(S/N)
Acordei sonolenta do que de costume, visto que eu não costumava levantar tão cedo, mas fiz isso porque precisava ir até o encontro deles.
Mesmo descalço saí correndo do quarto até a sala. Assim que cheguei na mesma vi Jimin sentado no batente da porta e nossos pais indo embora... Outra vez. Eu sabia que eles voltariam no dias depois, mas mesmo assim era de partir o coração.
Por que eles tinham que ter esse emprego?
- Mamãe! - gritei.
- A mamãe já está indo! - Jimin falou - Não a atrapalhe!
- Mas, Jimin...
- (S/N), seu irmão cuidará de você! Voltamos em breve, meu amor. - mamãe disse antes de entrar no carro.
Eles não tinham tempo para se despedir de quem acordava tarde, por isso não vieram me abraçar.
Assim que saíram comecei a chorar. Jimin me abraçou e beijou o topo da minha cabeça.
- Calma, eles voltarão logo para casa.
Meu irmão era apenas um ano mais velho que eu, mas sempre cuidou muito bem de mim. Às vezes brigávamos ou nos desentendíamos, mas era coisa de criança, ou seja, nada muito sério.
- Promete?
- Prometo!
- Vamos ficar sozinhos?
- Não, a mamãe disse que a babá já está vindo para cá.
Assenti e me afastei de seu abraço.
- Pense pelo lado bom, (S/N), podemos ver desenho animado logo cedo! - disse ligando a televisão.
Nisso ele tinha razão. Não gostávamos quando nossos pais saíam para viajar, mas a parte positiva é que nesse meio tempo fazíamos o que bem entendíamos.
Nossos pais faziam falta, mas já havíamos nos acostumado. No fim, éramos apenas eu e meu irmão.
Meses depois...
Nossa rotina continuou a mesma por um tempo, até que as coisas mudaram. Eu ainda era apenas uma criança quando aquilo aconteceu comigo.
Um câncer maligno me atingiu quando eu tinha apenas oito anos e aquilo estava destruindo não só a mim, mas aos meus pais também.
Eu não entendia bem o que sentia e nem porque daquele tratamento, apenas sabia que a cada dia que se passava eu estava deixando de ser uma criança normal.
- (S/N)? Sua tia chegou! - mamãe sorriu.
- Mãe, eu não quero ir! Por favor!
- Amor, será melhor para todos nós. Acredite!
Meus pais não tinham tempo para me levar ao tratamento devido seu trabalho. Também eles pareciam não estar suportando me verem morrendo, por isso, passaram a responsabilidade para outra pessoa. Minha tia Jieun iria me levar embora para a Itália, e eu moraria com ela e esta cuidaria de mim durante o tratamento. Eu amava minha tia, mas me mudar de repente para um lugar que não conheço e continuar com aqueles tratamentos estava me torturando mentalmente.
- Mãe...
- Quero desça em dez minutos. - disse friamente.
Respirei fundo e continuei sozinha ali por mais um tempo.
- (S/N)? - ouvi uma batida na porta que estava aberta.
Olhei para a direção e percebi que se tratava de meu irmão.
- Oi...
- A tia já chegou.
- Eu sei.
- Você não quer ir, não é?
- Não. Eu... Queria ficar aqui.
- Eu também não queria que você fosse!
Ele me abraçou fortemente e começamos a chorar juntos.
- Você promete que volta? - perguntou.
- Sim, eu prometo. - assenti.
Na época eu não tinha noção da promessa que estava fazendo, pois eu não sabia da gravidade da doença e que poderia morrer logo, mas ainda assim eu disse que voltaria e faria o possível para tornar isso uma realidade.
- Isso será um símbolo do nosso juramento. - após se afastar ele falou e em seguida me deu um selinho.
Fechei os olhos, o senti terminar e logo após afastar-se aos poucos. Foi um ato totalmente ingênuo de ambos, mas que viria a significar muito.
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