História Sequestrada por um demônio - Igual?

3 anos depois

Sarah

Pensei que as coisas iriam melhorar, mas não foi isso que aconteceu. Sariel não fala mais comigo e prefere viver na terra.

Lion e eu não conversamos, nosso relacionamento está bem frio, mas em compensação não brigamos mais e nem discutimos.

Não tenho notícias da Kali, só que ela continua morando com a família do Kailan.

Não me sinto bem para andar e sair da cama, não por causa da saúde, mas me sinto cansada de tudo isso. Tudo é sempre igual, esse castelo, minhas atividades diárias, minha vida não muda.

Me afundar nós livros é a única coisa que me distrai, acho que vou voltar a ser a adolescente que vivia pelos livros, pois eles são mais emocionantes que minha vida.

(...)

Lion está estressado e parece preocupado com alguma coisa também, tem um demônio querendo o lugar dele como rei do inferno, por incrível que pareça não é um irmão dele.

Dantalion —você só vai sair com guarda costas, entendeu?— diz voltando a comer.

—claro, sua vida é muito importante para acabar por minha causa.— falo bebendo meu sangue.

Dantalion —por que acha que só me preocupo comigo?!— diz quase gritando, ele está bravo, parece muito irritado.

—por que se não se preocupasse só com si mesmo não me faria pensar que estava pensando na possibilidade de termos filhos! Eu vi o registro no cofre, fez uma vasectomia antes de me acordar a três anos, eu pensei que o fato de não terem me pedido para tomar anticoncepcional era por que.... Você mentiu para mim, me iludiu por três anos.— falo quase chorando, mas ele continua a comer sem olhar para mim.

Dantalion —você mesma disse que pensou, eu sempre disse que não quero filhos, por que é tão difícil entender isso?— sinto lágrimas escorrerem dos meus olhos.

—é problema é você não ter acabado com as minhas esperanças de uma vez.— falo saindo da mesa cansada disso.

(...)

Caio na cama exausta e fico olhando a janela, o inferno é belo a noite, tudo brilha, mas nem tudo que é bonito é bom no final das contas.

Eu não tenho mais nada, meu filho me odeia e não quer me ver. Sou uma péssima mãe, sou péssima em tudo que faço.

Abraço meu travesseiro e começo a chorar em silêncio, eu daria tudo para conseguir o remédio para dormir agora, tudo que eu penso agora é me levantar e me tacar daquela janela, eu não faria falta mesmo.

Niran

Minha mestra não sai do quarto a semanas e não quer ver ninguém, meu mestre está de mau humor e todos os empregados estão com medo de errar na frente dele, não duvido que ele mandaria matar.

O castelo está com um clima horrível, nunca vi meus mestres tão separados antes, parece que os problemas são maiores do que a destinação que os uni.

Acho que eu deveria levar os remédios para dormir da rainha, sei que o rei não gosta, mas ela precisa esquecer as coisas se não pode acabar querendo se matar igual a Amália.

É compreensível o sofrimento dela, quer viver, mas é casada, quer filhos, mas o marido não quer, todos que ela conhece e ama estão longe então não pode desabafar com ninguém. Ficar três anos sem se abrir com ninguém deve ser difícil, claro que para meu mestre deve ser ruim também.

Tudo isso deve ser um dejavu para o mestre Dantalion. Amália era doce e carinhosa, mas sensível demais, queria uma família enorme e odiava o inferno, ela perdeu um filho que nasceu morto, se matou depois que o Lion não foi mais suficiente para tapar o vazio.

A mestra Sarah é diferente, é brava e irritada, sensível por dentro mas não gosta de mostrar, prefere discutir e brigar. Pelos livros que vi ela escrevendo, ela queria sair e viajar, mas não pode por causa da destinação. Acho que a frase "me sinto presa em uma torre" é a forma que ela se define.

Acho que essa destinação não vai ter os dois lados felizes no final, só um vai ser e o outro vai ter que aceitar. No caso a Sarah mesmo, porque o mestre não muda de ideia nunca.

Megan —para de pensar e vai fazer seus trabalhos, Niran.— vejo a senhorita tentando pegar uma garrafa de vinho na adega, ela cresceu tão rápido, vai dar tanta dor de cabeça para o pai e o irmão.

—o mestre Lion.....

Megan —não Niran, meu irmão não sabe que estou roubando uma das centenas de garrafas de vinho dele.— diz meio brava e com um tom revoltado.

—essa garrafa na verdade tem sangue misturado...— tento falar mas ela me interrompe.

Megan —qual o seu problema? Somos demônios, também bebemos sangue, fazemos tudo que não devíamos, para de falar como se fosse algo estranho.— vejo ela colocar a garrafa na mochila, está procurando mais alguma coisa pelo que posso ver.

—...

Megan —onde fica a vodka?— essa garota, tem 22 anos, tem que parar com isso.

—eu não te sirv....

Megan —foda-se, acho sozinha.— diz andando até a porta, olho para ela e percebo uma marca estranha em seu pescoço, parece um chupão.

—o mestre Dantalion não vai gostar de saber que está saindo com alguém sem falar com ele....

Megan —enfia na sua cabeça que não me importo com o que meu irmão gosta que eu faça ou não, vai logo correr para contar ao seu mestre já que é só para isso que você serve.— diz e logo sai.

As vezes entendo por que Lion não gosta de criança, mas que irmã insuportável. É jovem e jovens aprendem se ferrando, mas é demais.

Dantalion

Vejo minha irmã caçula pulando a janela, meu pai mandou ficar de olho nela, mas se ele não aguenta, imagina eu.

—Bel, vai atrás da nossa irmã e fica de olho nela.— falo e ele faz cara veia pois está comendo sobremesa.

Bel —nem ferrando, ela tem 22 anos, deixa ela aprender sozinha como as coisas funcionam, vai beber até cair, vai acontecer várias coisas ruins depois disso, aí aprende.— diz comendo pudim.

—esta dizendo para deixar ela se embebedar e ser estuprada?— depois eu que sou o monstro de querer que elas se casem com alguém de virtude.

Bel —Megan consegue ver as intenções dos outros, não vai ser, se for é muito burra. Controlar também quebra as pessoas Lion, ainda mais a Megan que não consegue ficar no mesmo lugar por uma hora.

—eu pedi para olhar ela e não para trazer ela a força para cá, vai logo!— falo já bravo e ele sai.

Essa família só me dá dor de cabeça.