História Série Love For All Life - Forever. - II - Kwon Hyukwoo.

Quando acordei para mais um plantão, encontrei o lugar de Hayeon completamente vazio. Me espreguicei fazendo minhas juntas estalarem, coloquei meus pés sobre o chão aquecido amando essa sensação.

"Anjo?" A chamei mas não obtive resposta.

Franzi a testa achando completamente estranho sua ausência.

Peguei meu celular sobre a cômoda vendo que já se passava das dez da manhã, anunciando que eu estava atrasado e que minha mulher já estava em seu consultório.

Droga.

Nunca me arrumei tão rápido, passei na cozinha vendo uma garrafa térmica e um papel grudado nela anunciando que era destinada a mim, e que Hayeon teve que sair mais cedo deixando com que eu ficasse dormindo por dó de me acordar.

Peguei minhas chaves e pertences saindo de casa, e indo até o carro. O trânsito estava até que favorável para aquele horário. Estacionei meu veículo junto com Sunghwa que também me parecia muito mais atrasado do que eu, pois ainda estava com sua gravata em mãos.

"Bom dia, amigo!" Sorri para o mesmo quando saímos dos nossos carros.

"Bom dia. Atrasado?" Questionou e assenti.

"Quer ajuda?" Apontei para a gravata e o mesmo negou.

"Quando saímos daqui vamos comprar os smokings!" Comentou enquanto entravamos no elevador.

"No meu casamento não tive que fazer nada disso." Reclamei me encostando na parede gelada.

"Sabemos como a Seokmin é... Ela dividiu diversas coisas e me pediu para fazer!" Revirou os olhos e começou a colocar a gravata.

"É bem capaz dela colocar até minha mulher para trabalhar!" Dei risada e o elevador logo parou no meu andar.

Infelizmente, os andares da pediatria e da oncologia são diferentes.

"Até depois. Se der vou mais tarde." Sai do cubículo de metal.

Comecei a ir em direção a minha sala, mas fui impedido por Somin, uma das poucas médicas daquele andar.

"Bom dia, Doutor Kwon!" Sorriu parando em minha frente.

"Bom dia!" Fui ao máximo simpático.

"Como está hoje?" Tocou em meu ombro mas me afastei disfarçadamente.

"Estou bem... Agora, se me der licença, está quase na hora de começar os meus atendimentos." Sorri fraco.

"Não irá perguntar se estou bem?" Questionou fazendo uma cara de aborrecimento. 

"Agora não vai dar!" Neguei voltando a trilhar meu trajeto. 

Entrei em minha sala fechando a porta e me jogando na cadeira.

Somin é só mais uma mulher que tenta ter algo comigo nesse hospital. Vejo diversos colegas de trabalho que são casados e tem casos com outras funcionárias daqui.

É uma safadeza sem fim. 

Um horror. 

Tentei ajeitar minha mesa para os futuros atendimentos.

"Bom dia, doutor. Seu primeiro paciente já está na sala de espera!" Uma das recepcionistas colocou a cabeça para dentro da sala.

"Bom dia. Pode pedir para ele entrar!" Sorri e vi a mesma assentir enquanto se retirava.

A porta voltou a se abrir algum tempo depois e uma doce voz infantil pode ser ouvida.

"Titi..." Ergui minha cabeça vendo Banryu no colo de Kiseok.

"Oi, garotão!" Exclamei sorrindo.

"Consulta de rotina com o titio doutor que estava mais do que atrasado!" Meu cunhado se aproximou se sentando a minha frente.

Sorri animado. 

Era sempre bom receber e cuidar de Banryu.

"Sua irmã que não me acordou antes de sair. Como vocês estão?" Perguntei pegando a ficha do menor.

"Estamos bem. Não é mesmo, gatinho?" Apertou as fofas bochechas do filho fazendo o mesmo rir.

"Deixa o titio Hyukwoo examinar você?" Pedi me levantando e dando a volta na mesa.

Banryu logo esticou seus bracinhos em minha direção e começou a dizer coisas aleatórias achando que estamos entendendo tudo.

"Sim. Claro. Entendi!" Brinquei pegando o mesmo.

"Tinha uma doutora que tentou fazer graça com ele lá na recepção, mas Banryu ouve a mãe que tem, e não deu muita atenção!" Kiseok comentou se ajeitando na cadeira e colocando seus pés em minha mesa.

"Esse aprendeu rápido." Falei colocando Banryu deitado na maca. "Tire seus sapatos sujos da minha mesa, seu idiota!" Briguei com meu amigo que gargalhou me obedecendo.

Depois de examinar meu sobrinho, fiquei conversando com Kiseok por alguns minutos até dar o horário do próximo paciente.

A hora do almoço chegou e não sai da sala para nada, estava cheio de exames para analisar e nunca deixo para ver em casa. Quando terminei essa etapa, fui para a ala de internação para verificar algumas crianças.

"Você está se sentindo bem?" Questionei para uma garotinha que estava internada a algumas horas por conta de uma crise de bronquite.

A pequena sorriu ainda com sua ​respiração um pouco acelerada.

"Vejo que você é uma princesinha, então, fique melhor para se tornar uma rainha!" Acariciei seus cabelos e aumentei a dosagem de soro.

"Obrigada, doutor!" A senhora que estava acompanhando ela se pronunciou.

"Não foi nada, senhora!" Sorri simpático. "Ela vai ficar sonolenta, mas será o efeito do remédio. Logo, estará bem." Comentei antes de me retirar.

...

Sai da minha sala um pouco depois do meu horário. Dei graças a Deus, por não conseguir ir com Sunghwa e os outros comprar os ternos.

Estava me sentindo esgotado. 

Estava apenas desejando chegar em casa e pedir para minha mulher me mimar. Mas acho que não iria conseguir isso tão cedo.

"Doutor Hyukwoo? Você está indo embora?" Somin surgiu no corredor me assustando.

"Sim, estou!" Suspirei frustrado.

"Será que você poderia me dar uma carona?" Sorriu ajeitado seu jaleco.

Antes que eu pudesse responder, a porta do elevador se abriu e o impacto de saltos no piso branco me chamou atenção. 

"Amor!" A voz de Hayeon me fez sorrir.

"Oi, anjo!" Lhe abracei pela cintura quando a mesmo chegou perto. "O que está fazendo aqui?" Questionei beijando sua bochecha.

"Vim trazer a nova dieta dos pacientes, e aproveitei para te esperar, já que vim de táxi. Já está indo embora?" Perguntou e olhou para o lado vendo a doutora Somin ainda parada ali.

"Sim. Amor, essa é a doutora Somin. Doutora, essa é a minha esposa, Hayeon!" Comentei.

Ambas trocaram sorrisos.

"Você ainda vai querer carona?" Perguntei para a doutora que balançou a cabeça negativamente.

"Não precisa mais. Acabei de lembrar que ainda tenho que ver alguns pacientes." Bateu em sua testa e começou a se afastar.

Hayeon se afastou do meu corpo e bateu em meu ombro.

"Aish. O que foi, mulher?" Perguntei abismado.

"Não gostei dela. Realmente, não fui com a cara dessa garota!" Confessou ficando um pouco emburrada e cruzando seus braços.

"E porque me bateu? Aigo!" Questionei confuso.

"Você ofereceu uma carona para ela. Na maior cara de pau!" Seu tom de voz transmitia raiva.

"Anjo... Ela que me pediu uma carona, não ofereci nada." A puxei pela cintura. "Para com esse ciúmes, pois com ele, você só consegue ficar mais fofa!" Sorri e beijei sua testa.

Ciúmes. O defeito dos gêmeos Jung.

"Não vem com essa de ciúmes. Vamos trocar de aliança, uma que seja do tamanho do seu dedo." Comentou fazendo bico.

"Claro." Concordei e começamos a ir para o elevador.

"Você não vai dar carona pra ninguém. Nunca mais." Ordenou enquanto entravamos no cúbiculo metálico.

"Ye!" Balancei a cabeça em sinal de concordância.

Ficamos entre suas ordens e minhas aceitação até chegarmos no meu carro.

"E você vai fazer a comida durante uma semana!" Apenas concordei automaticamente como nas diversas vezes anteriores.

Parei alguns segundos para raciocinar enquanto abria a porta para a mesma.

Eu não sei cozinhar.

"Mas amor, não sei..." Ela me interrompeu colocando seu polegar em meus lábios.

"Se vire!" Piscou e entrou no veículo.