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História Sem querer, cheguei a você - 3 capítulo


Escrita por: micaele35r

Capítulo 3 - 3 capítulo


Fanfic / Fanfiction Sem querer, cheguei a você - 3 capítulo

Tenten fez uma careta e empurrou a amiga em direção à porta.

– Você não tinha que ir embora?

– Estou indo! Estou indo!

E ela se foi.

Era bastante agradável estar de novo na Inglaterra, pensou neji enquanto bebericava um excelente brandy.

Era estranho, na verdade, gostar na mesma medida de voltar para casa e de partir. Dentro de mais alguns meses – seis, no máximo – estaria se coçando para viajar outra vez, mas, por ora, sentia-se satisfeito: a Inglaterra no mês de abril era absolutamente maravilhosa.

– Bom, não é mesmo?

Neji ergueu os olhos. O irmão Naruto estava encostado na frente da imensa escrivaninha de mogno, acenando com o copo do mesmo brandy que ele bebia.

Neji assentiu.

– Não tinha me dado conta da falta que senti disto até voltar. O ouzo tem lá os seus encantos, mas isto – falou erguendo o copo – é o paraíso.

Naruto deu um sorriso irônico.

– E quanto tempo planeja ficar conosco desta vez?

Neji se aproximou da janela e fingiu olhar para fora. O irmão mais velho não se esforçava muito para disfarçar sua impaciência em relação à sede de neji por aventuras. Na verdade, nejie não podia culpá-lo. Às vezes era difícil fazer com que as cartas chegassem em casa – imaginava que com frequência a família tivesse que esperar até mesmo um mês para descobrir se ele estava bem. Mas, embora tivesse consciência de que não gostaria de estar no lugar deles – sem saber se uma pessoa amada estava viva ou morta, sempre à espera da batida de um mensageiro à porta –, isso não era o suficiente para manter seus pés fincados na Inglaterra.

De vez em quando, sentia a necessidade de estar longe. Não havia outra forma de descrever. Longe da alta sociedade, que o via como um moleque encantador e nada mais. Longe de seu país, que encorajava seus filhos mais novos a entrar para o serviço militar ou para o clero, quando nenhuma das duas opções se encaixava em seu temperamento. Até mesmo longe da família, que o amava de forma incondicional mas que nem descon?iava de que o que ele mais desejava, no fundo, era ter algo com que se ocupar.

O irmão, Naruto, era um visconde, e com o título vinham as mais variadas responsabilidades. Ele administrava propriedades e as ?inanças da família e supervisionava o bem-estar de incontáveis inquilinos e criados.

Sasuke, quatro anos mais velho do que ele, ganhara fama como artista.

Começara com papel e lápis, mas, encorajado pela mulher, passara para óleo. Uma de suas paisagens estava, agora, exposta na National .

Naruto seria sempre lembrado nas árvores genealógicas como o sétimo visconde uzumaki. Sasuke continuaria vivo por meio de seus quadros muito tempo depois de ter deixado este mundo.

Mas neji não tinha nada. Administrava a pequena propriedade que lhe fora concedida pela família e frequentava festas. Não podia dizer que não se divertia, mas às vezes queria um pouco mais do que entretenimento.

Queria um objetivo.

Um legado.

Queria, se não saber, ao menos esperar que, quando morresse, fosse celebrado de alguma forma que não com uma menção na coluna de Lady confidencial.

Suspirou. Não era de estranhar que passasse tanto tempo viajando.

– neji? – chamou o irmão.

Ele se virou para Naruto e piscou. Tinha quase certeza de que o irmão mais velho lhe fizera uma pergunta, mas, em algum momento de seus devaneios, esquecera-se do que fora.

– Ah. Certo. – neji pigarreou. – Vou passar pelo menos o resto da temporada aqui.

Naruto não respondeu, mas foi difícil ignorar a satisfação expressa em seu rosto.

– Afinal de contas – acrescentou neji, abrindo seu lendário sorriso de lado –, alguém tem de mimar os seus filhos. Acho que himawari não tem um número suficiente de bonecas, por exemplo.

– Apenas cinquenta – concordou Naruto, com a voz inexpressiva. – A pobre criança de fato é muito negligenciada.

– O aniversário dela é no ?inal do mês, certo? Creio que terei que negligenciá-la mais um pouco.

– E por falar em aniversários – começou Naruto, acomodando-se na imensa cadeira do outro lado da escrivaninha –, o de nossa mãe será no domingo.

– E por que acha que antecipei meu retorno?

Naruto ergueu uma das sobrancelhas e neji teve clara impressão de que o irmão tentava decidir se ele realmente se apressara para voltar para casa a tempo do aniversário da mãe ou se estava apenas se aproveitando de uma excelente coincidência.

– Vamos dar uma festa para ela – disse Naruto.

– Ela vai deixar?

Na experiência de neji, mulheres de certa idade não gostavam de comemorações de aniversário. E, embora a mãe continuasse linda, já contava, sem dúvida, com certa idade.

– Fomos forçados a recorrer à chantagem – admitiu Naruto. – Ou ela concordava com a festa ou revelávamos a sua verdadeira idade.

Neji estava em meio a um gole do brandy; ele engasgou e, por muito pouco, conseguiu não cuspi-lo inteiro em cima do irmão.

– Eu adoraria ter visto isso.

Naruto abriu um sorriso bastante satisfeito.

– Foi uma manobra brilhante da minha parte.

Neji terminou o drinque.

– Quais são as chances, na sua opinião, de que ela não use a festa como pretexto para encontrar uma esposa para mim?

– Muito poucas.

– Foi o que pensei.

Naruto recostou-se na cadeira.

– Você tem 33 anos, neji...

O mais novo o fitou, incrédulo.

– Deus do céu, não comece você também.

– Eu nem pensaria em fazer isso. Apenas sugiro que você ?ique de olhos bem abertos esta temporada. Não é preciso buscar uma esposa ativamente, mas não há mal algum em se manter pelo menos atento à possibilidade.

Neji olhou para a porta com toda a intenção de passar logo por ela.

– Posso lhe garantir que não sou contrário à ideia do casamento.

– Não achei que fosse – concedeu Naruto

– Apenas vejo pouca razão para pressa.

– Nunca há razão para pressa. Bem, quase nunca, quero dizer. Apenas não contrarie a mamãe, está bem?

Neji não se dera conta de que ainda segurava o copo vazio até ele escorregar de seus dedos e aterrissar no tapete com um baque surdo.

– Meu Deus – sussurrou –, ela está doente?

– Não! – garantiu Naruto, a surpresa deixando a voz alta e enérgica. – Vai viver mais tempo do que todos nós, tenho certeza.

– Então que história é essa?

Naruto deixou escapar um suspiro.

– Eu só quero vê-lo feliz.

– Eu estou feliz.

– Está?

– Ora, eu sou o homem mais feliz de Londres. Leia a coluna de Lady confidencial. Ela lhe dirá.

Naruto baixou os olhos para o jornal que se encontrava na escrivaninha.

– Está certo, talvez não essa, mas qualquer uma do ano passado – falou neji. – Fui classificado como encantador mais vezes do que Lady kaguya foi chamada de intrometida, e nós dois sabemos que isso é um feito e tanto.

– Encantador não quer necessariamente dizer feliz – comentou Naruto baixinho.

– Eu não tenho tempo para isto – murmurou neji.

A porta nunca lhe parecera tão atraente.

– Se você estivesse mesmo feliz – insistiu Naruto –, não partiria a todo momento.

Neji fez uma pausa com a mão na maçaneta.

– Naruto, eu gosto de viajar.

– Sempre?

– Devo gostar, ou então não viajaria.

– Está aí a frase mais evasiva que já ouvi.

– E isto aqui... – retrucou neji lançando um sorriso travesso para o irmão – é uma manobra evasiva.

– neji!

Mas ele já deixara o aposento.

Sempre foi moda entre a alta sociedade queixar-se do tédio, mas sem dúvida a safra de frequentadores de festas deste ano elevou o enfado a uma nova categoria. Não se pode dar dois passos em nenhum evento da sociedade por esses dias sem ouvir as expressões “terrivelmente tedioso” ou “desesperadamente banal”. Na verdade, esta autora foi até informada que kurai terumi garantiu que está convencida de que perecerá de enfado eterno se for forçada a comparecer a mais um musical ruim.

(Esta autora tem que concordar com Lady terumi desta vez.

Apesar de a seleção de debutantes deste ano ser bastante agradável, não há uma única jovem dentre elas que seja uma musicista decente.) Se existe algum antídoto para a doença do tédio, com certeza será a festa de domingo na Casa uzumaki. A família inteira irá se reunir com cerca de cem amigos próximos para comemorar o aniversário da viscondessa viúva.

É considerado indelicado mencionar a idade de uma dama, portanto esta autora não irá revelar quantos anos Lady Uzumaki celebrará.

Mas não se preocupem! Esta autora sabe!


 Solteirona era uma palavra que costumava invocar pânico ou pena, mas tenten começava a perceber que havia muitas vantagens em seu estado civil.

Em primeiro lugar, ninguém esperava que as solteiras dançassem nos bailes, o que significava que ela não era mais forçada a ficar à beira da pista de dança, olhando para cá e para lá, fingindo que não queria ser convidada para uma dança. Agora podia ficar sentada nas laterais com as outras solteironas e acompanhantes. Ainda queria dançar, é claro – adorava fazer isso e dançava muito bem, embora ninguém notasse –, mas era bem mais fácil fingir desinteresse quando se estava mais distante dos casais valsistas.

Em segundo lugar, o número de horas de conversas maçantes diminuiu de maneira drástica. A Sra. Mitsashi desistira oficialmente da esperança de que a filha algum dia fisgasse um marido, portanto parara de atirá-la no caminho de todo e qualquer solteiro disponível do terceiro escalão. Anko jamais considerava, de fato, que tenten tivesse qualquer chance de atrair um solteiro do primeiro ou do segundo escalão, o que talvez fosse verdade, mas a maioria dos solteiros de terceiro time era assim classificada por um motivo, que infelizmente era a personalidade, ou sua ausência. O que, combinado com a timidez de tenten na presença de estranhos, não levava a uma conversa muito espirituosa.

E, por fim, ela podia voltar a comer. Era de enlouquecer, considerando a quantidade de comida em geral exposta nas festas da alta sociedade, mas o fato era que jovens à caça de um marido deviam demonstrar o apetite no máximo de um passarinho. Essa, pensava tenten com alegria (enquanto mordia a melhor bomba de chocolate que já tinha existido fora da França) com certeza era a maior vantagem da solteirice.

– Meu Deus – gemeu ela.

Se o pecado assumisse uma forma sólida, sem dúvida seria a de um doce.

De preferência feito de chocolate.

– Está bom assim, é?

Tenten se engasgou com a bomba e tossiu, cuspindo um fino borrifo de creme confeitado.

– neji – ofegou, rezando com todas as forças para que as migalhas maiores tivessem desviado da orelha dele.

– tenten. – Ele deu um sorriso carinhoso. – É bom vê-la.

– Igualmente.

Ele se balançou nos calcanhares para a frente e para trás uma, duas, três vezes, então disse:

– Você está com uma aparência ótima.

– Você também – retrucou ela, preocupada demais em encontrar um lugar onde pousar o doce para oferecer uma resposta mais elaborada.

– Bela roupa – elogiou ele, gesticulando em direção ao vestido de seda seda verde.

Ela deu um sorriso sem graça e explicou:

– Não é amarelo.

– De fato, não é.

Ele sorriu e o gelo foi quebrado. Foi estranho, pois era de se esperar que ela ficasse sem palavras com o homem que amava, mas havia algo em neji que deixava todo mundo à vontade.

Talvez, tenten pensara em mais de uma ocasião, parte do motivo pelo qual ela o amava era o fato de ele a fazer sentir-se confortável consigo mesma.

– izume me contou que você se divertiu bastante no Chipre – comentou ela.

Ele sorriu.

– Como resistir ao local de nascimento de Afrodite, afinal?

Tenten também sorriu. O bom humor dele era contagiante, mesmo que a última coisa que desejasse fosse ter uma conversa sobre a deusa do amor.

– Faz sempre tanto sol quanto dizem? – perguntou. – Não, esqueça que lhe perguntei isso. Dá para perceber pelo seu bronzeado que sim.

– É, eu me queimei um pouco – concordou ele, assentindo com a cabeça.

– Minha mãe quase desmaiou quando me viu.

– De alegria, imagino – disse tenten de forma enfática. – Ela morre de saudades quando você está fora.

Ele inclinou o corpo para a frente.

– Ora, tenten, não vá começar você também. Minha mãe, Naruto izume e Rin já fazem com que eu me sinta bastante culpado.

– E Sasuke, não?

Ela não conseguiu evitar o gracejo.

Ele lhe lançou um olhar divertido.

– Está viajando.

– Ah, bem, isso explica o seu silêncio.

Neji estreitou os olhos e cruzou os braços.

– Você sempre foi insolente, sabia?

– Eu disfarço bem – retrucou ela, modesta.

– É fácil perceber por que é tão próxima da minha irmã – comentou ele, seco.

– Isso deveria ser um elogio?

– Tenho quase certeza de que colocaria minha saúde em risco se a intenção tivesse sido outra.

Enquanto tenten nutria a esperança de pensar numa resposta espirituosa, ouviu um barulho estranho de algo caindo. Olhou para baixo e descobriu que uma enorme bolota de creme despencara da bomba que ela não terminara de comer e aterrissara no imaculado chão de madeira.

Ergueu a vista outra vez e deu com os olhos verdíssimos de neji, cheios de humor, ainda que ele lutasse para manter uma expressão de seriedade.

– Nossa, que constrangedor... – disse tenten, decidindo que a única forma de não morrer de vergonha era afirmar o óbvio.

– Eu sugiro – começou neji, erguendo uma das sobrancelhas em um arco petulante – que deixemos a cena do crime.

Tenten olhou para a carcaça vazia da bomba, ainda em sua mão. Neji lhe respondeu acenando com a cabeça em direção a um vaso de planta próximo.

– Não! – exclamou ela, arregalando os olhos.

Ele inclinou o corpo para perto dela.

– Eu a desafio.

Tenten lançou um olhar da bomba à planta e de volta ao rosto de neji.

– Eu não poderia.

– No que diz respeito a travessuras, essa é até leve.

Tratava-se de um desafio, e tenten costumava ser imune a artimanhas infantis, mas era difícil resistir ao meio sorriso de neji.

– Muito bem – retrucou ela, endireitando os ombros e enfiando o doce no vaso. Deu um passo para trás, examinou a obra, olhou à sua volta para verificar se alguém além de neji a via, então se abaixou e girou o vaso de maneira de forma que um galho folhoso escondesse a evidência.

– Não achei que faria uma coisa dessas – brincou neji.

– Como você mesmo disse, não é das piores travessuras.

– Não, mas é a palmeira preferida de minha mãe.

– neji! – tenten virou-se no mesmo instante, com a intenção de enfiar a mão no meio da planta e recuperar a bomba de chocolate. – Como pôde permitir que eu... Espere aí. – Ela se empertigou e observou melhor. – Isso não é uma palmeira.

Ele era a própria imagem da inocência.

– Não?

– É uma laranjeira em miniatura.

Ele piscou.

– É mesmo?

Ela o encarou, furiosa. Ou, pelo menos, esperava parecer furiosa. Era difícil fazer uma expressão raivosa para neji uzumaki. Até mesmo a mãe observara, certa vez, que era quase impossível repreendê-lo.

Ele apenas sorria com um ar de arrependimento, dizia algo engraçado e não dava mais para continuar zangado com ele. Simplesmente não dava.

– Você estava tentando fazer com que me sentisse culpada – acusou tenten.

– Qualquer pessoa poderia confundir uma palmeira com uma laranjeira.

Ela controlou a vontade de revirar os olhos.

– A não ser pelas laranjas.

Ele mordeu o lábio inferior, com uma expressão pensativa.

– Hum, é verdade, seria de imaginar que fossem um indício revelador.

– Você é um péssimo mentiroso, sabia?

Ele endireitou o corpo e ajeitou o colete de leve enquanto erguia o queixo.

– Na verdade, sou um ótimo mentiroso. Mas sou bom mesmo em me mostrar apropriadamente envergonhado e adorável quando pego.

O que ela podia dizer depois daquilo? Porque sem dúvida não havia ninguém mais adoravelmente envergonhado (ou envergonhadamente adorável?) do que neji uzumaki com as mãos cruzadas para trás, os olhos vasculhando o teto e os lábios dando um assovio inocente.

– Quando você era pequeno, alguma vez foi castigado? – quis saber tenten, mudando de assunto de repente.

Neji no mesmo instante se empertigou, prestando atenção.

– Como disse?

– Alguma vez foi castigado, quando criança? – repetiu ela. – É castigado hoje em dia?

Ele se limitou a fitá-la, imaginando se ela por acaso tinha alguma noção do que estava lhe perguntando. Era provável que não.



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