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História Sem querer, cheguei a você - 13 capítulo


Escrita por: micaele35r

Capítulo 13 - 13 capítulo


Fanfic / Fanfiction Sem querer, cheguei a você - 13 capítulo


– harumi!

– Acho que o sarau vai começar – avisou izume

– Que Deus nos ajude – retrucou Lady kaguya. – Não sei por que... Sr. Uzumaki!

Tenten tinha se virado de frente para o pequeno palco, mas tornou a se voltar para trás a tempo de ver neji percorrer a fileira e se sentar ao lado de Lady kaguya, pedindo desculpas ao esbarrar nos joelhos das pessoas pelas quais ia passando.

Os pedidos de desculpa eram acompanhados, é claro, por um de seus sorrisos fatais, e nada menos do que três senhoras simplesmente ficaram completamente derretidas em suas cadeiras.

Tenten arqueou as sobrancelhas. Era lamentável.

– tenten – sussurrou harumi –, por acaso você acabou de rosnar?

– neji – disse izume –, eu não sabia que vinha.

Ele deu de ombros, o rosto iluminado por um sorriso de lado.

– Mudei de ideia no último instante. Afinal, sempre fui um grande amante de música.

– Isso explica a sua presença aqui – comentou izume num tom bastante irônico.

Em resposta, neji se limitou a arquear a sobrancelha. Em seguida se virou para tenten e disse:

– Boa noite, Srta. Mitsashi. – Depois acenou com a cabeça para harumi e cumprimentou: – Srta. Mitsashi.

Tenten levou um instante para encontrar a voz. Os dois haviam se despedido de forma bastante estranha naquela tarde, e agora, ali estava ele com um sorriso simpático.

– Boa noite, Sr. Uzumaki – conseguiu dizer, por fim.

– Alguém sabe qual é o programa desta noite? – indagou ele, mostrando-se muito interessado.

Tenten foi obrigada a admirar aquilo. Neji tinha a capacidade de olhar para uma pessoa como se nada no mundo pudesse ser mais importante do que aquilo que ela fosse dizer. Era um talento e tanto. Sobretudo naquele momento, em que todos sabiam que ele não dava a menor importância para o que as meninas hi-hat teriam escolhido tocar.

– Acredito que seja Mozart – opinou harumi – Elas quase sempre tocam Mozart.

– Encantador – retrucou neji recostando-se na cadeira, como se tivesse acabado de comer uma excelente refeição. – Sou um grande fã do Sr. Mozart.

– Nesse caso – falou Lady kaguya acotovelando-o nas costelas –, talvez queira fugir daqui enquanto a possibilidade ainda existe.

– Não seja tola – disse ele. – Estou certo de que as meninas darão o melhor de si.

– Ah, não há dúvida de que as meninas darão o melhor de si – atalhou izume, em um tom de mau agouro.

– Shhh – fez tenten. – Acho que vão começar.

Ela não estava particularmente ansiosa para ouvir a versão hi-hat das meninas, admitiu para si mesma.

Mas se sentiu muito pouco à vontade com neji. Não sabia ao certo o que dizer a ele, e o que quer que devesse dizer não devia ser dito na frente de izume, harumi e, sobretudo, Lady kaguya.

Um mordomo surgiu e apagou algumas velas de forma a sinalizar que as meninas estavam prontas para começar. Tenten se preparou e engoliu em seco para tentar entupir os canais auditivos (não funcionou), então a tortura começou.

E continuou... e continuou... e continuou.

Tenten não sabia o que era pior: a música ou a consciência de que neji estava sentado bem atrás dela. Sentiu um arrepio na nuca ao pensar nisso e começou a se remexer como uma louca, os dedos tamborilando, implacáveis, sobre o veludo azul-escuro do vestido.

Quando o quarteto hi-hat finalmente terminou de tocar, três das meninas se mostraram radiantes com o aplauso educado e a quarta – a violoncelista – parecia querer se esconder.

Tenten deixou escapar um suspiro. Pelo menos ela, em todas as suas temporadas fracassadas, jamais havia sido forçada a exibir as suas deficiências diante de toda a alta sociedade como aquelas meninas. Sempre lhe havia sido permitido se ocultar nas sombras, ficando em silêncio nos limites do salão, observando as outras moças se alternarem na pista de dança. Sim, a mãe a carregava para lá e para cá, tentando colocá-la no caminho desse ou daquele cavalheiro disponível, mas isso não era nada – nada – comparado ao que as meninas hi-hat eram forçadas a enfrentar.

Embora, para ser sincera, três das quatro parecessem ignorar alegremente sua inépcia musical. Tenten limitou-se a sorrir e a bater palmas. Sem dúvida ela não ia acabar com a festa das moças.

E, se a teoria de Lady kaguya estivesse correta, Lady confidecial não haveria de escrever uma única palavra sobre o sarau.

Os aplausos logo diminuíram e em poucos instantes todos circulavam pelo salão, puxando conversa uns com os outros, de olho na mesa de petiscos escassos no fundo do aposento.

– Limonada – murmurou tenten para si mesma.

Perfeito. Estava sentindo muito calor – ora, no que estava pensando ao usar veludo numa noite tão quente? –, e uma bebida gelada era exatamente o que precisava. Além disso, neji estava entretido numa conversa com Lady kaguya, fazendo daquele o momento ideal para ela fugir dali.

Mas, assim que pegou um copo com a bebida, ouviu a voz dolorosamente familiar dele às suas costas, murmurando o seu nome.

Ela se virou e, antes de ter a menor ideia do que fazia, disse:

– Eu sinto muito.

– Sente?

– Sinto – garantiu ela. – Pelo menos, acho que sim.

Ele estreitou os olhos, e pequenas rugas se formaram nos cantos.

– Esta conversa só faz ficar mais intrigante a cada segundo.

– neji...

Ele lhe estendeu o braço.

– Não quer dar uma volta comigo pelo salão?

– Eu não acho...

Neji aproximou o braço ainda mais dela – só 2 ou 3 centímetros, mas a mensagem era clara.

– Por favor – insistiu.

Ela fez que sim e pousou o copo na mesa.

– Está bem.

Caminharam em silêncio por quase um minuto, então neji disse:

– Eu gostaria de me desculpar com você.

– Fui eu que saí da sala de forma tempestuosa – observou tenten.

Neji inclinou a cabeça de leve e ela percebeu o sorriso indulgente que brincava nos lábios dele.

– Eu não diria que foi “tempestuosa” – retrucou ele.

Tenten franziu a testa. Não deveria ter ido embora mostrando-se tão ofendida, mas agora que o fizera, sentia-se estranhamente orgulhosa. Não era todos os dias que uma mulher como ela tinha a oportunidade de fazer uma saída tão dramática.

– Bem, eu não deveria ter sido tão grosseira – murmurou ela, sem muita sinceridade dessa vez.

Ele arqueou uma das sobrancelhas, obviamente decidido a continuar o que tinha a dizer.

– Eu gostaria de me desculpar por ser um fedelho mimado e chorão.

Tenten chegou a tropeçar nos próprios pés.

Ele a ajudou a recuperar o equilíbrio, então continuou:

– Sei que há muitas coisas na minha vida pelas quais eu deveria ser grato. Pelas quais eu sou grato – corrigiu-se, um pouco acanhado. – Fui imperdoavelmente grosseiro ao me queixar com você.

– Não – insistiu ela –, passei a noite toda pensando no que disse, e embora eu... – Ela engoliu em seco, então passou a língua pelos lábios.

Passara o dia todo procurando as palavras adequadas e acreditava que as tivesse encontrado, mas agora que ele estava ali ao seu lado, não conseguia pensar em nada.

– Está precisando de mais um copo de limonada? – perguntou neji educadamente.

Ela fez que não.

– Você tem todo o direito de sentir o que quiser – disse de forma atabalhoada. – Pode não ser o que eu sentiria se estivesse no seu lugar, mas todos os seus sentimentos são legítimos. No entanto...

Ela se deteve e neji se viu desesperado para saber o que ela estava prestes a falar.

– No entanto o quê, tenten? – encorajou-a.

– Não é nada.

– Para mim, é.

A mão dele estava sobre o braço dela, então ele o apertou de leve para que ela soubesse que ele falava sério.

Por um longo momento, neji não achou que tenten fosse de fato responder, então, quando pensou que o rosto fosse rachar com o sorriso fingido que abriu – estavam em público, afinal, e não seria de bom tom gerar comentários e especulações demonstrando ansiedade e agitação –, ela suspirou.

Foi um som encantador, estranhamente reconfortante, suave e sábio. E fez com que ele desejasse olhá-la com mais atenção, olhar dentro de sua mente, escutar os ritmos de sua alma.

– neji – começou ela –, se você se sente frustrado com a sua situação atual, deveria fazer algo para mudá-la. Na verdade, é simples assim.

– É o que faço – disse ele, encolhendo o ombro mais distante dela com indiferença. – Minha mãe me acusa de fazer minhas malas e deixar o país apenas por capricho, mas a verdade é que...

– Você faz isso quando se sente frustrado – completou ela.

Ele fez que sim. Ela o compreendia. Neji não sabia ao certo como aquilo acontecera, ou mesmo se fazia algum sentido, mas tenten mitsashi o compreendia.

– Eu acho que você deveria publicar os seus diários – opinou ela.

– Eu não posso.

– Por quê?

Ele parou e soltou o braço dela. Na verdade, não tinha resposta além do estranho ribombar de seu coração.

– Quem iria querer ler? – perguntou, por fim.

– Eu iria – respondeu ela, com sinceridade. – izume e harumi... Sua mãe, Lady confidecial, sem dúvida – acrescentou, com um sorriso travesso. – Ela escreve um bocado a seu respeito.

O bom humor dela era contagiante, e neji não conseguiu conter um sorriso. 

– tenten, se as únicas pessoas que comprarem o livro forem as que eu conheço, não conta.

– Por que não? Você conhece muitas pessoas. Ora, se considerar só os uzumaki...

Ele agarrou a mão dela. Não soube por quê, mas agarrou.

– tenten, pare.

Ela riu.

– Acho que izume comentou que vocês também têm montes e montes de primos e...

– Já chega – advertiu ele, embora estivesse sorrindo ao dizê-lo.

Tenten olhou para a mão dele segurando a sua e falou:

– Muita gente vai querer ler sobre suas viagens. Talvez, no início, seja apenas por você ser uma figura conhecida em Londres, mas não vai demorar até todos se darem conta de que é um ótimo escritor. Então, vão clamar por mais.

– Não quero ser um sucesso por causa do nome uzumaki – retrucou ele.

Ela soltou a mão da dele e a pousou no quadril.

– Você ouviu tudo o que eu disse? Eu acabei de falar...

– Do que vocês dois estão falando?

Era izume, com uma expressão muito, muito curiosa.

– De nada – murmuraram os dois, ao mesmo tempo.

Izume resfolegou.

– Não me insultem. Não pode não ser de nada. Tenten está com um ar de quem vai começar a cuspir fogo a qualquer instante.

– Seu irmão está apenas sendo obtuso – disse tenten.

– Ora, não há nada de novo nisso – brincou izume.

– Espere aí! – exclamou neji.

– Mas a respeito de quê ele estava sendo obtuso – insistiu izume ignorando-o por completo.

– Trata-se de um assunto particular – respondeu neji, de má vontade.

– O que o torna ainda mais interessante – retrucou izume.

Ela olhou para a amiga, em expectativa.

– Eu sinto muito – disse tenten –, realmente não posso contar.

– Não acredito que você não vai me contar! – exclamou izume.

– Não – respondeu tenten, sentindo-se estranhamente satisfeita consigo mesma. – Não vou.

– Não acredito – repetiu izume, virando-se para o irmão. – Não acredito.

Neji deu o mais discreto dos sorrisos.

– Acredite.

– Você, guardando segredos de mim.

Ele ergueu as sobrancelhas.

– Por acaso achou que eu lhe contava tudo?

– É claro que não. – Ela fez uma careta. – Mas achei que tenten contasse.

– Só que este segredo não é meu para que eu lhe conte – defendeu-se tenten. – É do neji.

– Acho que o planeta acaba de começar a girar para o outro lado – resmungou izume. – Ou talvez a Inglaterra tenha se chocado com a França. Só sei que este não é o mesmo mundo que eu habitava hoje de manhã.

Tenten não conseguiu se conter. Soltou uma risadinha, divertida.

– E você está rindo de mim! – acrescentou izume.

– Não, não estou – garantiu tenten, rindo. – Realmente não estou.

– Sabe do que você está precisando? – indagou neji.

– Eu? – indagou izume.

Ele assentiu.

– De um marido.

– Você é tão mau quanto a mamãe!

– Eu poderia ser bem pior, se quisesse.

– Não tenho a menor dúvida disso – devolveu izume.

– Parem, parem! – pediu tenten, rindo muito a essa altura.

Os dois olharam para ela em expectativa, como se perguntassem:

e agora?

– Estou tão satisfeita por ter vindo esta noite... – disse ela, as palavras saindo da boca a despeito de sua vontade. – Não consigo me lembrar de uma noite mais agradável do que esta.

Sinceramente, não consigo.

Muitas horas depois, enquanto neji fitava o teto do quarto de seu novo apartamento em Bloomsbury, ocorreu-lhe que se sentia exatamente da mesma forma.

Neji uzumaki e tenten mitsashi foram vistos conversando no sarau hi-hat, embora ninguém saiba dizer, ao certo, o que discutiam. Esta autora se arriscaria a dizer que a conversa girava em torno da identidade desta, uma vez que todos pareciam estar falando sobre isso antes, depois e (um tanto grosseiramente, na estimada opinião desta coluna) durante a apresentação.

Outras notícias: o violino de Honoria hi-hat foi danificado quando Lady kaguya o atirou de cima da mesa, sem querer, enquanto agitava a bengala.

Lady kaguya insistiu em comprar outro para substituir, mas então declarou que não tem o hábito de comprar nada que não seva do melhor, assim, Honoria terá um violino Ruggi importado de Cremona, na Itália.

No entendimento desta autora, somando-se o tempo de fabricação, de envio, além da longa lista de espera, levará uns seis meses para que o violino chegue até nós.

CRÔNICAS DA SOCIEDADE DE LADYS 16 DE ABRIL DE 1824 


Há momentos na vida de uma mulher em que seu coração dá uma cambalhota no peito, em que o mundo parece atipicamente cor-de-rosa e perfeito, em que uma sinfonia pode ser ouvida no toque de uma campainha.

Tenten mitsashi vivenciou esse momento dois dias após o sarau hi-hat.

Só foi preciso uma batida à porta de seu quarto, seguida da voz do mordomo, lhe informando:

– O Sr. Neji uzumaki está aqui para vê-la.

No mesmo instante, ela caiu da cama. Mei, que trabalhava para a família mitsashi havia tempo suficiente para nem mesmo piscar diante da falta de graça de tenten, murmurou:

– Devo dizer a ele que a senhorita não está?

– Não! – tenten praticamente guinchou, e se colocou de pé aos tropeços. – Quer dizer, não – acrescentou num tom mais sua?e. – Mas vou precisar de dez minutos para me arrumar. – Ela olhou para o espelho e estremeceu diante da aparência desgrenhada. – Quinze.

– Como desejar, Srta. Tenten.

– Ah, e por favor prepare uma bandeja com quitutes. O Sr.

Uzumaki deve estar com fome. Ele está sempre com fome.

O mordomo assentiu outra vez.

Tenten ficou imóvel enquanto mei se retiraa, então, completamente incapaz de se conter, começou a dançar pulando de um pé para o outro, emitindo um som estranho que mais parecia um ganido e que tinha certeza – ou pelo menos esperava – que jamais produzira.

Também, não conseguia se lembrar da última vez em que um cavalheiro a visitara, muito menos um pelo qual estivesse tão apaixonada havia quase metade da vida.

– Acalme-se – disse ela, espalmando as mãos e fazendo um gesto muito parecido com o que usaria para conter uma pequena e ingovernável multidão. – Você precisa permanecer calma. Calma – repetiu, como se isso fosse, de fato, resolver alguma coisa. – Calma.

Mas, por dentro, seu coração dançava.

Respirou fundo algumas vezes, foi até a penteadeira e pegou a escova. Só le?aria alguns instantes para prender os cabelos outra ?ez. Sem dúvida neji não iria fugir se ela o deixasse aguardando por algum tempo. Ele devia esperar que ela le?asse alguns minutos para se arrumar, não?

Ainda assim, ajeitou os cabelos em tempo recorde e, ao entrar na sala de ?isitas, apenas cinco minutos ha?iam transcorrido desde o anúncio do mordomo.

– Que rapidez – observou neji, com um sorriso maroto.

Ele estava de pé ao lado da janela, olhando para a Rua Mount, e se virou quando ela apareceu.

– Ah, você acha? – disse tenten, esperando que o calor que sentia na pele não estivesse se traduzindo num rubor.

Uma mulher devia manter um cavalheiro esperando, embora não por muito tempo. Ainda assim, não fazia sentido ter esse tipo de comportamento logo com neji. Ele jamais se interessaria por ela de forma romântica, e, além do mais, eram amigos.

Amigos. Parecia um conceito tão estranho e, no entanto, era isso que eram. Sempre haviam sido conhecidos que se tratavam com familiaridade, mas, desde que neji voltado Chipre, tinham se tornado amigos.

Era mágico.

Mesmo que ele jamais a amasse – e ela achava que isso não aconteceria –, aquilo era melhor do que o que tinham antes.

– A que devo o prazer? – perguntou tenten, sentando-se no sofá de tecido adamascado amarelo levemente desbotado da mãe.

Neji acomodou-se de frente para ela numa cadeira de espaldar reto bastante desconfortável. Inclinou o corpo para a frente, apoiou as mãos nos joelhos e tenten soube, no mesmo instante, que havia algo errado. Aquela não era a pose adotada por um cavalheiro numa visita social. Ele lhe pareceu perturbado demais, intenso demais.

– É bastante sério – disse ele, o rosto soturno.

Tenten quase se levantou.

– Aconteceu alguma coisa? Alguém adoeceu?

– Não, não, nada do tipo. – neji fez uma longa pausa, expirou profundamente, então passou as mãos pelos cabelos desalinhados.

– É sobre izume.

– O que é?

– Não sei como dizer isto... Tem algo para comer?

Tenten teve vontade de torcer o pescoço dele.

– Pelo amor de Deus, neji!

– Me desculpe. É que não comi nada o dia todo.

– Uma novidade, estou certa – comentou tenten, impaciente. – Já pedi a Mei que nos trouxesse algo. Agora, poderia me contar o 

que há de errado ou quer que eu morra de impaciência?

– Eu acho que ela é Lady confidecial – disse ele, atabalhoadamente.

Tenten ficou boquiaberta. Não sabia ao certo o que esperava ouvir, mas não era aquilo.

– tenten, você me escutou?

– izume?

Ele fez que sim.

– Não pode ser.

Neji se levantou e começou a caminhar de um lado para outro, tão nervoso que não conseguia ficar sentado.

– Por que não?

– Porque... porque... Porque não há a menor possibilidade de ela fazer uma coisa dessas há dez anos sem eu saber.

A expressão dele se transformou de perturbação em desdém em um instante.

– Não creio que você esteja a par de tudo o que izume faça.

– É claro que não – devolveu tenten, lançando-lhe um olhar bastante irritado –, mas posso lhe dizer com absoluta certeza que izume jamais esconderia de mim um segredo dessa magnitude durante dez anos. Ela simplesmente não seria capaz.

– tenten, ela é a pessoa mais enxerida que conheço.

– Bem, isso é verdade – concordou tenten. – Com exceção de minha mãe. Mas isso não é o suficiente para condená-la.

Neji parou de caminhar de um lado para outro e plantou as mãos nos quadris.

– Ela vive anotando coisas.

– Por que acha isso?

Ele ergueu a mão e esfregou as pontas dos dedos energicamente umas nas outras.

– Manchas de tinta. Sempre.

– Muitas pessoas usam canetas e tinta. Você, por exemplo, escreve diários. Estou certa de que fica com os dedos sujos de tinta de vez em quando.

– Sim, mas eu não desapareço quando escrevo nos meus diários.

Tenten sentiu sua pulsação se acelerar.



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