História Sentir - Capítulo Único

As mãos deslizaram pelas costas do moreno em um toque simples de reconhecimento. Ao ver o menor arrepiar-se, Will sorrir, saber que consegue isso com o outro, sempre o deixa orgulhoso.

Morde levemente o ombro nu do filho de Hades, queria ouvi-lo reclamar como costuma fazer, mas não é uma reclamação com todas forças, como normalmente faz para outras pessoas e sim uma reclamação disfarçada, com aquele carinho e contentamento guardado apenas para si. Fez novamente, dessa vez mordendo com mais força, provavelmente deixará marcas no dia seguinte. Bem melhor assim! Will quer gritar ao mundo que aquele pálido e preciso garoto é seu e apenas seu!

Retirou as mãos da pele do menor apenas para arrancar a própria camisa pelo colarinho. E como sempre acontece, os olhos negros caem sobre seu tronco nu e longo em seguida um sorriso mínimo curva os lábios finos. Um sorriso guardado apenas para o loiro e pelos deuses! Como Will ama vê-lo!

O curvar dos lábios finos foram impedidos de continuarem a ser exibidos por um beijo quente, romântico, aqueles beijos que ouvimos falar e que ganhamos apenas de uma única pessoa!

É nesse momento, quando as bocas estão unidas, que Will se sente mais forte, mais fraco, o potente, o inútil, o mais feliz dos homens, o mais miserável deles. É como se a cada toque ao mesmo tempo fosse tudo e fosse nada.

É com aquelas unhas curtas e mal cuidadas arranhando suas costas lhe provocando sentimentos novos e velhos que sente... Oh! Ele sente!

Suas mãos já estavam cansadas de ficar ali, apenas no rosto alheio e querido, queriam mais! Queriam explorar tudo! Explorar todo o corpo que assim como seu, estava totalmente entregue ao sentimento único que criaram. Não importa se é a primeira vez, ou a última, se já tinha passado com suas mãos ali, ou não, tudo é novo e velho.

Os pequenos mamilos que ama saborear. A barriga plana ainda em definição. A trilha de pelos curtos que seguiam até em baixo, mostrando ao loiro aquele caminho só seu...e como ele ama tocá-lo ali.

Escutar os sons tímidos que lhe escapavam da boca...faziam com que Will se orgulhe ainda mais. Passear a língua por toda aquele extensão com a melhor de todas as trilhas sonoras é algo que Solace tem certeza, pode até jurar(!) que nunca irá se cansar.

Assim como colocar seus dedos ali, naquele pequeno espaço úmido e brincar como uma criança ao ganhar o melhor dos presente, é algo que pode fazer várias e varias vezes.

Como também erguer a pele macia e pálida do outro apenas um pouco e logo depois faze-lo sentar em...Oh! É nesses momentos que a dor aperta o coração de Solace, pois seu mais precioso paciente também sente dor, porém sendo uma dor física e o aperto no loiro acalma-se ao lembrar que vai passar e logo o mundo abre-se para o infinito, para o impossível.

É com os movimentos, gestos, sons que ambos fazem que conseguem se sentir únicos, não como um único ser! Mas se como dezenas, centenas, milhares(!) de serem em um único corpo! Pois é quando estão assim, apenas concentrados um no outro, que sabem que apesar do​ “eu te amo” nunca ter sido proferido com todas as letras, sabem que esse mesmo “eu te amo” está em tudo.

Ao abrir os olhos na madrugada sentindo o peso do corpo do moreno em si que Will sorrir, pois sabe, não importa o que acontece eles estarão juntos...

Então o loiro apenas o abraça, aconchegando-se no corpo alheio.