História Sem coroa por você - Sasunaru (ABO) - O alfa e o criado

Pov's Naruto

- Como assim me levar para vê-la? - Por mais que fosse obvio o que ele queria dizer eu não consegui assimilar a ideia de que o príncipe, futuro rei, fosse se dispor a levar um criado para qualquer lugar.

- Eu posso conseguir uma carruagem por uma tarde e assim você poderá ver sua vó antes de termos que partir. - Ele explicou enquanto chegávamos novamente ao seu quarto.

- Aah, entendi, você quer pedir a uma carruagem que me leve até lá? - Isso fazia mais sentido do que ele mesmo me levar. - Mas não é necessário, com apenas uns vinte minutos de caminhada eu consigo chegar, posso ir e voltar hoje mesmo se você me autorizar. - Fiz os cálculos enquanto entrávamos e fechava a porta.

- Não Naruto, ontem mesmo você mal se aguentava em pé, vou solicitar uma carruagem e em uns trinta minutos podemos partir.

- Como assim podemos? Você pretende ir junto? - Perguntei abismado.

- Achei que tinha ficado claro. - Ele falou com tranquilidade enquanto se servia de um pouco de água que alguma criada havia deixado ali em uma jarra na nossa ausência.

- Não é que eu esteja dizendo o que você pode ou não pode fazer mas não acha que seria arriscado irmos juntos? O que diriam se nos vissem indo a companhia um do outro até a minha casa? - Tentei fazê-lo entender.

- Ninguém precisa saber pra onde estamos indo. - Para ele parecia tudo tão simples.

- Sasuke, os criados veem tudo e comentam... Não estou aqui a tantos dias mas já sei como funciona, se sairmos juntos e os boatos correrem arrumaremos problemas sem eles nem saberem pra onde vamos.

- Não me importa o que digam eu serei o rei muito em breve. - Ele usou um tom teimoso que me irritou.

- E eu continuarei a ser um criado! - Acabei me exaltando sem querer.

- Sim, mas você é o MEU criado Naruto, e pra onde eu for você vai. -  Ele também se alterou.

Nisso ficamos em silêncio nos encarando, em um impasse.

- Sas...

- Não vou discutir mais Naruto, se você quiser vê-la eu vou junto, se não, muito bem. - Ele avançou mais em minha direção me cortando.

- Então é isso? Tudo ou nada? E eu não posso nem opinar? - Respondi na mesma altura com raiva daquele modo de agir.

- Que eu me lembre você é o servo e eu o príncipe herdeiro então sim, é desse jeito. - Ele estava irredutível e eu senti todo o meu corpo esquentar de raiva.

- Ótimo, então vejo que é assim que você vai agir... - Respondi com mágoa porque eu realmente achei que ele era diferente e dei as costas a ele.

- Onde você vai? - Ele perguntou as minhas costas.

- Me despedir dos meus amigos já que não vou poder fazer o mesmo com a minha Obaa-chan. - Não me virei pra responder mas parei antes de sair. - Precisa de mais alguma coisa antes que eu vá? - Ele podia ser um idiota mas era meu Senhor e eu tinha que arcar com a responsabilidade.

- Não, eu...

- Então estou indo. - Eu já tinha ouvido o que precisava.

- Naruto espera. - Ele pediu antes que eu conseguisse passar pela porta e eu fui obrigado a parar novamente.

Não respondi, só fiquei esperando que ele dissesse o que queria, eu sentia que ele tinha se aproximado alguns passos e estava bem atrás de mim, podia perceber seu campo magnético me atraindo mas eu não me deixei levar e pra me conter mordi o lábio inferior com força focando na dor.

- Só... Volte aqui depois que fizer isso.

- É uma ordem? - Perguntei sentindo o gosto de sangue.

Minha pergunta tinha a intenção de deixar claro que se aquilo não fosse uma ordem direta eu não voltaria até ele, não por vontade própria.

- Sim, é. - Eu não sabia que tipo de expressão ele fazia mas apostaria numa bem séria pelo tom de sua resposta.

- Então voltarei mais tarde. - Depois disso passei pra fora e fechei rápido a porta.

Pov's Sasuke

- Mas que merda. - Rugi sozinho segurando os meus fios negros com força para extravasar a raiva.

Eu com certeza nunca tinha conhecido um criado tão atrevido, quanto mais um ômega, ele ousava bater de frente comigo, por muito menos esse tipo de atitude renderia algum tipo sério de punição mas eu não podia fazer isso com o loiro, e nem era só pela ligação, isso que me irritava, o fato de que ele tinha um tipo de poder sobre mim que eu desconhecia.

E por mais que eu estivesse tentando ser legal e compreensivo ele queria mais, como eu poderia deixar ele ir sozinho? Depois de passar dias longe meu lobo interior nunca permitiria tal coisa, porque ele não entendia um pouco meu lado também? Eu já tinha oferecido levar ele até lá, o que era muito mais do que eu faria por qualquer pessoa, então porque não estava bom?

Várias dúvidas e questionamentos rodavam na minha cabeça me fazendo ferver de raiva.

Sentei no colchão pensando sobre o que eu podia fazer pra convencer àquele ômega a ser mais consciente de sua posição mas minutos e mais minutos se passaram sem que eu conseguisse uma resposta, então me levantei novamente pensando se devia sair atrás dele... O que era uma ideia absurda, eu, o futuro rei andando pelos corredores do castelo atrás de um criado, só a ideia era risível. Eu podia pedir para um guarda o localizar e trazer para mim mas será que isso não seria muito extremo?

- Santo Deus, dai-me paciência pra lidar com esse plebeu porque eu juro que se me der forças eu sou capaz de mata-lo. - Resmunguei minha raiva enquanto organizava minhas roupas de volta na bolsa de viagem.

Amanhã mesmo eu precisaria partir, meu irmão com certeza não se tranquilizaria até que eu voltasse, fora que eu tinha deixado assuntos pendentes pra trás.

No meio da arrumação acabei encostando a mão em algo duro embaixo de uma das minhas camisas e quando peguei lembrei que tinha trazido o livro comigo.

Folheei as páginas sem pensar muito e olhei em volta analisando minhas possibilidades.

Eu poderia sair atrás de Shikamaru para desabafar, mas ele com certeza já estava de saco cheio dos meus problemas, ir atrás do loiro eu já tinha decido que não era uma opção viável e ficar deitado me remoendo era muito patético então me sentei na mesa com o livro como um meio de passar o tempo e mal percebi quando acabei totalmente imerso na história.

O ômega estava sofrendo a meses pela partida do alfa e pelo descrito ali não era um tipo de experiência que se desejasse nem ao pior inimigo, estar na cabeça de um ômega era uma situação nova pra mim e muito interessante, ver como ele sentia as coisas e como era diferente do que eu imaginava me causava surpresa a cada página lida.

Sem que percebesse o tempo voou e precisei levantar para acender lampiões já que quase não havia mais luz natural, só enquanto fazia isso percebi que já faziam muitas horas que o loiro tinha saído.

- Eu juro que se tiver que ir atrás dele para que ele volte eu vou trazer só o que sobrar depois dele aguentar minha fúria. - Terminei de acender tudo.

Guardei o livro que ainda faltavam boas páginas para ser lidas enquanto resmungava e peguei meu casaco bufando já pela raiva de ter que ir atrás dele quando ouvi suas características batidas na porta.

- Entre. - Avisei soltando o casaco no cabide novamente.

Ele fechou a porta mas não se afastou muito dela quando entrou e acenou levemente em cumprimento.

- O senhor deseja que eu prepare um banho ou primeiro o jantar? - Sua expressão era impassível.

Não gostei de como ele me chamou mas optei por ignorar já que o que me dava mais raiva no momento era seu atraso.

- Porque demorou tanto pra voltar? - Cruzei os braços esperando uma boa desculpa.

- Peço perdão mas o Senhor só me disse que eu deveria voltar, não especificou o horário então pensei que seria só quando houvesse a necessidade de minhas obrigações. 

Ele estava sendo tão formal que chegava a ser ridículo, fora que seus olhos azuis permaneciam fixos no chão, sem nunca encontrar os meus, e isso estava extrapolando os limites da minha paciência.

Caminhei a paços duros até ele e peguei seu queixo com uma mão enquanto que com a outra segurei seu braço impedindo que ele saísse, tentei erguer suavemente seu rosto mas ele fez força contrária e eu até poderia ser mais impetuoso até que ele cedesse mas não queria machucá-lo então recolhi essa mão no seu rosto mas permaneci segurando seu braço.

- Porque não olha pra mim? - Perguntei sentindo sua mágoa sem que ele nem se comunicasse comigo.

Ele respirou fundo e subiu o rosto para me encarar, quando o fez seus olhos azuis eram de uma tristeza imensa.

- O que deseja Senhor? Se banhar ou que eu traga seu jantar? - Ele voltou a me questionar a mesma coisa sem importância.

- Naru... - Ergui a mão para tocar sua bochecha mas ela ficou no vazio quando ele rapidamente deu um passo pra trás se desvencilhando.

- Traga jantar para nós então. - Respondi frustrado enquanto passava a mão que havia ficado no ar para trás das costas.

- Trarei para o Senhor, eu já jantei. - Ele se curvou e ia se virar mas eu não me contive ao impedi-lo dessa vez.

Puxei pelo seu cotovelo o menos brutal possível e o fiz se virar pra mim, no impulso ele acabou se desequilibrando e tendo que apoiar as duas mãos no meu peito.

- O que está acontecendo? Porque está agindo desse jeito? - Exigi saber.

- Nada está acontecendo. - Ele se recompôs e retirou as mãos de mim como se só me tocar o fizesse queimar. - Como você mesmo disse eu sou o criado aqui, só estou agindo como um.

- Naruto você sabe que eu... - Tentei dar um passo a frente mas ele fez um gesto para me impedir.

- Não Sasuke, me deixa falar. - Ele se afastou e respirou como se organizasse as palavras. - Tudo isso, e quando digo tudo, quero dizer tudo mesmo. - Enfatizou com gestos entre nós. - É muito confuso, eu me sinto a beira de um surto a qualquer momento, você me trata como uma pessoa, pede pra eu comer com você, valida minha opinião, nós fazemos coisas. - Suas bochechas coraram levemente mas ele não se deixou abalar. - E depois disso vem e me diz que eu sou só um criado. - Sua cara se retorceu em mágoa e eu quis interromper mas ele não permitiu. - O que não deixa de ser verdade, o ponto é que sou seu criado particular e não posso fugir de ficar ao seu lado pelo motivo que sabemos bem qual é mas eu não posso continuar me iludindo porque se não eu sou o único que vai sair destruído.

Como ele deu uma pausa pra respirar me olhando eu assumi um pouco a fala.

- O que quer dizer com que você não pode continuar se iludindo, se iludindo com o que?

- Me iludindo com isso sabe... - Ele desviou os olhos azuis dos meus. - Isso de nós não existe e não posso me permitir pensar o contrário.

Cheguei mais perto mesmo sabendo que ele não queria e segurei seu queixo trazendo seu olhar pra mim de novo.

- Como não? Nós somos ligados.

- É. - Ele me empurrou mais uma vez. - Mas nunca vai ser mais que isso, você é um rei, eu sou um criado, você vai se casar. - Aquelas palavras doeram e eu nem entendi o porque. - Então precisamos manter essa coisa que nós temos da maneira mais segura pra nós dois, e pra isso eu preciso agir como seu criado e você como meu Senhor, e apenas isso. - Ele me olhou sério quando terminou, e dessa vez eu tinha entendido bem o que ele estava dizendo

- Então é isso? Você está querendo dizer que vai fazer as atividades pra mim, que vai passar o dia todo ao meu lado e que não vai mais querer os meus toques?

- É isso S-senhor. - Ele desviou os olhos pro chão mais uma vez.

- E isso tudo quer dizer que voltamos ao ponto em que você me chama de Senhor?

Suas bochechas coraram fortemente mas ele não respondeu.

- Naruto, você está levando as coisas pelo lado errado. - Me aproximei o puxando comigo para nos sentarmos na cama ficando um de frente pro outro, com essa movimentação ele acabou se dignando a me olhar. - Escuta, não quero que me chame de Senhor, salvo em situações que realmente seja necessário, outra coisa, não vou deixar de tocar em você assim como você não quer que eu deixe. - Relei suavemente em sua bochecha para provar meu ponto e ele não se afastou dessa vez. - Eu entendo que esteja confuso com tudo isso, todas essas mudanças são demais mas não vamos tomar nenhuma decisão precipitada agora tudo bem?

- E o que devemos fazer então? Eu... Eu não sei mais o que fazer com tudo isso. - Percebi que algumas lágrimas se acumulavam em seus olhos.

- Eu também não sei muito bem. - Sorri gentil abaixando minha mão e a apoiando em sua perna. - Por hora podemos conversar mais o que acha? - Um vinco apareceu no meio da sua testa demonstrando a confusão que ele sentia.  Suspirei para tentar explicar. - Pra mim isso também é novo, eu sou o futuro rei e fui ensinado a vida toda como deveria agir e nada me preparou pra isso, eu não tenho o costume de lidar tão intimamente com... - Hesitei.

- Criados. - Ele completou armagurado.

- Não. - Corrigi rápido. - Não criados, nínguém.

Ele me olhou confuso.

- Naruto, você já deve saber um pouco sobre a minha personalidade, tirando minha mãe, meus irmãos e Shika eu não confio em absolutamente ninguém e muito menos dou ouvidos a qualquer coisa, Shikamaru e Gaara de todos são os que tem mais chances de me convencer e mesmo assim sofrem. Então entenda, pra mim isso tudo é muito difícil do mesmo jeito que é pra você. - Me abrir daquela maneira com ele também não estava sendo nada fácil mas eu sabia que era necessário. - Por tanto o que posso te oferecer é que iremos conversar e na medida do possível decidimos juntos algumas coisas, claro que isso é entre nós porque...

- Ninguém pode saber que você escuta um criado. - Ele me interrompeu.

- Santo Deus pare de se denegrir assim, não é isso! - Me levantei exasperado que ele continuasse repetindo a mesma coisa. - Eu ia dizer que é porque ninguém tem nada a ver com nossos problemas.

Ele ficou um pouco surpreso mas eu via mais vida agora em seus olhos azuis.

- Entendeu? - Perguntei.

- Entendi Sasuke - Dizer meu nome era a prova de que ele tinha concordado.

Ele deu um sorriso lindo que quase me fez agarrá-lo, mesmo que não fosse o momento.

- Bom. - Me virei de costas para cortar o desejo.

- Estamos bem então? - Sua voz veio de mais perto.

- Claro que estamos, foi você que começou com essa loucura. - Respondi ainda estressado passando a mão pelos cabelos.

- Eu sei. - Ele parecia cabisbaixo.

- Para. - Me aproximei tocando seu cabelo macio. - Para de ficar assim, você sabe que eu sinto também. - Pedi estranhando toda sua melancolia.

- Tudo bem. - Ele chacoalhou a cabeça igual um cachorro para dissipar o stress e me afastei rindo daquilo. - Banho ou jantar então? - Perguntou um pouco mais animado o que me deixou feliz.

- Hm, banho e enquanto isso você pode me trazer algo pra comer, coisa leve... não estou com tanta fome assim.

- Entendido. - Ele foi passar por mim para ir até a porta mas eu segurei seu braço antes que ele desse mais um passo e o puxei de volta a mim enquanto ele reclamava surpreso.

Pov's Naruto

Sasuke me puxou com tudo e eu acabei me apoiando em seus ombros, parando muito perto da sua boca, meu Deus que vontade de beijar aqueles lábios. Seu hálito fresco me deixava ainda mais inebriado.

- O-oque foi? - Perguntei sem desviar os olhos do meu local de desejo.

- Presta atenção. - Sua fala me fez parar de encarar sua boca e olhar em seus olhos negros. - Não posso te prometer que estaremos sempre em concordância porque provavelmente isso raramente vai acontecer mas independente de qualquer coisa não faça mais isso.

- Fazer o que? - Eu estava hipnotizado pela intensidade das suas orbes de ônix.

- Agir indiferente desse jeito comigo, sumir por horas de propósito, fazer sozinho uma refeição que podíamos muito bem fazer juntos. - Sua resposta me surpreendeu por ele parecer tão magoado com aqueles detalhes. - Em resumo, tudo o que você fez hoje. Promete?

- Prometo. - Não tinha como negar nada a ele naquele momento.

Ficamos naquela posição mais alguns segundo, eu estava imerso no desejo de colar nossas bocas mas ele me afastou tão bruscamente quanto tinha me puxado.

Fiquei ainda um pouco desconcertado mas me recuperei indo fazer o que ele pediu, preparei a água na banheira e quando estava pronta o chamei para se lavar, antes que ele começasse a tirar as peças de roupas e eu me sentisse tentado a tocar em cada parte daquela obra de arte parti para pega seu jantar, agora caminhando muito mais tranquilamente do que o modo como tinha feito durante toda a tarde, Sasuke realmente influenciava muito no meu humor.

Tudo o que ele havia falado me fez entender um pouco do seu lado também, eu havia esquecido que ele estava passando pelo mesmo, apesar dele ser o alfa aquilo era igualmente novo e assustador pra ele, ter conseguido validar minha fala era um avanço enorme mesmo que me deixasse triste o fato de não ter conseguido tocar mais no assunto de ver minha Obaa-chan.

Espantei os pensamentos tristes enquanto ia arrumando a bandeja com vários tipos de refeições leves como ele tinha solicitado.

- Naru? Que bom humor é esse? - Kiba apareceu atrás de mim quando eu já quase acabava.

- Bom humor? - Me fingi de desentendido terminando de organizar as coisas.

- É... tava até cantarolando. - Ele avisou.

- Nossa nem percebi. - E era verdade, eu nem sabia que estava fazendo aquilo.

- Tem certeza que sua febre passou mesmo? - Ele colocou a mão na minha testa checando mas dava pra ver que ele estava brincando.

- Claro que sim Kiba. - Tirei sua mão rindo.

- E o que tá fazendo? - Ele se afastou e eu me virei pra ele tendo terminado de preparar tudo que ia levar.

- Arrumando o jantar do Sasuke...-sama - Completei rápido o honorífico.

Era muito confuso ter que chamar ele de dois jeitos diferentes mas Kiba não pareceu perceber nada.

- Não gostei nada dessa história. - Ele fez uma careta pra mim.

- O que quer dizer? - Perguntei mesmo já sabendo que ele se referia ao fato de eu ser o criado particular de Sasuke.

Durante a tarde no tempo que deixei Sasuke sozinho aproveitei pra avisar a todos da minha nova função, Tenten e Shizune ficaram exultantes, tanto pela minha melhora quanto pelo novo cargo oficial, em contrapartida Kiba tinha se mostrado totalmente contra a ideia.

- Você indo embora com eles, não gostei disso Naruto, quem vai cuidar de você por lá? - Eu o conhecia muito bem pra saber que ele estava sendo protetor assim porque sentiria minha falta.

- Acho que a pergunta certa é quem vai ser sua desculpa pra matar serviço. - Cruzei os braços fazendo uma brincadeira para descontrair mas ele não se deixou levar.

- Falo sério Naru, não quero que vá. - Ele se aproximou mais uns passos ficando bem a minha frente.

Suspirei resignado.

- Eu também vou sentir sua falta Kiba mas preciso ir, fui escolhido pra esse cargo e vai ser melhor pra mim. - Tentei fazê-lo entender.

- E quanto ao alfa que te marcou? - Sua pergunta me deixou na defensiva.

- O que tem ele? - Perguntei fingindo arrumar as frutas que tinha separado.

- Vocês conversaram? O que ele acha sobre você ir embora do reino? - Ele pressionou.

- Ele não tem que achar nada Kiba, e pare de ficar entrando nesse assunto caramba! - Me exaltei e vi na hora que ele se magoou mas eu estava cansado dele me vigiando com isso. - Olha, eu sei que se preocupa e que tudo que fala é porque se importa comigo mas você tem que entender que esse problema é meu e eu já deixei muito claro que não vou falar sobre. - Não soei mais tão bravo mas mesmo assim fui firme.

Ele desviou os olhos irritado enquanto ficávamos em silêncio naquele impasse, depois de um tempo assumi que ele não falaria mais nada e virei para ir embora, mas antes que eu fosse muito longe senti seus braços a minha volta.

- Desculpa. - Ele falou agarrado a mim. - Eu não queria que você ficasse bravo, só... Eu só me preocupo e não consigo evitar.

Respirei fundo e segurei seu braço que passava pelos meus ombros em sinal de entendimento.

- Eu sei, mas eu posso lutar minhas próprias batalhas. - Respondi e ele suspirou me soltando.

Me virei para vê-lo sorrindo, parecia genuíno mas eu percebi que era puro fingimento.

- É claro que pode, faça uma boa viagem ok? Quando voltar me avise. - Ele tocou no meu ombro e só tive tempo de um murmurio antes de ele sair rápido.

Eu sabia que ele estava chateado mas não tinha muito o que fazer então voltei até Sasuke torcendo pra que meu amigo entendesse as coisas dessa vez.

Não bati achando que Sasuke ainda estaria no banho mas foi um tremendo erro porque ele estava nu, completamente sem roupas no meio do quarto.