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História Sentimentos adormecidos - Aqueles que se importam


Escrita por: Nessagbs

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 6 - Aqueles que se importam


Sentimentos Adormecidos – Capítulo 6 – Aqueles que se Importam

 

Naruto não conseguiu dormir ou comer... Tinha tanta coisa para fazer que achou melhor voltar para o escritório e começar a trabalhar nos estragos que aquele golpe fracassado causou. Não tinha encontrado Boruto, não sabia o que dizer a ele, então deixou que o filho passasse o dia brincando com Shikadai, enquanto o Uzumaki trabalhava.

Era cedo e o sol já estava nascendo quando ouviu duas batidas compassadas na porta. Sem se dar ao trabalho de tentar adivinhar de quem se tratava, pediu que a pessoa entrasse e se surpreendeu quando viu Sakura abrir a porta, levemente deslocada com aquela situação.

– Posso?

Perguntou suavemente, vendo Naruto assentir em resposta.

– Claro.

Disse desviando o olhar de sua amiga para mirar uma pilha de pergaminhos antigos. Foi impossível para Sakura não notar o estado de Naruto. Olheiras profundas, pele pálida, cabelos desarrumados... Ele tentava dissipar a tristeza escondendo-se no trabalho, mas por experiência própria, Sakura sabia que isso não resolvia nada.

– E-estava te procurando. Eu soube o que aconteceu e...

– Não preciso que sinta pena de mim!

Naruto interrompeu sem sequer olha-la, tudo que ele menos precisava era da piedade de Sakura.

– Eu não sinto.

Afirmou simplesmente chamando a atenção do Hokage para si. Sakura era amiga de Naruto e queria estar ao lado dele para o que precisasse, mas não sentia pena do Uzumaki.

Desconfiado, Naruto mirou a expressão de Sakura por alguns segundos tentando encontrar aquele olhar de piedade que tanto o irritava quando era criança, mas não encontrou. Ainda que deslocada, Sakura o olhava com determinação. Então o Hokage percebeu que julgou errado, estava tão irritado e sobrecarregado que tirou conclusões precipitadas...

Com um longo suspiro, Naruto resolveu dar atenção a Sakura e descobrir o que ela queria.

– Estava atrás de você quando fui atacado.

Confessou um pouco mais calmo.  

– Kakashi-sensei me disse, sinto muito por te preocupar.

A voz de Sakura era quase um sussurro de tão envergonhada. Estava bebendo com a Godaime quando Naruto foi preso pela família de sua esposa. Se soubesse antes, Sakura certamente tentaria ajuda-lo.

– Não sinta... Não é sua culpa.

Garantiu sem qualquer timbre especial na voz. Mas suas palavras não faziam Sakura se sentir melhor, pelo contrário, só pioravam sua crise de consciência.

– A propósito, o Teme voltou.

Completou voltando a encarar os pergaminhos a sua frente. Sakura assentiu timidamente, mas sua expressão não mudou.

– Falei com ele antes de te encontrar.

Disse naturalmente. Então Naruto compreendeu, ou pelo menos, julgou ter entendido... Achou que Sakura estava ali para pedir uma permissão de saída da vila.

Respirou profundamente antes de voltar a encara-la. O Hokage realmente estava em um péssimo dia, não bastava tudo o que aconteceu com Hinata, agora teria que se despedir de Sakura também?

Espantando os pensamentos desagradáveis de sua mente, o Uzumaki perguntou:

– Quando vão?

Disse tentando parecer neutro, mas Sakura não compreendeu a pergunta de Naruto e franziu o cenho em um questionamento silencioso.

– Não veio me pedir a autorização para sair da vila com o Teme?

Questionou pacientemente, vendo a expressão de Sakura normalizar.

– Não! Eu não vou com o Sasuke-kun!

Afirmou oferecendo-lhe pequeno e amigável sorriso ao Uzumaki.

Na breve conversa que teve com o Uchiha, a médica percebeu que seu lugar não era mais ao lado dele.

Surpreso, o olhar de Naruto era uma perfeita mistura de curiosidade e espanto. Sakura sempre afirmou que Sasuke a levaria embora assim que pusesse os pés em Konoha. A kunoichi sempre esperou por isso... Partir com Sasuke era seu maior sonho, então, por que desistir justo agora que poderia realiza-lo?

– A-achei que fosse seu maior sonho.

Confessou tão confuso que Sakura teve vontade de rir de sua expressão abobalhada.

– Há três ou quatro anos talvez... Mas hoje não é mais o que desejo para mim.

– Como assim?

– O Sasuke-kun é como um cometa! Ele chega, mas vai rápido. Então temos que esperar para vê-lo novamente. E nesse meio tempo em que esperei por ele, percebi que tudo estava diferente.

Sakura levou a mão ao coração indicando que se referia a seus sentimentos.

– Estivemos sem ele por tanto tempo, não acompanhei as mudanças físicas ou internas que ele sofreu... É como se eu nem soubesse quem ele é! E mesmo que eu tentasse redescobri-lo, no final de tudo, ele sempre vai embora e tudo volta a ser o que era.

Sempre voltava... O tempo longe poderia servir como uma ignição para avivar ainda mais a chama e o amor, mas foi exatamente o oposto...  Sakura descobriu que sabia viver sem Sasuke. Talvez tenha percebido tarde, mas finalmente percebeu que o Uchiha não era seu único caminho para a felicidade.

– Ele te ama, Sakura-chan... De um jeito estranho, mas ele te ama. 

Afirmou quase indignado com a desistência de Sakura.

Afinal, de que valeu seus esforços se Sakura estava desistindo?

– Eu sei... Sei que ele me ama, mas não é o suficiente... Para o Sasuke-kun, o amor nunca é motivo suficiente para permanecer conosco... E hoje, de uma maneira curiosa, acabei entendendo isso. Ele sempre voltará para nos ajudar, por que somos amigos e é isso que amigos fazem! E então ele vai... Ele sempre vai embora.

O tom de Sakura não transmitia lástima ou auto piedade, na verdade, ela parecia bem convencida do que dizia, até confortável em expressar seus sentimentos... Ainda assim, Naruto achou a justificativa de Sakura um tanto quanto estranha.

– E-eu não entendo... Depois de tudo o que eu fiz para trazê-lo de volta para você... V-você simplesmente da um pé nele?

Questionou espantado... Em sua mente, só existiam duas boas razões para o súbito comportamento de sua amiga... Uma delas era o efeito do álcool, o que obviamente não era o caso. Então fez a única pergunta que achou cabível:

– P-por acaso se apaixonou por outro, Sakura-chan?

– Tsk, claro que não seu idiota!

Exclamou alterando o tom de voz, mostrando-se impaciente com as perguntas idiotas de seu amigo.

Afinal de contas, onde ela estava com a cabeça quando resolveu confessar meus sentimentos mais filosóficos e profundos para aquele baka?

Seu subconsciente gritava, totalmente indignada com as perguntas idiotas que o Hokage lhe fazia.  

Instintivamente, Naruto afastou mais seu corpo com medo que a ira de Sakura o atingisse em cheio. Aquela era certamente a Sakura temperamental que conhecia.

Sorriu constrangido e coçou a nuca, levemente arrependido de sua pergunta.

– Ah, bom... Me sentiria ofendido se dissesse que outro cara conseguiu alcançar seu coração.

Confessou de modo sincero, mas despretensioso, fazendo Sakura sorrir com as besteiras que dizia, mesmo depois de tudo, ele conseguia faze-la rir.

– Baka... Eu só quero seguir minha vida ao lado das pessoas que querem meu bem, consegue entender?

Em parte, Naruto a compreendia. Sempre se questionou como Sakura conseguia se contentar com as migalhas que o Uchiha lhe dava de afeto, quando claramente ela merecia mais... Ela merecia tudo, por que é uma mulher incomparável. Mas aprendeu a não questionar sentimentos. Aprendeu que o amor não é questão de merecimento, por que se fosse, Sasuke seria o último homem do mundo a merecer o amor de Sakura.

Com um breve sorriso, Naruto assentiu.

– Entendo... Confesso que te invejo, gostaria de dizer que não estou mal pelo que aconteceu com os desertores.

Disse sem qualquer timbre especial. Era apenas um desabafo para sua melhor amiga e companheira de equipe.  

Surpresa com a direção da conversa, Sakura se ajeitou na cadeira, levemente tensa com o assunto levantado pelo hokage.

– Não foi sua culpa, você não pode salvar a todos. Eles fizeram uma escolha e precisaram arcar com as consequências.

Mesmo que não dissesse, a kunoichi sabia que Naruto internamente se culpava pelo golpe e se antecipou em defendê-lo.

– É fácil falar... Mas o que eu faço com essa sensação de que não fiz tudo o que pude por minha família? Será que como médica você pode me arrancar essa maldita culpa?

Ele quase suplicou, mas em seu íntimo sabia que Sakura não poderia fazer nada.

Vendo a tristeza de Naruto, Sakura quase sucumbiu ao lamento. Daria qualquer coisa para arrancar aquela dor, aquela sensação de incapacidade que seu amigo sentia... Vê-lo sofrer lhe feria a pele e principalmente, o coração.

Deu um longo suspiro antes de levantar-se e se aproximava do Uzumaki para encara-lo de frente. Apoiou o peso na mesa atrás de si e puxou a atenção de seu amigo imediatamente para ela.

– Naruto... Lembra quando Jiraya-sama se foi e você não queria ninguém por perto?

A voz de Sakura falhou, o timbre saiu embargado, mas seu olhar era determinado, esperando uma resposta do Uzumaki.

Naruto soltou um sorriso triste e assentiu em confirmação.

– Você estava lá.

Respondeu recordando de tudo o que Sakura fez para tentar tira-lo da tristeza e da escuridão de seus sentimentos.

– E sempre estarei. Não vim aqui por piedade, muito menos para julga-lo... Eu só quero que saiba que pode contar comigo, assim como sei que sempre posso contar com você.

Quase como um reflexo, Naruto apertou a mão da kunoichi contra a sua, tentando se convencer de que era o bastante para prosseguir.

Ele não devia, mas estava ancorando em Sakura, sua pequena fração de esperança, acreditando que talvez as coisas fossem melhorar... Elas sempre melhoravam quando estava ao lado de Sakura.

– Obrigado, Sakura-chan.

Disse estendendo um breve sorriso hesitante, sabendo que precisaria de todo o apoio para enfrentar tudo o que estava por vir.


Notas Finais


Finalmente esses dois se encontraram, meus amigos! E de agora em diante é com mais frequência. Prometo.

Espero que tenham gostado do capítulo. Até logo ;D


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