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História Sempre Você... (Camren) - "Eu esperaria a vida toda..."


Escrita por: Camren_Yes

Notas do Autor


Bolinhos!!! Só o que posso dizer é que tô orgulhosa de mim, sério, adorei o resultado desse capítulo e espero saber a opinião de cada um de vocês...

Veery minha linda, eu já te enrolei demais, esse capítulo é todo seu, espero que goste...

Aproveitem e me deixem saber o que acharam...

Capítulo 57 - "Eu esperaria a vida toda..."


― Deviam ter nos avisado antes, Lauren. Eu sou seu pai, tinha todo o direito de saber!

Desde que chegou nesse quarto, Michel Jauregui só fez dizer isso, meu Deus.

― Pai, qual a necessidade? O que você podia ter feito que já não tivessem feito?

― Eu poderia ter estado aqui pra te apoiar, pra cuidar de você, ajudar em alguma coisa, qualquer coisa, Lauren!

― Eu tô bem, relaxa. Todos estão muito empenhados em garantir isso.

― Todos exceto sua esposa não é? Camila deveria estar aqui com você e não visitando a família! ̶ expressa sua indignação― Eu terei uma conversa muito séria com ela quando voltar, isso não se faz! Sempre a tive como uma filha e justo nesse momento ela te dá às costas?

― Você não vai fazer nada nem dizer coisa alguma, eu mesma disse a ela para ir. Pai, por favor, você sabe da situação toda, sabe como é difícil para Camz e se agora ela sentiu que precisava resolver isso tudo, não seria eu a causar problema. Se ela teve coragem para ir, foi por mim, pai, pra estar bem consigo mesma, entende? Não pense nem por um instante que está sendo fácil para nenhuma de nós.
Sabe o quanto sofremos esses anos todos, sabe como foi complicado.

― Ele sabe Laur, fique calma, tá? ̶ Taylor se aproxima mais me permitindo enxergar um pouco de seu rosto, mesmo que com muita dificuldade e esforço― Papai só está nervoso com você estar aqui e essa foi à forma que encontrou de extravasar um pouco, mas não é por mal, não é, Michel? ̶ pergunta e por um instante pensei estar diante de minha mãe.

― Mas é claro que não. Desculpe filha. Desculpe esse velho ranzinza, por favor.

― Você não é ranzinza...

― Só é velho mesmo ̶ completa minha irmã nos fazendo rir. Eu percebo agora como me fizeram falta esses dois. Eu nunca quis afasta-los, contudo sabia que tê-los por perto seria o mesmo que ter minha mãe ou lhes causar problemas com ela.

― Ela demora a voltar?

Inspiro fundo buscando uma resposta segura.

― Eu não sei. Não temos nos falado muito.

― Você tá chateada, Laur?

― De modo algum, tudo o que sempre quis foi que Camila se acertasse com a família e estou feliz que ela esteja tentando, principalmente porque fara um bem enorme a ela.

― Humm...

― E o meu neto? Ou neta? Quando saberei a cor dos presentinhos, Lauren?

Esse assunto me trás um sorriso instantâneo aos lábios.

― Logo, pai. Se o bebê colaborar acho que dentro de alguns dias a gente fica sabendo.

― Eu tô louca de vontade de ser titia! Vou mimar muito esse baby, você vai ver, Mila e você terão de se acostumar com a minha presença constante aqui na casa de vocês.

Se ainda existir um “vocês” é o que penso e guardo para mim.

― As meninas estavam aqui mais cedo pensando em apostarem, tipo fazendo um bolão, acreditam?

― Suas amigas têm problemas...

― Aposto que isso partiu de Verônica Iglesias e Dinah Jane, acertei?

― Como se essa foi uma dedução das mais difíceis, senhor Jauregui ̶ debocho de sua “esperteza”.

Como era de se esperar o clima leve e descontraído teria de acabar em algum momento e acho que nós três percebemos que ele havia chegado.

― Lauren...

― Nem comece.

― Mas, filha você precisa entender que ela é sua mãe.

― E vocês precisam entender que eu não tô nem aí pra isso. Tudo o que eu quero dela é distância.

― Laur, eu entendo que você ainda esteja magoada com a mamãe, mas ela tá arrependida e muito preocupada. Ela não sai desse hospital desde que a gente chegou aqui na esperança de que você permita a entrada dela.

― Pois diga que ela não deve perder tempo, eu não a quero aqui.

― Você está sendo muito dura, Lauren. Sua mãe errou sim e eu sou o primeiro a reconhecer isso, porém é sua mãe e você não deve trata-la desse jeito com todo esse desprezo.

― Desprezo? O máximo que isso pode ser é indiferença, papai, desprezo foi o que ela dedicou à minha mulher todos esses anos. Gratuitamente, que fique claro!

― Filha, eu realmente compreendo tudo isso, mas ela está mudada, princesa, Clara sente muito a sua falta e durante esses meses ela percebeu como esteve equivocada ao negar seu relacionamento com Camila. Você logo será mãe e então entenderá que os pais erram e erram muito, mas sempre com o intuito de querer o melhor para seus filhos, ainda que estes sejam incapazes de enxergarem isso, então não a julgue tanto.

― Não julga-la? Logo você me dizendo isso, pai? Você que presenciou a forma como ela agiu conosco simplesmente por se recusar a aceitar minhas escolhas? Eu fui omissa demais e isso quase destruiu meu casamento! Eu só estou defendendo a minha família, o meu filho que é sangue dela! Eu jamais poderei perdoar todas as coisas que ela disse naquela noite e se isso significa mantê-la longe de mim e de tudo o que me cerca é o que farei!

O latejar ameaça voltar e sinto o mundo girando cada vez mais rápido.

― Laur? O que você tem?

Tomo alguns segundos mais para preencher meus pulmões com ar pesado e consigo somente acenar em espera.

― Calma, Laur, a gente não precisa mais falar disso né, pai?

― Claro. Fique tranquila, meu amor...

Os dois cercam minha cama e mesmo que não os veja bem sinto a preocupação e isso me irrita. Até quando vou ficar assim, assustando as pessoas que eu amo?

― Já tô bem, não se preocupem. Foi só uma vertigem.

― Tem certeza? Eu posso chamar alguém se você quiser.

― Eu tenho certeza, Tay. Relaxa.

Pouco a pouco sinto meu estômago se acalmar e mesmo que ainda não confie totalmente que não devolverei todo o meu café da manhã, já me sinto melhor.

― Eu só queria poder ir embora daqui é esse lugar que me deixa mal.

― Medinho das injeções é?

― Engraçadinha.

― Lauren, talvez eu deva conversar com esses médicos e, não sei, te levar para pedirmos uma segunda opinião.

― Eu quero ir pra casa, pai é só isso e eu tenho certeza de que ficarei bem.

― E alguém te disse alguma coisa sobre te darem alta?

― Ainda não, mas como minha visão tá um pouquinho melhor quem sabe não me liberem logo?

― É.

Mais alguns minutos e assim como veio à náusea se foi, de repente e sem aviso deixando-me mais leve, mesmo que a dorzinha lá no meu cérebro insista em se fazer presente.

― Com licença ̶ pede um enfermeiro, Daniel, reconheço o dono de uma voz bonita cujo rosto ainda não consigo distinguir bem ― Você tem uma visita, Lauren ̶ diz enquanto aplica alguma coisa num acesso venoso (acho que é esse o nome que ouvi dizerem) que tenho em minha mão esquerda ― Já disse como sua aliança é linda?

― Fui eu mesma quem escolhi ̶ minha voz soa orgulhosa.

― É realmente muito bonita. Forte e delicada.

― É que minha esposa e eu somos assim. Extremos ̶ brinco sorrindo.

― Pois eu posso não a conhecer ainda, mas afirmo que ao menos nesse anel que você carrega a combinação é perfeita.

― Obrigada. Ela adoraria saber disso.

― Antes que eu me esqueça, já enviei para o teu celular o que você me pediu.

Sorrio contente. Ele é um bom moço.

― Você trocou a senha também, né?

― Exatamente como me pediu Lauren ̶ responde divertido.

Ele então se despede com a promessa de fazer a visitar entrar (com seus comentários tão gentis nem me lembrei de perguntar de quem se trata e rezo então para que não seja minha mãe) e afirmando que devo descansar e que a medicação logo me deixará sonolenta.

― Deve ser uma das meninas.

― Elas não se fariam anunciar, pode ter certeza.

― Talvez algum colega de trabalho ou até um aluno.

― Ah não, eu não sou muito próximas dos outros professores além da Ally e pedi que nada fosse dito ao corpo estudantil, para eles estou em licença.

― Humm...

― O que ele te enviou?

― Cuida da sua vida, Taylor...

Descobrimos quem é o visitante pouco depois quando uma voz suave chega aos meus ouvidos. No casa, a visitante. Alexia Leng cumprimenta meu pai e irmã como velhos amigos e então me abraça deixando um beijo leve próximo a minha boca, o que me assusta, é claro.

― Sentiu minha falta, Michelle?

― Já disse pra não me chamar assim, você não aprende nunca?

Penso ter ouvido um “parece que não”, mas não posso afirmar.

― Eu já estava querendo vir aqui te ver, daí hoje não aguentei.

― Onde está o pequeno? Não veio com você?

― Eu o deixei com a babá.

― Humm...

― Ei, você vai ficar muito tempo aqui? Porque, tipo, eu tô morrendo de fome, sabe?

― Taylor! Eu disse pra vocês irem comer eu poso ficar muito bem aqui.

― A gente prometeu que não te deixaria sozinha por nada nesse mundo, sua branquela.

― Não seja por isso! Michel, Tay, desçam e comam alguma coisa ou sei lá, podem ir a um restaurante, eu cuido da nossa menina enquanto estiverem fora.

― Eu não preciso ser pajeada, Alexia.

― OK, tá certo. Reformulando, vocês podem sair, eu faço companhia para nossa menina.

― Não sou sua menina.

― Mas tá parecendo uma criança birrenta.

Seguro a vontade de lhe mostrar a língua, mas não evito a carranca que se forma em meu rosto.

― Tem certeza? Não queremos te atrapalhar, Taylor e eu podemos revezar.

― Não se preocupe Michel, eu não tenho a menor pressa, vão tranquilos.

― Certo. Quer alguma coisa, filha?

― Um suco seria bom.

― Limão?

― Pode ser.

― Combina com você, Laur.

― Vaza Tay.

Cada um deixa um beijo em meu rosto e logo sou deixada com Alexia.

― Então... Como você tá? De verdade.

― Melhorando.

― Humm...

― É...

Não é como se tivéssemos muito assunto em comum.

― E seu filho? Ele estava doente naquele dia que nos encontramos.

― Ah, já tá ótimo. Era só uma virose e as crianças se recuperam rápido.

― Que bom.

― Onde estão suas guarda-costas? Fiquei surpresa em não ter que brigar com nenhuma delas para entrar.

― Daqui a pouco voltam. Eu não aguentaria todos juntos aqui, são loucos.

― Faz sentido, eu acho.

― Pois é.

Porque ela não vai direto ao ponto?

― Alexia, o que veio fazer aqui?

― Oras ver como você está.

― Sei.

― É a verdade! Eu queria ter vindo antes, mas não encontrava um momento bom. Não que esse seja, mas eu tinha de vir de qualquer jeito. Estava muito preocupada com você, sério.

E eu sei que ela está sendo sincera.

― Eu agradeço.

― Não há o que agradecer. Lauren, eu estava enlouquecendo sem saber qual era o seu estado.

― Como ficou sabendo? ̶ pergunto apenas para desencargo de consciência.

― Sua mãe me contou. Ela tá desesperada sem poder te ver, isso é muita maldade, sabe? Priva-la disso é jogar pesado, Lauren.

― Se veio aqui para interceder por ela pode ir saindo. Não tô disposta.

― Eu vim para confirmar que você está bem.

― Agora que já viu pode ir.

― Lauren...

― Eu não sou burra não, Alexia. Encontrar-nos nesse hospital naquele dia pode até ter sido acaso, mas não é coincidência demais você aparecer aqui logo quando Clara resolve me procurar?

― Se você acha que...

― Eu não acho nada. Eu sei.

― Ela só me pediu pra tentar conversar cm você, mas sabe que...

― Olha vocês se merecem. Saia do meu quarto.

― Lauren, deixe-me explicar.

― Explicar o que? Clara Jauregui é passado, por escolha dela! Eu não quero ninguém, muito menos você me falando dela, ok? Então se veio aqui com esse intuito, dê meia volta e não volte mais!

― Sempre delicada.

― Vou dizer pela última vez antes de perder o pouco de paciência que me resta. Saia daqui.

― Eu vou, mas só depois de falar tudo o que tenho guardado dentro de mim. E você vai me escutar.

― Fica nessa.

Tateio a cama em busca do controle que chama alguém até meu quarto e ela segura minha mão.

―Eu prometo que saio daqui e te deixo em paz, mas escute o que tenho a dizer. Você me deve isso, Lauren.

― Eu? Isso só pode ser brincadeira!

― Só escute, por favor.

Busco forças onde não tenho para me forçar a respirar calmamente enquanto sinto mais do que vejo seu olhar em meu rosto.

― Por muito tempo eu fiquei me perguntando por que ela.

― Como assim?

Senta em minha cama de frente pra mim é não conseguir ver claramente suas expressões é frustrante.

― Eu teria te feito muito feliz Lauren. Nós teríamos uma vida boa, sabe?

― Alexia, eu não acho que essa conversa faça algum sentido.

― Apenas me deixe falar sim?

Volto a me apoiar nos travesseiros e gesticulo para que ela continue, afinal, quanto antes ela falar, mais rápido isso acaba.

― Nós íamos nos casar! Era o nosso sonho, Lauren.

― Correção. Esse era o seu plano e o de minha mãe, eu nunca mencionei casamento, Alexia. Eu tinha acabado de entrar na Universidade e você cheia de frescuras com isso.

― Mas aconteceria. Mais dia menos dia nós duas trocaríamos nossos votos e pronto, tudo estaria perfeito.

― Só se for pra você.

― Lauren, você gostava de mim, eu sei que gostava! Nós nos dávamos bem, nos entendíamos. Era o esperado por todos que a gente acabasse casadas construindo nossa família.

― Aí está! Isso poderia ser uma consequência, Alexia, mas nunca um sonho, nunca um desejo.

― Estava tudo indo tão bem... Até aquele dia! Eu soube que aquela garota me traria problemas, você ficou enfeitiçada por ela. Mas, eu nunca pensaria que você ficaria tão interessada ao ponto de abrir mão do nosso relacionamento! Eu vi você se afastando pouco a pouco sem conseguir fazer nada pra impedir que isso acontecesse. Eu via nos seus olhos um brilho diferente, pela primeira vez na vida eu te encontrava com o pensamento longe, a sombra de um sorriso nos lábios o tempo todo. Você me evitava, e a cada dia nos encontrávamos menos, sempre apressadamente e você ficava mais e mais angustiada por precisar voltar à Universidade e eu sabia que me deixar ai com toda a certeza não era a causa disso.
Recorri à sua mãe, eu não podia deixar que uma adolescente qualquer te levasse pra longe de mim, eu não perderia a minha namorada pra uma garotinha! Ela me aconselhou e disse que era coisa passageira, que eu devia ignorar e foi exatamente o que tentei fazer. Eu te achava incapaz de terminar um relacionamento de anos por uma aventura.
Lauren, eu te amava tanto que aceitaria uma traição, aceitaria que ficasse com aquela menina, desde que você voltasse para mim.

― Você não pode estar falando sério.

― Mas eu te perdia mais um pouquinho a cada dia. Você encontrava sempre uma desculpa para não estar comigo e ir vê-la. Eu sempre soube que você estava com ela e o pior de tudo era que você, ao contrário do que poderiam pensar, não avançou um centímetro sequer. Eu sei disso porque cheguei a falar com ela ̶ não escondo minha surpresa ― É eu fui conversar com a Camila, eu me rebaixei a esse ponto, acredita? Ela me garantiu que você nunca havia tentado nada e que algo entre vocês era inviável, mas eu vi, eu senti o quanto ela já estava envolvida. Tão ou mais que você e isso doeu Lauren. Machucou demais saber que uma menininha conseguia te fazer feliz de um jeito que eu nuca fui capaz. Em dias ela trouxe luz ao seu rosto quando eu lutei por isso anos e anos. Porque ela e não eu? O que ela tinha pra te deixar daquele jeito todo bobo, inseguro e lindo?
Sabe quantas vezes eu desejei ser o alvo daqueles olhares? Quantas vezes quis implorar por um pouco da sua atenção? Lauren, eu aceitaria qualquer coisa pra não te perder, mas até mesmo sua mãe enxergava que as coisas estavam fugindo ao controle. Você nunca, jamais cuidou de mim como desejava cuidar daquela menina. Ela já era linda, mas eu sei que você sentia atração por mim, então não entendia a razão daquilo, não entendia como podia algo assim acontecer.

― A Camila era tudo o que eu esperava Lexia. Ela era e sempre será minha única razão de ser, entende? Sem ela eu não passo de um planeta fora de órbita, perdido. Eu acho que, mesmo que ela não tivesse aparecido, a vida teria nos aproximado de alguma forma, porque é ela que dá sentido a tudo. É só por ela que meu coração erra batidas, por ela que sinto borboletas no estômago e só ela me fez sonhar com uma família só minha, só ela me fez desejar um casamento, filhos, um cachorro, uma casa com cerca branca e um gramado verde onde pudéssemos brincar com as crianças. Só ela, Alexia.

Seus soluços se fazem ouvir e sinto uma angústia diferente. Alexia não é má, talvez um tanto geniosa, mas tivemos bons momentos juntas e minha intenção nunca foi fazê-la sofrer.

― Quando...  Quando você terminou tudo eu esperava que corresse para ela, mas não. Você foi paciente e soube esperar e isso só me chocou ainda mais. Você, sempre imediatista e ansiosa, esperando por uma colegial! Esperando até que ela estivesse pronta pra te aceitar enquanto que eu sofria por não te ter comigo. Era inconcebível!

― Camila sempre despertou o melhor de mim, Alexia. Eu esperaria a vida toda por ela...

― Eu torcia pra que quando você voltasse as suas aulas isso tudo teria fim e então você cairia em si e nós reataríamos, mas não. Você se manteve fiel em sua espera, assim como Camila que suportava todas as investidas de sua mãe.

― Será que você não percebe isso? Essa é a única razão para minha mãe a odiar tanto! Alexia, você era só mais uma peça no jogo de Clara Jauregui! Eu era a menininha da mamãe, ela era a mulher da minha vida e estar com você não oferecia riscos a isso e minha mãe sempre soube! Eu jamais ficaria contra ela por você!

Eu sei que isso é duro de ouvir, mas é necessário.

― Você nunca me amou, Lauren?

― É claro que amei. Você foi muito importante pra mim, como você mesma acabou de dizer, nós nos entendíamos como ninguém, mas eu sempre soube que minha mãe só te aceitava tão bem porque antes de você estava ela e quando Camila chegou isso teve fim!
Camz era a única que me importava de fato, levar nosso namora adiante mesmo contra a vontade de Clara foi só o primeiro sinal de que ela já não me controlava. Eu me omiti por tempo demais, confesso, entretanto isso não apaga as discussões que tivemos quando ela exigia ou tentava me obrigar a romper com minha namorada. Não deixe que ela te use outra vez, Alexia, você merece mais que isso!

― Eu não sou ingênua Lauren, sei muito bem quais os planos de sua mãe e sei também que esse ódio que ela sente por Camila não passa de ciúmes e inveja porque você deixou de ser sua menininha e se tornou uma mulher quando a conheceu. Mas isso não tem relação alguma com as minhas decisões atuais. O interesse de sua mãe é justamente esse, voltar a ser o centro do seu mundo, mas não será por minha ajuda que Clara conseguirá isso. Não diretamente, pelo menos.

― O que você quer dizer?

― Quando fui embora eu levei minha vida da forma como achava melhor, como queria. Você estava casada e feliz e eu queria o mesmo. Conheci então o pai do meu filho e deu no que deu. Hoje ele é meu amor maior, mas eu me dei conta de que não importa onde nem o quanto procure você sempre será a mulher da minha vida.

― Aonde você quer chegar com isso, Alexia?

― Eu voltei decidida a te reconquistar Lauren. Atravessei o mundo pra fugir desse sentimento e nem isso foi o suficiente. Eu quero lutar por você.

― Quer entrar numa batalha perdida?

― Eu sei que posso te fazer feliz, Lauren. Tenho certeza disso e você nem precisaria abrir mão da sua relação com sua mãe pra gente ficar juntas!

― Você só pode estar louca. Eu amo a Camila, ela é a única pra mim.

― Então onde esta a santa Camila hein? Eu nunca te deixaria sozinha num momento como esse.

― Você não sabe de nada, Alexia, você não entende nada.

― Eu voltei por você e não aceito menos que isso, Lauren.

― Eu não te quero Alexia! Será que você é burra? Não somos mais aquelas jovenzinhas, nós temos responsabilidades! Eu amo a minha esposa, ela está gerando o nosso bebê, você tem um filho! Deveria pensar mais no menino!

― Liam é minha prioridade, sempre será, mas você pode ama-lo também, eu sei que pode. Ele pode ser teu filho, Lauren, se você aceitar me dar uma chance e eu garanto que vou amar seu bebê como se fosse meu, sem diferença!

― Definitivamente você perdeu o bom senso!

― Eu amo você, sua estúpida! Eu juro que eu tentei mudar isso, mas não dá ok? É impossível!

― E eu amo a Camila. Ela é toda a minha vida, ela é o meu amor. Alexia, mesmo que nos perdêssemos uma da outra, ela continuaria a viver em mim. Se a conhecesse várias e várias vezes, me apaixonaria por ela em cada uma delas. É um amor inexplicável, Camila me em suas mãos! Não importa se estamos juntas ou não, é ela quem eu desejo com todas as minhas forças! Posso não ter muito que oferecer nesse momento, mas ainda que nosso casamento não existisse ninguém jamais conseguira ocupar seu lugar em minha vida porque o meu coração é dela.

Antes que possa dizer mais alguma coisa uma forte pressão em minha cabeça me arranca um gemido e o pouco que tinha em meu estômago vai parar no chão ao lado da minha cama. Meu cérebro parece querer explodir enquanto tudo a minha volta parece girar e meu estômago se contrai novamente.

Não sei como, não escutei nem muito menos vi, mas Alexia se aproximou segurando meus cabelos mantendo-os longe do meu rosto enquanto apertava um botão do controle ainda em suas mãos e em seguida o enfermeiro que a pouco esteve aqui esta ao meu lado ditando ordens para mais outra pessoa, me orientando a manter a cabeça baixa e inspirar o mais profundamente que conseguir. Sinto uma espetada em minha mão e vejo outra injetando alguma coisa no soro, ou no que eu acho que seja soro, sem concentrar meus pensamentos em nada que não seja na dor e no enjoo.
Tenho a vaga impressão de ouvir uma voz conhecida e então Alexia, julgo ser ela, desaparece entre os vultos que eu conseguia distinguir.

Tudo vai ficando mais escuro, mais profundo e silencioso, quase sufocante e penso ser efeito de alguma coisa que me deram. Aos poucos o vômito diminui e sinto meu corpo mole, quase flutuando, as muitas vozes deixando de fazer sentido ficando mais e mais distantes. Não sei se falam comigo ou entre si, mas ouço alguém falar alguma coisa sobre tirarem minha aliança e tento falar, negar, impedir, mas minha voz baixa até para meus próprios ouvidos.
Camila não vai gostar de me ver sem a aliança, ela nunca gostou disso, nas poucas vezes em que a tirei, ela ficou muito brava e tivemos umas brigas bem feias. Porque querem tirar hein? Ela nem atrapalha e o moço disse que ela é muito bonita. Vou pedir para ele devolver assim que acordar, senão a Camz vai ficar chateada e ela não pode ficar assim, não é bom pro nosso Elliot... Ou será Angel? Preciso falar com ela, temos que decidir o nome...
Mas e a minha aliança? Ela não vai gostar, posso até ver seus olhos castanhos e ouvir sua voz me repreendendo... Calma, estou vendo? O que tá acontecendo aqui? Sinto alguma coisa pesar sobre meu peito e então uma forte explosão colorida diante dos meus olhos precede uma dor lancinante em minha cabeça e depois... Acabou...


Notas Finais


Como estamos?


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