História Sensitive Love (LONG FIC - BTS ) - Sentimentos incertos III - O ápice da tempestade

“Passei por cima dessa vagabunda duas vezes
Passei por cima dessa vagabunda duas vezes
Você me conhece eu estarei com qualquer um que for
Se uma vadia tretar comigo nós vamos tretar pra sempre”

Foreva - Cardi B

Sam On ~

— Pelo amor de Deus, não vai fazer nada precipitado, Samantha. — Jimin balbuciava enquanto tentava acompanhar os meus passos.

Embora eu fosse uma pessoa bem altruísta, eu decidi esquecer este meu lado. Eu sabia muito bem que deveria ter sororidade e essas coisas, mas que se foda.

Toda minha paciência tinha ido para a casa do caralho, junto com a porra da sororidade.

Eu posso aturar que ela me odeie, posso aturar a frieza dela e até mesmo,  a porra do racismo velado dela. Mas se tem algo que não vou admitir é que ela brinque com o coração do Hoseok.

— Eu definitivamente vou esganar essa franga. — Sibilei para mim mesma, me apressando para alcança-los, até que Jimin subitamente se colocou em minha frente.

Puxei todo o ar, tentando controlar o meu nervoso e contei até dez mentalmente, na tentativa  — impassiva— de me acalmar.

Ok isso não tá funcionando.

— Jimin... saí...da porra... da minha frente. — Alertei falando devagar, tentando soar o mais calma possível. Entretanto, ele não saiu. — Jimin... se você não sair da minha frente, eu vou chutar o seu saco com tanta força, que você vai ficar estéril pelas 3 próximas reencarnações. — Falei ríspida e ele cruzou as mãos nas partes intimas.

— Eu só  quero te impedir de fazer uma besteira. — Alegou consternado. — Olha, vamos fazer assim... tiramos uma foto deles como prova e mostramos para o Hobi hyung, certo? O que acha? — Indagou um tanto nervoso e eu suspirei pesadamente antes de tirar o celular do bolso e tirar uma foto.

Jimin pareceu se tranquilizar com o meu gesto, mas isso só durou um minuto já que voltei a  andar na direção deles.

— Ok, você pediu pra eu tirar a foto e eu tirei. Mas não vou deixar isso barato. —Sentenciei e Jimin segurou meu pulso. — Jimin... eu não vou falar uma terceira vez. — Ditei voltando minha atenção para ele, que hesitou um pouco em soltar meu pulso.

— Tudo bem, tudo bem. — Falou erguendo as mão e se rendendo. — Só pensa bem, não vai fazer um escândalo pois pode prejudicar  a todos nós. — Ele advertiu, mas mesmo entendendo as suas palavras continuei andando.

O casal estava saindo por uma das portas do shopping e eu apressei os passos para não perdê-los de vista. No momento em que cruzei a porta, analisei para ver se não tinha mais ninguém passando e dei passos pesados até a garota, que se assustou ao me ver e se desvinculou dos braços do rapaz.

Já o rapaz  tatuado que estava com ela, pareceu surpreso por um momento. Parando para observar agora, até que ele é bonito. No entanto, assim que troquei olhar com ele, me lançou um sorriso cretino e mordeu os lábios.

Humpf... eu já conheço esse tipinho. O que tem de bonito, tem de filho da puta.

 Eu nem esperei ela dizer nada, coloquei todo o peso que consegui na minha mão direita e desferi um tapa bem forte no meio da cara dela, que fez ela ir ao chão.

— O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTA FAZENDO? VOCÊ FICOU LOUCA? — Ela teve a cara de pau de perguntar aumentando a voz para mim,  enquanto esfregava o lugar do tapa.  Não pude deixar de notar que ela estava com uma aliança no dedo,  deduzi  ser a aliança que estava naquela caixa que Hoseok me mostrou.

— O QUE ESTOU FAZENDO? VOCÊ TÁ MESMO PERGUNTANDO ISSO SUA VACA? — Aumentei o tom também.  — POIS BEM! ESTOU FAZENDO ALGO QUE DEVIA TER FEITO A MUITO TEMPO. — Falei desferindo outro tapa no rosto dela, que a fez voltar ao chão.

No momento seguinte, me coloquei em cima dela e deferi mais umas 3 bofetadas. Senti mãos na minha cintura me puxarem bruscamente, me afastando daquela lambisgoia e eu protestei me debatendo.

— Me solta, me solta Jimin! —Ordenei ainda me debatendo, mas ao me virar percebi que não era o Jimin e sim o idiota que estava com ela.

— Opa, não é o Jimin e sim  o Jay. Estou as suas ordens. — Ele falou com um sorriso cretino nos lábios e eu comecei a me debater mais ainda. — Nossa, que gatinha nervosa. Calma neném. — Ele sussurrou no meu ouvido.

Filho da Puta,  Nojento, Duas caras.

A raiva possuiu o meu corpo e eu continuei me agitando. Quando percebi que não ia adiantar dei um pisão no pé dele e uma cotovelada bem no estômago, que o fez me soltar e praguejar inúmeros palavrões.

— Olha aqui palhaço, você não acha que é muita pretensão sua estar com essa vadia e ainda achar que pode me cantar na cara de pau? — Cuspi as palavras e ele continuava com o sorriso impertinente nos lábios.

— Não acho que seja pretensão. — Afirmou convicto. — Todas me querem, e você não será uma exceção. — Mencionou egocêntrico e eu bufei incrédula. Mais um idiota que acha que o mundo gira em torno do pau dele.

— Ah sim, eu quero você... —Minha voz soou sarcástica e ele sorriu ladino. — BEM LONGE DE MIM SEU IDIOTA!  — Vociferei me distanciando dele e indo em direção a garota que ainda estava se levantando do chão, quando os olhos dela alcançaram os meus pude ver o quão furiosa ela estava.

Mas não tanto quanto eu.

Eu estava bem puta, primeiro por ela ter a petulância de trair o Hoseok, e mais puta ainda por ela trair ele com um cretino desses. Que piranha de mau gosto, se bem que se merecem.

— Sam! — Ouvi uma voz ofegante e presumi ser do Jimin e girei o pescoço para trás, confirmando minhas suspeitas. Porém,  quando me virei,  fui pega de surpresa por um soco desferido em meu rosto.

O soco não foi tão forte, mas foi o suficiente para me fazer sentir o gosto de ferrugem na minha boca.  Deslizei a língua pela bochecha e cuspi o sangue, expelindo qualquer resquício daquele gosto e dei uma gargalhada sarcástica.

— Você deveria comer mais, além de tábua de passar ainda bate muito fraco. — Alfinetei antes de devolver o soco, com três vezes mais de intensidade, fazendo ela voltar ao chão. — Você está no lugar certo, afinal, cobras devem ficar rastejando no chão.— Mencionei irônica me aproximando dela e a puxei pelos cabelos, erguendo-a o suficiente para olhar nos olhos dela.

Ouvi os passos de Jimin em minha direção e girei o pescoço rapidamente, mas nem precisei fazer nada.

— Melhor não se envolver em briga de mulher. — O tal do Jay, segurou Jimin pela camisa, que olhou para ele pareceu surpreso, provavelmente o conhecia.

Voltei a atenção para a garota, que tentava a todo custo se soltar. Segurei ainda mais firme os fios negros, entre os meus dedos e a puxei para mais perto.

— Só me diz o porquê... de você fazer isso com o Hobi, trocar ele por esse ai. — Apontei para o individuo.— Me da só a porra de, um motivo para não te arrebentar toda. — Solicitei cerrando os dentes e a desgraçada riu de escárnio.

Essa desgraçada só pode tá louca mesmo.

Tem que tá doida ou chapada pra trocar um cara bacana, bonito e incrível como Hoseok por esse saco de estrume que nem ao menos é capaz de ajudar ela. Embora, se ele se atrevesse a se meter nisso eu o castraria.

— Não é dele que eu gosto, não foi por ele que me apaixonei e ele sabe muito bem disso. — Ela cuspiu as palavras com muito veneno. — Você sabe do que estou falando, não é diferente de mim. — Me acusou,  lançando um olhar corrosivo e sorriu sádica. No mesmo momento, desferi um tapa carregado de ódio e a joguei contra o chão.

— Não me compare a você, não compartilho do seu veneno. — Falei com desprezo na voz e dei as costas para ela. — Fique longe do Hoseok — Adverti cerrando os punhos e a encarando por cima dos ombros. — Se fizer algo para ele, eu juro que você não vive para contar história. — Falei por fim e ela engoliu seco.

Fechei os olhos, girando a cabeça para frente e respirei fundo, nesse mesmo instante pude ouvir a voz do Jimin pedindo um autógrafo para aquele desgraçado e ele dizendo “ só se você me passar o numero dela” e minha atenção se voltou para os dois.

Eu queria acreditar que  Park Jimin não ia passar o meu número para aquele cretino para barganhar, mas ele tava justamente caçando um numero da agenda. Parei tudo o que eu estava fazendo para  ir até ele e o arrastar de lá para um canto.

— Park Jimin, me diz que você não estava cogitando passar meu número para aquele cara, em troca da porra de um autógrafo. — Aleguei levando a mão no cenho e massageando.

— Sam você sabe quem é ele? — Jimin sussurrou para mim e eu estalei a língua.

— Não sei, não quero saber e... — Me interrompeu.

— É o Jay Park! — Disse animado e eu continuei inabalável, o encarando com cara de desdém enquanto ele me olhava incrédulo. — Em que mundo você vive que não conhece o Jay Park? Ele é um dos idols mais famosos. — Argumentou e eu revirei os olhos.

— Foda-se, ele podia ser a porra do Will Smith. — Falei aumentando o tom da voz. — Não muda o fato dele ser um escroto e se você passar o meu número para ele eu juro que te esgano. — Adverti e ele encolheu os ombros. — Agora vamos embora, essa garota é tão patética que perdi a vontade de bater nela. — Aleguei puxando Jimin pelo braço.

(...)

Ao colocar os pés dentro do dormitório, a primeira coisa que ouvi foi um burburinho vindo da cozinha. O nome do Hoseok me chamou a atenção e eu fui até lá com Jimin no meu encalço.

— Eu não acredito que ele vai fazer isso. — Ouvi Jin comentar com Namjoon,  enquanto me aproximava.

— Não Acredita em quem? Quem vai fazer o que? — Investiguei adentrando a cozinha. Todos estavam lá, com exceção de Jung Hoseok. — Cadê o Hoseok? — Indaguei  preocupada.

— Oi Samantha, estamos falando sobre o quão imprudente o Hope está sendo. —  Namjoon mencionou por alto, atiçando meu interesse.

— Ele vai  dar uma “ ajuda de custo” para aquele embuste. — Yoongi completou fazendo aspas com os dedos, o tom da voz dele soava com indignação.  Eu tive que piscar algumas vezes, pois estava atônita.

— Ele o que? — Perguntei  ainda confusa.

— Isso mesmo o que você ouviu. — Jin alegou cruzando os braços e suspirou. — O manager me ligou, ele queria me perguntar se eu sabia o motivo do Hoseok pedir pra liberar 500 mil wons. — Mencionou e eu arregalei os olhos. — Claro que eu inventei um motivo, mas quando fui perguntar para o próprio Hoseok, ele me disse que era porque a mãe da Elisa estava com problemas e ela pediu ajuda. — Falou por fim enquanto eu ainda tentava absorver o que tinha escutado.

Quando a ficha caiu e eu absorvi as palavras eu levei minhas mãos para a cabeça, apertei minhas têmporas com força. Desejei que isso não fosse verdade, eu não acreditava  que aquela vaca ainda teria  o ímpeto de extorquir ele.  Se eu não agisse logo, ela continuaria se aproveitando dele.

Pensei uma, duas, três vezes e cheguei a conclusão de que dão dava mais para esperar.

— Vem comigo Yoongi! —  Ditei puxando ele  pela mão sem dar tempo dele retrucar e todos nos seguiram.

 Quando estava de frente para o quarto do Hoseok,  bati duas vezes e ele apareceu com o celular no ouvido, com uma cara de bravo e com uma aliança parecida com a daquela víbora no dedo.

— Hobi, precisamos conversar.  — Aleguei já entrando no quarto dele e vi uma bolsa preta sobre a cama, presumi ser o dinheiro. Ele desligou o telefone e suspirou.

— Eu te falei para não se intrometer. Não precisava bater nela, ela ia te pedir desculpas por aquele dia. — A voz dele soou embargada de ódio e eu engoli seco. Ele estava bem alheio sobre o motivo de eu ter batido na digníssima namorada dele.

Embora eu soubesse que era impossível contar tudo sem que ele ficasse chateado comigo, ouvir a voz dele em um tom raivoso,  me preocupava e me deixava triste. Contudo, era melhor abrir os olhos dele antes que fosse tarde.

— Hobi eu... — Hesitei por um instante.— Tenho algo pra te falar e...

— Olha, depois falamos eu não tenho tempo agora. — Advertiu se apressando em pegar a bolsa em cima da cama. — Graças a você, ela foi parar num hospital e estou indo lá agora mesmo.  —  Me interrompeu consternado e passando direto por mim, mas segurei seu braço.

— Espera Hoseok, eu preciso  mesmo falar com você e tem que ser agora. — Afirmei decidia e ele cessou os movimentos, jogou a bolsa na cama novamente e suspirou, passando a mão pelos fios escuros do seu cabelo.

— Tá bom. Seja breve! — Ordenou colocando as mãos na cintura  e relaxou os ombros. Ainda que ele tivesse me pedido para ser breve, eu estava ponderando as palavras, não era algo fácil de se dizer e ainda mais nessas circunstâncias. — Eu ainda estou esperando. — Ele advertiu impaciente.  Olhei para a bolsa novamente e engoli seco.

— Você vai mesmo dar dinheiro para ela Hobi? — Perguntei intrigada, mudando momentaneamente o curso da conversa. Apenas para ter um tempo de pensar em como contaria para ele.

— Isso não é da sua conta, o que eu faço ou deixo de fazer com o meu dinheiro não lhe interessa. Você é nossa massoterapeuta e não empresária.— Retrucou ríspido,  eu senti como se uma adaga tivesse sido cravada em meu peito e abaixei a cabeça. Eu queria chorar, mas eu teria que ser mais forte que isso. — Se era só isso eu já vou indo. — Falou seco pegando a sacola pela segunda vez.

— Ela está te traindo, Hoseok. — Murmurei  ainda de cabeça baixa, tentando conter as lágrimas e quando levantei o olhar para ele vi que o mesmo travava o maxilar com força, como se quisesse uma confirmação do que ouviu. — Eu mesma vi, ela estava te traindo Hobi. —  Relatei e as primeiras lágrimas escorreram pelo meu rosto.

Uma gargalhada carregada de sarcasmo vinda de Hoseok, ecoou pelo quarto. É óbvio que ele não acreditaria, seria bom demais se fosse fácil. Mas isso teria que ser doloroso, senão, não seria minha vida.

— É verdade hyung! — A voz vacilante do Jimin me pegou de surpresa e Hoseok cessou o riso. — Ela estava...com o Jay Park...aos beijos...no meio do shopping. Tiramos fotos.—Jimin alertou hesitante, engolindo seco do final e olhei de soslaio ele, que tinha uma expressão triste.

— Vocês decidiram fazer um complô para arruinar meu relacionamento? — A voz descrente indicava que Hoseok continuava se iludindo. — Sei que vocês não gostam dela, mas poderiam se esforçar um pouco por mim e...

— JUNG HOSEOK, PARA DE SER EGOÍSTA, VOCÊ É CEGO OU O QUÊ? — Yoongi protestou tomando a frente. — Como você diz que não nos esforçamos por você? — Indagou consternado.

Era notável o quão irritado ele estava, as veias do pescoço de Yoongi se sobressaltavam enquanto ele falava. Eu queria para-lo, mas eu tava tão chocada que não conseguia me mover.

—Escuta, a gente tá sempre te apoiando nas suas escolhas, mesmo quando você decidiu tomar o veneno daquela naja que você chama de namorada.  Sabe o que ela fez quando vocês me deixaram sozinhos naquela mesa? Ela deu em cima de mim, ela fez isso mesmo com você lá e inclusive não é a primeira vez. Esse tempo todo eu não podia dizer, porque não queria te machucar mas to cansado de ver meu amigo fazer papel de trouxa.— Cuspiu as palavras e sua respiração ficou pesada.

— FODA-SE! —  As duas palavras foram proferidas, em tom ensurdecedor por Hoseok logo depois dele chutar o criado-mudo. —  Tô cansado de você também hyung! Você  se acha a última bolacha do pacote, como se todas as mulheres fossem se apaixonar por você. Porquê não aceita que ela gosta de mim e não de você e para de inventar coisas? — Inquiriu exasperado e Yoongi fez uma cara de descrente.

— Quer saber? Foda-se você,  foda-se aquela biscate da sua namorada, foda-se a porra da sua ilusão, foda-se tudo. Tomara que ela continue colocando uma galhada bem grande em você, para ver se você aprende a deixar de ser otário! — Yoongi rebateu brutamente com desprezo na voz. Eu não queria isso, eles são amigos a tanto tempo não queria vê-los brigando. Mas eu não conseguia mover um músculo. — Eu vou voltar para o meu laboratório, tenho mais o que fazer. — Ele murmurou e se virou afagando meu ombro, coloquei minha mão sobre a dele e apertei levemente antes dele sair do cômodo.

Limpei as lágrimas que insistiam em escapar dos meus olhos, algo passou pela minha mente e me apressei em pegar meu celular. As fotos, porque não pensei nisso antes? Ele vai acreditar se ver as fotos.

— Hobi, se você não quer acreditar em nós pelo menos olha a foto, tenho certeza que... — Me interrompi ao perceber que meu celular tinha descarregado. Merda. Direcionei meu olhar para Jimin e ele pareceu entender, já tirando o celular do bolso.

— EU NÃO QUERO VER NADA! — Hobi alegou irritado e Jimin guardou o celular novamente. — Parabéns, você conseguiu. — A voz irônica do dele me atacou diretamente enquanto ele apontava para mim. — Fez todos eles caírem de quatro por você, espero que esteja feliz agora que deixou todo mundo contra mim.

As palavras duras me tiraram do sério e num momento de raiva, eu desferi um tapa na face de Jung Hoseok, me arrependendo instantaneamente depois de receber um olhar frio dele.

— Hobi, me desculpa eu... — Ele não esperou meu pedido de desculpas, pegou a bolsa que estava no chão e saiu do quarto dando passos pesados.

Embora ele tenha sido ríspido comigo, a ultima coisa que eu queria era machuca-lo, tanto fisicamente quando emocionalmente.

No fim, eu fiz os dois.

— Puta que pariu. — Praguejei. — Eu sou uma imbecil! — Atirei o meu celular com força contra a parede, o que fez ele se esmigalhar no chão. Eu teria que economizar uns 3 meses para comprar outro, mas não me importava mais. 

Me ajoelhei no chão e deslizei as mãos pelo meu cabelo, completamente frustrada e cansada, deixei as lágrimas caírem com força total. Namjoon, foi o primeiro a se ajoelhar ao meu lado e me envolver num abraço reconfortante e os outros fizeram o mesmo.

— Não se preocupa, ele vai entender. Só dê um tempo para ele, hm? — Namjoon falou tentando me consolar. dando um beijo no meu cabelo e eu acenei positivo enquanto soluçava.

(...)

Naquela tarde de segunda-feira, os rapazes me ofereceram todo o suporte que eu precisava. Eles me amparavam e diziam que tudo ia ficar bem.  Eu tomei um banho frio e deixei que a água levasse todas as minhas lágrimas para o ralo, mas a tristeza ainda se mantinha no meu coração.

Depois de 45 minutos no banho, eu me pus para fora do banheiro , me vesti com um conjunto moletom e sentei na cama, começando a desembaraçar os cabelos com o auxilio de uma escova.

Eu ainda estava abalada e confusa, tanto que esqueci de ir ver Yoongi, saber se ele estava bem. Me apressei em finalizar o cabelo e quando estava terminando ouvi batidas na porta, cogitei ser Yoongi e pedi para que entrasse.

—  Oi. — Taehyung colocou a cabeça para dentro do meu quarto  e fez uma careta me fazendo rir levemente. — Posso entrar? — Perguntou calmamente e eu aquiesci.

— Oi Tae Tae, claro que pode. Entra! — Convidei e ele entrou lentamente, fechando a porta com cuidado e se sentou ao meu lado na cama.

— Como você está? — Embora a resposta tivesse  explicita na minha cara ele perguntou e eu dei um breve suspiro como resposta. — Me desculpe pelo que ele te disse,  sei que ele não teve intensão e vai se desculpar quando perceber a burrada que fez. — Mencionou  com a voz aveludada, tentando me tranquilizar e eu estalei a língua.

— Não sei não Tae, do jeito que as coisas estão não sei se ele vai me perdoar. — Murmurei  de cabeça baixa abatida e ele segurou minha mão.

— Você que tem que perdoar ele, não é como se você tivesse feito algo errado. —Argumentou depositando um carinho nas costas da minha mão, aquilo estava mesmo me acalmando. — Mas mudando de assunto, eu vim te perguntar se você ainda vai amanhã. — Ele comentou e eu pisquei atônita tentando lembrar sobre o que ele se referia.

É mesmo. Eu tinha que ir em Daegu, resolver a questão das aulas de coreano, havia me esquecido completamente. E  ainda que minha mente tivesse atribulada com tanta coisa acontecendo, eu tinha que ir lá resolver isso.

— Eu vou sim. — Afirmei e vi um sorriso quadrado brotar nos lábios de Taehyung. — Você ainda vai comigo? — Investiguei, queria me certificar que pelo menos teria companhia.

— Claro que sim, eu não vou deixar você sozinha, principalmente em Daegu. — Advertiu e eu engoli seco, levemente preocupada.

— Por quê? É perigoso? — Perguntei apreensiva e Tae fez um suspense antes de responder.

— Não, só não é bom que  você ande sozinha numa cidade grande, que não conhece. — Alertou protetor e eu sorri um pouco mais animada.

— Com você falando assim, parece que eu sou um bebê indefeso. — Mencionei debochada e ele soltou um risadinha.

— Mas você é! — Afirmou apertando minhas bochechas e sorriu fofo. — É minha baby, minha ovelhinha bebê. — Falou carinhoso me puxando para um abraço e afagou meu cabelo.

— “Oh, I am the Sheep... ♫” — Cantarolei apertando o abraço e começamos a rir.

Eu não sei de onde eu tirava animo para  fazer brincadeiras enquanto tudo estava de ponta a cabeça, mas talvez fosse a boa atmosfera que Taehyung exalava. Talvez, sair com ele amanhã me fizesse bem e me ajudar a esquecer um pouco disso tudo.

— Bom, então nos vemos amanhã as 9:00. — Disse se desvinculando do abraço. Não esqueça de separar os documentos. — Me alertou se levantando.

— Pode deixar, obrigada Tae Tae. — Falei  dando mais um abraço nele, que me correspondeu e deu um beijo na minha testa antes de sair do meu quarto.

Não sei se é por causa do momento, mas sinto que Taehyung está diferente, ele está mais maduro e compreensível.  Antes eu tinha um pouco de receio de ficar à sós com ele, pois ele faz umas "coisas peculiares" as vezes. Contudo, desta vez  ele foi bem acolhedor e me senti um pouco melhor depois da visita dele.

Não demorou muito e eu saí do meu quarto, indo em direção ao laboratório do Yoongi. Já passavam das 18:00 e eu não tinha visto ele depois daquela hora no quarto do Hoseok.

Hoseok...

Outro que eu não via desde cedo, provavelmente ele está no Hospital com aquela maldita. Por um instante, desejei firmemente ter mandado ela para um necrotério.

Ahgr, Deus tira esses pensamentos de mim.  

Parei de frente para a porta do laboratório, eu nunca tinha vindo aqui e não pude deixar de notar o tapete que ficava na porta. A tapeçaria continha um gato dando o dedo do meio com a frase “ Go Away” . Pelo menos eu sabia que estava no lugar certo, era bem típico de Yoongi.

— O tapete é tão atrevido quanto o dono. — Murmurei para mim mesma e revirei os olhos.

Confesso que hesitei um pouco antes de tocar a campainha. Mas assim que juntei a coragem e apertei, ele abriu imediatamente. Embora ele parecesse surpreso ao me ver, deu espaço para que eu entrasse.

— Qual é a do tapete, era para ser uma cópia sua? — Indaguei divertida enquanto entrava.  O espaço era muito bem decorado e aconchegante e tinha mais equipamentos de som do que qualquer outra coisa.

— Obrigada por me chamar de gato, mas não é só isso. — Retrucou  com um sorriso já se sentando em sua cadeira. Analisei ele rapidamente, ele estava vestido casualmente.

Todo de preto dos pés a cabeça e embora ele estivesse de chinelos continuava elegantemente atraente. O boné virado para trás deixava ele com um ar ainda mais sexy.

Constatei que esse porra é bonito de qualquer jeito, principalmente sem roupas.

Desviei o olhar para o computador atrás dele e fiquei pensativa se não teria atrapalhado ele, fiquei tão inquieta que não pude evitar de externar minhas dúvidas.

— Eu te atrapalhei? — Perguntei incerta apontando para a maquina atrás dele.

— Não, na verdade eu já tinha terminado e inclusive já estava saindo. — Ele mencionou sorrindo e piscando para mim. Confesso que meu coração errou umas batidas com aquela piscada. Quando ele fazia isso estando de boné, era o ápice da perdição. Balancei a cabeça incessantemente para afugentar os pensamentos e suspirei.

— Sinto muito por te envolver naquilo hoje cedo, não queria que brigassem. —  Comentei  de cabeça baixa e minha voz soou mais triste do que eu gostaria. Ouvi  Yoongi estalar a língua e os passos dele se aproximando, logo senti o sofá afundar ao meu lado. Ele havia se sentado bem perto de mim e direcionei meu olhar para ele, que deslizou a língua entre as bochechas antes de falar.

— Você não tem culpa. — Afirmou com a voz rouca e num tom calmo, prendendo minha atenção.— Eu falaria aquilo mais cedo ou mais tarde. Só aproveitei o momento. — Argumentou olhando sugestivamente para mim.

Eu queria que ele parasse de fazer isso, sem perceber ele fazia uns gestos que me desconcertava. Não era  a hora nem o lugar, mas tudo o que ele fazia parecia um convite para mim. Principalmente o bico que ele fazia enquanto falava, ou talvez fosse por causa do boné ao contrário, que deixava o rosto dele bem exposto.

— A propósito, ele já chegou? — Indagou me tirando dos meus devaneios.

— Que? Quer dizer, quem? — Perguntei meio aturdida, eu não estava prestando atenção  pois tava ocupada olhando para os lábios dele, que agora eram umedecidos pela língua pecaminosa.

Insano, insano, muito insano.

— Eu estava perguntando... — Ditou e eu poderia jurar que ele estava falando pausadamente de forma sexy. — Se o Hoseok... Já chegou... — Falou por fim e um sorriso travesso apareceu nos lábios dele.  — Ei, você está prestando atenção? — Perguntou e eu desviei o foco para os olhos dele.

— E-Es-Estou, estou sim. Ele não chegou não. — Aleguei atropelando as palavras. Yoongi sorriu  e mordeu os lábios. Totalmente desleal.

ܻ— Tá, mas você vai fazer isso logo ou eu vou ter que tomar a iniciativa? — A pergunta carregada de luxuria,dele me pegou de surpresa e eu me engasguei com minha própria saliva. — Acha que eu não vi, você encarando minha boca? — Indagou retórico  e imediatamente desviei o olhar para um canto do local, qualquer lugar que não fosse para ele.

Merda, fui pega no pulo e pra piorar meu coração batia tão rápido, que  parecia uma bateria de escola de samba.

— N-Não sei do que está falando.  — Menti.

— Se quer mentir, faça isso olhando para mim. — Me desafiou e eu virei o rosto imediatamente, entretanto, ele estava perto demais e não hesitou em findar a mísera distancia que ainda tinha entre nós.

Talvez, os lábios do Yoongi sejam o que eu mais precisava naquele momento. Queria extravasar todas as frustrações que tive no dia, me deliciando com os beijos dele e até algo mais. O beijo envolto de luxuria, fez meu corpo entrar em combustão e sem cessar o beijo, fui para o colo dele.

Yoongi agarrou minha cintura, me puxando para mais perto dele — Como se isso fosse possível — e colou ainda mais nossos corpos, quase nos tornando um. As mãos ágeis, percorreram meus quadris e ele apertou minha bunda, forçando minha pelvis contra o seu membro rígido. O atrito fez com que soltássemos um gemido simultâneo e no momento seguinte Yoongi desferiu um tapa na minha nádega. 

Honestamente, esse é o único tapa que eu gostava de receber e que aceitava de bom grado.

— Gostosa! — Ele sussurrou no meu ouvido enquanto ainda apertava minha bunda e mordeu o lóbulo da minha orelha, justamente nesse instante, o resto da minha sanidade se esvaiu.

Contudo, nossas carícias duraram pouco, pois o celular dele tocou. Ele ignorou nos primeiros instantes, mas eu acabei  fazendo ele atender depois de me cansar de ouvir o toque, que quebrou o clima.

Saí de cima dele para que fosse atender o telefone. Me sentei na cadeira dele e rodopiei enquanto o via atender a chamada. Sorri travessa ao notar o volume gritante nas calças dele e Yoongi teve o ímpeto de massagear o seu membro,  quando meu olhar se prendeu ao dele ele sorriu de forma cretina e sugestiva.

Desviei o olhar dele, voltando a analisar o espaço, se passaram alguns minutos e ele ainda falava no telefone, com quem parecia ser o manager. Embora eu não estivesse prestando muita atenção no que ele dizia, eu deduzi que ele estava acertando as ultimas coisas para a viagem dele.

Senti uma vontade imensa de ir ao banheiro e gesticulei para ele, avisando que ia sair. Ele fez uma cara triste e eu balbuciei o motivo pra ele, ainda que estivesse constrangida por dizer ele concordou. Imediatamente, corri até o banheiro do andar de baixo, notaqui eeo o silêncio  na casa.

(...)

Parecia que eu tinha tomado um oceano, e demorei mais do que gostaria no banheiro. Lavei as mãos, enxuguei  e quando saí, dei de cara com quem eu menos esperava; Jung Hoseok.

Ele pareceu surpreso — ou assustado — em me ver, mas logo fechou a cara e subiu as escadas.

— Hoseok, me descul... — Tentei falar mas ele me interrompeu parando no ultimo degrau.

— Faça um favor para mim não e fale mais comigo. Não faça nada além do seu trabalho aqui e não me chame mais de Hobi, esse é um privilégio para amigos, que você perdeu. — Falou seco e voltou a andar, ouvi a porta do quarto dele ser batida com força  e aquilo me corroeu por dentro.

As lágrimas — que eu pensei não ter mais — voltaram aos meu olhos e eu me escorei na parede começando a soluçar. Eu estava começando a me arrepender, agora eu entendia o que Yoongi falou sobre ser difícil contar algo assim.

Senti braços envolverem minha cintura, num abraço reconfortante e senti o perfume de Yoongi. Ele não me disse nada, mas ele provavelmente tinha visto a minha tentativa falha de falar com Hoseok.

Fomos para o meu quarto e nos deitamos na minha cama. Eu tinha perdido a vontade de fazer qualquer coisa depois daquelas palavras duras do Hoseok. Entretanto, Yoongi pareceu entender e assimilar bem isso, ele apenas me pediu para dormir ali já que viajaria cedo.

Ainda que eu estivesse receosa depois de frustra-lo aquela noite, acabei permitindo e dormimos de conchinha. Como era de se esperar, ele adormeceu primeiro que eu e embora a respiração quente dele no meu  pescoço me acalmasse, minha mente se martirizava com as palavras de Hoseok ecoando na minha cabeça.

(...)

“Nada além de uma lágrima, isso é tudo para o café da manhã
Assistindo você fingir que não é afetado
Você está cortando as nossas ligações, esperando que eu o deixe ir
Mas eu não vou...”

Close To You – Rihanna

Continua...