História Serial Killings - Is wrong, but I want so much

O silencio consumia toda a residência, todos estavam adormecidos em seus quartos...

Ou melhor, quase todos...

BaekHyun tinha os olhos bem abertos encarando o nada há bastante tempo, talvez desde que tivesse deitado para dormir junto de ChanYeol. Se remexeu e sentiu o braço longo do namorado apertar sua cintura e o puxar para mais perto, fazendo suas costas grudarem ao peito do maior que respirou fundo contra sua nuca. Isso fez o menor fechar os olhos com força e tentar conter o choro que queria se apossar de si.

Lembrar do que havia acontecido durante a tarde com JongIn estava o deixando maluco, maluco por ter gostado e querer sentir novamente os lábios do outro sobre os seus. Balançou a cabeça seguidas vezes e ouviu o resmungo do mais alto, o que o fez parar e choramingar baixo, mas não foi despercebido por ChanYeol que beijou seu pescoço.

—O que houve? –perguntou baixo e com a voz rouca, o que a deixou mais grave que o normal. –Está se mexendo muito... Você não é assim.

—N-Não foi nada, Channie. –respondeu e virou-se, ficando frente a frente com o outro que tinha os olhos espremidos lhe encarando. –Só estou sem sono. –sorriu de leve.

—Também, você ficou a tarde inteira aqui dormindo... Deveria ter ido com nós caminhar um pouco. –falou, bocejando logo em seguida. BaekHyun tremeu quando o maior falou aquilo, porque ele não tinha dormido depois do que acontecera. E a falta de sono era por ter a mente relembrando tudo que tinha ocorrido. –Vá beber um pouco d’água, talvez assim você consiga dormir. –beijou-lhe a testa e o menor assentiu.

ChanYeol deslizou seu braço pelo corpo do menor para poder deixá-lo livre e assim se virou para o outro lado, já caindo no sono novamente, já BaekHyun suspirou e sentou-se. Curvou o corpo por alguns segundos e assim se levantou, vestiu seus chinelos e saiu os arrastando pelo quarto até sair do cômodo. Foi silenciosamente pelo corredor, segurando-se na parede com certo medo de cair e assim que chegou a sala piscou os olhos devido à luminosidade que vinha das janelas por causa da lua. Apressou o passo até chegar à cozinha e deu um pulo ao ver a porta da geladeira aberta e um de seus amigos com metade do corpo enfiado ali ao que parecia procurar algo. Foi até ao interruptor e ligou a luz do cômodo e assim a pessoa se afastou do eletrodoméstico, batendo a cabeça contra a porta do mesmo, resmungando feito uma criança ao que passava as mãos no local machucado.

BaekHyun choramingou ao constatar que era JongIn ali, a pessoa que ele menos queria ver.

—Você me assustou, hyung. –JongIn disse com a voz chorosa, apertando os olhos devido a ardência que sentia. –Argh! Cortou! –disse depois de ver um pouco de sangue em sua mão. Direcionou o olhar pela primeira vez ao menor que estava encostado na parede de forma encolhida. –Aish! D-Dói. –resmungou, sentando-se na primeira cadeira próxima. Voltou a apertar o local e novamente olhou para BaekHyun que tinha a mesma expressão assustada desde que havia entrado ali. –Estou falando com você, hyung!

—C-Cala a boca. –disse e foi em direção a pia, onde havia um copo no secador e assim serviu-se com a água da torneira mesmo. Tomou um gole considerável do liquido e repousou o copo sobre a bancada, suspirando logo em seguida.

—Hyung... –o moreno sussurrou e passou os braços pela cintura do menor que arregalou os olhos, virando-se de imediato. JongIn conseguia ser bastante silencioso quando queria. –Fale comigo, hyung.

—S-Seu... –murmurou entre dentes, empurrando o peito do mais novo que sorriu puxando-o ainda mais contra si. –P-Para JongIn!

—Porque vou parar se eu sei que você gosta? –sorriu de canto, alisando a cintura do menor que tinha os olhos fixos nos semelhantes do moreno. –Ah Baekkie... Não sabe o quanto fica adorável me olhando desse jeito assustado. –mordeu o lábio inferior e BaekHyun arregalou os olhos, abaixando a cabeça um tanto envergonhado.

—JongIn... M-Me solta. –pediu, tentando escapar do moreno que o apertou ainda mais contra o balcão. –E-Eu não posso, é errado. –o olhou de forma triste. –Por favor...

—Não pense assim. –depositou um selar sobre a bochecha rosada de BaekHyun que encolheu-se entre seus braços. –Se eu te contasse que... –soltou um risinho, roçando o nariz sobre o pescoço pálido do menor que reprimiu um gemido que quis escapar por entre seus lábios. –Que eu... Que eu já quis muito te tocar desse jeito, você acreditaria? –mordiscou a pele e BaekHyun o olhou de baixo, de forma envergonhada.

—Não minta. –sussurrou. –Você é apenas um safado q-que quer me pegar. –fez um bico involuntário que causou risos no mais novo.

—Pergunte ao JoonMyeon, ele sabe de tudo porque eu já perdi as contas de quantas vezes contei dos meus pensamentos ao seu respeito para ele. –falou, apertando os braços ao redor de BaekHyun que pareceu ter relaxado levemente.

—É errado... –voltou a abaixar a cabeça e assim escondeu o rosto contra o peito de JongIn que se surpreendeu com aquela ação do mais velho. –M-Mas... Mas... Eu q-quero tanto. –sentiu seu rosto queimar depois de dizer aquelas palavras.

JongIn sorriu, deslizando suas mãos até as coxas grossas do pequeno para segurá-las com força e levantá-lo, colocando-o sobre a bancada. BaekHyun o olhou de maneira tímida, o que deixava JongIn fascinado pelo jeito inocente que o mais velho transmitia.

—Baekkie... Você não vai se arrepender. –sussurrou, logo juntando os lábios finos do mais velho aos seus carnudos.

BaekHyun que ansiava pela boca do outro, tremulou de uma maneira vergonhosa fazendo-o ficar ainda mais vermelho do que já estava. Com as pernas, circundou a cintura do moreno e o puxou para mais perto, o que fez o moreno morder o seu lábio de um jeito gostoso, causando arrepios no corpo de BaekHyun.

—Não podemos fazer aqui. –JongIn disse contra os lábios do menor que abriu os olhos, encarando as orbes atentas do outro que já o observava a alguns segundos. –Podemos ir para o porão. –sugeriu, passando a alisar a coxa do menor que assentiu de leve.

O moreno passou um dos braços pela cintura de BaekHyun e com a mão livre passou a apertar a coxa alheia, a qual tinha descoberto ser muito boa de ter seus dedos afundados ali.

E com muita dificuldade, conseguiram chegar até ao porão.

•

O sol não demorou a começar a iluminar a casa aos poucos, e isso foi o suficiente para JoonMyeon abrir os olhos e encolher-se na cama assustado. Havia tido mais um pesadelo.

Desde que havia ficado sozinho no quarto que antes dividia com JongDae e MinSeok, JoonMyeon começou a ter pesadelo com os dois amigos, tornando a lembrar-se de como havia encontrado o corpo de MinSeok caído no chão da cozinha e ter um LuHan totalmente desesperado chorando nos braços do namorado e de como havia encontrado JongDae pendurado naquela arvore.

Balançou a cabeça tentando se livrar daqueles pensamentos ruins e empurrou os lençóis para levantar-se. Dirigiu-se até ao banheiro acoplado ao quarto e lá tomou um banho rápido e fez sua higiene pessoal, depois se secou e buscou uma muda de roupa no quarto para então seguir para mais um dia que se começava e que o deixava apreensivo.

Chegou à cozinha e estalou a língua ao ver um copo fora do secador onde ele havia deixado, lavou-o e novamente o pôs no objeto secante. Prepararia o café calmamente, mas braços o impediram de fazer o que pretendia.

YiXing havia enlaçado sua cintura e repousado o rosto em seu ombro, fechando os olhos e balançando o corpo de um lado para o outro, coisa que fez o mais velho rir fraco e bater de leve nas mãos entrelaçadas do chinês contra sua barriga.

—Para com isso, YiXing. –disse de modo divertido e ouviu um muxoxo do mais novo que depositou um selar em sua bochecha. –Aish, você sabe que eu não gosto de beijos molhados. Ainda por cima de homens.

—Hm... Hyung homofóbico. –resmungou, arrancando risos do mais velho que desfez o enlaço dos dedos do chinês e se afastou. –Aposto que vai se lavar depois disso. –fez um bico e recebeu a risada de JoonMyeon.

—Não seja bobo, Xing-ah. –disse e abriu a geladeira, tirando de lá uma caixa de leite. –Preciso fazer o café antes que os outros acordem. Vão reclamar se vierem e não tiver nada pronto. –justificou-se e o chinês assentiu, se arrastando até se acomodar em uma das cadeiras. –O que houve que caiu cedo da cama?

—Estou com fome. –resmungou e debruçou o corpo sobre a superfície da mesa. –Quer ajuda ou posso cochilar?

—Cochile. –respondeu risonho, negando com a cabeça ao que olhava o mais novo se acomodar ao que fazia o braço de travesseiro.

Como de costume, passou uma grande quantidade de café e aqueceu o leite. Abriu um dos armários na esperança que ainda tivesse sobrado algum pacote de biscoito e viu o ultimo e o único alimento naquela parte. Bufou e o pegou, largando sobre a mesa e foi buscar as xícaras para deixar dispostas para os outros.

Cutucou o chinês que resmungou feito criança ao que acordava e assim suspirou, entendendo o que JoonMyeon queria, iria ter de ajudar acordar os outros.

Aos poucos, todos foram acordando e chegando a cozinha onde JoonMyeon tentava achar algo a mais que o simples pacote de biscoitos, e tudo que achou foi armários e mais armários vazios. Teria de conversar com os outros a respeito daquilo. Sentou-se ao lado do chinês que tomava seu café calmamente e suspirou cansado, deixando seu corpo de maneira desleixada sobre a cadeira.

LuHan e SeHun chegaram a meio a risadas e assuntos que só eles entendiam, parando no mesmo instante que receberam os olhares sérios de JoonMyeon e YiXing. Sentaram-se nos lugares onde sempre sentavam e continuaram o assunto de maneira mais discreta, o que fez o Kim suspirar e deixar a cabeça tombar para trás.

—Algum problema, JoonMyeon-ah? –LuHan perguntou de forma cautelosa, o olhando curiosamente.

—Nossa comida praticamente acabou. –respondeu e o olhou. –Temos que ir até ao mercado mais próximo daqui que deve ficar a não sei quantos quilômetros.

—Oh, Tao e KyungSoo falaram sobre isso ontem. –SeHun disse, servindo um pouco do liquido preto em sua caneca e na do namorado. –Se alguém me acompanhar eu vou. –se prontificou e recebeu um tapa na coxa de LuHan que o olhou de maneira séria. –O que foi, Lu-ge?

—É longe. –sussurrou e olhou de soslaio para os dois amigos que o encaravam. Sorriu envergonhado e abaixou a cabeça. –Vai ser perigoso, podem se perder. –sua voz soou infantil e SeHun sorriu fraco, puxando-o pela cintura e depositou um beijo em seu pescoço.

—Não se preocupe, bebê. –falou e ouviu os amigos fazerem sons enojados, o que lhe fez gargalhar. Já LuHan ficou totalmente vermelho e irritado.

—Não me chama assim, idiota. –o empurrou, já tomando o seu café ao que virava o corpo para o outro lado.

—Ih, já começaram. –YiFan disse ao que adentrava a cozinha com Tao em seus braços, rindo de leve. –O que foi dessa vez, SeHun-ah? Não deu conta ontem? –riu fraco e tudo que recebeu foi o olhar mortal de LuHan que bufou alto.

—Não incomoda, hyung. –SeHun murmurou, tomando um pouco do seu café.

Tao apenas negou com a cabeça os modos indevidos do namorado e se acomodou, já se servindo do café e pegando o pacote que estava esquecido no centro da mesa. Recebeu o olhar debochado de YiFan e isso o fez rolar os olhos e atirar os biscoitos novamente para o meio da mesa e assim levantou, pegando a caneca e saiu da cozinha. O chinês loiro o olhou surpreso e abaixou a cabeça, sabia que aquela brincadeira estava deixando o mais novo irritado. Suspirou e sentou-se onde antes estava Tao, servindo-se e começou a tomar de maneira silenciosa.

Os outros foram chegando e se acomodando, servindo-se e comendo alguns biscoitos, tudo sendo policiado por JoonMyeon que sempre repetia que não havia nada nos armários. Acabaram por decidir que teriam de ir até ao mercado mais próximo para comprarem algo e também aproveitariam e ligariam para algum resgate para conseguirem rodas para os carros que estavam esquecidos na garagem.

Aquela seria talvez a única escapatória para eles.