em superioridade, os dedos correndo superficialmente pelos braços nus, gargalhadas de deboche, dedos contra as costas pequenas.

 

Insano. ChanYeol estava enlouquecendo mantendo-se preso dentro da opressão que impunha a si mesmo.  Um leão enjaulado, que havia engolido a chave para se impedir de sair por puro temor.  O preso e o carcereiro habitavam em desarmonia dentro do Park, fazendo dele uma ressaca sem fim.

 

— Você fala como se fosse dez anos mais velho, mas ´tu só é três, Park. — A voz soava mais próxima de si, ChanYeol sentia a presença de BaekHyun, quase como se ele pulsasse a sua volta. Era quente. — Se a gente briga é por culpa tua não minha. Não se faça, cara.

 

— Ainda assim eu sou mais velho. — As mãos de dedos longos massagearam as têmporas como se desse modo fosse capaz de calar os pensamentos. “Abra os olhos, NÃO ABRA, Abra os olhos, NÃO ABRA, Abra os olhos, NÃO ABRA, Abra os olhos, NÃO ABRA.” — Se você fosse menos irritante Byun, se você fosse.

 

— Olha quem fala, tu é chato pra caralho.

 

ChanYeol encontrara uma curva perigosa, já nem ao menos tinha força para brigar com o outro, mesmo que na maioria das vezes as discussões fossem ridículas, beirando a infantilidade. Eles estavam implicando um com outro apenas para ter algum motivo para se falarem, ChanYeol sabia disso, BaekHyun sabia disso.

 

— Como bem quiser, Byun. Me deixe ser “chato pra caralho” e vá se irritante pra porra em outro lugar.

 

— Tu não manda em mim. — Insolente, como sempre. — Se eu quiser vou ficar aqui em cima de você e ser irritante pra porra o tanto que eu quiser.

 

“em cima de você”

 

Caralho. ChanYeol gemeu alto e sem espaço para imaginação. Um gemido curto, gutural e cru. Sua mente fervia com a imagem de BaekHyun em cima de si, rebolando em seu colo, em sua cara, esfregando a bunda bonita por seu corpo. Não estava nem um pouco supresso por sentir o pau pulsar. Era incrível a capacidade que possuía de sustentar uma ereção pesada por qualquer pouca merda que vinha de BaekHyun.

 

Teria continuado a aprisionar as fantasias traiçoeiras caso não tivesse escutado um suspiro pesado, daqueles que se solta quando se está em deleite. ChanYeol quase podia sentir o calor do suspiro sobre a própria pele. Abriu os olhos, impotente, sem forçar para continuar indo contra a maré. O leão rugiu, debatendo-se em sua jaula.

 

Os olhos cor de mel foi a primeira coisa que ChanYeol viu. Eles lhe fitavam vorazes, cheio de promessas silenciosas. Lindos, BaekHyun tinha os olhos mais lindos que ChanYeol já vira. Era estranho chegar a essa conclusão, porque eram olhos tão comuns, mas que pareciam serem invulgares unicamente por serem os olhos daquele garoto.

 

Como uma chama que cresce rápido os olhos de ChanYeol captaram todos os detalhes de BaekHyun. Os cabelos cor-de-rosa, naquela bagunça típica que já aprendera a apreciar quietamente, as pintas, tal uma constelação airosa, brincavam pela face, pescoço, braços. ChanYeol queria contar uma a uma, com a ponta da língua, e dar nomes a elas. O tom branco de sua pele parecia um quadro pronto para ser pintado. Nunca gostou de artes, mas passaria horas a fim metendo-se a pintor sobre a derme alheia. O contorno dos lábios finos, bem pequenos, sempre brilhosos, inquietavam a mente, borbulhavam o estômago. A boca de BaekHyun era um desenho preciso da tentação.

 

E lá estava, o conjunto cor-de-rosa daquele uniforme que ChanYeol sempre julgou insignificante frente a intenção das garotas de o usarem com o intuito de ser algo sensual. Jamais achou esse uniforme sequer bonito, mas, novamente, BaekHyun parecia transformá-lo em algo diferente. Tal distinção não adivinha do fato de um cara esta usando roupas femininas, ChanYeol havia superado o choque inicial há muito tempo, o que fazia-o achar essa maldita roupa sexy para um caralho era apenas e unicamente pelo Byun estar o trajando. O contraste do corpo masculino dentro de uma peça delicada era tão desgraçadamente bonito que ChanYeol via-se beirando o desequilíbrio mental. 

 

— Sabe que você ‘tá apenas admitindo que é irritante, né? — ChanYeol questionou, a voz arrastada, os olhos ainda presos no garoto menor. — Apenas uma comprovação de que estou sempre certo.

 

— O certo é apenas um ponto de vista, você não acha? — BaekHyun deu mais um passo à frente, agora o espaço que os separavam era muitíssimo curto. ChanYeol mesmo sentado ainda era mais alto do que BaekHyun, mas o menor agia como se ele não o fosse, a cabeça sempre erguida, pronto pra qualquer batalha. — Cada um tem a sua definição de certo Park, porque ninguém vive a vida do outro. Suas experiências, seus valores e suas crenças é o que moldam o seu certo.

 

— Qual é a sua definição de certo, Byun?

 

ChanYeol sentia-se agoniado, o corpo parecia vibrar enquanto esperava pela resposta. Queria entender BaekHyun, desvenda-lo, quem sabe dessa forma todos os sentimentos e desejos conflitantes que o dominavam por conta dele fossem capazes de desaparecer?

 

— Leve-me para ver as estrelas na traseira de uma camionete... – BaekHyun sorriu, ChanYeol engoliu em seco, estômago embrulhando. Caralho, era a porra de um sorriso fofo, puta merda. — E aí eu te conto, Park.

 

— Não seria mais simples você me dizer agora, aqui? — ChanYeol insistiu, fingindo não imaginar a cena proposta pelo garoto menor. Sua mente estava cheia, sendo-lhe impossível impedir as imagens de queimarem em seus pensamentos. Tudo em cor-de-rosa, pele e suor.

 

— Não gosto das coisas simples, achei que já tivesse notado isso. — Os olhos mel quase pareciam duas flechas, prontas para acertar o alvo a qual ChanYeol havia se tornado. O lábio inferior foi capturado pelos dentes, o canino pontiagudo sobressaindo na pele fina. Um ato involuntário, pode perceber pelo modo como as feições se portavam no momento em que o fazia. Mexeu com ChanYeol, puta merda, como mexeu. Pegou-se idealizando a sensação, o gosto dos vergões que os dentinhos com traços um pouco infantis poderiam fazer em sua pele. Estava perdendo a linha, sabia disso.

 

— Não perco meu tempo analisando o que você gosta ou deixa de gostar, pirralho.

 

Perdia. Perdia sim. O mundo de ChanYeol havia se tornado cor-de-rosa por causa de BaekHyun. Seus olhos o procuravam por onde andava, via-o em uma música, nas palavras de um livro, dentro de um quatro, na textura de uma flor. Ele sempre estava por lá, no centro ou no fundo de sua mente.

 

Nunca temeu se pego contando uma mentira, ChanYeol ere mestre nelas desde muito cedo, aprenderá olhando o próprio pai, no entanto, ali estava, diante de um outro garoto morrendo de medo, tal qual um garotinho, de ser desmascarado. Com muito esforço desviou o olhar. Fitou o maço de cigarros esquecido em cima da mesa. Puxou o isqueiro do bolso e o acendeu.

 

— Acredito mais no que meus olhos veem em vez do que os meus ouvidos escutam. — BaekHyun pegou o cigarro que ChanYeol estava prestes a levar a boca fazendo-o o encarar. Olhos negros, perdidos, impressionados. — É mais fácil as palavras contarem mentiras, os gestos nos entregam mais. — Jogou o cigarro ao chão, pisando em cima. All Star rosa, meias brancas.

 

ChanYeol queria gritar, o leão berrava dentro da jaula, arranhando sua mente de modo extremamente doloroso. Podia senti-lo fisicamente, no pulsar agoniante do coração, na boca seca, no corpo que tremia, e principalmente em sua mente, onde o caos ganhava cada vez mais força. Doía não porque sentia, mas sim por julgar não o poder sentir. Em um gesto que misturava derrota a uma restrita alforria, levou os dedos cheios de calos a ponta da saia rodada, sentindo a textura do tecido enquanto queria mesmo era experimentar a pele alheia.

 

— As pessoas são previsíveis, seja em suas falas ou em suas ações. Como uma peça ensaiada. — Os dedos iam de um lado a outro da saia, em seu delírio momentâneo quase podia sentir o gosto do tecido rosa na boca. — Não passa de uma farsa programada.

 

— Todo mundo finge um pouco, por proteção. Sobrevivência, eu diria. — BaekHyun levantou o pé direito, do lado ao qual ChanYeol lhe tocava a saia, ficando na ponta do All Star com a coxa curvada. Era um pedido, um claro convite para ser tocado. ChanYeol levantou o olhar, procurando pelos olhos cor de mel. Pedinte, BaekHyun o olhava tão cedido, como se estivesse disposto a dar-se por inteiro sem hesitar. Não foi capaz de negar o que queria, o que BaekHyun queria, deixou que os dedos calejados escorregassem para baixo, tocando a pele da coxa alva diretamente. — Mas nem todos são totalmente simulados, e outros só precisam quebrar o muro.

 

ChanYeol sentiu vontade de chorar, fazia muitos anos que não derramava uma gota sequer. Os dedos formigavam enquanto provava da fusão de agonia e tesão. A mente agonizava e o corpo fervia em desejo apenas por sentir a epiderme leitosa. Queria encher sua mão com a carne suave, mas firme, esfregar o rosto contra os poucos pelos que havia por ali.

 

— As pessoas se quebram, os muros não.

 

BaekHyun levou a mão direita para o ombro de ChanYeol, sentindo o tecido gelado da jaqueta de couro quando apertou com força, colocando o tênis em cima do pé do maior, chegando ainda mais perto, o joelho tocando o tórax do Park, bem em cima do pingente de guitarra.

 

— Você quer me quebrar, ChanYeol?

 

Filho da mãe!

 

Era a primeira vez que o desgraçado dizia seu nome, assim, com todas as letras em um tom manhoso pra porra, derramando em seus ouvidos um suspiro profundo. BaekHyun estava se segurando assim como ChanYeol estava. O coração batia rápido, forte, como se tivesse saltado do penhasco mais alto. A veia aparente da testa estava saltada tamanha era a pressão que fazia para se manter parado. Mas não dava, era ilusório acreditar, mesmo em meio a tanto fingimento, que conseguiria manter-se dentro de sua jaula enquanto assistia, bem ali em sua frente, BaekHyun pedindo para ser tocado. Tocado por suas mãos, por si.

 

— Você é novo de mais pra se quebrar, é cedo de mais pra se queimar.

 

 As mãos grandes se fecharam na coxa direita, em um aperto firme, rude, que deixaria marcas. BaekHyun partiu os lábios, um arfar saindo por entre eles. A quentura do hálito alheio inundou a face de ChanYeol, o alucinando tal qual uma droga.

 

— Quem decide isso sou eu. —  BaekHyun sussurrou, os olhos decididos sobre ChanYeol. Insolente, insuportavelmente pertinaz.

 

O burburinho de vozes tornou-se notável, entregando que a hora do almoço enfim chegara. Em poucos segundos o refeitório estaria lotado, findando o sortilégio de ChanYeol. Relutante tirou a mão da coxa de BaekHyun, segurando um gemido quando viu a pele clara macular-se de vermelho diante seus olhos, com o desenho perfeito de seus dedos.

 

— Aproveite o show. — BaekHyun piscou sugestivamente, dando aquele sorriso fofo, que ficaria preso dentro da mente de ChanYeol por toda a semana.

 

A confusão momentânea acerca das palavras do Byun foi sanada assim que o instrumental Like A Virgin soou estridente, tomando toda a lanchonete. Performance de iniciação dos líderes de torcidas.  As pessoas que chegavam para almoçar já se mostravam extremamente empolgadas pegando os celulares para gravar. Em alguns segundos as redes sociais estariam fervendo com os vídeos.

 

  O mar rosa ganhou presença no meio dos universitários, com pompons balançando de um lado a outro.  ChanYeol assistiu BaekHyun subir em uma mesa próxima a sua. A primeira frase da canção e viu-se fascinando.

 

BaekHyun movia-se com graça enquanto criava cenas, dando sentido para cada palavra cantada. Parecia preso dentro de um mundo só seu, os olhos, apesar de olhar em volta, não pareciam realmente ver, era como se ele estivesse olhando para dentro de si mesmo, procurando por sua alma.

 

“Como uma virgem”[3] cantou junto, cheio de charme, os olhos mel procurando pelos negros de ChanYeol, que o assistia sem conseguir disfarçar que estava o fazendo. BaekHyun envolveu a coxa, a maldita coxa que ainda estava com a marca de seus dedos. “tocada pela primeira vez”[4] Um sorriso obsceno se abriu nos lábios bonitos, com os olhos cravados em ChanYeol, circulou a pele maculada com a ponta do dedo, o esmalte rosa em um belo contrate contra o vermelho da pele, com a sobrancelha arqueada em um desafio velado, levou o dedo a boca, a lambendo-o sem vergonha alguma.

 

Gritos, muitos gritos e assovios.

 

A saia rosada balançava a cada passo, deixando o shortinho branco por debaixo aparecendo hora ou outra.  Caralho, ele estava tão bonito. Os cabelos, a saia e o all star, só perdiam para os olhos, que pareciam tão vívidos, cheios de histórias que ChanYeol queria desesperante descobrir.

 

   BaekHyun andou até a ponta da mesa e abaixou-se para pegar uma cadeira. Colocou-a no centro, sentando-se nela. “Vou te dar todo meu amor, garoto”[5] pernas abertas, uma mão entre elas e a outra apontando para frente. O coração de ChanYeol perdeu uma batida, os olhos se arregalaram. Sentiu-se com quatorze anos novamente, quando estava prestes a receber o primeiro boquete de sua vida e o nervosismo por inexperiência, algo excitante pela primeira vez o deixava sem jeito, mesmo que não demonstrasse.   

 

       Era a primeira vez que realmente queria alguém sexualmente ao ponto de doer. Isso era desejo, tesão puro.

 

  As pernas foram fechadas justamente com os olhos, ChanYeol via-se atento de mais a cada pequeno movimento, notando como cada parte, seja os pés, o tornozelo, as coxas, os joelhos, o quadril, a barriga, o tórax, o queixo, a boca, o nariz, os olhos, os fios dos cabelos narravam, por meio da dança, uma verdade particular, ou talvez fosse uma bela encenação, não importa, o que tornava tão bonito era o modo com o qual BaekHyun o fazia.

 

 Estava fascinado. Completamente tocado pela coragem de BaekHyun, pela liberdade e verdade que exalavam de cada um de seus atos. Ninguém nunca lhe pareceu tão audacioso quando ele. BaekHyun poderia iniciar uma guerra com a bravura que emanava de seu ser.

 

  Foi ali, vendo o garoto cor-de-rosa ser quem ele era de um modo tão desprendido e íntimo, dançando com a sua saia rosada sem preocupar-se em ser menosprezado por isso, que ChanYeol notou que BaekHyun não era o destino final, o término de algo, ele era a rota, a viagem toda.

 

 

As lembranças tornavam-se mais vívidas em sua mente na medida em que o encarava na multidão, dançando daquele jeito que invocava almas, a sua, a dele. BaekHyun voltou a lhe fitar no momento exato em que a música findou. Olhos pequenos, mas extremamente grandes em intensidade. O que ele lhe dizia? Quais seriam as palavras levadas de seu olhar?

 

  Saiu do palco com pressa, o maço de cigarros queimando no bolso da jaqueta. Carecia da nicotina para acalmar o corpo débil, que apetecia desesperadamente ser sedado.

 

   Do lado de fora, mas perto o suficiente da porta principal para que continuasse a escutar a música, ChanYeol encostou-se a parede usando o pé direito como apoio. Puxou o maço do bolso e o isqueiro de uma única vez.

 

 A primeira tragada tinha um sabor amargo de fracasso, visto que estava, quase não conseguia acreditar que de fato o fazia, admitindo que a fumaça que pincelava sua face nesse momento existia apenas por que tentava manter-se sobre controle. Controle esse que BaekHyun estava arrancando com a palma da mão.

 

   Os olhos negros procuravam por abrigo no céu noturno, tentando perder-se em meio à imensidão sobre a cabeça caótica. “Leve-me para ver as estrelas na traseira de uma camionete.” Quase podia escutar a voz do garoto lhe dizendo tais palavras. Era impossível fugir de BaekHyun quando ele estava em tudo a sua volta, em cada pequena coisa, inclusive dentro de si mesmo. Em sua mente, em sua pele, em seus sonhos, inundando sua vida tal qual um tsunami. Uma onda de sentimentos e sensações, destroçando tudo dentro de si. Forte, sem um pingo de piedade.

 

  ChanYeol não era o tipo de pessoa que olhava as estrelas, pouco importava se era dia ou noite, mas estava ali, encarando-as enquanto pensando em outro cara.

 

 — “Quando eu estou longe de você, eu olho para as estrelas, você também?”[6] — Cantou em um sussurro, um sorriso descrente, quase sínico, nos lábios grossos. Quem estava se tornando? Julgava-se o grande conhecedor das ações alheias, mas não sabia porra nem uma de si mesmo, do mundo lá fora. — O que você está fazendo comigo, BaekHyun? — Outro sorriso, esse com traços claros de málica. Gostou de dizer o nome do garoto menor, soou-lhe sensual de mais, um pequeno segredinho que carregaria dentro do bolso.

 

Estava indo para a segunda tragada quando reconheceu o instrumental de Girls Just Wanna Have Fun. ChanYeol engasgou-se com a fumaça, isso não acontecia desde que fumara um cigarro há nove anos. O estômago gelou, sentiu-se subitamente ansioso.  Essa música era a cara do Byun, podia facilmente imagina-lo dançando-a.

 

Nem mesmo tentou disfarçar a vontade de voltar para dentro apenas para vê-lo no meio da multidão, sorrindo enquanto deixava o corpo falar por ele. ChanYeol precisava ver isso. Apagou o cigarro na parede e limpou o suor fino da nuca, um reflexo tosco de seu nervosismo, antes de passar pela entrada principal.

 

Ouviu antes mesmo de ver. Aquela voz, o timbre forte, uma presença imponente. BaekHyun estava cantando. Cyndi Lauper sentiria inveja.

 

Caralho. ChanYeol estava de pau duro e de coração acelerado enquanto assistia o garoto menor cantar. Ele era incrível, o filho da mãe sabia o que estava fazendo. ChanYeol passou pelas pessoas facilmente, sempre que elas se viravam reclamando dos esbarrões e quando viam de quem se tratava apenas abriam passagem. Logo estava lá na frente, muito próximo do palco.

 

 — “Oh, as garotas só querem se divertir”.[7] — A voz viril quebrou como ondas dentro da mente de ChanYeol, um tsunami que  devastou seu interior por inteiro. O peito ardia desesperado pelo ar a qual ChanYeol estava privando-o. Ridiculamente esquecera-se de respirar, um babaca vidrado na forma como BaekHyun mexia a cabeça, nos lábios que se moviam, enquanto ele cantava, como se estivessem dançando, atiçando o leão em frente a sua jaula.

 

BaekHyun sorriu, um sorriso que claramente dizia  “Peguei você” , quando viu ChanYeol. Ele nem ao menos parecia surpreso, já esperava que o Park viesse até si.  

 

 — Filha da puta. —  ChanYeol sussurrou, balançando a cabeça em descrença. Havia realmente sido pego, completamente envolto na áurea que aquele garoto exalava. A voz dele, cantarolada, estaria gravada em sua mente pelos anos que viveria. Sentia-se tocado, e era estranho sentir-se de tal modo.

 

 Não estava aquentando mais, sentia a opressão doer-lhe o corpo fisicamente, ferindo-o de dentro pra fora, raspando-lhe a carne espiritual.  Sempre lidara com a dor bravamente, era capaz de aguentar, mesmo que tivesse que se dopar para isso. Seja uma dor física ou emocional sustentava qualquer tipo de carga sem derramar uma lágrima, mas ali estava, quase se pondo de joelhos porque não suportava mais nadar contra a maré que BaekHyun jogava em seus peitos apenas com a porra de um sorriso, com um piscar de olhos.

 

 ChanYeol estava hipnotizado, trancafiado dentro dos muros que apresentavam inúmeras rachaduras, e acabou perdendo BaekHyun de vista assim que ele deixou o palco. Os gritos entoaram um a um em sua mente e só então notou que estivera escutando apenas a voz de BaekHyun, vibrava em seus tímpanos, uma carícia cândida.

 

Antes que pudesse analisar racionalmente seus atos, saiu em disparada, guiando-se pelos cabelos rosado que se destacavam em meios às luzes neon. BaekHyun estava indo em direção a saída, o coração rasgando dentro do peito a cada passo dado em direção a ele.

 

BaekHyun olhou para trás, ele sabia que estava sendo seguido, o filho da mãe. O garoto danou-se a correr, a gargalhada travessa chegando aos ouvidos de ChanYeol, deixando-o zonzo. Sabia para onde o Byun estava indo, por isso não se surpreendeu quando o viu escorado no capô do seu Impala, exatamente onde o viu pela primeira vez.

 

BaekHyun não usava saia dessa vez. Uma calça jeans com o cós extremamente baixo moldavam as curvas proeminentes, deixando a meia arrastão, que ia até um pouco a baixo do umbigo, amostra, bem onde o cropped, ao estilho anos 80, tinha seu fim. “Beije os garotos e os faça chorar” escrito em legras garrafais no centro do cropped. Nos pés o all star rosa. Ele sempre usava o all star rosa.

 

BaekHyun era muito mais bonito do que ChanYeol poderia dizer, mesmo que se empenhasse para compor uma música sobre a beleza que via nele não conseguiria fazer jus a verdade. Não era a pessoa mais linda do mundo, mas ali, encostado em seu carro como se fosse dono de todos os segredos do universo, BaekHyun era o cara mais lindo do mundo de ChanYeol.

 

— Quem você pensa que é pra ‘tá escorado na porra do meu carro? — ChanYeol questionou, querendo que sua voz soasse enraivecida, mesmo que falsamente, mas o tom rouco estava longe da cólera, muito mais próximo da insanidade.

 

— Eu sou eu mesmo, e você Park? — Os dentes pontiagudos morderam o lábio inferior soltando-o rapidamente para que um sorriso ardiloso emoldurasse a boca pequena.  — Quem você é? — o tom desaforado soava-lhe como um convite para que ChanYeol fosse descobrir quem era.

 

— Muitas perguntas, você não acha, Pirralho?

 

— Já que se considera tão grandinho senhor Park, diga-me como devo perguntar-lhe. — ChanYeol estava muito próximo agora, podia ver os olhos cor de mel lhe chamando para uma batalha a qual perder lhe soava como vitória. — Você vai me ensinar, ChanYeol? Me ensinar direitinho? — As feições talhadas em uma inocência claramente fingida eram um perigo, uma arma engatilhada nas mãos erradas.

 

— Filho da mãe. — ChanYeol estava na frente dele agora, a diferença de altura ganhando espaço por ser tão notória. BaekHyun levantou a cabeça, prestes a dizer algo, mas ChanYeol foi mais rápido. Não sobreviveria ao próximo segundo se não permitisse a evasão de suas vontades. O leão cuspia a chave em sua face, implorando, aos rugidos, para que o libertasse.

 

Segurou o rosto de BaekHyun com ambas as mãos, observando como a face alheia parecia pequena em comparação com suas mãos. A maciez da pele era acalentadora, sentiu-se perder a linha quando as mãos miúdas cobriram as suas, afagando-as delicadamente. Sucedera-se muito rapidamente, a batida do coração, os pensamentos caóticos, o suor gelado escorrendo na nuca e o inegável impulso de juntar os lábios. Eles não precisavam de palavras, de explicações e qualquer outra merda parecida. Conversavam com olhares, com corpos que pouco deixavam para dubiedades.

 

 Não era um beijo delicado, muito longe disso. Era rude, frenético. Os lábios se esfregavam em meio à afobação, misturavam as salivas criando sons molhados que pareciam o instigar para que continuassem com o contato imoral. ChanYeol nunca havia beijado uma boca masculina, mas, no momento, o fato de estar beijando uma não lhe atormentava. Era BaekHyun ali, a boca dele, e pouco importava que fosse a de outro cara. Que se foda. Queria apenas perder-se em meio à saliva, a carne úmida com gosto de álcool.

 

Seus demônios permaneciam adormecidos enquanto sua alma nadava em meio ao beijo. O mundo parecia ter perdido o valor enquanto ganhava outros. A boca pequena sobre a sua, esfregando os lábios incansavelmente enquanto lhe entregava o antídoto que sanava as tormentas que consumiram ChanYeol por toda uma vida. Ainda ardia, ainda queimava, mas de um jeito bom, certo, que o tirava do eixo.

 

ChanYeol... — BaekHyun suspirou, as mãos escorregando para a nuca orvalhada de ChanYeol, enroscando os dedos em meio aos fios negros, puxando com força, dispensando qualquer delicadeza. — Chupa a minha língua. — Afastou a cabeça minimante, apenas para que pudesse colocar a língua para fora. Os olhos esperavam fechados, entregue.

 

— Mas que porra. — ChanYeol não conhecia a si mesmo ouvindo BaekHyun dizer seu nome com a voz falha, pedindo-lhe manhosamente por algo tão indecente. — Eu fumei. — O que estava fazendo? ChanYeol não costumava se importar com o gosto da própria boca quando ficava com alguém, mesmo que não fumasse com tanta frequência. Havia sido apenas duas tragadas, mas algo dentro de si temia intoxicar o garoto a qual ainda segurava o rosto, mesmo que isso não fizesse muito sentido.

 

— E eu bebi. — BaekHyun riu, achando graça no que dizia. Era um som tão suave, quase infantil. Bagunçou ChanYeol por inteiro, que se viu ávido para ouvir o riso nem que fosse apenas mais uma vez. — Não me importo. — Os olhos se abriram, meias luas brilhantes, cheios de determinação. Mel puro, ardente. — Eu quero que você chupe a minha língua, Park. Do jeito mais sacana que conseguir.

 

— Você vai ser a minha ruína, pirralho. — Uma grande verdade. Tinha certeza disso. A mão direita segurou à cintura do garoto menor, sentindo a textura da meia sobre os dedos. Querendo sentir a pele diretamente enfiou os dígitos pelos buraquinhos. BaekHyun sorriu, faceiro. — Coloque a sua língua pra fora, eu vou chupá-la. — O tom estava mais rouquenho do que o normal, a fala sussurrada, próxima dos lábios já vermelhos pelo contato.— Do jeitinho que você me pediu.

 

— O senhor Park obedece a ordens? — Os dedos brincavam pelos fios negros do maior, puxando-os com força. ChanYeol revirou os olhos, a dor sendo algo bom de se sentir quando lhe ofertada pelas mãos do garoto cor-de-rosa.

 

— Sou eu quem manda aqui, BaekHyun. — O nome desprendeu-se de seus lábios com um gostinho único do proibido, espalhando pelo corpo grande sensações indescritíveis ao pronunciá-lo. BaekHyun era sua maçã. Os olhos pequenos se abriram quando o escutou, mas logo depois se fecharam, em um completo deleite. — Coloca a língua pra fora, agora. — Rude, de fato era um ordem.                         

 

   BaekHyun se aproximou, ainda de olhos fechados, chupou os lábios de ChanYeol, os dois de uma vez só, em um ato completamente obsceno. ChanYeol xingou dez palavrões de uma vez só, os dedos apertando com força a cintura pequena.

 

       — Me obrigue.

 

    BaekHyun não fazia sentindo algum. Ele estava querendo ser obrigado a algo que ele mesmo o pediu. O desgraçado gostava de desafiá-lo de levá-lo ao limite.

 

   ChanYeol via-se embriagado com a presença do menor, com o cheiro que desprendia da pele alheia, em uma bela uma mistura de morangos e álcool, com a voracidade dos olhos mel que lhe entregavam uma força imensa.  Fascinado, completamente tomado pelo garoto que tinha sobre as mãos.

 

   Precisava senti-lo, calar os demônios de sua mente sobre a pele macia, que tanto lhe parecia imaculada. As mãos que mantinham-se na cintura delgada subiram pela lateral do corpo miúdo, passando pelo tecido do cropped. Os dedos sentiram o peito plano, tão diferente do que estava acostumado, mas que apenas o instigou a continuar tocando, sentindo. O mamilo estava marcado contra o tecido fino, e desde que botou os olhos nele ChanYeol queria o tocar, senti-lo endurecer.

 

   Foi o que fez, circulou-o delicadamente, apenas para testar. BaekHyun tremeu, muito mais do que seria aceitável para um contato tão superficial. ChanYeol voltou com o toque com mais pressão e precisão, sentindo o pequeno botão enrijecer sobre a ponta de seu dedo. O pau pulsou, pedinte.  BaekHyun fechou os olhos e gemeu alto, gemeu tão bonitinho que a vontade de ChanYeol era gravar o som para poder dar replay quantas vezes quisesse, jogá-lo no fundo de sua música favorita e ouvi-la por noites a fim.

 

   BaekHyun se contorceu todo, gemendo, gemendo e gemendo, em um movimento mais esporádico raspou o quadril contra a coxa de ChanYeol, que sentiu o pênis duro contra a própria carne. O coração perdeu uma batida. Havia gastado tantas noites imaginado a porra do pau de BaekHyun, divagando sobre qual seria o tamanho, o formato e a cor. Quase podia ver a si mesmo jogado no chão de seu quarto, com uma mão dentro das calças e o pau imaginário do Byun na cabeça. Senti-lo contra o próprio corpo era alucinante. 

 

   — Cacete BaekHyun, você tá tão duro. — Era impossível não notar.

 

    ChanYeol gemeu. Gemeu porque era gostoso pra caralho sentir o pau de BaekHyun duro contra si. Bom de mais para o próprio bem.  Não deveria ser tão gostoso sentir um cara excitado se roçando contra seu corpo, mas cacete, era tudo o que ChanYeol queria que BaekHyun fizesse.

 

  — Eu tenho um pau ChanYeol, e ele está duro. — As mãos pequenas escorregaram para os ombros largos apertando-os com força. Olhou-o nos olhos, sem rodeios e falácias. — O que vai fazer a respeito senhor Park? — Um sorrisinho de lado, tão bonitinho.

 

 ChanYeol estava sendo desafiado na cara dura, por aquele maldito pirralho que sabia, como sabia, tê-lo sobre as mãos. Mas ChanYeol ainda era o leão de sua selva e tomado pelo tesão, sentindo o sangue ferve em adrenalina e excitação, puxou o tecido da cropped para cima.  Mal se dando tempo para pensar, abaixou-se até ter a boca próximo ao mamilo que tocara com os dedos outrora. Rosado e saltado, caralho, sentiu um tesão da porra apenas por olhar aquele pequeno volume.  Com a ponta da língua tocou-o superficialmente, mas foi o suficiente para BaekHyun gemer cravando as unhas na jaqueta de ChanYeol, que desejou não estar vestindo nada para poder sentir o contado das unhas em sua pele.  Queria que o rasgasse até o sangue escorrer.

 

  ChanYeol gemeu junto, esfregando a língua contra o mamilo rijo, matando uma fome que nunca imaginou ter. Quebrou o contado, espalhando saliva pelo peito pálido.  Afobado levantou o rosto para beijar BaekHyun. Os gemidos que ele soltava eram excitantes pra caralho, ChanYeol queria que BaekHyun gemesse dentro de sua boca.

 

  As mãos grandes seguraram o Byun pelas coxas, içando o corpo dele para colocá-lo sentado no capô do carro. Seu precioso Impala, o mesmo que alguns meses antes tinha ficado fora de si por imaginar um arranhão na lataria, e agora estava colocando a bunda bonita de BaekHyun sobre ele, sentindo inveja do carro por ter a bunda do Byun ali, do mesmo jeito que a queria contra a própria cara. Quem realmente era o leão de sua selva, ChanYeol?

 

— Chupa, Yeol. — A voz manhosa, um biquinho nos lábios inchados, proferindo o apelido como uma criancinha dizendo seu primeiro palavrão. — Finja que é o meu pau.

 

— Não fode com a minha cabeça garoto, não me faz mais louco.

 

A língua vermelha e molhada ganhou sua visão, ChanYeol se viu escravo dela sem ansiar por alforria. Diferente do primeiro contado, rude e forte, aproximou-se com cautela, sentindo o coração tamborilar em seus ouvidos. Os olhos de BaekHyun estavam abertos, presos aos do Park. ChanYeol os assistiu se revirarem quando chupou a pontinha, sentindo o gosto misturar-se com a própria saliva.  As mãos grandes agarraram as coxas roliças quando BaekHyun enfiou a língua para dentro de sua boca, claramente simulando uma penetração.

 

Era possível vencer o inegável?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

[1] Tradução livre do trecho de Ferrari, música presente no álbum Wiped Out da banda The Neighbourhood.

[2] Tradução livre do trecho da música Ferrari, presente no álbum Wiped Out da banda The Neighbourhood.

[3] Tradução livre do trecho de "Like a Virgin”, canção da artista musical estadunidense Madonna, contida em seu segundo álbum de estúdio Like a Virgin (1984).

[4] Tradução livre do trecho de "Like a Virgin”, canção da artista musical estadunidense Madonna, contida em seu segundo álbum de estúdio Like a Virgin (1984).

[5] Tradução livre do trecho de "Like a Virgin”, canção da artista musical estadunidense Madonna, contida em seu segundo álbum de estúdio Like a Virgin (1984).

[6] Tradução livre do trecho de Ferrari, música presente no álbum Wiped Out da banda The Neighbourhood.

[7] Tradução livre do trecho "Girls Just Want to Have Fun", canção da cantora norte-americana Cyndi Lauper, a música está no álbum de estreia de Lauper She's So Unusual (1983).

 

 


Notas Finais


Gente eu tô nervosa para um caralho, desistir 13 vezes de postar isso aqui. Serio, se vocês pudessem vê o meu estado nesse momento estariam rindo da minha cara.

Aqueles que me acompanham sabem pelas coisas que passei e pelas outras que me fizeram apagar tudo do site e simplesmente me afastar. Eu realmente achei que nunca mais voltaria. Ainda me sinto machuca, porem, além da falta que sentir de vocês, enquanto escrevia selva de vidro eu senti que precisava compartilhar a mensagem dela.

Preparei cada pequena coisa com todo o meu coração, tem muito de mim por aqui e eu, de verdade mesmo, espero que vocês gostem.

Queria deixar registado aqui toda a minha gratidão por pelo apoio que vocês sempre me dão, vocês são únicos pra caralho. Cada mensagem tá marcada dentro de mim, nunca irei esquecer.

Ge, meu leãozinho, obrigada por não ter me deixado desistir. Obrigada por aturar meus erros e betar essa fanfic. TE DEVO A VIDA! Ana bebe obrigada por fazer essa capa linda, eu a amei de mais, VOCE É MUITO TALENTOSA E UM AMORZINHO (falando em capa eu queria saber se por aqui tem alguém que possa fazer umas duas pra mim, uma um tico complicadas.)

Se vocês gostaram ao menos um pouquinho poderiam me dizer? Eu vou amar ler as criticas de vocês. Acho que a maioria não faz de como eu fico feliz lendo as palavras de vocês, sempre mudam o meu dia. Se quiserem recomendar a fanfic por ai eu vou ficar MUITO feliz também.

Até logo meus Pervos, Obrigada por tudo S2


Podem me gritar por aqui: @PervassWorldd https://twitter.com/PervassWorldd to pensando em soltar pequenos spoiler no Twitter NÃO PERCAM ISSO GENTE!!!

A Ge, minha beta maravilhosa, tem um IG onde ela posta muitos textos bom para um caralho, vão lá e deem um olhada, POR FAVOR EU IMLHORO, não vão se arrepender https://www.instagram.com/vulneravelc/


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