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História Sense - Me machuque.


Escrita por: Bieberserelepe

Notas do Autor


Também não conseguir dar uma revisada, as coisas estão agitadas, mas leiam com carinho tá amores.
Continuem comentando tá.
~Kaau

Capítulo 16 - Me machuque.


Fanfic / Fanfiction Sense - Me machuque.

O vento batia no meu rosto levemente, me fazendo fechar os olhos e respirar fundo sentindo a brisa. Já passara das seis da tarde e o tempo estava um tanto nublado, o que me deixava arrepiada com o tempo gélido que era bem perceptível onde eu estava, na área da piscina da casa. Me assustei um pouco quando percebi uma presença atrás de mim e não hesitei em virar e ver de quem se tratava.

-Chris?

-Kayla.- me cumprimentou com um sorriso leve com as mãos no bolso e olhando para o horizonte.

-Se você vai falar de ontem, por favor, eu...

-Eu acho que o Bieber está gostando de você.- disparou me interrompendo e eu senti minha feição cair de imediato.

-Claro que não!

-Eu nunca o vi transtornado como ontem por causa de mulher. Sempre dividimos mulheres, e eu só te beijei porque aparentemente você era igual as outras, mas...

-Mas nada, Christian!- exclamei sentindo meu estômago borbulhar com a ideia. -Impossível.

Parte do meu corpo comemorava, pois isso ajudaria ainda mais com a missão, porém a outra parte estava aflita, e eu sou incapaz de explicar o motivo.

-Você gosta dele?

-Eu... Chris, ele não gosta de ninguém, com exceção de vocês.- dei de ombros.

-Não foi o que eu te perguntei.

-Eu não sei.- falei muito baixo.

-Eu pensava isso também, que ele não gosta de ninguém. Pelo visto, estamos enganados.- ele finalizou a conversa e saiu de perto de mim, me fazendo suspirar com alívio o fim dessa conversa.

-Eu preciso acabar com isso.- pensei alto e não hesitei em entrar na casa e seguir em direção ao escritório do Justin, aproveitando que ele havia saído com Kate e Chaz. Coloquei a senha da entrada do escritório e sabia que aquilo seria registrado, portanto teria que arranjar uma bela desculpa para explicar a minha entrada.

Me aproximei da mesa, vendo que havia alguns papéis em cima da mesma, mas nada relevante. Me sentei na sua cadeira e a primeira coisa que eu fiz foi digitar a senha do computador, esta que eu havia visto ele colocar algumas vezes.

098763459 era o código que estava preso na minha mente para quando fosse preciso, e este era o momento.

Quando a tela abriu, a primeira coisa que configurei foi a visualização anônima para que ninguém visse aonde eu entrei e não hesitei em olhar o drive do computador, haviam muitos arquivos separados em diversas classes, com nomes encriptados, óbvio que eu não conseguiria invadir os arquivos mas precisava passa-los para um pen drive, o que acarretará em mais dificuldade para desbloqueá-los, mas os profissionais em tecnologia do FBI dariam conta disso.

Abri a última gaveta da mesa, sabendo que ali teria cd’s e pen drives prontos para serem preenchidos, a equipe me forneceu um pen drive para essa finalidade mas eu não teria tempo de pegá-lo agora, então agarrei o primeiro que vi e não hesitei em colocar no computador, porém ao encaixar a peça o aparelho desligou e eu franzi o cenho com a reação. Senti meu coração disparado e o medo de ser desmascarada por qualquer que seja o mecanismo do computador me fez tremer um pouco.

-Droga!

Pediu a digital e eu bufei com essa proteção extrema, que agora me impede de ter acesso aos arquivos. Eu não conseguiria ter esse acesso agora afinal eu não tinha a digital do Bieber.

Me encostei no encosto da poltrona sentindo pontadas na minha cabeça e rondei meus olhos por todo o ambiente, até que parei em uma xícara transparente com um resto de café em cima da mesa. E automaticamente a minha mente deduziu que aquilo teria a digital do Bieber, portanto com cuidado, peguei a xícara pela borda da mesma e coloquei contra a luz, vendo sem nenhuma nitidez marcas de dedos. Sorri.

Simulei uma pegada naquele copo, como eu sabia que Justin pegava na xícara, e no local que ficaria o dedão era o ideal para eu copiar e colocar no leitor de digital, porém eu precisava de uma fita adesiva.

Nossa, eu sabia até a maneira pela qual o Bieber pega em uma xícara?

Procurei em todos os lugares e a achei na terceira gaveta da mesa principal. Após descolar uma parte, parti com os dentes e a coloquei exatamente na parte da xícara que ficaria o dedão e a tirei rapidamente, colocando-a em cima do local dedicado para a identificação da digital. Demorou alguns minutos, mas o computador reconheceu a digital, me fazendo comemorar e não hesitar em passar todo o drive para o pen drive.

Meus olhos acompanhava a porcentagem da cópia de informação e além de estar com muito medo de alguém me flagrar ali, eu estava me sentindo errada em estar agindo daquela forma, mesmo sabendo que era aquilo que eu deveria fazer. Depois de quase vinte minutos a cópia foi finalizada e eu tirei o pen drive colocando o no meu bolso e configurei o computador da maneira que estava antes, concluindo com o seu desligamento.

Agora era só eu entregar isso para o meu pai, esperá-los identificar os arquivos e o inferno acabaria.

Levantei da cadeira e segui em direção a saída do escritório, mas antes que pudesse realizar isso, a porta abriu, me fazendo dar passos desesperados para trás. Era o Justin.

Seus olhos estavam vermelhos, sua pele pálida e ele tremia um pouco. Parecia eufórico e ao mesmo tempo cansado.

-Você está drogado?- perguntei de imediato enquanto ele se aproximava lentamente.

-Estou.- respondeu dando um sorriso amarelo.

-Você quer ajuda?- continuava me distanciando, afinal o seu olhar era um tanto sanguinário.

-Eu quero te matar.

-O que?- indaguei com a voz falha, percebendo que, provavelmente, ele descobriu o que eu acabei de fazer.

-EU QUERO TE MATAR.- repetiu, mais alto desta vez, e o meu coração disparou.

Senti minha boca secar e após tentar controlar a minha respiração, perguntei:

-Por quê?

-O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COMIGO É ERRADO, KAYLA.- gritou novamente.

-Justin... Eu não sei do que você está falando. Você não está bem.- tentava manter a calma.

-Eu estou ótimo.

-Vamos lá em cima, eu vou te ajudar.- falei baixo e com um medo claro na minha voz, afinal ele já estava bem próximo.

-O que quer de mim?- perguntou com a voz rouca e uma feição chorosa.

Eu não sabia o que responder e só queria sair dali, pois ele estava aparentemente muito chapado e eu não sabia quais seriam suas próximas atitudes.

-Eu não aguento mais isso que eu estou sentindo.- falou se aproximando ainda mais, se é que isso é possível.

-Para com isso, por favor.- pedi sentindo calafrios no meu corpo.

-Mas eu não conseguiria te matar.- falou rindo. -Porque eu estou louco por você.- ele disse antes de rir amargo novamente. -E nem com todas as drogas do mundo eu consigo te esquecer. Por quê?

Talvez ele não estivesse descoberto e aquilo fosse reflexo do acontecimento de ontem.

-Eu vou sair.- falei e desviei dele, porém antes de chegar até a porta, senti meu cabelo sendo puxado com uma força anormal, o que fez minha cabeça latejar e eu cair sentada no chão, batendo as costas na mesa, o que me fez grunhir de dor.

-JUSTIN!- exclamei com uma voz de choro enquanto apertava o local de onde o cabelo foi puxado.

-Você não vai para lugar nenhum.- falou sério ao se abaixar, deixando o rosto na mesma altura que eu.

Eu estava com medo dele, eu nunca havia o visto assim. E apesar de que aquilo não deveria me assustar, meus olhos já lacrimejavam e meu nariz ardia com a vontade intensa de chorar.

Ele segurou meu queixo forte, me fazendo sentir uma dor absurda na minha mandíbula.

-Me solta.- falei com dificuldade enquanto tentava tirar sua mão do meu rosto.

Seus olhos não estavam claros e atraentes como eu lembrava, apenas era perceptível a escuridão dos seus olhos contrastando com a vermelhidão, proveniente das drogas que usara.

-Eu não sei o que fazer com você.- afirmou franzindo o cenho e afrouxando o aperto no meu rosto. Automaticamente, eu tentei empurrá-lo para trás, numa tentativa de sair do seu enlace, mas sem sucesso, e antes que eu pudesse falar algo, senti meu rosto arder.

Ele havia me batido.

E, inacreditavelmente, fiquei sem reação. Fui treinada para reagir àquele tipo de coisa a minha vida inteira, mas naquele momento eu não sabia fazer mais nada.

Voltei para a realidade e abri a boca algumas vezes, sentindo boa parte do meu rosto dormente com o tapa. Encarei seus olhos vazios enquanto sentia os meus se encherem de lágrimas. Eu não sabia e nem queria falar nada.

Nenhum homem havia feito isso comigo antes e apesar, de ter ciência de que isso poderia acontecer na missão, não estava preparada. 

Ele se distanciou com uma feição desesperada, e tampou a boca com as duas mãos, como se nem ele estivesse acreditando no que fez. Terminei de empurrá-lo, o colocando ainda mais longe de mim. Me apoiei na mesa e consegui levantar, sentindo minhas pernas tremerem. Eu só conseguia chorar e me sentia fraca por isso. Parei de olhá-lo e segui lentamente até a porta do escritório, a abrindo e saindo do local de imediato.

E foi ali, após fechar a porta, e no corredor escuro que eu desabei. Eu caí no chão e comecei a chorar como uma criança, estava difícil segurar os soluços, muito menos as lágrimas que desciam como cascatas dos meus olhos. Tampei meu rosto com as duas mãos enquanto sentia meu corpo amolecer.

-Kayla?- ouvi a voz do Ryan e não consegui olhá-lo, apenas percebi ele me carregar e andar comigo até a sala. Tentei prender o choro, mas não conseguia.

Eu não sabia o que estava acontecendo, apenas sentia que meu corpo estava em colapso, estava tonta, com falta de ar e, além disso, o meu coração parecia querer sair de dentro de mim.

-O que aconteceu?- desta vez, a voz do Chaz surgiu enquanto eu estava sendo colocada no sofá.

Olhei para eles e vi que ambos me fitavam com os olhos arregalados, e com a curiosidade estampada nos olhos, mas quando eles viram uma provável marca vermelha no meu rosto deduziram o que havia acontecido.

-Filho da puta!- Ryan exclamou e foi em direção ao escritório.

-Ele te bateu?- Chaz sentou ao meu lado e eu assenti ainda soluçando. E ele me abraçou, apesar de eu nunca esperar aquilo dele, eu apenas retribui o abraço, conseguindo aos poucos controlar o meu choro. Após alguns minutos quieta no braço do Chaz, eu me distanciei e passei a limpar minhas lágrimas, vendo que eu já estava mais calma.

-Obrigada!

-O que aconteceu?- perguntou, mas eu apenas levantei do sofá e subi as escadas, indo até o meu quarto e fui até a janela, abrindo-a e respirando o mais fundo que consegui, sentindo um cheiro de umidade, graças ao tempo.

Eu estava sufocada!

E foi vendo alguns pingos de chuva que eu conclui: Eu não chorei pelo tapa apenas, eu chorei porque acabei de perceber que eu era incapaz de odiar o Justin, porque estava, inacreditavelmente, apaixonada por ele.

...

Já deveria ser meia noite, e eu ainda estava na posição de horas atrás, observando a chuva.

Como eu pude ser tão imbecil ao ponto de me apaixonar por um dos maiores criminosos da atualidade? Quando eu perdi o controle? Por que eu perdi o controle? A minha mente tentava achar uma razão para justificar a conclusão em que eu havia chegado. Óbvio que aquilo não atrapalharia a missão, ainda mais porque eu já tinha boa parte dela concluída com o pen drive que estava no meu bolso, mas estava acabando comigo internamente.

Mas o que me tranquilizava era que provavelmente aquilo era só uma impressão minha, quando eu visse meu pai e o Dylan isso tudo acabaria, eu tenho certeza.

Minha cabeça doía e eu sentia meus olhos inchados por causa do choro de mais cedo. Ouvi duas batidas na porta e me virei lentamente para mesma esperando ver a Kate, afinal ela ainda não havia vindo falar comigo e provavelmente já deveria saber o acontecido, porém era o Justin.

Prendi a respiração.

-Não precisa ter medo.- ele falou rouco e baixo enquanto desviava o olhar para o chão, parecia envergonhado.

Seu cabelo estava molhado, seus olhos não estavam mais vermelhos e sua vestimenta mostrava que ele estava com frio.

-Me desculpa, Kayla. Eu estava drogado. Não que isso justifique.- falou entre pausas, e parecia muito nervoso. -Eu nunca faria isso com você.

-Mas fez.- sussurrei com a voz um tanto trêmula e ele passou as mãos no cabelo, puxando alguns fios fortemente. Parecia nervoso, não estava acostumado a pedir desculpas.

-Me desculpa Kayla.- pediu mais uma vez, desta vez se aproximando e fechando a porta atrás de si.

Me coloquei ainda mais para trás, me encostando na janela.

-Não. Não tenha medo de mim, por favor, eu te imploro.- falou com a voz carregada de remorso.

-Você me bateu.- sussurrei, e ele suspirou.

-Eu sei. Eu não queria fazer isso.

-Você disse que queria me matar.

-Eu nunca faria isso, Kayla. Por favor.- ele umedeceu os lábios e se aproximou mais um pouco.

-Não se aproxime de mim!- exclamei firme e ele se distanciou de imediato, se encostando na porta.

Ficamos alguns segundos nos encarando naquela distância.

-Eu preciso que você me desculpe.- ele disse cruzando os braços e com o rosto franzido.

-Pare de fingir que está arrependido...

-Eu estou.- me interrompeu.

-Cala a boca!- pedi e ele engoliu a seco. -Eu não te fiz nada.

-Eu sei. Eu só não estou acostumado com essas coisas.

-Que coisas? Do que você está falando?- perguntei incrédula.

-Eu não estou acostumado a ficar pensando em alguém por muito tempo, não estou acostumado em sentir ciúmes, eu não estou acostumado em me preocupar... Eu...

-Cala a boca.- pedi novamente sentindo meus olhos se encherem de lágrimas, sem nem saber o motivo. -Eu odeio você.- falei hesitante, tentando acreditar naquela frase. -Eu te odeio.- falei novamente com os lábios um tanto trêmulo. -Eu te odeio muito.

Ele me olhava um tanto assustado e eu só conseguia repetir que o odiava.

-Não! Não!- ele balançava a cabeça para os lados, negando. -Não vá embora, Kayla.

-Eu tenho medo de você.- falei e ele puxou uma grande quantidade de ar.

-Eu juro pela minha vida, que eu estou tão louco por você que me doí.

-Você deve estar louco mesmo.

-Te ver com medo de mim é a pior coisa.- desabafou com os olhos caídos.

Ele estava mentindo.

-Eu quero ir embora.

-Desde o momento em que ouvi você me falar a porra do seu nome, eu já sabia que estava fodido. Eu sabia.

-O que você quer que eu faça?- perguntei com voz falhada e ele se aproximou, ficando apenas uns três passos de distância de mim. -Você me machucou.

-Me dê outro tapa, um murro, um tiro, o que você quiser. Me machuque.

Meus olhos se ampliaram com a sua fala e eu realmente não sabia o que pensar naquele momento, a minha cabeça parecia que explodiria.

-O que você acha que pode acontecer entre a gente?- perguntei com uma certa carga de deboche e ele riu fraco antes de negar.

-Eu não estou te pedindo em casamento. Nem em namoro. Eu não vou ser seu, mas eu preciso que você seja minha.

-Você não vê o quanto isso soa ridículo?- perguntei e ele ergueu a cabeça, olhando para o teto.

-Eu preciso de você.- falou como se fosse um pedido e eu engoli a seco enquanto ainda tentava botar a minha cabeça em ordem.

-Eu não sei se eu quero apanhar de novo.- falei sincera e ele bufou.

-Eu estava drogado.- deu de ombros.

-E quem garante que isso não vai acontecer de novo?

-Eu não vou me permitir.

-Por que você fez isso?- perguntei de novo, e ele respirou fundo.

-Porque eu nunca senti isso na minha vida, ainda mais por uma prostituta.

Por que eu via verdade no que ele estava falando?

-Eu quero ficar sozinha.

-Eu...

-Por favor.- pedi e logo o vi sair do quarto. Eu mal sabia o que pensar, a minha mente batalhava entre o que eu achava que estava sentindo e o que eu deveria sentir. E as palavras do Justin de minutos atrás complicava ainda mais. 

Deitei na cama e fechei os olhos, tentando colocar na minha cabeça que tudo está próximo do fim, bastava dar o pen drive para o meu pai e eles conseguirem invadir as informações.

E eu voltaria a minha vida normal com o Dylan.

Dylan. Eu havia esquecido dele. 

Suspirei e mal vi o momento em que minha mente desligou.

...

Após duas camadas de base e pó compacto consegui esconder a marca que Justin deixou no meu rosto. Eu trajava uma calça jeans acompanhada por uma fina blusa vinho que marcava o bico do meu peito por causa da ausência do sutiã. 

-Ei.- ouvi a voz da Kate e a olhei de imediato, ela estava na porta do quarto e me observava com cautela. 

Eu odiava aqueles olhares.

-Como você está?

-Tudo bem.- menti

-Vamos para o galpão.

A minha vontade era não sair, mas eu seria forte e completaria essa missão a todo custo.

Apenas Kate estava na casa então ao descer para a garagem eu não precisei olhar para a cara de mais ninguém.  O caminho até o galpão, que eu já conhecia, foi silencioso e a mulher que dirigia me dava o espaço de não precisar falar sobre o recente acontecimento. Ao chegarmos no nosso destino, antes de entrar, eu já ouvia a voz do Bieber. Parei no meio do caminho, vendo Kate me olhar interrogativa.

-O que?

-Pode ir indo. Eu já vou.

-Posso te falar uma coisa?

-Sim.- respondi sem hesitar a vendo respirar fundo.

-Eu vou ser bem sincera, que ele é louco por você é óbvio, mas isso está o matando por dentro, ele está se sentindo vulnerável e pessoas como o Justin caem ao se sentir assim. Então... Se você não estiver preparada para esse tipo de coisa, sai dessa Kayla.

-Sai dessa?- perguntei franzindo o cenho. -Você acha que eu devo ir embora?

-Eu quero saber se você está disposta a entrar nesse mundo.

-Se com entrar nesse mundo, você quer dizer apanhar, não estou não.- fui direta e sincera a vendo suspirar negando com a cabeça.

-O que é um murro garota? Perto de um tiro ou qualquer outra merda.

-Então estou sendo dramática?- perguntei incrédula e ela revirou os olhos.

-Não é esse o ponto, a pergunta que você deve se fazer é se isso que você está sentindo é pelo murro apenas, ou por causa de quem te deu o murro.- concluiu e eu fiquei sem saber o que respondê-la, e com o meu silêncio ela se dirigiu para dentro do galpão, sumindo das minhas vistas.

Coloquei uma das minhas mãos no meu pescoço, o sentindo tenso. Mas eu até que estava gostando desse pensamento da Kate, eles acharem que eu estou gostando dele é o melhor para a missão.

-Ei.- a voz grossa do Justin chamou a minha atenção, me fazendo levantar o olhar para ele, que se aproximava. -E então?

-Está tudo bem. Eu te desculpo.- disparei e ele assentiu pegando na minha nuca levemente, penetrando ainda mais seus olhos no meu.

-Esses olhos...

Sorri.

Ele aproximou seu rosto ainda mais e encostou nossos lábios, e logo, passamos a mover nossa boca lentamente, sentindo e aproveitando o gosto um do outro. Eu não lembrava da última vez que havia dado um beijo demorado, normalmente os beijos eram afobados com o Bieber, portanto apesar de ter estranhado aquilo eu dei continuidade ao beijo.

–Eu preciso deixar claro.- falou depois de alguns segundos que separou sua boca da minha.

-O que?

-Eu não quero intensificar mais isso- falou tentando achar as palavras certas, se referindo claramente ao nosso lance.

-Você está querendo dizer o que exatamente?

-Que não é para você achar que temos algum... futuro.

-E quem falou que é o que eu quero?- indaguei com um sorriso descontraído e ele franziu o cenho antes de rir fraco.

-Então só sexo?- perguntou estendendo a mão e eu a apertei, como se estivéssemos fazendo um trato, e após o ver piscar o olho direito, eu entrei no galpão, o deixando sozinho.

Depois de algumas horas vendo os meninos bolarem um novo golpe para desviar o dinheiro que seria usado para algumas obras no centro de Washington, todos resolvemos ir para a boate, como de costume.

Fui com a Kate no seu carro, e eu ainda estava bastante calada com toda a situação recente, era difícil acreditar que eu havia apanhado de um homem, não que eu não esperasse, mas aquilo me derrubava por dentro. Porém o mais instigante disso tudo era que eu estava com menos raiva do que deveria do Justin, e talvez fosse essa sensação de ter perdoa-lo de verdade que estava massacrando meus pensamentos.

-Ei, chegamos.- Kate falou já abrindo a porta, e eu me surpreendi ao ver que já estávamos na porta da boate. -Você está com a cabeça longe, Kayla.- ela disse risonha após sairmos do carro.

-Não se preocupa, eu estou bem.- falei serena quando entramos no clube. Eu não estava nem um pouco animada para a noite, mas eu precisava me manter firme.

Alguns rostos conhecidos passavam pela gente no nosso trajeto até a área vip, a boate estava cheia e por isso demoramos um pouco de alcançar o local aonde o resto da gangue provavelmente estava. Quando cheguei na área vip, perdi Kate de vista, provavelmente a mesma teria ido falar com alguém, e não hesitei em seguir até a mesa de costume vendo Justin e Ryan. Ambos arrodeados de mulheres.

Justin estava com duas mulheres loiras ao seu lado e pareciam estar falando safadezas, a feição do Bieber denunciava. Ele arqueou o cenho ao me ver sentando na mesa e eu mal o olhei, apenas peguei meu celular e verifiquei as horas, que já se passava das onze.

-Ei, eu queria dar uma volta.

-Sozinha?- ele indagou e eu assenti.

-Posso pegar um carro?

-Vai no de Kate.- ele disse e apontou a cabeça para ela que acabara de entrar na área que estávamos. -Mas eu vou falar com o Steve para te acompanhar, você nem vai perceber a presença dele no carro de trás.

-Não precisa.- pedi, afinal estava planejando outra coisa.

-Kayla...

-Eu não quero.- falei novamente aproveitando que ele estava um tanto “mole” comigo pela noite passada e o vi assentir após sugar uma boa quantidade de ar.

Sorri em agradecimento e levantei, indo até Kate.

-Ei, me empresta suas chaves?

-Tudo bem.- ela me deu sem hesitar e eu sai da boate em questão de segundos, indo até o carro.

Passei a dirigir e após alguns segundos no controle do volante, peguei o meu celular e disquei o número de Drummond, que demorou alguns segundos para atender.

-Quem é?

-Kayla.- respondi. -Eu tenho o drive.- fui direta.

-Está brincando?

-Não. Eu consegui pega-lo.

-E é o suficiente?

-Não sei...- falei e alguns flashes da noite anterior atingiram a minha mente, me fazendo mudar de resposta. -Sim, eu entro em contato em breve para te entregar.- falei e desliguei a ligação quando vi que havia um carro sinalizando atrás de mim. Ele piscava os faróis, me alertando de algo. Reduzi a velocidade e esperei-o chegar ao meu lado para ver se se tratava de alguma emergência ou algo do gênero. Era um homem branco, um tanto grisalho e ele através de um gesto com as mãos me pediu para encostar, haviam poucos carros naquela rodovia, portanto não seria difícil fazê-lo, porém eu sabia que era algo errado, então apenas coloquei mais força no acelerador e me dirigir para a via mais a frente, o aceleramento do carro ao meu lado me fez concluir, que de fato, aquilo era alguma armação, provavelmente para Kate, afinal eu estava no carro dela. 

Eu não conseguiria despistá-lo, então apenas queria me certificar que o Bieber soubesse de um provável sequestro. Entrei em uma via que eu sabia que era monitorada por câmeras e diminui a velocidade, e ia encostando no acostamento enquanto pegava o celular para deixar uma ligação em aberto com o Justin e ele pudesse ouvir os próximos acontecimentos, mas antes disso dois homens chegaram na janela do automóvel com armas nas mãos.

-Larga a porra do celular.- um deles falou e eu prendi a respiração, antes de tentar me manter calma. Coloquei o celular no banco carona.

-Já larguei.- falei e levantei as mãos em forma de rendição quando percebi que além deles, eu estava totalmente cercada por outros homens. -Quem são vocês? Querem dinheiro, é isso?- perguntei pois eu era treinada o bastante para não ter pânico nessas situações. O homem próximo a minha janela riu fraco com a minha pergunta e encostou a arma na minha testa, me fazendo sentir o cano gélido da mesma.

-Saia do carro agora, Kayla.- falou ressaltando o meu nome, deixando claro que ele sabia quem eu era.  

-O que vocês querem?

-Sai da porra do carro agora.- repetiu dessa vez impulsionando de novo a arma na minha cabeça e eu mal consegui tirar o cinto, já fui puxada do carro e logo, sofri um golpe mata-leão, ficando com o braço do homem que me segurava no meu pescoço, apertando o mesmo. Respirei fundo e tentei controlar o meu nervoso, não adiantaria lutar com ele, visto que havia mais de 15 homens contra mim.

Comecei a sentir a falta de ar proveniente do aperto na minha traqueia e apertei seu braço com toda a força possível, tentando tirá-lo do meu alcance, mas sem sucesso. Logo, uma sensação de tontura e fraqueza se apossou do meu corpo, pois estava implorando por oxigênio. E antes que eu pudesse dar conta, tudo escureceu.


Notas Finais


✓Espero que vocês tenham gostado.
✓Não esqueçam de deixar a sua opinião.
✓TRAILER: https://youtu.be/gKM4UPCCMSU
~Kaau


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