Jimin
Observei (S/N) e nossa toa descendo do brinquedo e vindo em nossa direção. As duas estavam com os cabelos bagunçados devido às descidas rápidas daquela montanha russa, mas ao mesmo tempo também estavam sorrindo e isso me fez ganhar o dia.
- Jimin, acho que precisamos ir embora. Por mim, já deu. - Jieun falou após sentar-se no banco próximo de onde eu estava.
- Você quer ir para casa também, (S/N)?
- Podemos comprar um algodão doce, primeiro?
- Ah, claro.
Estendi minha mão para ela e a mesma a tocou. Saímos de mãos dadas até a barraca de algodão doce e compramos um para ela.
- Tem certeza que não quer? - perguntou me estendendo o mesmo.
- Isso é muito doce, (S/N).
- Mas um pedaço só não vai matar! - estreitou os olhos.
- Está bem. - tirei um pedaço e o coloquei na boca. Instantaneamente, o doce desmanchou.
- E então? Está bom?
- Sim, está sim.
(S/N) riu e balançou a cabeça negativamente.
- Acho que é melhor irmos para casa mesmo.
- Certo.
Ela começou a andar em minha frente, mas a chamei antes que se afastasse muito.
- (S/N)?
- O que foi?
- Eu... - caminhei até ela e tomei coragem para encarar seus olhos novamente - Vou precisar sair mais tarde.
- Sair? Para onde?
- Você lembra quando a Anne pediu para me ver naquele dia no hospital.
A feição de felicidade dela sumiu do rosto aos poucos e ela apenas assentiu levemente.
- Lembro.
- Então... Ela perguntou se eu poderia ir na casa dela hoje.
- E você... Vai?
- Eu disse que sim. Quer dizer, está tudo bem para você?
- Sim, Jimin.
- Tem certeza?
Ela virou de costas e começou a andar outra vez.
- Tenho.
Droga! Parece que fiz a escolha errada...
- Me espere! - segurei em seu braço e a fiz me olhar.
- O que você quer?
- Quero que fique de bem comigo.
- Como você quer que eu fique bem se você vai se encontrar com outra?
- (S/N), eu só preciso conversar com ela sobre...
- Sobre o que, Jimin? - perguntou furiosa.
- Sobre o dia do acidente. Será que você não entende?
- Não, eu não entendo! Sabe por quê? Porque você me disse que tinha terminado com ela. Se você é apenas o ex-namorado dela, por que vocês tem tanto assunto assim?
- Não entenda errado! Acontece que brigamos no dia do acidente e eu não tive a chance de pedir desculpas.
- Você está sendo patético, Jimin.
- E você está sendo egoísta.
- Egoísta? Eu estou sendo egoísta?
- Sim!
- Pois bem, faça o que você entender!
- Eu... - suspirei - Prometo que essa será a última conversa que eu terei com ela. E eu vou falar de nós dois.
Ela continuou com uma expressão negativa e tornou a andar até onde nossa tia estava.
- Você comprou algodão doce? Posso pegar um pedaço? - tia Jieun perguntou.
- Pode ficar tia, eu perdi a fome. - lhe entregou o doce e saiu pisando fundo.
(S/N)
Chegamos em casa e eu fui direto para meu quarto. Fechei a porta e encostei-me na minha por uns instantes.
Meu peito estava doendo e eu sentia uma vontade imensa de chorar, mas me segurei para não fazer isso.
Tomei um banho demorado e tentei esquecer dos problemas. Quando voltei ao quarto vi Jimin sentado em minha casa como se me esperasse.
- (S/N)...
- Você já chegou?
- Eu... Ainda não fui.
- O que está esperando.
- Eu quero que você esteja bem comigo.
- Como, Jimin? - ri ironicamente.
- Isso é ciúme? Você acha que eu vou ter alguma coisa com ela?
- Não sei, não sei Jimin.
- Para com isso! Me escuta.
- Você não tem argumento algum. - fui até o closet e peguei uma roupa para me vestir.
Após terminar voltei e prendi o cabelo num coque enquanto olhava meu irmão pelo espelho.
- Eu não sei se você vai entender, mas eu e ela ainda temos uma ligação muito forte.
Senti uma lágrima solitária escorrer do meu olho, mas engoli o resto do choro.
- Você não está ajudando, Jimin.
- Me escute, por favor.
Esperei que ele continuasse e, algum tempo depois, ele o fez.
- Essa ligação que temos... Eu quero quebrar ela. Quero dizer a ela que estou namorando você e que qualquer sentimento do passado já está morto.
- Ainda assim, ir na casa dela não é uma das atitudes mais sábias.
Ele levantou e se aproximou de mim. Dei um passo para trás, mas o mesmo conseguiu me alcançar.
- Eu sei, mas eu já dei minha palavra. Entretanto, prometo que não te farei chorar nunca mais.
Ele me deu um beijo na testa e então deixou o quarto.
- Queria que isso fosse verdade, mesmo...
Olhei pela janela e o vi saindo de carro. Respirei fundo e desci até a cozinha para comer alguma coisa.
- O que está acontecendo com vocês, (S/N)? - titia perguntou.
- Sabe a "colega" que Jimin disse que acordou do coma?
- Sim...?
- Na verdade, ela é ex-namorada dela e ele foi vê-la.
- Mas de novo? Por quê?
- Eu também gostaria de saber.
Ela me puxou para um abraço e eu retribuí. Ela agia como uma verdadeira mãe para mim e isso me deixou mais tranquila.
- Calma, querida.
- Eu confio nele, sei que eles não vão fazer nada demais... Só que... Dói. Eu nunca senti isso antes.
- Eu sei, eu sei como é. Esse ciúme, essa insegurança, dói muito não é?
- Sim.
- Mas calma, vai ficar tudo bem. O que ele disse para você?
- Bem, primeiro ele disse que ela o chamou. E também falou que só vai lá para esclarecer que não terá mais nada com ela.
- Viu só? Vamos confiar, está bem?
- E se...
- Se ele machucar seu coração eu não vou perdoâ-lo, mesmo que seja meio sobrinho também.
Sentei num dos bancos da cozinha e cruzei os braços.
- Eu espero que realmente fique tudo bem.
Jimin
- Hajun está morto... - ele disse baixinho. Anne estava sentada em sua cama enquanto abraçava seus joelhos - Eu na queria que isso tivesse acontecido com ele.
Tombei a cabeça para trás e respirei fundo.
- Ninguém queria, Anne. Ninguém.
- Foi tudo tão de repente. - vi lágrimas caírem de seus olhos - Depois que brigamos eu saí e encontrei com Hajun, daí ele estava me levando para casa e nós... Batemos em um caminhão.
- Sim...
- Eu queria ter morrido naquele dia.
- Anne!
- Você não percebe que eu só causei dor e sofrimento para mim e para as pessoas a minha volta?
- Se você também tivesse morrido sua mãe teria ficado ainda mais triste.
Ela respirou fundo e balançou a cabeça negativamente.
- Você me odeia?
- Não tenho porque te odiar.
- Então você me ama?
Engoli seco.
- Não.
- O que sente por mim então?
- Nada.
Ela jogou um dos travesseiros em mim, mas consegui desviar.
- Deveria me odiar.
- Não vou.
- Eu fiz uma coisa horrível com você.
- Eu sei, mas ainda assim eu te perdoei. Entretanto, nada será como antes.
A verdade é que eu durante minha formatura descobri que Anne estava me traindo com o Hajun, o ex-namorado dela, durante toda nossa relação. Então, terminamos e ela foi embora no mesmo momento.
Foi uma dor que me despedaçou, mas ainda assim, como havia dito, eu a perdoei. Nos meus planos, ela acordaria do coma em breve e nós ficaríamos juntos. Mas o tempo passou e tantas coisas aconteceram. Ter ela em minha vida passou a ser uma última opção.
- Eu pensei em você durante o acidente.
- Pensou em mim mesmo tendo outro cara com você? O cara que você me traiu?
- Você acabou de dizer que havia me perdoado.
- E perdoei, mas não precisa mentir assim.
- Jimin! Eu falo sério! Eu te trai com ele, mas era você quem eu amava.
- Anne, vir aqui foi uma péssima ideia!
- Calma, calma... - ela me impediu de levantar - Você tem que me escutar.
- O que você quer?
- Eu ainda amo você, Jimin. Você não pensa que podemos recomeçar? Ainda mais porque o Hajun morreu e...
- Não fale como se a morte dele fosse uma coisa boa! E, além disso, eu não posso ficar com você!
- Por que? Você acha que não pode mais sentir o mesmo que antes?
- Sim, eu nunca vou conseguir recuperar esses sentimentos. Então, por favor, não força a barra.
Ela olhou no fundo dos meus olhos e franziu a testa, mas logo em seguida, se afastou.
- Desculpe.
- Eu vou embora, está bem?
- Quero ser sua amiga, pelo menos.
- Eu não sei, Anne.
- Qual é, Jimin? Deixe de ser chato!
- Olha... A amizade é algo que veremos com o tempo.
Ela fez um bico e revirou os olhos.
- Até mais, Anne.
- Tchau, Jiminzinho.
Me despedi também de sua mãe e refiz o trajeto para casa.
Assim que entrei vi minha tia na sala vendo televisão.
- Oi tia. - passei por ela.
- Ei, ei, parado aí!
Parei e me virei para a mesma.
- Que foi?
- O que você pensa que está fazendo, moleque?
- Eu...? Indo trocar de roupa.
- A (S/N) está destruída e sabe de quem é a culpa?
- Eu não fiz nada para que ela ficasse destruída, tia.
- Não fez?
- Não estou traindo ela.
- Jimin, entenda uma coisa: nem sempre o que para você e certo será certo para a (S/N).
- Como assim?
- Você achou melhor ir até a casa da sua ex, não é? Mas para a (S/N) o melhor era nem ir. Entende?
- Não vai mais acontecer...
- Mas já aconteceu uma vez e isso a deixou mal. Acho bom você fazer alguma coisa para mudar isso.
- Eu vou sim, tia.
- Bom mesmo. Pode ir.
Subi as escadas e cheguei no corredor dos quartos. Bati à porta dela e fui atendido em seguida.
- Entre. - ela disse.
Abri a porta e me deparei com uma (S/N) concentrada nos trabalhos da faculdade.
- (S/N)...
- O que você quer?
- Conversar.
- Já conversamos o suficiente, Jimin.
- Não, não foi suficiente.
- Eu fui um idiota hoje, por favor, me desculpe.
- Jiminnie...
- Eu sou seu, apenas seu. Não aconteceu nada hoje, eu juro.
Ela respirou fundo e assentiu. Me aproximei dela e lhe dei um abraço demorado.
- Promete que não deixará ninguém nos afastar? - ela perguntou.
- Prometo... - fechei os olhos e aspirei o cheiro bom dela - Prometo, (S/N).
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