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História Serra Azul (Romance Gay) - Capítulo 1: O Acidente.


Escrita por: LolitoProud

Notas do Autor


olá terráqueos, essa é uma história simples, naturalista e que vai acontecer aos poucos.
espero que gostem, beijos 🖤
(a fanfic funciona como uma série, então são vários blocos/cenas que vão descrever a história)

Capítulo 1 - Capítulo 1: O Acidente.


Fanfic / Fanfiction Serra Azul (Romance Gay) - Capítulo 1: O Acidente.

Cena 1.

08/09/2009.

Os relâmpagos iluminavam a cidade de Serra Azul. Os fios dos postes balançavam freneticamente, e o noticiário local alertava um possível apagão geral na madrugada.

Lucas estudava para a prova de física que ocorreria no dia seguinte enquanto escutava The Smiths no fone de ouvido. Ouvia gargalhadas altas vindo da sala de estar, devia ser sua mãe e seu novo namorado, ele não o suportava, e estava morrendo de sede, mas, não queria cruzar a sala para a cozinha, evitando ter que falar o ser humano ali. Ele aumentava cada vez mais o MP3, e a voz de Jim Morrisey ressoava alto em seus ouvidos.

Cena 2.

Bruno dormia com uma goteira gigantesca no quarto, enquanto secava o rosto com o travesseiro, toques na porta o acordavam.

"Bru, a gente pode dormir contigo?" falava Téo, um dos gêmeos agarrado a Nicolas.

"O que vocês estão fazendo acordados a essa hora?" falou ele se levantando

"Eu juro Bru, que vi um monstro na parede, que ficava balançando as arvores" falou Nico amedrontado.

"Vem logo seus cagão, mas tem uma goteira aqui, coloquem o travesseiro de vocês na cabeça" respondeu ele e levantou para ir no banheiro.

Os gêmeos correram para a cama. Enquanto voltava do banheiro, olhou para a cama, os dois já adormeciam um do lado do outro. Ele os amava muito e não deixaria ninguém os maltratar nunca. Cobriu-os com o lençol e deitou na beirada da cama.

Cena 3.

09/09/2009.

"Eu juro que deixei essa merda aqui" falava Lucas desesperado procurando o passe-livre.

"Lucas, você não tem responsabilidade alguma com suas coisas, é a terceira vez que você perde isso" falava Julia, sua mãe, em pé na porta.

Ele revira mais uma vez a gaveta e se volta pra ela.

"Tem como me levar?" pede ele de mal grado.

"Tenho uma prova de física no primeiro tempo"

"O que eu combinei com você?" ela fala de braços cruzados na porta

"Eu levava você normalmente Lucas, se você tivesse sido o mínimo educado com o Ricardo, ele chamou você para assistir o filme com a gente e você simplesmente virou a cara".

"Tudo bem então, vou a pé, chego depois das oito, perco a porcaria da prova e não passo no bimestre, ótimo mãe, ótimo mesmo!" fala ele exaltado, colocando os livros na bolsa.

"É assim que você me trata né Lucas, tudo bem então" fala ela e sai do quarto.

Ele fecha a porta com força e uma chuva começa.

Cena 4.

"Come direito porra, tá fugindo da polícia?" fala Bernardo pra Bruno. Bruno não respondeu enquanto lavava seu prato.

"E ver se não vai chegar tarde moleque, fazendo hora com aquela putinha loira" fala ele.

Bruno se volta pra ele.

"Vai se fuder" solta ele e vai pra sala. Bernardo pula da cadeira e segura Bruno pela camisa.

"Olha seu viadinho de merda, fala assim de novo eu arrebento essa tua cara" ameaça ele ainda segurando Bruno.

Os gêmeos na sala começam a chorar. Bernando soltou o mesmo.

"Da próxima vez, eu juro que te arrebento a cara" falava ele indo pra garagem.

Bruno caminhou até os gêmeos

"Olha, subam lá pra cima e fechem a porta, tudo bem?" Fala ele para os dois, eles assentem desesperados.

"Subam logo, que quando eu chegar eu prometo terminar de contar a história da bruxa que vive na floresta"

Eles correm subindo a escada.

A porta da frente é fechada.

Cena 5.

As árvores agitavam-se violentamente na Rua Sarmento José e Lucas corria desajeitado com o moletom encharcado e os livros molhados pesando na bolsa. A chuva torrencial continuava, mas o vento era o pior, se assemelhava a um tapa frio na cara.

O ponto de ônibus se projetava logo na sua frente e ele correu com todos os pulmões, não era possível que o motorista não sentisse pena dele e o deixasse passar sem pagar, pensou ele. "Mano que merda, que merda!" esbravejou ele olhandos os livros encharcados dentro da bolsa.

E o dia havia apenas começado.

Cena 6.

Bruno saiu de casa com sua moto em direção à escola absorto em pensamentos raivosos contra seu padrasto.

Ele já não aguentava os abusos que passava com seus irmãos na mão de Bernardo, mas não relatava as coisas que acontecia para sua mãe, ela havia acabado de perder o marido para um suicídio e havia tantas coisas acontecendo na sua cabeça que era incapaz de contar isso.

Ele não passou na casa de Karina para buscá-la, sua namorada, como geralmente fazia.

Eles não estavam bem, haviam discutido ao telefone na noite passada e Bruno já não sabia se devia manter esse relacionamento, sempre achou Karina uma das pessoas mais gentis que já havia conhecido na vida, e achava que ela não merecia passar pelos problemas dele, carregar um fardo que só ele devesse cuidar.

A chuva engrossava cada vez mais, e o capacete de Bruno embaçava a visão do mesmo.

Ele não havia visto um porte que se projetava logo a sua esquerda.

A moto bateu de frente.

Cena 7.

Haviam 20 minutos que Lucas estava sentado no banco da parada de ônibus, sem esperanças nenhuma de algum ônibus passar por ali.

A chuva torrencial quase levou o telhado de uma padaria que estava logo a sua frente e imaginou que a frota de ônibus devesse estar parada essa hora.

Ele só queria ter dormido na casa de sua amiga Eliza na noite anterior para poder ter ido de carona com ela para a escola.

Em um breve momento, ele ri sozinho.

"Nossa ela tá muito fudida, vai ter que fazer a prova de física sozi..."

Quando ouviu um baque no outro lado da rua.

Cena 8. (Cruzamento das linhas narrativas)

Lucas se levantou abruptamente com o som de uma moto batendo o porte de uma linha elétrica do outro lado da rua.

O motorista caiu, batendo o capacete na calçada.

Lucas tirou o moletom e correu para ajudar a pessoa.

"Você consegue andar?"

"Machucou alguma coisa na cabeça?" Perguntava ele em vão, já que o vento e a chuva impossibilitava o tal motorista de ouvir alguma coisa, só levantou e pediu pra Lucas ajudar a puxar a moto pra debaixo da parada.

Lucas achou absurdo o motorista ainda ter forças pra levantar e segurar aquela moto, mas decidiu puxar a moto mesmo assim.

Deixaram a moto perto do assento da parada e o motorista tirou o capacete

"Lucas?"

"Bruno?"

Falaram ao mesmo tempo.

"Porque você tava vindo nessa velocidade? Tu tava querendo morrer?" Pergunta Lucas assustado.

"Caralho! minha cabeça" falou Bruno sentado no banco da parada

"Ainda bem que você tava de capacete, mano tem certeza que não quebrou nada? Não é possivel!" Falava Lucas desesperado.

Bruno tira um pouco de sangue da testa, mas nenhum da cabeça, sentindo um alívio enorme.

Olha pra Lucas e fala:

"Graças a deus"

"Perai" fala Lucas e tira o moletom virando o ao contrário.

"Toma, coloca na testa pra estancar esse sangue"

Bruno agradece.

"Cara, eu vi o jornal ontem, mas não pensava que seria esse estrago" fala Lucas olhando a padaria na frente em que o telhado havia sido quase arrancando com o vento.

Bruno se contorce um pouco no banco

"Acho que machuquei minhas costas ou alguma coisa" fala ele.

"Você acha?" Ironiza Lucas

"Puta merda, meu padrasto vai me matar quando vê isso" fala ele olhando pra moto jogado no meio fio.

"Bruno, acho que você tem mais com oque se preocupar agora, você pode ter quebrado alguma coisa!" fala Lucas.

Bruno sentiu que ele estava realmente preocupado com ele.

"Olha, isso não é nada, não se lembra das porradas que eu me metia no fundamental? Então... eu aguento" fala ele segurando no ombro de Lucas.

Lucas não fala nada.

"Eu só tô meio que... preocupado como a gente vai chegar na escola com essa chuva" continua ele se levantando pra olhar a rua.

"Olha, meu relógio com certeza quebrou, porque ele não é anti chuva" fala Lucas olhando o mesmo jogado no chão

"Mas já deve ser umas 8:00".

"É, a gente ainda consegue entrar no segundo tempo se diminuir mais" fala Bruno voltando pro banco.

"Tá doido tu é? São mais de 30 minutos daqui pra lá" Lucas olha incrédulo pra ele.

Bruno bate no ombro dele.

"Você aguenta e vai me ajudar a levar a moto, não posso deixar ela aqui".

E Lucas se levanta num salto.

"Caramba, a prova do Ricardo!"

Fala ele.

"Puta merda, é mesmo, ele não vai deixar a gente fazer amanhã nem ferrando" fala Bruno.

"A Eliza se ferrou muito".

Cena 9.

Já se passava mais das 8 horas e Lucas não aparecia.

Eliza já havia ligado pra sua casa umas 4 vezes e ninguém atendia.

A prova do professor Ricardo começaria dali uns 15 minutos e ela estava ferrada porque álgebra não era seu forte e ela estava contando com Lucas para passar nessa prova.

"Aonde você tá desgraçado..." falava ela deixando o celular na mesa e olhando a chuva, agora fraca na janela da sala.

Cena 10.

A chuva por incrível que parecesse, havia diminuído drasticamente, quase um envio de socorro pra Lucas e Bruno que agora andavam em direção em a escola.

"Você mora por aqui? Eu nunca te vi naquela parada" falou Bruno segurando a moto enquanto andava meio torto.

"Minha mãe me leva... ou levava, e também vou pra casa de uma amiga minha geralmente e pego ônibus lá pelo centro da cidade que é mais perto" falava Lucas olhando pro chão.

"Entendi." falou de volta Bruno.

Não havia muito assunto ali para se conversar, os dois nunca haviam trocado mais de 2 palavras durante todos os 8 anos que estudavam juntos.

Enquanto caminhavam, a chuva cessava de vez.

Cena 11.

Karina olhava para a porta da sala toda hora pra ver se Bruno chegava.

Devia ter acontecido alguma coisa, ela pensou, ele chegava cedo na escola.

O cupcake que ela havia comprado para comemorar os 5 meses de namoro deles já esfriava feito um corpo morto na carteira.

Ela pensou que isso poderia resolver as coisas entre eles, uma data comemorativa, eles poderiam sair mais tarde, tomar um sorvete e conversar, beijar, sem brigas, as quais estavam se tornando cada vez mais constantes.

Ela suspirava olhando o cupcake azul quando um toque no seu ombro a assustou, fazendo a derrubar o lápis no chão.

"Karina, desculpa o susto" falou Eliza em pé dando um sorriso amarelo.

"Tudo bem, eu que fui idiota" falou ela.

"Então... só sobrou a gente na sala pra fazer dupla, a minha dupla ainda não chegou" falou Eliza se contorcendo por dentro, pois ela odiava Karina, mas não teria como fazer sozinha essa prova. Nem ferrando.

Então ela sorria simpaticamente.

"Então somos duas, a minha também não veio hoje" falou ela olhando novamente para o cupcake e ficando uns segundos sem dizer nada.

"Então? Vamos fazer nos duas?" fala Eliza já impaciente.

"Ah claro, vamos, traz sua carteira pra cá" diz ela saindo do transe.

Cena 12.

O diretor do Dom Pedro I. havia permitido os portões abertos até as 9 horas.

Ele viu a chuva torrencial e sabia que os alunos que moravam nas fazendas não conseguiriam chegar até as 7:30.

Estava de pé na frente da escola recebendo os alunos e até levando um guarda chuva para quem chegava de carro.

Era um homem bom.

Bruno e Lucas olharam um para o outro espantados pois viram o portão aberto.

"Caramba! que sorte!" falou Bruno.

"Olha, valeu pela ajuda, eu vou deixar a moto aqui pela frente, e vou me limpar no banheiro" falou Bruno levando a moto pra de trás da escola.

"Tabom" respondeu Lucas e correu pra dentro da escola.

O chão estava escorregadio e havia uma placa, mas Lucas não se atentou, dando de cara com o diretor gonzales.

"Ô! desculpa Senhor Gonzales..." falou Lucas olhando com temor para o diretor.

"Tudo bem Lucas, vá logo para sua classe, acredito que o professor do segundo tempo ainda não entrou" falou ele arrumando a roupa.

"Pode deixar" responde ele e corre para sua sala.

Cena 14.

O professor Ricardo ia saindo da sala quando encontrou Lucas.

"Senhor Fernandes!" falou ele.

"Professor Ricardo!" respondeu Lucas com a garganta seca.

"Estudou muito pra prova?" Perguntou ele com um sorriso no rosto.

"Professor, eu passei a semana estudando pra esse teste, por favor, eu..." e Ricardo o interrompe.

"Lucas se acalma, a maioria dos alunos não vieram hoje, amanhã vou fazer a prova de novo com os que faltaram ou que chegaram só agora" fala ele para o aluno.

Lucas respira fundo e agradece ao bom Deus mentalmente.

"Valeu professor, você é 10!".

"É, entra logo vai" fala ele e vai embora para o outro corredor.

A sala apesar dos poucos alunos que haviam, estava um fuzuê só.

Eliza tomou um susto quando Lucas caiu na cadeira ao seu lado.

"MANO!" ela grita fazendo toda sala olhar para os dois.

"hoje. eu. me. mato" soletra ele para a amiga.

"Você tá molhando meu caderno imbecil" fala ela afastando a carteira do amigo.

"Como tu se molhou tanto assim? O carro da tua mãe criou um buraco no teto foi?" Fala ela.

"Olha tua bolsa! tá encharcada!".

"Eu sei senhora óbvio, não tô cego ainda não" fala ele raivoso tirando os livros de dentro dela e colocando debaixo da carteira.

Eliza da uma olhada pro amigo dos pés a cabeça e fala:

"Deixa eu adivinhar... mau humor, cabelo espetado, rosto vermelho.... tu brigou com tua mãe" diz ela colocando a mão no queixo.

"Nossa, tá tão estampado na minha cara assim?" responde ele com ironia, mas logo baixando a bola.

"Mas foi, mais uma discussão com a senhora insuportável" fala ele, enquanto olha Bruno entrando pela porta.

"E ela não te trouxe, foi isso?" fala ela.

"Lucas?" "Alô???" mexe ela as mãos na frente do amigo

Bruno se aproxima dos dois.

"Seu moletom, valeu" fala ele entregando o moletom pra Lucas.

"Por nada" responde Lucas olhando pra baixo.

E vai embora, com Karina quase pulando no seu cangote.

"Ok... isso..." fala Eliza e é interrompida pelo mesmo

"Quando chegar em casa te conto tudo, agora preciso ir no banheiro enxugar essa camisa" fala ele.

Cena 15.

Lucas foi para a casa de Eliza depois da escola, eles planejavam maratonar todos os filmes trash dos anos 80 possíveis com o John Carpenter envolvido.

Era sexta feira e no sábado os dois iriam cedo com a mãe de Eliza para o riacho.

"Hoje com certeza foi um dos dias mais aleatórios da história" fala Lucas olhando os dvds no quarto da amiga.

"Quem diria né?" responde Eliza no banheiro escovando os dentes.

"Ele consegue desenvolver um diálogo, quer dizer... a gente nunca se falou realmente na sala, não tinha uma opinião formada do individuo ainda." Fala Lucas colocando Christine - O Carro Assassino no dvd.

"O pessoal só fala que ele é escroto por causa da Karina. Todos querem ficar com a loira princesa indomada" fala ela balançando a toalha em sua cabeça como se fosse seu cabelo. Lucas ri.

"Você odeia tanto ela assim? A Karina é praticamente a Madre Teresa De Caucuta de Minas Gerais " retruca ele rindo.

"Eu não odeio ela, odeio a imagem que ela passa, perfeita, inteligente, sempre com aquele sorrisinho, eu não suporto e ainda tive que fazer a prova com ela" fala ela.

Lucas ri novamente.

"Tu é pertubada isso sim" fala ele e se joga na cama.

A abertura de Christine começa a subir.

Cena 16.

Bruno conseguiu fazer o reparo na moto com um amigo mêcanico que morava perto da fazenda do mesmo, mas, teria que trabalhar o mês todo na oficina pra conseguir financiar a conta.

Agora, ele estava em seu quarto, tentando passar cola quente na jaqueta rasgada.

Fora um presente da sua mãe e de certeza que se a mesma visse o estrago, iria perguntar algo.

O machucado na testa já não estava mais tão visivel e começava uma leve garoa lá fora.

A discussão com Karina de certo já não era novidade, os dois brigavam a todo instante, e os problemas em casa se acumulando na cabeça do mesmo, faziam ele não se importar muito mais com o namoro, ele a amava, mas estava exausto demais para manter algo saudável.

Ele guardou a jaqueta no armario, foi fechar as janelas, e colocou o rádio em um volume baixo no criado-mudo.


Notas Finais


comentem oq acharam <3 💘
o romance leva tempo pra ser construído, assim como na vida real <3


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