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História Sentimentos adormecidos - Sentimentos incômodos


Escrita por: Nessagbs

Notas do Autor


Oi meus cheirosos... Vamos fingir que hoje é sexta e que estou postando no dia certo, tá bem? Kkkk

Boa leitura.

Capítulo 9 - Sentimentos incômodos


Sentimentos Adormecidos – Capítulo 9 – Sentimentos Incômodos

 

O dia seguinte chegou cedo para ambos, Naruto por que tinha muito trabalho pendente e Sakura por que planejava ir ao mercado antes de trabalhar. Estava animada com a ideia de ensinar Naruto a cozinhar... Fazia muito tempo que não tinham um projeto ou assunto em comum, algo que os unisse... Entretanto, estar perto de Naruto lhe trazia aquelas sensações estranhas, trazia de volta sentimentos que deveriam estar enterrados no subsolo de seu coração. 

Balançou a cabeça tentando espantar seus pensamentos. Eram amigos e assim deveriam continuar, era assim que sempre deveria ser.

No hospital as coisas iam cada vez melhor, o centro de psicologia infantil estava crescendo e Sakura recebia cada dia mais relatórios das demais vilas informando seus progressos e descobertas em beneficio desse projeto. Mais que uma boa amiga, Ino era de grande ajuda. Suas habilidades permitam conhecer a origem do trauma de cada criança e a partir de então, trata-las corretamente. Além disso, a Yamanaka se mostrou muito boa em lidar com crianças, o que tornava o trabalho ainda mais gratificante.

– Então vai fazer uma visitinha ao hokage hoje à noite?

Questionou com o tom trasbordado de malícia... Ino era realmente uma boa amiga, mas às vezes, era bem direta e insistente.

– Tsk... Fala como se houvesse qualquer intensão implícita.

Resmungou incomodada com o tom usado por sua melhor amiga.

– E tem?

Questionou com o olhar mais maldoso que tinha.

– Não seja idiota, Ino! Naruto é meu amigo.

Retrucou perdendo a paciência com as insinuações da Yamanaka. Já não bastava a própria estar insegura quanto à proximidade com o Uzumaki, agora Ino tinha que lhe confundir ainda mais?

– Soube que estão anulando o casamento dele... Não querem qualquer ligação do Hokage com os desertores.

Fofocas... Correm mais rápido que Rock-lee sem os pesos de treino.

– E por que isso deveria ser importante?

Sakura tentava parecer neutra. Quem sabe assim Ino desistisse de inferniza-la com assuntos tão desconfortáveis?

– Qual é, testa... O Naruto sempre teve uma queda por você e agora que está solteiro, quem sabe você não desencalha?

Sakura estreitou o olhar em direção à amiga, indicando silenciosamente para tomar cuidado com suas palavras.

– Shannaro, pare de dizer idiotices. Ele ainda ama a Hinata... Mesmo que não fale sobre o assunto eu sinto que ele ainda sofre pela ausência dela e por tudo o que aconteceu.

– E você?

Deus, será que ela não vai parar?

– O que?

A voz de Sakura saiu mais grave e impaciente que de costume, claramente irritada com o interrogatório de sua melhor amiga. 

– Você gosta dele?

Gostava... Sakura gostava muito de Naruto... Era seu melhor amigo!

 Em um período de sua vida, chegou a nutrir sentimentos pelo Uzumaki, mas esses sentimentos sempre foram conflitantes. Não se achava digna do amor de Naruto e por fim, ele se apaixonou por outra, formando com ela uma família. Entretanto, não estava disposta a dividir seus sentimentos e incertezas com Ino-curiosa.  

– Tsk. Vá trabalhar porca, temos muita coisa para organizar no centro de psicologia.

– Certo, mas com hokage ou sem, você precisa de um namorado, marquise-chan.

Disse deixando Sakura finalmente em paz.

Um suspiro de alívio escapou dos lábios da kunoichi quando Ino deixou seu consultório. Ainda assim, as palavras da esposa de Sai ecoavam na cabeça da Haruno.

Você precisa de um namorado.

Namorado... Sakura nunca teve um namorado. O máximo que chegou de um beijo foi à respiração boca a boca que fez em Naruto quando lhe extraíram a kyuubi. Perdeu várias oportunidades enquanto esperava por Sasuke, mas não se lastimava por isso, foi sua escolha espera-lo. Assim como é sua escolha seguir em frente. E em partes, Ino estava certa, se ela queria recomeçar sua vida, precisava se permitir conhecer novas pessoas. Mas decidiu que faria isso em outro dia, aquela noite dedicaria um tempo à amizade.

O trabalho na pediatria ou no orfanato de konoha tornava o dia de Sakura bastante produtivo e quando se deu conta, já passava das seis da tarde. Pensou em ir diretamente para a casa de Naruto e espera-lo, mas sabia que o Uzumaki ficaria no trabalho até tarde, então decidiu fazer como na noite anterior e arrasta-lo daquele maldito escritório.

Com seu jeito característico de tentar ajudar, Sakura caminhou até a torre hokage maquinando formas de tirar seu melhor amigo do trabalho. Decidiu ser direta, então, sem ser previamente anunciada, Sakura adentrou a sala do hokage, surpreendendo-se ao perceber que o Uzumaki não estava sozinho...

Além de Shikamaru que sentava ao lado de Naruto, tinha uma kunoichi de no máximo dezenove anos, claramente se insinuando para o hokage. E Naruto, sempre lerdo, não tinha percebido as intenções da garota.

– Atrapalho?

Questionou sem esconder o incomodo com a cena que via. Naruto que parecia alheio, franziu o cenho com a pergunta, mas negou.

– Claro que não, Sakura-chan. Pode entrar.  

Disse esboçando um tímido sorriso para sua companheira de equipe.

Sakura se aproximou da sala vendo a garota endireitar sua postura e pedir permissão para se retirar. Até ela sabia que Sakura poderia ser terrivelmente assustadora quando contrariada.

Naruto assentiu, concedeu permissão à garota e achando graça de toda a situação.

– Francamente, Naruto, uma kunoichi recém-saída da academia...

– E-eu? Tsk... Que mente suja Sakura-chan. O nome dela é May, filha do senhor Kydo da padaria... Acabamos de intitula-la Jonin e ela estava gentilmente nos agradecendo... Como pode achar que eu teria algo com ela?

– Hm... Sei bem o tipo de gentileza que ela estava te oferecendo.

Resmungou irritada. E Shikamaru, que observava a cena com ar de tédio, identificou de onde vinha à irritação de Sakura... A kunoichi nunca foi capaz de esconder suas emoções, nisso e em outros aspectos, era terrivelmente parecida com o Uzumaki.  

– Espera, você está com ciúmes Sakura-chan?

O Hokage perguntou entre risadas, achando ligeiramente divertindo aquela situação. Mas a feição de Sakura tornou-se ainda mais assustadora e Naruto instintivamente afastou a cadeira, temendo a reação explosiva da kunoichi. Não foi uma boa ideia provoca-la...

Nunca era uma boa ideia provoca-la.

– O QUÊ?

Shikamaru levou as mãos aos ouvidos, tentando bloquear a reação estridente da ninja médica. Aquilo só lhe confirmava pela milésima vez o quanto mulheres são escandalosas e problemáticas.

– Na-nada... Não leve tão a sério, Sakura-chan. E-era brincadeira, só brincadeira. 

– Idiota.

Resmungou sem paciência. Hesitante, o conselheiro de Naruto se viu obrigado a interromper aquela discussão estranha e entediante.

– Hokage-sama. A Sakura acabou de me lembrar que se não chegar a tempo para o jantar, a Temari irá me expulsar de casa.

Disse com o tom beirando o tédio ou o desespero. E Naruto a conhecia o bastante para saber que era realmente capaz de expulsa-lo de casa, ou de fazer algo ainda mais cruel.

– C-certo. Até amanhã, Shikamaru.

Estendeu um olhar de compreensão para o amigo que assentiu, despediu-se de Sakura e se retirou rapidamente, torcendo para que Temari estivesse de bom-humor.

– E então, Sakura-chan, a que devo a honra de sua visita?

– Idiota, esqueceu que me ofereci para te ensinar a cozinhar?

Ah, era isso?

Naruto coçou a nuca, ligeiramente envergonhado... Quando aceitou a ajuda de Sakura, não relacionou que ela o ensinaria. Mas não reclamou, gostava da companhia da Haruno.

– Preciso terminar um relatório e então vamos, pode ser?

Sakura pensou em arranca-lo daquela cadeira a força, a final, o trabalho não era a única coisa importante. Mas a própria já se escondeu atrás de seu trabalho para amenizar suas frustrações, então entendia perfeitamente o Uzumaki.

Com um breve aceno indicando que o esperaria.

– Se demorar eu te levo arrastado.

Resmungou como um aviso. O humor de Sakura parecia ainda mais inconstante... Mas Naruto não ousou repetir que era ciúmes. O hokage tinha amor a sua vida e um filho pequeno para criar. Por isso, terminou o relatório em tempo recorde e acompanhou Sakura até sua casa.

Já na entrada, viu o filho treinando shurikens e o chamou para dentro de casa, prometendo que no dia seguinte treinariam juntos.

– Promete, outou-sama?

– Claro que prometo... Agora vamos entrar, você precisa tomar um banho antes do jantar.

O menino assentiu exibindo um grande sorriso antes de subir as pressas para o segundo andar de sua grande casa, eufórico pela promessa de um tempo com seu pai.

Assim que o viu longe, Sakura ousou perguntar:

– Como vão as coisas... Depois de tudo?

Questionou em um tom de voz tão baixo que se assemelhava a um sussurro. Mesmo sendo amigos, Sakura sentia-se desconfortável em mencionar o assunto, por este motivo quase nunca falava. Mas sentiu a necessidade de pergunta-lo e saber se aquele assunto ainda o atordoava.

– Bem...

Respondeu sem qualquer animo em sua voz.

– Hinata tem enviado cartas e ele sempre pede que as leia antes de coloca-lo para dormir.

Completou retirando as compras de Sakura da sacola e colocando-as em cima da mesa.

Percebendo o desconforto de Naruto, Sakura tenta miseravelmente se desculpar.

– Entendo... M-me desculpe por tocar nesse assunto eu só...

– Não tem problemas, Sakura-chan. Estou bem, se é isso que deseja saber.

Deixou escapar um sorriso de constrangimento quando Sakura lhe olhou. Tinha a sensação de que sempre estava melhor ao lado de Sakura, independente da situação.

– E você? Como estão as coisas no hospital?

Disse tentando desviar o foco da conversa.

– Tirando o que te escrevo em relatórios?

Naruto assentiu vendo Sakura prender os cabelos e começar os preparos para o jantar.

– As coisas estão bem... Temos feito progressos com as crianças, Tsunade-sama enviou uma mensagem dizendo que está voltando do país do raio e Ino diz que tenho que procurar um namorado.

Respondeu simplesmente enquanto cortava as algas para o prato escolhido.

– E-e... É o que você quer?

Sakura franziu levemente o cenho sem compreender a pergunta do Uzumaki.  

– Quer um namorado?

Esclareceu vendo a kunoichi assentir brevemente sem desviar a atenção do que fazia.

–  Eu sempre quis me casar e construir uma família.

Confessou sem grandes pretensões. Naruto achou a ideia um pouco incomoda... Se acostumou com a ideia de que Sakura seria de Sasuke. Achou que sua amiga seria a senhora Uchiha. Pensar que Sakura seria de outro homem era algo estranho e ligeiramente perturbador. Não que não fosse nauseante pensar sobre ela e Sasuke, mas com qualquer outro era bem pior.

– Entendo... Bem, na verdade será estranho te ver com qualquer outro cara que não seja o teme.

Admitiu arrancando um breve sorriso dos lábios de Sakura.

– Passei muito tempo da minha vida em função dele... É normal que estranhe, mas eu escolhi seguir em frente... Não acha que mereço ser feliz?

Perguntou de maneira divertida, sabendo que Naruto sempre desejaria sua felicidade.

– Claro, Sakura-chan... É claro que merece a felicidade.

Disse coçando a nuca e esboçando um sorriso falso. Ele sabia que Sakura merecia ser feliz. Ela merecia tudo o que há de melhor, mas, por que a ideia lhe incomodava tanto?

– Mas e então... Por onde começo?

Questionou tentando mudar o rumo daquela conversa estranha.

– Ali, separe os ingredientes para o sashimi e o wasabi enquanto eu preparo as algas.

A escolha de cardápio de Sakura era tão simples que até Naruto conseguiria preparar... De inicio era difícil para ambos encontrar cada objeto da cozinha. Mas juntos conseguiram o necessário para preparar o jantar.

Naruto não mentiu quando disse que seus dotes culinários eram ruins. Ele era realmente péssimo na cozinha, mas acabava auxiliando Sakura e procurando pelos armários os ingredientes que a kunoichi não tinha comprado.

Quando terminaram, estavam orgulhosos da aparência da refeição que prepararam.

– Viu? É simples.

Disse explicando a Naruto que lhe olhava em um misto de admiração e curiosidade.

– Tenho que admitir, Sakura-chan,  achei que você cozinhasse mal.

Confessou lembrando do gosto terrível das pílulas que Sakura fazia quando treinavam.

– Remédios medicinais não contam... Ainda assim, melhorei o gosto daquelas pílulas de treinamento.

Disse com o ar superior de quem gaba-se de um grande feito. Aquele mesmo ar de inteligência que sempre o prendeu.

– Agora vamos, eu ponho a mesa enquanto você chama seu pequeno clone para jantar.

Naruto assentiu e saiu da cozinha chamando por Boruto.

Os três tiveram o tipo de noite agradável, com boa comida, boas conversas e até, bons sorrisos. Um tipo de momento raro para os todos, tendo em vista que mesmo antes do golpe, Naruto trabalhava muito e não tinha muito tempo em família. Já Sakura, passava mais tempo no hospital, ou em missões, que com seus pais e amigos.

O tempo passou rápido, era tarde quando Sakura se despediu, prometendo que no dia seguinte o ensinaria outro prato tão simples que até Naruto conseguiria preparar. Ele sorriu, agradeceu e se ofereceu para leva-la em casa, mas ela negou argumentando que sabia se defender...

E Naruto nunca duvidou disso... Sakura tinha se tornado uma mulher incrivelmente forte e ele se orgulhava disso. Nem ele entendia por que gostava de ficar tão perto dela, mas se oferecer para acompanha-la sempre foi um tipo de desculpa para desfrutar de mais tempo ao lado de sua amiga.

Depois de colocar o filho hiperativo para dormir, Naruto finalmente conseguiu descansar. Mas, quando deitou a cabeça no travesseiro, acomodado pela grande cama de casal, não conseguia encontrar seu sono... Não era habituado a chegar em casa cedo, mesmo quando estava com Hinata, o trabalho lhe tomava tanto tempo que chegava pela madrugada... Agora estava inquieto e pensando sobre coisas idiotas...

Será que a Sakura-chan estava realmente com ciúmes?

Aquela maldita pergunta não saia de sua mente...

Ele não era a melhor pessoa para julga-la por isso. Não quando não conseguia negar a si mesmo que ficou incomodado com a ideia de Sakura se entregar para outro... Bem, provavelmente ela deve pensar o mesmo quanto a ele sem Hinata. Ainda assim, não entendia por que infernos com tantos problemas era isso que lhe tirava o sono.

Deve ser carência. Estava há mais de dois meses sem contato íntimo com alguém e isso devia estar mexendo com sua cabeça.

Carência... Essa era a melhor resposta que Naruto conseguia dar aos sentimentos incômodos que lhe atordoavam durante aquela noite. 


Notas Finais


Vocês são demais, obrigada pelo carinho que têm me dedicado, vem me motivando bastante.

Sinto muito não ter postado o capítulo ontem, imprevistos acontecem. Mas podem ter certeza que sempre entre sexta e sábado eu atualizo.

Uffa, quanta coisa... Acho que tem uma galerinha com ciúmes por aqui.
E a Temari marca em cima mesmo. Certíssima. Kkk

Até breve?


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