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História SEM AVISAR - Sem Avisar


Escrita por: AnnaBSilva

Capítulo 29 - Sem Avisar


Quando peguei a estrada, estava absorta em meus pensamentos. Aquela atitude do Henrique fora magnífica, pois desde que nos vimos novamente, o meu eu clamava por isso, creio que o dele também. Porém mesmo o Gusttavo ter me mandado embora, tecnicamente eu ainda estava namorando com ele, ou não? Aquilo foi um término? E se não foi, eu o traí? Nunca admiti traição, só de pensar me causava uma consciência de mais de uma tonelada.

Definitivamente não sabia o que pensar.

— Paaaaai ! Adentro na sala, aos gritos, ao vê-lo sentado no sofá conversando com o Milton. — Que saudade de vocês minha gente.

Dou um abraço esmagador e milhares de beijos em cada um. 

— A seção acabou cedo hoje, ou é impressão minha. Olho para o relógio que trazia no punho, e os dois dão de desentendidos.

— Como foi de viagem filha?

— Porque mudou de assunto? Franzo a testa;

— O que acha de ir tomar banho, e então conversamos? Jacira fez uma janta pra lá de maravilhosa, a sua preferida...

— Hmmm. Digo desconfiada. — Ta bom..

Era melhor fazer o que ele tinha dito, meu pai era do tipo incontornável, e assim como combinamos, na janta conversaríamos... Mas o que tinha dado errado?

Passo na cozinha, converso por alguns minutos com a Jacira, tento arrancar alguma informação dela, porem sem muito excito. Desapontada, vou para o banho.  

Meu celular tocou por algumas vezes, enquanto me arrumava, porém o ignorava totalmente, era o Gusttavo..

. Coloco uma blusa de alcinha sem sutiã, calça de moletom que caia em minha cintura perfeitamente, e descalço. Jacira, e meu pai me davam bronca por este motivo, mas ignorava.

— Etaaaa, vamos jantar. Bato as mãos uma na outra, esfregando-as ao ver a mesa posta. Tudo cheirava maravilhosamente bem. — Vem pai, vem  Milton ! Grito da sala do jantar, já me apossando de meu lugar. Por conversas pude perceber que se aproximavam.

Meu pai senta no centro da mesa, e eu estava em sua direita. Milton fora chamar Jacira, e assim que voltaram sentaram a esquerda.

Conversamos sobre as fazendas, gados, atualidade, lembranças. Sobre tudo, como era rotineiro quando nos encontrávamos. A sobremesa fora sorvete, pois era a coisa que eu mais amava do universo, de comer, claro.

            — Vem cá minha filha. Meu pai levanta-se da cadeira, me chamando pelas mãos. Enquanto Milton ajudava a Jacira tirar a mesa. Juntos eu e meu pai, fomos para o jardim que tínhamos no fundo da casa, que era carinhosamente e cuidadosamente tratado. Um espaço amplo, que era revestido, de belas plantas e rodas, e em seu final, um gigante pé de amêndoa, que de longe, dava vista, abaixo tinha um banco, que foi onde nos sentamos.

            — Filha, seu pai tomou uma decisão...

— E qual seria essa decisão? Escoro minha cabeça em seu ombro.

— Abandonar o tratamento. Com sutilidade.

— O que? Pergunto espantada, agora olhando em seus olhos.

— Isso filha, não irei mais as seções de quimioterapia..

— Mas porque pai? O senhor não pode desistir da sua vida, sua saúde... Falo com a voz cheia de emoção.

— Filha, não só eu, mas como você também, sabemos que este câncer não á mais cura, e as seções que faço são para o meu conforto, no qual não tenho nenhum. Não posso sair, porque sempre estou propenso a infecções, meu cabelo cai, fico anêmico, os remédios me causam dor, não, não isso não é vida. Então hoje eu fui até a clinica, assinei um termo de responsabilidade e abandono, e é isso. Nada que você fale ou faça vai me fazer mudar de ideia, tudo bem? Sabemos da verdade né filha? Um dia irei morrer, todos vão. E eu estou bem, tive uma vida maravilhosa, temos uma ótima condição financeira, fazenda, terras, mulheres, e hoje a mais importante da minha vida. Ele acaricia meu rosto, e tira as lágrimas com o polegar. —Não quero que chore, não to desistindo da minha vida, eu quero viver mais, ta bom?

Apenas afirmo com a cabeça, e o abraço, diria que até mais forte do qual dei, de quando cheguei. Não queria solta-lo nunca mais. De um certo modo, dentro de mim, eu o entendia. Viver não significava dias vividos, números,  e sim a qualidade, sorrir, sair, encontrar amigos, em fim, algumas coisas que ele estava se limitando por conta do tratamento.

— Pai, quero que saiba que estou do seu lado, independente da sua decisão, você sabe o que é melhor pra você, eu te amo. Fito seus lindos olhos verdes, e nos abraçamos novamente.

—Tambem te amo filha, muito... Agora, vamos mudar de assunto. Afasta-me dele, e me fita. — O que aconteceu com você e o Gusttavo?



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