Jung Hoseok.
Já te disseram que eu odeio qualquer pessoa que segue uma religião? Ou melhor, eu costumava evitá-las até esbarrar em você no meio da rua, derrubando todas as suas coisas e manchando sua camisa com meu café. Clichê, eu sei. Eu odiava qualquer coisa que exigia crença, tudo porque a dor de ter visto um mártir definhando ainda é latente demais em mim. Após esbarrar em ti, me virei para catar suas coisas, pedindo inúmeras desculpas pelo ocorrido, com receio de que fosse mais um daqueles que por tudo querem arrumar confusão, no entanto, você riu, Hoseok. Gargalhou da minha figura que tentava a todo custo arrumar devidamente as suas pastas caídas, talvez porque eu estava duplamente desconcertado: primeiro pela sua reação inesperada e segundo pela beleza que você possui.
Então, após o tempo que levamos para que eu parasse de rir junto a você (Talvez você já tenha ouvido isso, mas sua alegria é contagiante), sentamos na escadaria de uma clínica de estética e você me disse que não havia nada de intimidador em você, exceto a feiura, logo, não havia necessidade de todos aqueles "não me toques". Então a única coisa intimidadora naquele lugar foi a minha careta, exigindo que você abandonasse essa ideia estúpida. Daí, nos apresentamos e perguntei o motivo de você não ligar para aquilo, quando todos o faziam. Você poderia até mesmo ser meu hyung (ainda pode, já que insiste para que não falemos nossas idades, Hoseok-ah) e estava mais calmo e melhor resolvido com aquela mancha do que eu, sem a mínima intenção de me espancar ou me dar um longo sermão.
Você, por sua vez, respondeu-me que muitas vezes, quando uma toalha branca fica manchada com café, damos demasiada atenção à mancha e esquecemos da toalha*. Me fazendo automaticamente olhar para a sua camisa branca que eu manchei e soltar um riso envergonhado. Então, completou, com uma piscadela: "Eu só faria um escândalo se você arrancasse minha camisa antes que eu conseguisse conquistar meu tão precioso abs", passando a mão pela barriga e fazendo uma versão cômica de uma cara sexy que me fez explodir em gargalhadas. Em meio aos meus risos intermináveis, pude notar o seu sorriso. Desculpe-me, mas deveriam existir duas leis: uma que tornasse obrigatório que todos olhassem para os seus lábios encurvados e dentes à mostra e outra que obrigasse toda pessoa a elogiar o sorriso de Jung Hoseok.
Eis-me aqui, pronto para elogiar a sua figura sorridente até que os deuses não existentes me obriguem a parar, entretanto não consigo achar a palavra ou expressão exata que mensure toda a minha admiração pelo seu sorriso, ao mesmo tempo que nem mesmo intermináveis livros seriam o suficiente ou capturariam toda a imensidão de perfeição que está contida no seu sorriso, não só na beleza que ele possui, mas em tudo de bom que ele emana.
Sendo assim, que passemos à frente nessa narração, onde você me disse que o mundo é feito de reciprocidade, então, já que tudo o que criasse para si, o abraçaria na semana que vem, preferia não topar com uma patricinha metida, egocêntrica, chata e escandalosa. E exatamente nesse momento, mesmo sem saber seu nome, quis me afastar de você por meus preconceitos ao mesmo tempo que queria se aproximar por claramente entender que você era uma pessoa interessante.
E, mesmo que eu tenha tentado começar a me afastar, acabei não conseguindo, pois antes mesmo que eu me desse conta, você conquistou um espaço num local especial de mim, que você derreteu com suas gargalhadas e facilmente entrou. Você derrubou as barreiras que separavam o meu coração das espadas desse mundo com todas as coisas boas que emanam de você, Hoseok-ah.
Porém, como sou um teimoso de primeira, mesmo admitindo que gostava do seu jeito de ver o mundo, mesmo me aproximando mais ainda de você e conhecendo com prazer a pessoa maravilhosa que você é, eu ainda não tinha desistido de procurar um fato que desacreditasse sua teoria, não para confrontá-lo com isso, mas para que eu mesmo parasse de acreditar nisso. E eu posso dizer que achei sim algumas coisas, só não sei se elas comprovam ou desacreditam a sua crença. E, somente por isso, eu estou aqui te contando isso, também para que você me ajude a sair dessa dúvida.
1) Assim como sem querer o fiz com muita gente, agora me vejo apaixonado por você. Isso confirmaria o que você sempre me diz?
2) Eu criei barreiras justamente para não me afeiçoar assim tão rápido às pessoas, afinal, elas não são confiáveis e tudo sempre muda. Entretanto, você as destruiu como que assopra um castelo de cartas. Rápido e indolor. Não seria esse um ponto que desacredita a reciprocidade?
[Eu • Enviado às 19:38]
Respondendo a sua dúvida e seguindo as duas coisas que me mandou, sim, você achou um contraponto. Mas, será que, olhando o todo, não confirmaria o fato de que tudo o que cria, volta para você? Pelo que me contou, você costumava criar dúvidas nas crenças alheias. Não estaria essa dúvida retornando a você?
No entanto, eu continuo acreditando porque desde que comecei a te conhecer, passei a me apaixonar sem perceber e agora vejo todo o amor que demonstrei em sorrisos bobos, suspiros e olhares demorados voltar para mim numa mensagem. Por último, te deixo um aviso: nem pense em me deixar pela próxima eternidade, porque eu me recuso a obedecer aquele clichê de "você-quer-namorar-comigo?". Sei que essa fala seria sua, mas lembre-se: Tudo o que você criar para si, vai te abraçar de novo semana que vem.
[Hoseok • Visualizado às 19:40]
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