História Senhor Jackson - Capítulo 1

POV – Percy

Entrei na sala e suspirei colocando minhas coisas sobre a mesa. Faltavam uns dez minutos para o sinal bater e a classe estava silenciosa, não havia ninguém ali comigo, a não ser ela, Annabeth Chase. Acho que ela nem havia notado a minha presença, estava lendo um livro com as sobrancelhas levemente torcidas, completamente adorável. Seus cabelos loiros, encaracolados e cheios estavam jogados para o lado direito e seus lindos olhos cinza liam linha por linha do livro com paciência. Me dei ao luxo de atormentar meus pensamentos enquanto ela não percebia que eu estava ali observando seus doces atributos femininos. Suas lindas coxas estavam cobertas pela saia que as alunas eram obrigadas a usar no uniforme, porém isso não me impedia de imaginar.

– Bom dia, professor. – dei um sobressalto olhando para a porta, Thalia estava ali, sorrindo para mim.

– Bom dia, senhorita Grace.

Olhei para Annabeth e ela sorriu.

– Você está aqui há quanto tempo, Sr. Jackson? – perguntou ela.

Ah, não, Sr. Jackson. Sempre fico meio louco quando ela me chama assim, nem sei quantas vezes já bati uma pensando nela me chamando assim, eu chego a suar só de pensar sobre isso.

– Acabei de chegar, senhorita Chase. Iria cumprimentá-la agora mesmo, mas a senhorita Grace me assustou. – sorri e ela riu quando Thalia começou a corar levemente pelo olhar de reprovação de brincadeira que lancei a ela. A única coisa que pude pensar ao ouvir aquela risadinha foi: Linda.

O sinal tocou. Comecei a aula normalmente. Expliquei a matéria e pedi para que os alunos fizessem um exercício da apostila como desafio quem acertasse primeiro ganhava um ponto na prova. Ninguém tinha se manifestado que havia conseguido ou não, e eu somente observava. Mais precisamente, observava Annabeth. Sei que é errado desejar uma aluna, contudo, ela é a única aluna que vale a pena desejar. As outras, em maioria, se jogam em mim, e eu não gosto. Gosto de Annabeth por causa disso, ela é linda, inteligente, não fica mostrando os atributos que tem e nem é oferecida. Se bem que se ela fosse oferecida de vez em quando para mim, eu ficaria até que feliz. Se ela só demonstrasse que me desejava como eu a desejo, mas nada.

– Senhor Jackson. – e lá vou eu de novo me autocontrolar ao máximo para não fazer nada que demonstre o quanto me dá prazer quando ouço Annabeth me chamar assim, baixinho e delicado.

– Professor. – gritou outro garoto, Jason.

Levantei-me e não fazia ideia de onde ir primeiro.

– Professor, por favor, vem ver o meu primeiro. – implorou ele – Ela tem nota para vender por aí, eu preciso de um ponto. Por favor.

Olhei para Annabeth, que assentiu e sorriu. Fui a mesa de Jason e observei os cálculos dele.

– Sinto muito, senhor Grace, está errado. – disse.

Ele resmungou e eu fui na direção da mesa de Annabeth. Observei a resolução dela, estava certa, não precisava analisar muito, mas eu precisava sentir um pouco daquele cheiro delicioso de morangos. Merda, eu pareço um adolescente virgem que fica todo doido por causa de uma garota bonita. Além de eu passar a maioria das minhas noites imaginando Annabeth gemer meu nome.

– Correto, senhorita Chase, como sempre, meus parabéns.

Ela deu uma risadinha e ficou me encarando nos olhos, com aqueles lindos olhos grandes. Fiquei sustentando seu olhar até que tive que cortá-lo antes que ficasse estranho para nós, por causa de nós e dos outros.

– Com licença, professor Jackson? – perguntaram na porta, dirigi minha atenção para lá, era o professor de física, Hermes, nem sei como ele é professor de física.

– O que deseja? – perguntei.

Ele sorriu para mim, (os filhos dele são iguais a ele, ainda mais por causa desse sorriso, Travis e o Connor são gêmeos e filhos dele, eles são meus alunos e duas pragas), e encarou Annabeth.

– Eu posso pegar emprestado a senhorita Chase? – perguntou ele.

Alguns dos outros alunos começaram a conversar e a olhar uns para os outros, dando risada. Eu acho que perdi a piada, eu nem sou tão velho assim, tenho só 24 anos, mas por ser professor, eles me deixam de fora às vezes.

– Claro que pode. – respondi.

Annabeth se levantou sem entender muito e foi para fora com Hermes. Olhei para Connor e Travis procurando por respostas. Eles logo se levantaram.

– Podemos ir também? – Travis perguntou.

– Por favor. – pediu Connor.

Eu também queria saber o que estava acontecendo, então permiti. Alguns dos meus alunos se levantaram e eu fui atrás para saber que merda que o Hermes estava planejando dessa vez. Os alunos que se levantaram e eles incluíam Connor, Travis, Thalia, Jason, Michael e alguns outros, eles entraram na sala do Hermes que ficava a duas salas da minha. Eles foram para o fundo da sala e eu fiquei encostado no batente da porta. Annabeth estava na frente da sala esperando Hermes procurar algum papel no meio dos outros. Então ele, ao achá-lo, entregou a ela. Ver as coxas dela quando ela está em pé, é pior ainda elas parecem ainda mais perfeitas.

– Senhorita Chase, você sabe que foi a única quem acertou o exercício três da minha prova. E eu queria que a senhorita o refizesse para a sala toda. – pediu Hermes, Annabeth já tinha pegado o giz e quase estava fazendo quando Hermes a impediu – Calma, primeiro… – ele olhou para um dos alunos no fundo da sala, ele era moreno e com olheiras marcadas em sua pele branca, era Nico Di Angelo se eu não estou enganado, afinal, ele não fala, é complicado saber o nome dele – Senhorita Di Angelo, mude de lugar com seu irmão.

A menina que estava na primeira carteira bem a frente de Annabeth se levantou segurando o riso e foi até o irmão que permanecia sentado. Ela o obrigou a se levantar e então o menino foi lá para frente. Acho que esse menino gostava de Annabeth, porque então qual seria o motivo para Hermes ir buscar Annabeth sendo que ele mesmo podia fazer o exercício? Senti uma súbita queimação no estomago de raiva. Não gosto de saber que outros garotos gostam da Annabeth. Apesar de eu e ela não termos nada, sou meio possessivo quanto a ela.

– Ótimo. – Hermes sorriu quando Nico sentou-se na primeira carteira – Pode fazer Annabeth, do mesmo jeito que você fez quando eu pedi na última aula que tivemos juntos.

Annabeth não parecia entender muito bem o que estava acontecendo, sempre inocente, mas mesmo assim ela fez. Agora eu entendia porque ele queria que o moleque ficasse sentado atrás dela. Annabeth fazia o exercício com uma mão em punho na cintura e o quadril ligeiramente inclinado para a esquerda. Eu queria estar no lugar desse moleque. Os outros alunos riam.

Pobre Annabeth, tão inocente. Ela nem devia perceber que estava se mostrando tanto assim. Essa inocência dela podia ser fachada, mas eu adorava. Desde o primeiro dia de aula ela é assim. Enquanto as outras meninas abriam um pouco as blusas quando viram quem era o novo professor, ela se limitou a sorrir para mim e logo já foi tudo por água a baixo. Passo horas em casa, sozinho e fico a maior parte delas pensando em Annabeth.

Foi uma das primeiras coisas que eu fiz quando cheguei em casa confesso. Pensar em Annabeth. Nem sei se a mesma coisa acontece com ela. Aquela menina me deixava puto, eu não podia nem sentar no meu sofá e tomar um gole de uísque que eu já lembrava daquelas lindas coxas brancas e totalmente apertáveis. Ai, Annabeth, Annabeth. O que eu faço com você?

Não havia como eu me segurar mais. Corri para o chuveiro, e tentei ver se um banho de água gelada resolvia alguma coisa. E posso dizer com certeza que isso é mentira, eu sempre tento a mesma coisa para ver se dá certo, mas sempre acabo me aliviando na punheta. E ainda gemendo o nome da Annabeth. Imaginando como seria tocar o corpo dela e ouvi-la dizer "Sr. Jackson" daquele jeito baixinho. Não sei quantas vezes já "engravidei o ralo", como diria meu tio. Me sinto a porra de um adolescente e isso é terrível. Contudo eu simplesmente não consigo ficar com outra mulher, sempre acaba do mesmo jeito, eu sempre vou estar meio alto e imaginando Annabeth comigo.

Ela deve ser bruxa, porque eu fiquei completamente paranoico por ela. Eu tinha que tentar alguma coisa. Se ela não quisesse nunca iria forçar, mas tentar nunca fez mal a ninguém, não é?