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História Senses - Matthew


Escrita por: ElConejoMuerto

Notas do Autor


Gosto dessa história... Consegui planejar ela até o capítulo 8, até agora ^^
Espero, sinceramente, que gostem. Tô tentando escrever de um jeito diferente em relação ao que escrevia em 2011, quando foi a última vez que escrevi slash.
Boa leitura ^^

Capítulo 2 - Matthew


Matthew sentiu o pelo macio e sorriu. Sentia o calor morno que a cabeça de Bella produzia ao apoiar-se em seu joelho. Podia ouvir o barulho do rabo da cabela chocando-se, repetidamente, contra o chão, demonstrando a felicidade do animal. Acariciou suas orelhas, o que foi o suficiente para a labradora erguer-se e apoiar as patas dianteiras em seus joelhos, tentando lamber seu rosto.

- Matthew, não deixe ela fazer isso! - ouviu os passos da mãe se aproximando e logo Bella desceu - Ela precisa ser uma cadela calma e controlada, como quer sair na sua com esse furacão? - ralhou - Você faz ela esquecer tudo o que aprendeu com o adestrador!

- Mãe, ela é uma filhotona ainda, relaxa. Ela vai se comportar. - sorriu, procurando a cabeça da cadela com a mão, logo sentido a língua áspera lamber seus dedos.

- Ela vai aprendendo com o tempo, Kim. Calma. - Gary Sanders sentou no sofá de dois lugares, fazendo sinal para a mulher fazer o mesmo.

- Norah está atrasada. - tornou a resmungar, mas sentou, ainda que relutante, ao lado do marido - Ainda não acho isso tudo uma boa ideia.

- Você ainda não me disse porque. - os olhos esverdeados de Matthew, fixos na parede, pareciam sérios - Você concordou que eu participasse do programa, mas por que implicou tanto com Norah de uma hora pra outra? Você pareceu gostar tanto quando ela disse para nos inscrevermos no programa.

Kimberly e Gary Sanders se encararam, mudos. A mulher demonstrava ansiedade e notas de irritação, o marido fazia sinais para ela se acalmar, demonstrando sinais de cansaço. Amy, ao lado de Matthew, percebia a confrontação silenciosa entre os pais.

- Vou soltar a bomba logo. - declarou, suspirando.

- Amy!

- Já era, mãe. - sorriu, recebendo um olhar curioso por parte do pai.

- O que foi? - Matthew virou o rosto na direção da irmã, o cenho franzido e os olhos estáticos arregalados.

- Mamãe está com raiva porque Norah vai trazer um garoto meio problemático pra ser sua companhia. O guri já se encrencou várias vezes e ela disse que parece que ele não tem jeito, mas que decidiu colocar ele pra ficar de olho em você pra ver se ele se ajeita.

- Dois coelhos e uma só caixa. - Gary deu de ombros, sorrindo - Achei uma ideia interessante.

- Interessante?! - Kimberly esganiçou - Colocar um marginal com o seu filho é interessante?

- Marginal? O que esse garoto fez, afinal? - Matthew acariciava a cabeça de Bella, parecendo ansioso.

- Roubou umas bebidas, pichou uns muros. - Gary tinha notas de riso na voz, o que fez a mulher crispar os lábios, que se tornaram uma fina e irritadiça linha no rosto - Um garoto normal de dezessete anos.

- Legal. - Matt sorriu - Qual o nome dele?

- Legal? - a mãe inclinou-se para segurar na mão livre do filho - Você ouviu isso, Gary? Você quer que seu filho tenha esse tipo de influência, esse tipo de comportamento?

- Mãe, não exagera... - Amy rolou os olhos - Eu bebo. Sou uma má pessoa por causa disso?

- Você já roubou bebidas, Amy?! - a mãe estreitou os olhos e ficou ainda mais séria quando a garota negou com um movimento de cabeça, rindo - Vocês estão subestimando a situação toda! Vocês já pararam pra pensar no que esse rapaz pode influenciar Matthew?

- Como um cego vai roubar algo, mãe? - o rapaz sorriu, fazendo o silêncio brotar na sala. Amy e Gary ficaram instantaneamente calados e Kimberly, em um movimento involuntário, apertou a mão do filho. Matthew continuou a sorrir em face do clima pesado que tomou conta da sala. Sentia Bella esfregando a cabeça em suas pernas - Você virou imortal e não me avisou, mãe? Um dia você vai partir... E talvez eu fique por último de nós quatro, não sei. Você não vai poder cuidar de mim pra sempre... Pelo menos não desse jeito. Não foi você mesma quem disse que Norah fazia um ótimo trabalho com adolescentes desajustados e colocava eles na linha? Então? Não acho que ela vá colocar um marginal pra fazer companhia a um cara cego que, ainda por cima, é filho de uma das amigas de infância dela.

- Eu sei, querido, mas...

- Deixe ela tentar. - foi a vez de Matthew apertar a mão da mãe - Sei que você tem medo, eu não vejo, mas consigo perceber a sua ansiedade desde a última vez que vocês se falaram no telefone - riu - E, mãe, isso é algo pra mim, não pra você... E eu estou achando isso tudo muito divertido, se quer saber.

- Divertido?

- Uhum. - sorriu largo - Quantos amigos fora de casa eu tenho além de Brian? - o silêncio tornou a reinar na sala, maculado apenas pelo barulho das batidas do rabo de Bella no assoalho. Matthew tornou a sorrir - Vocês são muito dramáticos, credo.

- Desculpe, filho. - Gary passou o braço por cima dos ombros da esposa - Entenda que pra nós é difícil... Não tão difícil como é pra você... Mas nós somos seus pais, é nossa obrigação te proteger... Se privamos você de algo...

- Eu sei, pai. - Matt o cortou, sério - Só... Confiem em Norah. Não façam escândalo e... Se esforcem pra dar pelo menos uma chance pra esse garoto.

- É isso o que você quer? - Gary olhava fixamente para os olhos estáticos do rapaz, sentindo um frio desagradável na barriga, mistura de ansiedade e medo. Ignorava o olhar suplicante da mulher que, claramente, desejava encerrar aquela experiência antes mesmo que ela começasse.

- Sim. - deixou de acariciar a cabeça de Bella e usou a mão para cobrir a mão da mãe, segurando-a firmemente com as duas mãos.

Bella ergueu a cabeça, curiosa, ao ouvir o barulho de um carro estacionamento na frente da casa. Amy sorriu largo, apertando o ombro do irmão.

- Sua babá chegou, Matt.

O garoto riu baixo, sendo imitado pelo pai. Kimberly Sanders permanecia séria. 

 



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