História Sempre ao seu lado! (Ladynoir) - Para refletir e concluir

Marinette 

Não acreditei diretamente no que estava vendo. Estive pensando em meu parceiro o dia inteiro, em uma forma de me desculpar pelo meu papelão, e dizer alguma coisa a respeito, e lá estava ele agora, na sacada de minha casa.

- Cat Noir? O quê faz aqui?

Ele não parecia muito animado como ele sempre fica na maioria das vezes que nos vemos, mas parecia querer forçar um sorriso. Seus olhos felinos brilhavam e para dizer a verdade, eu não queria vê-los ainda. Aquele pesadelo tinha me abalado profundamente.

- Eu - ele olhou para cima. - Você poderia vir aqui um instante?

Assenti e subi as escadinhas que davam em uma sacada bem organizada e permitia uma ampla visão da cidade. Cat Noir estava sentado na grade de ferro logo à minha frente virado de costas para mim. Apoiei meus cotovelos no mesmo lugar e ficamos em silêncio por um tempo. Observei a movimentação e o lindo dia que fazia em Paris. Enfim, pensei em algo para quebrar o gelo.

- Mas então... O que te traz aqui?

- Bom, não sei exatamente. Às vezes gosto de sair um pouco e pensar e como eu estava passando por aqui perto, resolvi te fazer uma visita. Não sei, se quiser conversar sobre... Qualquer coisa. Estou precisando, se é que me entende.

- Ah, sim. - bem na hora, pensei. Que coincidência. Me adiantei logo antes que minha personalidade digamos assim, atrapalhada, estrague o momento para resolver tudo. - Olha, não é nada de interessante, deixa para lá.

- Não tem problema algum. Estou aqui na sua frente e seja lá o que queira dizer, pode ir.

- É na verdade uma pergunta um tanto pessoal, caso não se importe.

Ele sacudiu a cabeça, mostrando que não se importava e permitindo que eu continuasse.

- Eu gostaria de perguntar uma coisa: você e a Ladybug. Têm alguma coisa juntos?

Cat Noir de princípio, sentiu um leve desconforto, o que me deixou sem graça, pois ele não respondeu de imediato.

- M-me perdoe se te magoei, não era a minha intenção.

- Não foi nada, Marinette. - disse ele. - E sinceramente, é até bom eu falar sobre isso. Estive pensando muito a respeito. O problema é que eu nunca chegava à conclusão nenhuma. Talvez você possa me ajudar um pouco.

- Eu sou ótima ouvido.

Cat Noir deu um leve sorriso de canto. Então, ele desviou seu olhar de mim para a cidade novamente.

- Eu e a Ladybug... É complicado. Não sei bem o que dizer. Eu, eu, amo My Lady, muito mesmo. Faria qualquer coisa por ela. Mas ela... Não sei se faria o mesmo por mim.

- Como assim?

- Quero dizer, ela não gosta de mim do mesmo jeito que eu gosto dela e ela não me vê da mesma forma que eu a vejo. Para mim, Ladybug não é só uma heroína de Paris. Ela é como uma criatura divina e milagrosa para mim. Ela é perfeita, bonita, engraçada... Eu estou muito a fim dela. Mas parece que ela não me vê assim.

- Talvez você esteja se superestimando. - fiz um comentário, que chamou a atenção de Cat Noir, voltando-se para mim. Continuei. - Você não precisa se achar ruim para ela, e não pense que você não é bom o suficiente. Ladybug ama você também, só ainda não demonstrou.

- Você acha mesmo? - Cat fez surgir em sua expressão algo semelhante a esperança.

- É claro! Já parou para pensar que Ladybug, por trás daquela máscara e de toda aquela auto confiança, existe uma garota normal? Com sentimentos normais, sem aquela perfeição que todos vêem... Não sei se você me entenderá.

- Não, acho que estou conseguindo compreender.

- Você não precisa pensar que errou em algo. Na verdade, está no caminho certo, sabia? Basta acreditar.

Pensei ter falado demais e não ter chegado à conclusão nenhuma, pois Cat Noir não disse nada no momento, apenas me encarou com o olhar e a mente distantes.

Por fim, ele falou.

- Obrigada, Marinette. Você é mesmo uma ótima ouvido. Você é tão gentil e educada, sempre disposta a ajudar os outros, como My Lady! Deve ter alguém a fim de você.

Revirei os olhos e desta vez, fui eu quem desviei o olhar.

- Minha vida amorosa está meio bagunçada do momento. Prefiro nem comentar.

- Olha, eu não sou um bom conselheiro, mas, caso você encontre alguém que ame você como você é, não desperdice tempo. Aqueles que te amam verdadeiramente nunca te abandonarão.

Essas palavras me fizeram lembrar daquela conversa que tive no passado com meu pai sobre as pessoas e até os príncipes encantados. Mal sabia eu que essa conversa seria tão importante para mim agora.

- ... Para quem disse que não sabia dar bons conselhos...

- Ainda estou aprendendo. - sorriu como forma de agradecimento e antes de ir, se despediu. - Bom, até a próxima.

- Até.

Esperei que ele se distanciasse. Não muito mas o suficiente para chamar meu kwami. Tikki apareceu de repente, com os olhos carregados de um certo orgulho.

- Mas que bons conselhos, hein?

- Com quem será que eu aprendi? - disse eu.

- E agora? O que você fará?

- Consegui formular minha decisão e não posso perder tempo. Tikki, transformar!

• Continua...