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História Será o fim? - Explicações


Escrita por: pati_1525

Capítulo 9 - Explicações


- Oi – Paola fala timidamente

Carol a ignora totalmente e se vira para mim

- O que que essa mulher tá fazendo aqui? – Ela me pergunta com um tom irritado

- Ela vai jantar aqui, Carol. Paola é minha amiga e nós vamos jantar juntas – Fiz cara para que ela não arrumasse confusão

- Amiga? Sério, Ana Paula? – Carol olhou para Paola e voltou a me olhar – A primeira vez não foi o suficiente? Você quer repetir o desastre?

- Carol, vai com calma. Não fala assim – Eu a repreendi

Ela se vira para Paola

- Você não tem vergonha, não? – Paola faz uma cara assustada

- Desculpa, não entendi. Eu perdi alguma coisa? – Ela pergunta confusa

- Não, Paola. É que...

- Perdeu, querida – Carol não me deixa terminar a frase – Perdeu qualquer direito de se aproximar da minha amiga depois de todas as cagadas que você fez

- Carol, já chega! – Eu falei mais alto

- Já chega? – Ela me olha e volta o olhar pra Paola de novo – O que foi, Paola? Tá se sentindo sozinha e resolveu usar a Ana Paula pra se distrair, mais uma vez? – Carol tinha raiva na voz

- Nós já conversamos, ela me perdoou. Somos amigas de novo – Paola responde baixinho, como se estivesse com medo

 - Amigas? Sério? Você é idiota assim ou se faz? Tá estampado na cara da Ana Paula que ela ainda gosta de você – Paola me olha, confusa, como quem pede uma explicação e eu desvio o olhar para Carol

- CAROL, CHEGA! – Eu grito e ela me ignora, ainda olhando pra Paola

- Eu não vou permitir que você destrua minha amiga de novo. O que você fez com ela é imperdoável – Carol já falava alto – Eu fiquei uma semana cuidando dela naquele hospital depois do estrago que você fez

- Hospital? – Paola me olha assustada

- Ela não te contou, né? – Carol pergunta para Paola e olha para mim

- Para Carol, por favor – Eu implorei. Algumas lágrimas já caíam

- Eu não vou parar. Ela tem que saber – Ela volta a olhar para Paola – Duas semanas depois que você terminou com a Ana Paula eu cheguei aqui e encontrei ela caída no chão. Ela falava coisas sem sentindo, mas a única coisa que era bem nítida era que a culpa daquilo tudo era sua. Ana Paula tinha bebido quase o bar inteiro depois de ver as suas fotos com o seu novo namoradinho. DUAS SEMANAS APÓS O TÉRMINO – Carol já gritava – E todo esse álcool, a falta de alimentação, somados aos problemas de coluna, deixaram ela no hospital por uma semana.

- Meu Deus, Ana – Paola chorava

- Então, acho melhor você pegar suas coisinhas e ir embora. Você faz muito mal pra ela – Carol disse para Paola

- EU DISSE QUE JÁ CHEGA, CAROL! PARA COM ISSO! – Eu gritava – VAI EMBORA DAQUI, AGORA!

- Quem tem que ir embora é ela. Foi ela que...

- EU DISSE PRA VOCÊ SAIR, CAROLINA! -Ela me olhou, incrédula

- O que que essa mulher faz com você? – Ela me encara, mas eu não respondo - Quando ela cansar de você, de novo, me chama pra juntar os cacos – Carol virou as costas e saiu do apartamento

Me sentei no sofá e deixei as lágrimas caírem. Paola se aproximou, ajoelhou-se na minha frente, colocou uma das mãos em cima das minhas e a outra segurou meu queixo, levantando meu rosto, para que eu olhasse para ela

- Ana, eu sei que a sua amiga tem todas as razões para me odiar. Eu errei muito com você no passado e eu jamais vou me perdoar por isso – Tento falar, mas Paola continua – Eu só preciso que você saiba uma coisa: eu nunca imaginei que estivesse te causando uma dor tão grande. Por mais perdida e confusa que eu estivesse naquela época, te machucar, ainda mais de maneira tão profunda, é uma coisa que eu jamais faria conscientemente.

- Eu sei, Paola.

- Eu fui fraca, burra e orgulhosa e acabei magoando todas as pessoas que eu mais amava.

- Como assim? Por que você está falando isso? – Eu não estava entendendo

 - Eu pensei que você estava me traindo – Paola quase gritou

- Eu? Traindo você? De onde você tirou esse absurdo? – Eu estava indignada

- Foi o que a sua ex namorada que me disse

- Paola, você enlouqueceu? Do que você está falando? – Eu estava começando a me irritar com aquela história

- Camila Walsh. Ela foi atrás de mim

Flashback On

Paola estava em seu escritório, após terminar o serviço do almoço, quando ouviu uma batida na porta

- Entre! – Paola disse

- Chef, tem uma moça, Camila Walsh, querendo falar com a senhora. Posso dizer para ela subir?

- Não conheço, diga que...

Paola não teve tempo de terminar o que estava falando, pois logo uma moça loira adentrou o escritório

- O assunto é do seu total interesse, Paola. Acho melhor você me escutar – Ela parou em frente a mesa de Paola, a encarando

- Obrigada, Rafael. Pode se retirar. – Paola falou para seu funcionário. Ele se retira e fecha a porta

- A gente se conhece? Não lembro de você.

- Eu sou amiga, digamos que... íntima, da Ana Paula Padrão – Ela fala com um sorriso no canto da boca

- Amiga íntima? – Paola estava confusa

- É, nós tivemos um caso!

- Um caso? – Paola fica surpresa e  completamente perdida, mas tentou disfarçar - Mas o que isso tem a ver comigo?

- Ué? Ela não é sua namorada? – Camila faz uma pausa esperando Paola responder, mas ela não fala nada – Eu sei que vocês acham que ninguém sabe, mas vocês dão muito mais bandeira do que imaginam. Já vi vocês por aí – Camila sorri, cínica

- Não, você está...

- Tá bom, Paola. Vamos pular essa parte que você tenta inventar uma desculpa qualquer e fingir que não tem nada com a Ana Paula. Já passamos disso.

- Mas eu ainda não entendi o que você quer comigo – Paola, além de confusa, já estava ficando sem paciência

- Te falar a verdade. Você está sendo feita de palhaça

- Do que você está falando, menina? Você é louca?

- Pedro! Esse nome não te diz nada?

- Pedro?

- O cara com quem a Ana Paula está te traindo – Ela sorriu ao ver a cara de Paola

- Olha, menina, eu vou pedir pra você se retirar. Eu não tenho tempo pra ouvir essas asneiras – Paola se levantou e apontou para a porta

- Calma, Paola – Ela se divertia com a situação – Só presta atenção no que eu vou te falar, ok?

Paola não falou nada, apenas a encarava, então, ela continuou

- Ana Paula não vem chegando tarde em casa, some durante algumas horas da tarde, recebe ligações misteriosas? Ela não parece estar cheia de segredos?

- Não! – Paola respondeu de imediato, mas sabia que algumas coisas faziam sentido, só não queria admitir na frente daquela mulher

- Eu sei que é difícil, Paola. Mas, pense bem. Se não estiver acontecendo nada disso é só seguir em frente com a sua vida. Mas, se o que eu te disse faz sentido, não permita que Ana Paula te faça de idiota. Foi assim comigo, também.

- Não, o que você está falando não faz sentido nenhum!

- Se você diz... – Ela sorriu com deboche – Mas, se você pensa que algum dia a Ana Paula vai assumir um relacionamento com você, ou qualquer outra mulher, você está muito enganada. Isso de querer privacidade é só uma desculpa, ela sempre foi forte o suficiente para enfrentar o que quer que fosse. Você é só um passatempo, assim como eu fui. Assim que ela encontrar um cara bacana, ela larga você.

- A Ana Paula não é assim. Nós estamos juntas há dois anos, não sou um passatempo. Não fale o que você não sabe – Paola já estava totalmente sem paciência para aquela história

- Ok, Paola. Não vou insistir. Apenas pense no que eu te falei e observe melhor as atitudes da sua namorada. Com licença!

 

Camila sai da sala e deixa uma Paola completamente confusa. Ela confiava em Ana Paula, elas se amavam. Nada daquilo fazia sentido... ou fazia?

Flashback Off

 

- E foi isso...

- Paola... por que você não me contou? Eu teria te explicado toda a situação. Como você pode jogar fora tudo que nós tínhamos e acreditar no que uma pessoa totalmente desconhecida te disse?

- Eu não sei, Ana. Eu fiquei insegura. E, acho que por paranoia da minha cabeça, as coisas que ela me disse começaram a fazer sentido – Ela chorava – Você chegava tarde, as vezes sumia durante a tarde, atendia o telefone e ía pra longe de mim... Eu não sabia o que pensar, eu estava confusa... o que você queria que eu fizesse?

- Eu queria que você tivesse confiado em mim, Paola. Poxa!!! – Falei mais alto do que desejava -  Nós sempre fomos sinceras uma com a outra.

- Eu sei! Eu não pensei em nada, Ana. A ideia de você estar me traindo me cegou. E eu comecei a ver sinais em todos os lugares – Ela me olha, triste – E, cada vez que eu desconfiava de alguma coisa, me dava mais raiva. Acabei deixando o orgulho me dominar. Resolvi que seria melhor eu afastar você das nossas vidas antes que você nos machucasse ainda mais.

- Você não podia ter feito isso – Fiz uma pausa – Como você pode pensar que eu estava te traindo?

- Tenta me entender, Ana Paula. Os sinais estavam ali, foi difícil pra mim, também. Na manhã anterior ao dia que terminamos, o seu celular tocou, enquanto você estava no banho. Eu não atendi, mas na tela apareceu o nome Pedro. E, alguns minutos depois, chegou uma mensagem “Preciso falar com você. Me liga! Beijos, Pedro”. Naquele dia você chegou tarde em casa, o que me deu mais certeza de que você estava mentindo pra mim. Aí você veio toda carinhosa, eu acabei ficando com mais raiva ainda e nós brigamos. No dia seguinte você já sabe...

- Você entendeu tudo errado, meu Deus... Paola, não... – Paola me interrompe

- Quem era aquele Pedro? Eu acredito em você. Esse tempo todo eu pensei muito nesse assunto e eu sei que deveria ter falado com você antes de tomar qualquer atitude... mas ainda não entendi a sua relação com ele – Paola falava rápido, demonstrando ansiedade

- Você lembra de quando conversamos sobre ter uma casa nossa? Nem a minha e nem a sua, uma casa nossa. Eu, você e a Fran.

- Lembro... – Paola estava confusa

- Então, o Pedro era corretor. Eu queria te fazer uma surpresa e encontrar o lugar perfeito para nossa família. – Percebi que Paola estava emocionada

- Ana... eu não podia imaginar... eu – Paola tentava falar, mas as frases não saíam

- Por isso eu sumia as vezes, eu saía com ele para olhar apartamentos. Atendia o telefone longe de você porque era uma surpresa e eu não queria estragar tudo.

- Não acredito... e eu estraguei tudo! – Ela fala com a voz triste

- É! – Eu falo e dou risada da cara que ela fez

- Também não precisa concordar tão rápido – Nós duas rimos

 

Ficamos um tempo pensando em tudo que foi falado ali

– Eu ainda não acredito que aquela doida foi capaz de fazer tudo isso – Acabei pensando alto e Paola ouviu

- Ela foi sua namorada? Você nunca me disse que tinha uma ex namorada.

- Não, claro que não! Ela trabalhou comigo, há muitos anos. Era uma boa secretária, muito prestativa, competente. Mas, depois de um tempo, ela começou a ter um comportamento estranho. Sempre estava nos mesmos lugares que eu, tratava mal as pessoas que se aproximavam de mim, inclusive meu ex marido. Até que ela me disse que estava apaixonada por mim. Eu tentei levar numa boa, expliquei a situação, que não poderia acontecer nada entre nós. Mas ela surtou. Disse que eu não poderia fazer aquilo com ela, que ela vinha dedicando a vida dela a mim... e mais um monte de loucuras. Mas, depois disso, não tive mais contato com ela. Jamais imaginei que ela ainda estivesse por perto.

- Ela sabia toda a sua vida, Ana. A nossa vida – Ela coloca as duas mãos na cabeça – Como eu pude acreditar nessa doida? Como eu sou idiota, meu Deus!

 - Não se culpe tanto, Paola. Talvez, se eu estivesse no seu lugar... acreditaria também – Tentei amenizar

Ficamos mais um tempo em silencio, absorvendo tudo que foi dito, até que eu resolvo tirar uma dúvida, também

- Foi por causa disso que você começou a namorar o fotógrafo? – Paola me olha surpresa

 - Jason? – Ela parecia confusa

- Sim, saíram algumas notas dizendo que vocês estavam juntos

- Eu nunca namorei o Jason, nós sempre fomos amigos. Você até o conhecia. Alguém nos viu juntos, tirou aquelas fotos e escreveu aquelas bobagens. Mas nós nunca tivemos nada.

- Mas, se você estava sozinha... você nunca pensou em me procurar depois do nosso término?

- Claro que sim! Até tentei falar com você algumas vezes, mas você nunca deu espaço, você estava magoada. E com você fora do país também foi mais difícil. Enfim...

- E pensar que tudo isso aconteceu por causa de uma sucessão de mal-entendidos. As duas sofrendo por coisas que nunca existiram.

 - Mas eu admito a minha culpa, Ana. Quem começou isso tudo fui eu. Você foi vítima dessa história toda.

- A diferença é que, para mim, o término não tinha um motivo aparente. Mas você foi tão vítima quanto eu. Não se culpe, Paola.

- Isso não poderia ter acontecido, Ana Paula. A gente não merecia isso. Eu tinha que ter confiado em você, caramba!!!

- Eu sei, mas não podemos fazer nada quanto a isso. Já aconteceu.

- Tanto tempo e tanto sofrimento... Pra que?

– Duas pessoas que se amam tanto não deveriam passar por isso – Paola me olha e abre um sorriso lindo e eu tento consertar – Quer dizer...

- Duas pessoas que se amam? – Ela não parava de sorrir

Eu não sabia o que responder, ainda estava confusa com toda aquela história. Será que eu já poderia baixar a guarda? Poderia me entregar aquele amor de novo?

Meus pensamentos são interrompidos pela voz de Paola

- Ana? Ana? – Ela me chamava

- É... você pode me dar um tempo pra pensar nisso tudo? Acho que vai ser melhor para nós duas.

Paola não disse nada, apenas me abraçou. Nossas lágrimas já rolavam de novo. Nada foi dito, estava tudo ali, naquele abraço. Despois de alguns minutos fomos nos afastando.

Nossos rostos estavam tão próximos. Paola foi passando a boca pela minha bochecha até ficar bem próxima a minha boca. Fechei os olhos até que senti os lábios de Paola nos meus, iniciando um beijo calmo, mas cheio de saudade e desejo. Aos poucos fomos intensificando o beijo, nossas línguas já explorando a boca uma da outra. Nos beijamos por um tempo, até que o ar se fez necessário. Ficamos com os olhos fechados, as testas grudadas e uma com as mãos no rosto da outra. Nada foi dito.


Notas Finais


Gente, pensei muito nesse capítulo, reescrevi diversas vezes, mas acabei ficando com minha ideia original. Dá pra entender um pouco a Paola agora, né? kkkkk
Espero que tenham gostado do capítulo. Me contem!!!


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