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História SEMPRE FOI VOCÊ | SasuSaku - Memórias de Sexta a Noite


Escrita por: S0ULMATE

Notas do Autor


Bom dia meus amores! <3

Perdão pela demora na atualização, eu tive um problema de saúde e tive outros projetos para dar atenção. Percebi que o último capítulo deixou muita gente eufórica, e quero avisar que, a partir de agora (mais especificamente entre os capítulos 20 e 21) a história vai se formar com clareza.

Espero que gostem e nos vemos nas notas finais <3

Capítulo 18 - Memórias de Sexta a Noite


CAPÍTULO 18 – MÉMORIAS DE SEXTA A NOITE

SAKURA ABRIU OS OLHOS COM CERTA DIFICULDADE, a claridade estava sendo um incômodo e havia algo martelando forte em sua cabeça, tão forte que a fez querer morrer se isso fizesse com que parasse. Sentindo como se cada pedaço do seu corpo tivesse sido quebrado, pisoteado e em seguida, colocado no lugar.

O que é isso?

Com muita dificuldade, e ignorando todo o seu corpo dolorido, ela se sentou na cama.

O desespero a consumiu quando deu uma boa olhava onde estava e notou que aquele, definitivamente, não era o seu quarto. Em um impulso automático, a Haruno voltou seus olhos ao próprio corpo, e não conteve o suspiro de alívio ao perceber que ainda vestia as mesmas roupas da noite anterior — também parecia estar com todos os órgãos intactos, o que era bom, considerando o seu estado atual.

A noite anterior. A festa. Ela se lembrava de ter ido à festa do Hidan, mas não se lembrava de ter bebido o suficiente para acordar em um quarto estranho, e o pior, sem a fazer a menor ideia de como havia ido parar ali

A dor de cabeça latente e as poucas memórias que tinha acerca da noite anterior não a ajudavam a manter a calma.

— Finalmente você acordou — uma voz estridente ecoou pelo quarto, fazendo com que a garota desejasse ter o cérebro arrancado —, eu estava começando a achar que você estava morta.

Ela não poderia estar mais aliviada por ouvir aquela voz, mas ainda assim, não podia ignorar sua cabeça latejando.

— Ino, você poderia por favor diminuir o volume? — Sakura massageou as têmporas. — Acho que a minha cabeça vai explodir.

Contrariando o seu pedido, Ino deu uma risada alta. Estava claramente se divertindo com a situação.

— Parece que alguém está descobrindo o que é uma ressaca. — A Yamanaka cantarolou.

— Ressaca? — A Haruno não conseguia organizar seus pensamentos, e constantemente apertava os olhos pois a luz ainda era um incômodo. — Onde é que eu estou? — Ela notou que sua voz estava rouca, e como se não bastasse a dor de cabeça horrível, sua garganta parecia ter sido arranhada por dentro.

— Na minha casa, é claro.

A garota já havia estado no quarto da loira antes, mas estava atordoada demais para reconhecer o local. De qualquer forma, era aliviante, mesmo sem saber como chegou ali.

— Como eu vim parar aqui? — Ela se esforçou para que as palavras saíssem claramente. — O que aconteceu ontem? — questionou atordoada.

Sakura viu a amiga gargalhar alto, achando graça de toda aquela situação.

— Você realmente não se lembra? — Ino perguntou entre a crise de riso.

— Ino, isso não tem a menor graça — ela murmurou, levemente irritada por conta das pontadas em sua cabeça.

— Muito pelo contrário, isso é muito engraçado — A Yamanaka retrucou, ainda estava rindo. — Quem diria que você — apontou um dedo em riste na direção da Haruno — teria uma amnésia alcóolica? Eu não acreditaria se eu não estivesse vendo com os meus próprios olhos.

Ela encarou a loira bastante irritada. Estava passando por uma crise e a amiga não estava ajudando em nada.

— Tudo bem — Ino ergueu os braços em rendição e em seguida limpou as pequenas lágrimas que se formaram no canto dos olhos de tanto que riu —, do que você se lembra?

A garota tentou colocar as poucas memórias que tinha em uma espécie de linha do tempo, destacando apenas o que ela considerava ser relevante para essa conversa, portanto, deixou de lado o seu breve encontro com Sasuke na cozinha, do qual Sakura se recordava melhor do que gostaria.

— Eu fui a festa do Hidan com o Sasori — a Yamanaka maneou a cabeça como se fosse óbvio e a incentivou impaciente para que ela fosse logo a parte que realmente interessava —, você apareceu e me levou para o lado de fora, depois eu estava dançando com a Konan e com a irmã do Gaara — concluiu. Satisfeita por ter conseguido montar uma linha do tempo e orgulhosa por não ter feito nenhuma besteira, pelo menos, até onde se lembrava.

— Isso é tudo o que você se lembra? — a loira perguntou com as sobrancelhas unidas. — Sério? — Ela assentiu.

Por algum motivo a Haruno não havia gostado nenhum pouco do tom que a amiga tinha usado.

[...]

COM O CELULAR EM MÃOS, ela foi instruída por Ino a dar play em uma imagem que estava congelada na tela.

Olhava com atenção um vídeo amador, onde uma garota dançava de forma vergonhosa sobre uma mesa rodeada de pessoas. Não demorou muito para que ela reconhecesse a mesa em questão, era a mesma que havia no centro da sala de estar da casa do Hidan, e logo deduziu que esse vídeo fora gravado na noite anterior.

Sakura quase sentiu pena da garota que estava sendo filmada. Quase. Ela certamente teria sentido pena da garota, se não fosse pelo fato de ter notado os cabelos cor de rosa e reconhecido as mesmas roupas que usava até agora. Esse vídeo tinha acabado de virar o seu pior pesadelo. A Haruno poderia dizer que a garota do vídeo se parecia muito com ela, exceto pelo fato inegável de que era ela.

Como isso havia acontecido?

Sua boca formava um pequeno ‘o’ e os olhos pareciam ter se acostumado a claridade, pois estavam vidrados na tela, a garota sequer piscava. Limpou a garganta e buscou força para que as palavras saíssem.

— Ino — ela disse tentando manter a calma —, por que você gravou isso?

— Ah, antes tivesse sido eu, minha amiga. — A Yamanaka não fazia questão de esconder o quanto estava se divertindo às custas de Sakura. — Infelizmente, quando eu cheguei, o seu show já tinha acabado. E eu juro Sakura, se não existissem provas, eu jamais acreditaria.

Ela tentou esconder que estava descontente com o fato de estar mais do que claro que a loira estava adorando toda aquela situação.

E foi aí que a Haruno se deu conta.

— Pera aí — ela fez uma pausa de alguns segundos —, se não foi você quem gravou esse vídeo, o que ele está fazendo no seu celular?

Um sorriso perverso se abriu nos lábios da amiga.

— O Naruto me enviou hoje de manhã — Ino deu um tapa no ar —, e eu não sei de quem ele recebeu, mas está circulando por vários grupos no whatts app.

A garota sentiu um desejo súbito de vomitar, mas o conteve.

Isso não poderia estar acontecendo, era um completo desastre.

Ela deveria estar com uma cara péssima, pois a Yamanaka desfez a expressão divertida e entrou automaticamente no modo de amiga superprotetora disposta a consolá-la.

— Relaxa, Sakura. Daqui a pouco todos se esquecem disso. — É fácil falar quando não é você quem foi filmada dançando bêbada em cima de uma mesa. Sakura optou por guardar essas palavras para si e aceitar o consolo da loira, uma vez que ela não se lembrava desse pequeno show, ela pode ter se esquecido de coisas bem piores. — E se você quiser saber, o seu show de dança não foi nada comparado ao show que veio depois.

Àquela altura, a Haruno não sabia se queria saber o que veio depois. Mesmo tendo certeza de que se arrependeria depois, ela perguntou.

— Do que você está falando? — A garota apertou os olhos outra vez.

— Você não se lembra mesmo? — a amiga perguntou pausadamente.

Ela se limitou a manear a cabeça negativamente. No estado em que sua garganta estava, Sakura evitaria falar tanto quanto pudesse.

— Depois do seu show, o Sasuke te tirou de cima daquela mesa e quis te levar embora. Ele estava agindo como um namorado ciumento, palavras da Tenten... — Ino riu brevemente, e em seguida voltou a se concentrar nos detalhes —, de qualquer forma, se eu não tivesse visto com os meus próprios olhos, eu não teria acreditado.

As palavras da Yamanaka estavam dançando pela cabeça dela. A Haruno se lembrava vagamente de sentir os dedos de Sasuke em torno do seu pulso, mas era uma lembrança tão escassa que nem ao menos parecia ser real.

— O que aconteceu depois? — ela perguntou com medo da resposta.

— Você agiu como uma criança birrenta e se recusou a sair da festa. — a loira disse em divertimento enquanto os lábios de Sakura formavam um redondo ‘o’. — E depois disso, as coisas se transformaram em um verdadeiro show de horrores.

— Ino... para de enrolar e desembucha.

— Qual parte você quer ouvir primeiro? Aquela em que o Sasuke deu o fora na Shion na frente de todo mundo, ou aquela em que ele e o Sasori quase saíram no soco por sua causa?

As palavras da amiga a acertaram como se fossem um soco. Quando é que as coisas tinham saído do controle dessa forma?

Ela apertou os olhos e massageou as têmporas. Sakura se recusava a acreditar que tudo isso não passava de uma grande brincadeira da sua melhor amiga.

— Como? — sua voz saiu mais falha do que antes. — Ino, como foi que essas coisas aconteceram?

— Deixe-me ver — Ino levou o indicador aos lábios, pensando com clareza —, resumindo, depois de tudo o que eu te falei, o Sasori se meteu entre vocês. Ele e o Sasuke discutiram e a Shion apareceu, o Sasuke a mandou embora, ela fez o maior escândalo e te chamou de vadia, e então, o Sasuke deu o fora nela na frente de todo mundo. — A amiga tinha um sorriso radiante nos lábios. — É realmente uma pena que você não se lembre Sakura, é sério! Foi tão bom ver aquela garota metida perder a pose, eu até comecei a gostar mais do Sasuke depois disso.

Ela não pôde negar que essa era uma imagem da qual gostaria de se lembrar.

— Enfim — Ino prosseguiu —, depois disso o Sasuke e o Sasori voltaram a discutir e praticamente partiram um para cima do outro, aí você começou a gritar histericamente para que eles parassem com isso.

— Eles — a Haruno fez uma pausa —, eles brigaram?

Ela não se perdoaria se alguém tivesse se machucado por sua causa.

— Não. — Alívio. Essa foi a sensação que se apossou do seu corpo. — Sorte do Sasuke, inclusive... porque aquele ruivo tem cara de quem já se meteu em outras brigas, e o meu palpite é que ele acabaria com o Uchiha. Em outras circunstâncias eu bem que gostaria de ver o Sasuke perder a pose e ter aquele rostinho lindo machucado, mas como ele me presenteou com aquela cena maravilhosa que foi a humilhação da Shion, ele está com alguns pontos positivos comigo.

— Ino! — A garota chamou a atenção da Yamanaka. — Foco.

Sakura tinha absoluta certeza de que na maioria das vezes, a loira não pensa antes de falar.

— Tudo bem — a amiga se deu por vencida —, parece que a sua histeria fez efeito. No final das contas, porque você chamou a atenção de praticamente todo mundo.

#

FLASHBACK ON

Sasori e Sasuke se encaravam mortalmente. O Uchiha ainda segurava a gola da camiseta do Akasuna com uma das mãos, que por sua vez estava prestes a deferir socos no moreno. A tensão era palpável e a histeria da Haruno não estava ajudando em nada, seus gritos não surtiam o menor efeito diante da fúria nos olhares que direcionavam um ao outro.

As pessoas em volta ansiavam por uma briga, tampouco importavam entre quem ou o porquê, elas apenas queriam ver o circo pegar fogo e, se possível, tentar apagar com gasolina.

Com lágrimas nos olhos e a voz esganiçada, a garota de cabelos rosa estava desesperada. Ela evidentemente havia bebido além da conta, e agora encontrava sem condições de pensar com clareza. Quando percebeu que seus gritos não surtiam efeito, em uma tentativa frustrada de apartar a briga que estava prestes a se iniciar, Sakura tocou o ombro de Sasuke com as pontas de seus dedos, enquanto continuava a gritar em desespero.

— Já chega, parem com isso! — ela gritou mais uma vez, mas não surtiu o menor efeito.

O Uchiha nem sequer desviou os olhos para a Haruno quando disse:

— Fica fora disso, Sakura. Isso não tem nada a ver com você.

Como ele poderia dizer que não tinha a ver com ela quando essa briga só começou por que a garota se recusou a ir embora com ele?

Os gritos dela ecoavam pela sala e chamaram a atenção de praticamente todas as pessoas naquela festa, tanto é que não demorou muito para que os outros meninos chegassem. Naruto, Suigetsu, Gaara e Neji se posicionaram atrás do moreno, mesmo sem entender o motivo de toda aquela confusão.

— Teme, o que está acontecendo? — o Uzumaki perguntou pausadamente, alternando seus olhos azuis entre as mãos de Sasuke que seguravam o ruivo pela camiseta, e por uma Sakura visivelmente transtornada.

— Fiquem fora disso — o Uchiha rosnou, ainda fitando Sasori —, todos vocês. — Por alguns instantes, ele desviou os olhos para os amigos que estavam ali. — Só tirem a Sakura daqui.

— Ei Sasuke — dessa vez foi o Hozuki quem interferiu —, você não acha que isso já foi longe demais?

O moreno trincou os dentes e soltou a camiseta do Akasuna, que lhe lançou um olhar intenso juntamente a um sorriso quase diabólico. O ruivo levou uma de suas mãos ao queixo e desviou o olhar de Sasuke por um segundo antes de encará-lo outra vez.

— Vamos resolver isso lá fora — Sasori disse divertido.

Antes que Sasuke pudesse concordar, o loiro, que estava logo atrás de si com uma expressão nada boa interferiu mais uma vez.

— Sasuke, eu não acho que isso seja uma boa ideia. — Sua voz era temerosa.

— Eu já não falei para ficar fora disso, Naruto?

Sua voz era irritadiça e o clima estava ficando cada vez mais pesado.

Antes que pudessem se dar conta, Deidara, Hidan e Yahiko já estavam em torno do Akasuna.

Naruto e Suigetsu trocaram um olhar significativo um com outro, apesar de ambos não se darem muito bem, eles eram as duas pessoas mais próximas do Uchiha, e os únicos capazes de prever o que estaria por vir. Depois de concordarem com algo em silêncio, o Uzumaki se dirigiu ao Gaara de maneira tão discreta que ninguém, além do próprio Sabaku e do Hozuki notaram.

— Gaara, por favor, tire a Sakura daqui. — A voz branda do loiro era incomum, um contraste em tanto com a personalidade explosiva e escandalosa de Naruto.

O ruivo apenas assentiu e foi até a garota, a pegando gentilmente pelos braços e a lavando para perto de suas amigas e longe de toda essa confusão.

— O que está acontecendo aqui? — o dono da casa de manifestou com um semblante nada agradável. — Você — ele apontou para o Sasuke —, primo do Obito! Dê o fora da minha casa. — Hidan foi até educado, considerando o circo em que o Uchiha e Sasori tinham transformado a sua incrível festa.

— Relaxa Hidan — o Akasuna esbravejou —, eu tenho tudo sob controle.

O albino trocou um olhar divertido com os amigos ao seu lado.

— Se você quer bater nesse garoto, eu realmente não me importo. — Ele deu de ombros. — Mas você poderia ao menos fazer isso do lado de fora, por favor? E antes de fazer alguma bobagem, talvez seria bom lembrar de que ele é o primo do Obito e — o ruivo interrompeu.

— Irmãozinho do Itachi.

Os olhos do moreno se arregalaram brevemente enquanto ele se perguntava como era possível Sasori conhecer o seu irmão e qual seria a relação entre eles.

— Ei, garoto! — Hidan chamou a atenção de Sasuke. — Eu acho melhor você ir embora.

Um sorriso presunçoso se formou no rosto do Uchiha.

— Vamos embora, Sasuke — o platinado falou. — Deixa isso para lá, cara.

O moreno estava disposto a seguir com essa briga.

Obito, que tinha se retirado antes de toda a confusão começar — mais especificamente enquanto Sakura ainda estava dançando em cima da mesa —, surgiu vindo da direção onde ficava a cozinha. Ele tinha um copo em uma das mãos — provavelmente havia ido pegar bebida — e uma expressão confusa nos olhos.

— Galera, o que está acontecendo aqui? — O Uchiha mais velho alternou o olhar entre o Akasuna e o seu primo, que se encaravam tão intensamente que poderiam soltar faíscas pelos olhos.

— Obito, é melhor você convencer o seu primo a ir embora antes que o Sasori acabe com ele. — O Uchiha mais velho viu o mais novo estalar a língua em desdém.

— Mas que droga, Sasuke! — ele vociferou. — O que é que você fez?

— Tsc. — O moreno estalou a língua. — Pode deixar que eu cuido disso sozinho, Obito.

— Talvez esteja na hora de ir embora — Obito insistiu.

— Ei teme, por que você não escuta o seu primo? — Naruto murmurou apenas para que ele e os amigos que estavam por perto pudessem ouvir.

— O Naruto tem razão, Sasuke. Vamos embora — Suigetsu insistiu.

Sasuke cerrou os punhos com força, enquanto o primo trocava um olhar silencioso e significativo com os meninos atrás de si.

Segundos depois, o mais novo estava sendo arrastado para o lado de fora da casa por Naruto, Suigetsu e Neji.

— O que vocês estão fazendo? — ele grunhiu irritado. — ME SOLTEM! Eu falei para vocês ficarem fora disso.

— Teme, você enlouqueceu? — O Uzumaki questionou. — Por que você queria bater naquele cara?

— É por causa da Sakura? — O Hozuki perguntou, recebendo um olhar mortal do moreno.

— Sakura-chan? — Os olhos azuis do loiro estavam levemente arregalados.

— Tsc. Cadê a Sakura?

Uma figura feminina se juntou a eles, ela encarava Sasuke com os olhos frios, muito diferente da sua expressão doce.

— Hinata, onde está a Sakura? —  Uchiha perguntou.

— Ela está bem — Hinata suspirou —, Ino e Gaara estão cuidado dela, Temari e Shikamaru estão ajudando.

— Me leve até ela.

— A Sakura não quer falar com você agora, Sakura — a Hyuuga disse polidamente. — Acho que é melhor você ir embora.

— Teme, vamos embora, amanhã vocês conversam — Naruto interferiu.

— Eu não vou a lugar nenhum sem a Sakura — ele insistiu.

— Olha Sasuke, eu acho melhor você deixá-la em paz agora. — Todos, sem exceção, encararam a morena perplexos, afinal, Hinata Hyuuga não era o tipo de pessoa que se impunha daquela forma, ainda mais perante alguém imponente como Sasuke.

O Uchiha suspirou.

— Eu não posso deixá-la aqui, Hinata.

— A Ino está com ela e é sua melhor amiga, eu acho que ela vai saber cuidar muito bem da Sakura. De qualquer forma, eles já estão se organizando para levá-la para casa, você não tem com o que se preocupar. O melhor a se fazer é ir embora e tentar falar com ela um outro dia, quando estiver de cabeça fria.

— Hum. — Foi tudo o que o moreno respondeu.

Quando Sasuke se virou de costas para ir embora, Suigetsu e Naruto tentaram confortá-lo, mas ele os afastou irritado e seguiu seu caminho.

[...]

Sakura estava sendo amparada por Ino e Temari, com a ajuda de Gaara e Shikamaru. Quando Sasori a avistou e fez menção de se aproximar, a Yamanaka interferiu, indo até ele antes que a Haruno pudesse vê-lo.

— Eu acho melhor você deixá-la em paz por hoje — a loira avisou.

— Eu só queria ver como ela está — o Akasuna afirmou.

—Eu sei — a loira suspirou resignada —, ela está bem, eu estou cuidando dela, e é por isso que estou te pedindo que deixe para falar com ela amanhã, essa foi uma noite... um tanto quanto longa para ela. Quer dizer, ela bebeu mais do que está acostumada, deu um show de dança na frente da escola inteira e viu o melhor amigo quase se meter em uma briga...

O ruivo suspirou e em seguida assentiu.

— Tudo bem — ele fechou os olhos por um instante —, só... cuide bem dela, ok?

A garota assentiu e voltou ao local onde a amiga estava já de pé com a ajuda do Sabaku e do Nara, enquanto Temari havia ido buscar o carro.

FLASHBACK OF

#

— Ino, como é que eu vim parar aqui? — Sakura tinha diversas perguntas para fazer e muitas coisas para absorver.

— O Gaara, a irmã dele e o Shikamaru me ajudaram a sair com você da festa. — Ino parou para pensar por alguns instantes. — Eu não sabia se os seus pais estariam em casa, e pelo seu estado eu achei que não seria bom te deixar lá sozinha... por outro lado, mesmo que eles estivessem em casa, também não seria uma boa ideia, quer dizer, seus pais provavelmente iriam surtar se te vissem daquela forma.

A Yamanaka provavelmente a livrou de uma enorme briga com seus pais, e ela estava extremamente grata por isso.

[...]

SASUKE ESTAVA EVIDENTEMENTE IRRITADO COM A SITUAÇÃO, principalmente com a falta de notícias de Sakura. Ficar sem saber de nada era, de longe, a pior parte de tudo isso.

Ele estava ciente de que agia agido feito um idiota, e não sabia até onde ela estaria disposta a perdoá-lo.

Para O Uchiha, essa situação era o verdadeiro inferno, principalmente sabendo que nada disso teria acontecido se ao invés de ir àquela maldita festa, ele simplesmente tivesse ficado em casa com a sua melhor amiga, como havia planejado desde o princípio.

A Haruno estava irritada, e com razão. Mas, ela precisava mesmo ter aparecido lá com aquele ruivo a tira colo?

Ao menos, ele havia se livrado da Shion. Tentou se concentrar nos pontos positivos. Quem estava querendo enganar? Não havia lado bom que amenizasse o fato de saber que provavelmente havia destruído quaisquer chances com a garota e, talvez, acabado até mesmo com a amizade entre eles.

— Sasuke, o que é que está te incomodando? — seu irmão questionou ao notar que ele segurava o garfo com mais força do que o necessário enquanto almoçavam.

— Hum. — Foi tudo o que o moreno se limitou a dizer.

— Sasuke, você enlouqueceu? — A voz de Obito ecoou enquanto o terceiro Uchiha entrava pela cozinha. — O que foi aquilo ontem?

Ele não deu a menor importância ao primo, ao contrário de Itachi, que estreitou os olhos em curiosidade, o fitando seriamente enquanto esperava por algum tipo de explicação. Quando percebeu que o irmão mais novo não falaria nada, o mais velho se voltou ao primo, esperando que este lhe dissesse alguma coisa.

— Eu me afastei por alguns minutos, e quando eu voltei, o Sasuke estava prestes a sair no soco com o Sasori. — Obito sanou a curiosidade do primo mais velho. — É sério, Sasuke, o que você tem na cabeça?

Itachi e Obito encaram Sasuke esperando por uma resposta, este, por sua vez, apenas balançou a cabeça em negação e fechou os olhos resignado.

— Nada disso é conta de vocês — disse irritadiço. — Aliás, qual é o envolvimento que há entre você e o Akasuna, Itachi?

Ele se recordou de que na noite anterior o ruivo havia mencionado o seu irmão como se o conhecesse.

— Parafraseando o que você disse há pouco, isso não é da sua conta, irmãozinho.

Sasuke estalou a língua, como de costume, e em seguida se levantou da mesa irritado.

— Onde você está indo? — Itachi questionou ao ver que o irmão estava indo na direção da porta da frente ao invés das escadas que levavam aos quartos no segundo andar.

— Vou até a casa da Sakura, preciso falar com ela — respondeu ríspido.

─ Eu não faria isso se fosse você — Obito o advertiu. — Só vai perder o seu tempo, ela não está em casa. — Deu de ombros.

Sasuke o fitou curioso.

— Onde é que ela está? — Parou um instante. — E como é que você sabe disso?

Obito havia acordado mais tarde do que ele, não tinha como estar sabendo de algo que ele próprio não sabia. Sendo assim, como ele poderia saber que Sakura não estava em sua casa?

— Sei lá... na casa do Sasori, talvez... — respondeu em um tom zombeteiro.

O moreno o lançou um olhar mortal, vendo o primo engolir em seco e abanar as mãos em frente ao corpo.

— Foi só uma brincadeira, Sasuke. — Ele se explicou. — Não precisa me olhar como se estivesse pensando em uma forma de me matar... ela foi embora com a Ino ontem, a loira levou a Sakura para a casa dela, ainda devem estar por lá.

Sasuke suspirou rendido, teria que deixar a conversa com Sakura para depois.

[...]

OBITO TINHA RAZÃO, Sakura ainda estava na casa da Ino, e não sairia de lá tão cedo. Bom, pelo menos, não antes do final de semana chegar ao fim. Ela optou por permanecer na casa da Yamanaka até que a segunda feira chegasse, assim, a Haruno iria para a aula com a loira, e não teria que encarar Sasuke até que estivessem na sala de aula.

Quando adentrou os portões de KHS, ela sentiu todos os olhares cravados em suas costas, provavelmente os acontecimentos de sexta a noite não haviam “caído no esquecimento” como a amiga havia mencionado que aconteceria. A garota sabia que nem todas aquelas pessoas estavam presentes na festa, mas se perguntava internamente quantas delas haviam visto o fatídico vídeo que circulava pelos grupos de whatts app de toda a escola — e sabe-se lá mais quais.

— Você parece tensa. — Ouviu Ino comentar encostada na fileira de armários ao seu lado, enquanto ela tentava abrir a porta do seu que, aparentemente estava emperrada.

— Você também estaria se todos estivessem te encarando por conta de um showzinho vulgar — Sakura respondeu sem humor, estalando a língua no céu da boca.

A Haruno estava ficando impaciente, o que não era algo normal se tratando de si, e foi o soco que ela deu na porta de seu armário depois de tentá-lo abrir pela terceira vez sem sucesso, que fez a Yamanaka arregalar os olhos.

— Relaxa Sakura, daqui a pouco todos esquecem.

Ela tinha suas suspeitas de que isso não era realmente verdade, mas limitou-se a suspirar sem tirar os olhos verdes do armário.

— Para você é fácil falar, não foi você que passou a maior vergonha na frente da escola inteira. — Sua voz estava amarga.

Pelo canto do olho, a garota pôde ver a loira colocar uma mecha do cabelo atrás da orelha.

— Eu não vi nada demais naquele vídeo, se você quer saber. — Ela encarou a amiga com o canto dos olhos por um breve segundo, levemente irritada com o esforço que Ino estava fazendo para que deixasse de se sentir mal pelo breve episódio. — Acho até que você está fazendo uma tempestade em copo d’água — voltou seus olhos ao armário —, a coisa mais surpreendente naquele vídeo é o fato de você estar se divertindo.

Sakura ouviu a Yamana dar uma risadinha, mas ignorou com facilidade, principalmente porque, depois de muita insistência, seu armário finalmente se abriu. Seus olhos verdes acompanharam uma pilha de livros indo ao chão assim que a porta abriu, e ela realmente não se recordava de tê-lo deixado tão cheio.

A Haruno recolheu os livros do chão, mas algo chamou sua atenção. Entre os livros, havia um bilhete perdido, onde a palavra “cadela” estava escrita em letras garrafais. Ela encarou o pedaço de papel, se perguntando ingenuamente como o mesmo havia ido parar dentro do seu armário, ou quem poderia tê-lo colocado lá — é claro que a resposta era mesmo óbvia, e a garota sabia.

Ela se perguntava se essa perseguição de fato, nunca teria fim, e então, viu os olhos azuis da loira se estreitarem ao encarar seu rosto, que ostentava uma careta aflita. Logo, a amiga rolou seus orbes ao mesmo lugar onde Sakura mantinha os dela: a pequena folha de papel entre seus dedos. Não demorou muito para que Ino compreendesse o que havia acontecido, abrindo um sorriso amargo.

Viu a Yamanaka arrancar rapidamente o papel de suas mãos, e antes que pudesse pestanejar, a loira já o tinha levemente amassado entre os dedos.

— Será que algum dia ela vai parar com isso? — perguntou levemente irritada.

Não precisavam de muito para saber quem estava por trás do carinhoso bilhete.

— Eu não estou contanto com isso — ela respondeu resignada.

De certa forma, a Haruno já estava mais do que acostumada com as perseguições de Shion, e após tantos anos não tinha a menor esperança de que isso acabasse. Já estava conformada com o fato de que precisaria sobreviver ao menos até o final do ano.

— Ainda mais agora. — Ela encarou a amiga que a olhava como se seu comentário fosse óbvio. — Quer dizer, ela levou um fora do Sasuke, então provavelmente terá muito tempo livre para se dedicar exclusivamente a infernizar a sua vida. — As palavras de Ino fizeram seu estomago se revirar, porém, Sakura tentou não se mostrar abalada.

Mas no fundo, ela sabia que, de alguma forma, a maneira brusca — e nem um pouco agradável — com que as coisas entre Sasuke e a Hatake havia terminado, recairia sobre si em algum momento; provavelmente em alguma espécie de tortura oriunda da cabeça fantasiosa e psicopata da morena.

Por um lado, sentia-se aliviada, afinal, não precisaria mais sentir o estomago revirar ao ver a garota pendurada no pescoço do Uchiha. Porém, apesar de não ter realmente memorias concretas sobre os acontecimentos de sexta à noite, as pequenas memorias em forma de flashs que lhe ocorreram ao longo do final de semana, eram suficientes para que a Haruno suspeitasse de que de alguma forma, Shion a culparia pelo término prematuro do seu relacionamento.

Seu sexto sentido lhe dizia para ficar atenta ao que quer que estivesse por vir.

E talvez, apenas talvez, fosse uma boa ideia de manter afastada do moreno... ao menos por enquanto. Ela tentou se convencer de que a razão dessa estratégia era unicamente para tentar ficar fora do radar da Hatake, mas a verdade, é que a garota também não sabia como encará-lo depois do que houvera. A amizade entre eles estava visivelmente abalada, e ela queria, mais do que qualquer outra coisa, que tudo pudesse voltar a ser como era, mas também não podia ignorar completamente todos os últimos acontecimentos — e os sentimentos que trouxeram consigo.

No entanto, toda essa confusão dentro de si, era algo que ela acreditava ter que lidar sozinha. Por esse motivo, Sakura vestiu sua melhor máscara de indiferença, e se esforçou ao máximo para se demonstrar despreocupada perante os olhos de águia da sua melhor amiga.

— Nesse caso, eu quase tenho vontade de pedir ao Sasuke para que cogite dar mais uma chance a ela. — Seu tom de brincadeira surpreendeu a Yamanaka, que evidentemente não estava esperando por isso.

Afinal, quando Sakura passou a ser tão... irônica?

As pequenas mudanças no comportamento dela eram quase imperceptíveis, mas a loira estava atenta a cada uma delas; desde a forma em que a Haruno aparentava estar mais confiante, tentando não demonstrar medo diante da possível fúria de Shion; até o modo como ela estava evitando Sasuke, como se algo realmente tivesse mudado entre eles; Ino também notou a expressão que se formava no rosto de Sakura quando o assunto era o Uchiha, por mais que a Haruno se esforçasse para escondê-la, não pôde deixar de observar que era uma expressão bem diferente da antiga devoção de uma melhor amiga por seu melhor amigo, a Yamanaka já tinha suas suspeitas sobre essa mudança no brilho dos olhos e no timbre da voz da amiga, e esperava veemente que Sakura não demorasse a admitir seus novos sentimentos; e por fim, havia a repentina aproximação entre ela e o ruivo misterioso, que além de ser um gato ainda emanava aquela sensação tentadora de perigo.

— Eu não acho que seja uma boa ideia. — A loira pontuou. — Não vale a pena entregar o Sasuke Uchiha em uma bandeja para aquela garota apenas para que você tenha alguns instantes de paz... quer dizer, ela não te deixaria em paz de qualquer forma. — Ino levou o dedo indicador a boca e fez um biquinho antes de abrir um sorriso. Sakura, agora, já tinha pegado os livros que precisava e havia fechado o armário. Dessa forma, as duas amigas iniciaram uma caminhada pelo corredor em direção a sala de aula. — E por mais que eu goste da ideia de ver o arrogante do Uchiha sofrendo — ela pontuou pensativa —, aturar a Shion é castigo demais, até mesmo para alguém como o Sasuke.

Sakura sabia que a amiga tinha razão, mas não é como se ela tivesse realmente cogitado aconselhar o moreno a dar outra chance àquela garota.

— Eu acho incrível como você consegue ser tão sensata quando quer, Ino — a Haruno retrucou divertida. ─ Quem diria que você poderia ter um pouco de empatia pelo Sasuke.

Viu a loira balançar a cabeça negativamente de forma divertida.

— Eu ainda o acho um grande idiota, e isso dificilmente irá mudar. Mas até mesmo alguém como ele é praticamente um santo se colocado ao lado da Shion — pontuou. — Mas você me parece bem tranquila para alguém que, apenas há alguns minutos estava surtando por conta de um vídeo e, alguém que provavelmente vai ter que lidar com a ira de uma vadia frívola e psicopata ─ rebateu.

— Melhor rir do que chorar, não é? Eu achei que isso te deixaria orgulhosa, afinal, foi você quem passou o final de semana inteiro tentando me convencer a não me importar com os outros. — Deu de ombros. — Mas de qualquer forma, eu tenho um plano: e ele consiste em me manter longe dos olhos de Shion e das suas lacaias, especialmente do nosso amado trio de ruivas.

— Por falar nisso, eu acho que são uma dupla agora. — Sakura encarou a amiga em evidente confusão. — Ah, você não soube. — Ino deu um tapa no ar em descaso. — Estava muito ocupada dando um show para os garotos da escola. — A voz sugestiva da Yamanaka fez a Haruno revirar os olhos. — Parece que Karin e Shion tiveram uma grande briga, e a nossa querida amiga perdeu uma das suas... ãn... amigas? Eu posso chamar aquilo de amizade?

— Eu acho que o que você quis dizer foi que Shion perdeu uma de suas seguidoras cabeças ocas — ela corrigiu. — Mas por que a Karin deixaria de andar com elas? Quer dizer, não faz sentido...

— Infelizmente, eu não estou a par dos detalhes minha amiga — Ino falou com um certo pesar. — Mas eu posso dizer com certeza que tem algo a ver com o Sasuke, quer dizer, todos sabemos que a Shion não é a única obcecada por ele... — revirou seus olhos azuis — e a Karin nunca fez questão de esconder os seus sentimentos. Bom, o meu palpite é de que a ruiva se sentiu traída pela “amiga” ─ a Yamanaka usou os dedos para fazer aspas no ar — ao vê-la com o garoto que ela gosta. — Deu de ombros.

A teoria da loira realmente fazia sentido, mas Sakura não estava nem um pouco interessada em Shion e, menos ainda, em Karin Uzumaki. A ruiva nunca passou de uma garota arrogante e inconveniente, apenas mais uma das muitas que seguiam o Sasuke para cima e para baixo, implorando sua atenção. Na verdade, a Haruno quase conseguia sentir pena da maneira patética como elas se sujeitavam a seguir o Uchiha, mesmo depois de tantas grosserias recebidas por parte do garoto.

— De qualquer forma, talvez seja melhor eu me manter afastada do Sasuke pelo menos por um tempo — ela falou resignada.

— Você ainda não quer conversar com ele sobre o episódio de sexta? — A voz da amiga era amável, e a garota apenas assentiu. — Isso quer dizer que não vai se sentar com ele hoje... ─ refletiu.

— É melhor assim... ao menos por alguns dias.

— E você tem certeza de que isso não tem nada a ver com uma desculpa para passar mais tempo perto do gostosão do Sasori? — Ela deu um pulo com o comentário de Ino, vendo um sorriso maliciosamente sugestivo se formar nos lábios da mesma.

— O que? Não. Ino! — Sakura a repreendeu com a certeza de que estava vermelha feito um pimentão. — Não tem nada a ver — ela disse ao se recompor. — Eu me manter afastada do Sasuke, não significa que eu vou me aproximar do Sasori. Não viaja, Ino.

— Você pode acreditar no que você quiser — a Yamanaka respondeu em rendição. — Mas, lá no fundo, ambas sabemos que você vai se sentar do outro lado da sala sozinha e, quando o ruivo chegar ele vai deixar o Deidara e se sentar com você — disse com absoluta certeza. — Mas que fique bem claro, Sakura Haruno, que se nessa brincadeira de se afastar do Sasuke, você ousar se afastar de mim, eu irei te perseguir e fazer com que a Shion pareça inofensiva.

A Haruno riu do comentário ameaçador da sua melhor amiga ciumenta e dramática.

[...]

AO LONGO DA SEMANA, ela seguiu com seu plano de se manter afastada de Sasuke, por mais difícil que fosse... Era tão difícil, que a garota se pegou o observando diversas vezes quando o mesmo não estava olhando e, ela nem ao menos sabia o porquê de o estar observando dessa forma — é claro que Sakura tentou se convencer de que era apenas o seu lado mole sentindo saudades do seu melhor amigo.

Ao se afastar do Uchiha, consequentemente se aproximou de Sasori. Não que tivessem passado muito tempo juntos, pelo contrário, apenas se sentaram juntos durante as aulas e, em alguns momentos ele a abordava pelos corredores.

Na quinta-feira, a turma foi surpreendida pela iniciativa do professor de literatura de passar um trabalho em grupo. E não bastasse a revolta que tomou conta da sala de aula por conta do trabalho, o professor conseguiu deixar os alunos ainda mais irritados ao avisar que seria ele mesmo quem sortearia os grupos de trabalho.

Os grupos contariam com seis integrantes, e o trabalho consistia em uma análise minuciosa e completa de um livro — cada equipe saberia qual o seu tema ao final do sorteio dos grupos — com direito a cartazes, mural, ou o que quer que os alunos julgassem interessante para demonstrar ao resto da turma o conteúdo contido no livro.

— Equipe quatro: — a voz do professor ecoou pela sala, a maioria dos alunos estava apreensiva e, a Haruno, em especial, tinha o receio de acabar ficando no mesmo grupo de Shion, afinal, ambas ainda não haviam sido chamadas. ─ Deidara, Hidan, Ino Yamanaka, Karin Uzumaki, Sasuke Uchiha e Suigetsu Hozuki.

Não foi difícil para Sakura notar, do outro lado da sala, o descontentamento da amiga, afinal, Sasuke e Karin não estavam entre as suas pessoas preferidas no mundo e, agora ela teria um mês para desenvolver um trabalho em grupo com eles, um trabalho que valia metade da nota de literatura do trimestre.

Porém, a Haruno não pôde deixar de ficar aflita por si mesma, afinal, havia sobrado apenas doze pessoas, o que significa que são dois grupos e, como possivelmente sua sorte já havia lhe abandonado, era bem possível que ela caísse no mesmo grupo de Shion.

— Equipe 5: Gaara no Sabaku, Hinata Hyuuga, Naruto Uzumaki, Obito Uchiha, Sakura Haruno e — os olhos da rosada se estreitaram, afinal, o professor estava seguindo uma ordem alfabética ao proferir os nomes — Sasori Akasuna.

A garota suspirou aliviada, estava tão ocupada agradecendo internamente por sua falta de sorte ter lhe dado uma folga, que mal pôde notar a expressão de descontentamento vinda do Uchiha do outro lado da sala.

Tinham um enorme trabalho a fazer, e estavam todos de acordo de que deveriam começar quase que imediatamente. Obito rapidamente ofereceu para que utilizassem sua casa para fazê-lo, afinal, havia bastante espaço para todos. Desta forma, ficou combinado de que no dia seguinte à tarde, se reuniriam na residência Uchiha para dar início ao trabalho.

[...]

— Isso é tão injusto — Ino se queixou pela milésima vez, nas contas de Sakura. — Vocês duas estão no mesmo grupo, enquanto eu estou presa com aquela ruiva irritante e o Uchiha arrogante.

— Não é tão ruim assim, Ino. — A voz melodiosa e doce de Hinata tentava, de alguma forma, tranquilizar a Yamanaka.

— Ah, é claro. Você está dizendo apenas porque está no mesmo grupo que a Sakura e, além disso, ainda teve a sorte de levar o Naruto de brinde. — A Hyuuga corou com a menção do nome do loiro.

Após a festa, as coisas entre eles melhoraram consideravelmente, ainda não havia avançado para um beijo ou algo do tipo, mas ao menos, a morena conseguia falar com Naruto sem aparentar que poderia desmaiar a qualquer momento.

A Haruno já havia deixado de tentar consolar a loira, afinal, conhecia a amiga o suficiente para saber que nada a faria parar de resmungar. Então, apenas se resignou e deixou que a Ino reclamasse pela milésima primeira vez.

[...]

ERA POUCO MAIS DE TRÊS HORAS DA TARDE DE SEXTA-FEIRA QUANDO SASUKE OUVIU A CAMPANHIA TOCAR. Ele não estava nem um pouco empolgado, e mesmo a contragosto, caminhou até a porta para abri-la. Afinal, deveria ser algum dos seus colegas de grupo que viriam para fazer o trabalho de literatura, já que o Uchiha ofereceu sua casa após Suigetsu sugerir de que precisavam de um lugar que comportasse a todos.

Mas, quando o moreno abriu a porta sua expressão sisuda — assim como o seu mau humor — se modificou quase que automaticamente, ao constatar que não se tratava de nenhum de seus colegas, mas sim, de Sakura.

Depois de uma semana inteira o evitando, ela estava parada bem na porta da sua casa e, parecia surpresa ao vê-lo, porém, isso não o incomodou nem um pouco. Ele estava mais ocupado em descobrir se ela estava mesmo ali ou se não passava de uma ilusão de sua cabeça, uma piada do seu subconsciente lhe pregando alguma peça.

Havia tantas coisas que ele gostaria de dizer a Haruno, e Sasuke passou a maior parte da semana pensando em todas elas, mas, agora, com ela parada bem à sua frente, ele simplesmente não conseguia abrir a boca. Estava com medo de fazer alguma coisa e a garota simplesmente virar fumaça diante de seus olhos.

Apenas quando o silencio se tornou desconfortável, Sakura pigarreou, e o Uchiha teve absoluta certeza de que ela estava realmente ali.

— Sasuke — a voz melodiosa chamando seu nome era como música para seus ouvidos e, se ele soubesse que sentiria tanta falta de algo tão simples, não teria agido como um idiota há uma semana.

No entanto, o moreno não deixou que a garota terminasse sua frase.

— Sakura... ─ ele a interrompeu, torcendo internamente para que ela não desaparecesse e, quando ela não o fez, Sasuke prosseguiu aliviado — graças a Deus... você não imagina o que eu tenho passado... todos esses dias, eu — ela o interrompeu.

— Sasuke, eu não estou aqui por sua causa. — A voz pausada e firme lhe trouxe uma inquietação interna.

Como assim? Se ela não estava aqui para resolver todos os seus problemas, para o que mais seria?

O rosto do Uchiha assumiu uma expressão confusa, mas antes que a garota pudesse se explicar, outra voz soou, porém, vinda do lado de dentro da casa.

— Sakura ─ a voz de Obito se fez presente no cômodo — você chegou cedo, ninguém chegou ainda.

Sasuke os encarou confuso.

— É que eu moro aqui perto, sabe como é... — Sakura brincou.

Ela adentrou a casa passando pelo mais novo e agindo como se, de fato, sua presença não fosse relevante, o que o incomodou.

— Será que algum de vocês pode me explicar isso? — Ele gesticulou entre a Haruno e o primo.

— Sakura veio para fazermos o trabalho de literatura, nós combinamos com o grupo que faríamos aqui hoje. — A voz de Obito era despreocupada.

No entanto, um sorriso — raro — e divertido brotou nos lábios do moreno ao compreender o que estava prestes a acontecer ali.

— Isso vai ser interessante — ele murmurou mais para si mesmo, mas alto o suficiente para que os outros dois ouvissem e questionassem a respeito.

— O que? — seu primo perguntou.

Antes que o mais novo pudesse responder, foram interrompidos por uma voz que entrou pela porta que havia sido deixada aberta.

— Ei Sasuke, será que eu cheguei cedo demais? — Suigetsu questionou ao olhar em volta e perceber a escassez de pessoas de seu grupo, que, nesse momento, era representado apenas por Sasuke.

— Acontece que nós combinado de fazer o trabalho aqui também... — falou de maneira polida — essa tarde.

Ele viu Sakura trocar um olhar com Obito antes de abrir a boca para finalmente dizer algo.

— Oh ─ ela murmurou. — Nesse caso... Obito, talvez seja melhor marcamos para outro dia, ou então, encontrarmos outro lugar.

— Não se preocupe com isso. — Sasuke ignorou totalmente o fato de que a Haruno não havia se dirigido a ele, e sim ao seu primo. — A casa é grande o bastante para ambos os grupos.

Normalmente, o Uchiha detesta aglomerações, principalmente dentro de sua própria casa. Mas aquele era o mais próximo que havia chegado dela nos últimos dias, e ele não deixaria passar a oportunidade de estar perto da garota, mesmo que para isso, tivesse que suportar a companhia de outras dez pessoas.

Acontece, que naquele momento, ele estava tão concentrado no fato de ela estar ali, tão perto de si, que deixou passar um não tão pequeno e muito importante detalhe: um dos integrantes do grupo de Sakura era Sasori Akasuna.

As demais pessoas foram chegando, e os grupos foram se acomodando em lados opostos da sala de estar. O moreno eventualmente espiava pelo canto do olho a interação entre a Haruno e o ruivo.

Algumas horas haviam se passado, e os trabalhos haviam progredido o suficiente para que alguns integrantes de outros grupos já estivessem dispersos e nada concentrados.

Era fim da tarde e a noite estava perto de cair. No entanto, os últimos raios de sol que deveriam estar se despedindo do dia e indicando o início da noite, estavam encobertos por enormes nuvens negras carregadas. Os primeiros trovões soaram chamando a atenção dos jovens naquela sala, que puderam ver pela janela, o vento se intensificando do lado de fora da casa.

A tempestade que estava se aproximando não estava prevista para aquele dia, e pegou todos de surpresa. Ambos se olharam, como se decidissem e concordassem silenciosamente de que era hora de arrumarem as coisas e seguirem cada um para suas casas antes que a chuva começasse a cair, de fato.

No entanto, sem aviso prévio, as primeiras gotas de chuva começaram a cair do céu, se intensificando de forma rápida e batendo com demasiada força na janela devido ao vento, que estava cada vez mais violento. Os trovões se misturaram aos inúmeros raios, que eventualmente preenchiam as ruas com um clarão.

A tempestade se tornava cada vez mais violenta e tudo acontecia muito rápido.

Um estrondo ecoou, seguido por um enorme clarão do lado de fora e, sem aviso, a sala de estar que antes era iluminada por diversas luzes, se tornou escura. Sendo iluminada apenas pela pouca luz que vinha do lado de fora.

Estavam todos presos naquela casa; no meio de uma tempestade e um apagão; sabe-se lá por quantas horas, afinal, poderia levar a noite inteira e, dessa forma, seria uma longa noite.


Notas Finais


Espero mesmo que tenham gostado.

Eu sei que muita gente estava cheia de expectativas para esse capítulo, mas como eu disse, gosto de desenvolver as coisas de forma lenta e com a maior riqueza de detalhes possível.
No entanto, os sentimentos da Sakura já foram notados por outras pessoas, inclusive, por ela mesma. Além disso, o Sasuke e a Shion acabaram ali, posso afirmar que não irão voltar. Isso não significa que a Shion vai deixar de ser um problema, ela ainda vai...

Até o próximo <3


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