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História Set fire to the rain - Pedresa - Onde tudo se enraizou


Escrita por: AutumnFall

Notas do Autor


Olá!
Se por aqui ainda restaram pessoas, que acompanharam “Take me to church”, me digam se estão gostando desta versão mais detalhada da história? Como disse no começo, queria fazer uma versão agregando detalhes que a “Take me to church” não tinha. Mas não sei se isto está sendo do vosso agrado? Qual das duas gostam mais?

Boa leitura aos que ainda estão aqui!

Capítulo 6 - Onde tudo se enraizou


A notícia da possível gravidez da condessa abalou a napolitana mais do que ela quisesse permitir, inevitavelmente, plantando uma dúvida no seu coração. As afinidades que o marido confessou ter com a preceptora das filhas, rapidamente, tornando-se motivo de angústia para ela desde a chegada da nobre no palácio. A experiência de traições do marido no passado ainda tendo um considerável efeito sobre a autoestima da Imperatriz. Ela não podia negar o óbvio, condessa era uma mulher bonita e atraente aos olhos masculinos. Era culta, viajada e parecia ser uma mulher muito à frente do seu tempo. Mas a Imperatriz de origem napolitano também não ficava atrás. Dona de uma beleza exuberante, inteligente e culta, Teresa Cristina de Bourbon era capaz de despertar interesse em qualquer homem que ela quisesse. O problema era que o único homem que ela queria durante muito tempo fazia questão de não enxergar os encantos dela.

Após ouvir as suposições da ama do Imperador sobre uma possível gravidez de Luísa, a Imperatriz de origem napolitano preferiu se retirar nos seus antigos aposentos antes que o marido resolvesse procurá-la. Precisava processar a notícia, tentando imaginar o possível desfecho da situação.

- O quê você pensa sobre a gravidez da condessa? - questionou a opinião da sua dama de companhia, quem estava arrumando as coisas da napolitana após a viagem.

- Tenho pena do marido dela, quem deve estar se iludindo com a ideia de ter uma esposa amorosa e fiel. - disse, tentando descontrair o clima. A dama de companhia da napolitana nunca escondeu o fato de não gostar da condessa, achando que não passava de uma simples mulher arrogante e cheia de si. Como também sabia qual era o propósito da pergunta e o receio da monarca e apesar de nunca ser muito fã do Imperador e ser testemunha de todo o sofrimento que a napolitana tenha passado ao longo dos últimos anos, acreditava na mudança que o homem prometeu para a esposa.

- Não é à isto que estou me referindo. Quem será o pai do filho dela? - inalou fundo, sentando-se sobre a cama.

- Com toda certeza, não é a pessoa que a senhora está imaginando. Acho que a senhora deveria conversar com o Imperador sobre o assunto. De certo, que ele saberá esclarecer as dúvidas de vossa Majestade. Não tire conclusões precipitadas antes de conversar com ele. - aconselhou a amiga da Imperatriz. A dama de companhia a conhecia muito bem e sabia que, a esta altura, a napolitana já havia criado uma história e tanto na sua cabeça.

- Sim, acho que você está certa, minha amiga. Vou conversar com Pedro. - concordou. - Talvez, não é nada do quê esteja pensando e estou apenas imaginando coisas. - inalou fundo.

- A senhora quer que eu avise o Imperador que a senhora precisa conversar com ele? - indagou.

- Não, eu prefiro ir no gabinete dele. Prepare um café para eu levar para ele, per favore. - levantou-se indo em direção do espelho para conferir que estava o suficientemente apresentável para comparecer perante o marido. - Não me decepcione, Pedro, per favore...- sussurrou, inalando fundo.

Enquanto isso, a condessa de Barral, quem há dias estava ausente na Quinta da Boa Vista, decidiu que havia chegado a hora de voltar às suas funções. Embora, ainda experimentar um leve mal-estar devido à perda da gravidez, que apesar de ser muito recente, fez a ilusão de ser mãe reacender no seu coração com uma nova força. A ama do Imperador estava certa ao supor que os sintomas que a nobre estava experimentando foram consequência de uma gravidez. Mas o corpo da mulher não resistiu perante a angústia e o peso dos possíveis julgamentos por estar carregando um filho de um homem que não era seu marido. Portanto, já era tarde tentar fazer algo quando o médico chegou para socorrê-la após a mulher começar a experimentar sinais de um sangramento. A breve aventura que a nobre chegou a viver com o deputado Tônico Rocha havia rendido frutos, mas a identidade do pai do seu filho era um detalhe que Luísa preferiria esquecer. Já que o verdadeiro alvo do seu interesse era outro. E desde a chegada no Palácio até este momento estava convencida de que conquistar o coração do homem não poderia ser se não uma questão de tempo. Mas o tempo se passava e apesar das afinidades que o Imperador se descobriu ter com a preceptora, o monarca não dava nenhum sinal de querer que o relacionamento entre eles avance. A preceptora chegou a ouvir rumores sobre o Imperador ser um homem que facilmente se encanta por mulheres bonitas e não entendia o porquê ela ainda não despertar este tipo de interesse nele. Como também sabia que o casamento entre ele e a napolitana era apenas um arranjo político entre dois reinos.

O Imperador ainda estava no seu gabinete quando a condessa de Barral chegou com a intenção de conversar sobre o desempenho das princesas nas aulas. A princesa Isabel era mais compenetrada e obediente, portanto, rapidamente se tornou sua preferida, já a princesa Leopoldina, quem destacava-se por ser mais rebelde, estava dando mais trabalho para controlar. Ainda por cima, a caçula era mais apegada à mãe, um detalhe que a condessa achava um grande impedimento para uma princesa nesta idade.

- Pode entrar...- respondeu o monarca ao ouvir batidas na porta e pelo jeito como foram feitas, sabia que não se tratava da esposa.

- Majestade...- uma vez adentrando o recinto, apressou-se em reverenciá-lo. - Espero não está-lo incomodando.

- Alguma urgência, condessa? - perguntou, finalmente, levantando o olhar para mirá-la.

Não lembrava ter marcado uma reunião com a preceptora, além do mais, preferia que o relato da nobre sobre o desempenho das princesas fosse revelado na presença da Imperatriz. Afinal, ela era a mãe das meninas e o monarca não queria privá-la de participar em cada detalhe que envolvesse a educação das filhas. Apesar de que no começo os imperadores tiveram pequenos desentendimentos no assunto, só serviram para fazer o Imperador enxergar o quão certa a napolitana estava de protestar ao ser, praticamente, excluída de tomar decisões sobre o futuro das filhas. Mais um erro que o Imperador teria de concertar! Agora o Imperador fazia questão que a esposa fosse sua parceira em tudo e participasse em todas suas decisões, seja qual for o assunto.

- Nenhuma, apenas queria conversar com vossa Majestade sobre as aulas das princesas. - disse, chegando mais perto. Nem a própria sabia o porquê de achar propício o momento para tentar uma aproximação entre os dois, mas esperar sem agir não fazia parte das suas qualidades.

- Neste caso, acho bom chamarmos a Imperatriz para ela participar na reunião. - sugeriu o monarca, surpreendendo a preceptora. Era a primeira vez que o Imperador fazia questão que a esposa participasse também.

- Na verdade… eu preferiria que a reunião fosse só entre nós dois...- confessou, pegando a mão do homem entre as suas. - Se é que me entende…- um olhar confuso era tudo o quê o monarca conseguiu oferecer em resposta. Não reconhecia a mulher, quem sempre se mostrou ser recatada e nunca antes se permitiu tais liberdades. - Que tal o senhor me fazer uma visita na minha casa onde possamos conversas a sós, sem ninguém nos incomodando. - foi então, que o homem caiu em si, percebendo as intenções da nobre. Ela tentava o seduzir!

- Não entendo! - fez questão de afastar-se, cortando as investidas da preceptora. - E acho o comportamento da senhora inadequado, por assim chamá-lo!

- O Imperador não se faça de santo, que eu sei muito bem que a fidelidade nunca foi seu ponto forte. - se atreveu a retrucar ela. - Todo mundo sabe que seu casamento com a Imperatriz não passa de um acordo político!

- Não se esqueça com quem está falando, dona Luísa! Não lhe permito tais liberdades ao falar comigo. Minha vida pessoal não é assunto da vossa incumbência! Limita-se a cumprir com seu papel de preceptora, se é que ainda quer conversar seu cargo. - disse o Imperador, sem deixar chance para a preceptora pronunciar uma palavra sequer. - E não se esqueça que sou um homem casado. Portanto, a única mulher que existe para mim é a minha esposa!

A Imperatriz desceu na sala onde sua dama de companhia já estava à sua espera, segurando uma xícara de café na mão. Ao agradecer, a napolitana dirigiu-se em direção do gabinete do marido, cuja única ocupação durante as últimas duas horas foi revisar documentos que precisavam da sua aprovação. Ao se aproximar do gabinete, estranhou de ver a porta do recinto entreaberta, já que sabia que o marido nunca acostumava deixar a porta aberta na hora de trabalhar. Ao se aproximar ainda mais, sentiu seu corpo gelar quando ouviu a voz de condessa, quem tentava explicar algo sobre um assunto que a napolitana não conseguia ouvir bem. Ao ficar ainda mais perto, ficou totalmente sem reação ao avistar a condessa na tentativa de abraçar o Pedro. Mal conseguia se segurar em pé de tão pasma que ficou com a cena. Mas rapidamente voltou em si quando viu que o Imperador cortou as tentativas da preceptora. Tentando controlar as próprias emoções e inalando fundo, atreveu-se a adentrar o recinto.

- Pedro...- chamou o nome do marido. - Incomodo? - ao adentrar o recinto, colocou a xícara sobre a mesa.

- Meu anjo, que bom que você veio! Já ia te procurar. - seus olhos brilharam ao avistar a esposa. Pedro aproximou-se, pegando sua mão e entrelaçando os dedos aos dela. Seus olhares se cruzaram, enquanto os lábios esboçaram um sorriso em uníssono.

- Você estava de reunião com a condessa? - perguntou e desviou o olhar para a nobre.

- A condessa veio para conversar sobre o desempenho das nossas filhas nas aulas, mas eu lhe disse que faço questão da sua presença na reunião. De agora em diante, faço questão da sua presença em todas as nossas reuniões. - mais uma vez seus olhares se cruzaram e os sorrisos se esboçaram em uníssono.

- Já que estou aqui, podemos começar a reunião. - sugeriu a napolitana, olhando na direção da preceptora, quem estava mais pálida que um papel. Seu mal-estar físico estava sendo agravado pelo seu estado emocional após suas tentativas de sedução serem frustradas.

- Será que podemos deixá-lo para uma outra hora? - pediu. - Não estou me sentindo bem. - confessou, se apoiando na mesa.

- A senhora precisa de um médico? - a napolitana perguntou preocupada. Antes que tudo, era Imperatriz e cuidar dos seus súditos era seu dever. Em momentos como este o quê menos importava para a mulher é se gostava da pessoa ou não, o seu desejo de ajudar sendo igual para todos.

- Não se preocupe, Majestade. Não é nada quê não possa ser curado com um bom descanso. - respondeu, forçando um sorriso e inalando fundo na tentativa de controlar a tontura.

- A senhora está liberada das suas funções para o resto do dia, condessa. Pode ir à casa a descansar. - com a maior calma e naturalidade, disse a napolitana. A preceptora nada disse, apressando-se em se retirar.

Uma vez a baiana abandonar o gabinete, Teresa aproximou-se do marido abraçando-o, se aconchegando nos braços dele. Pedro estava surpreso e feliz, ao mesmo tempo. Ele sorriu, apertando o pequeno corpo dela em um forte abraço e beijando sua testa. Todas as dúvidas que a napolitana poderia ter tido sobre a natureza do relacionamento entre o marido e a preceptora das filhas se dissipando após ouvir a conversa entre os dois. Pedro disse com todas as letras que a única mulher que ele quer era ela, sua esposa! Ele a ama de verdade, já não tinha nenhuma dúvida disso! Os momentos felizes que viveram na fazendo do deputado não chegariam ao fim só porque voltar à rotina. Não era o fim, mas apenas o começo de uma vida cheia de momentos felizes que ainda os aguardavam pela frente. A única coisa que ainda poderia completar a felicidade do casal era mais um fruto do amor deles, um fruto que significaria o recomeço de uma história de amor destinada a atravessar os séculos.

- O quê foi que eu fiz para merecer um abraço desses? - perguntou, depositando mais um beijo na testa dela.

- Não posso mais abraçar o meu marido? - o olhou, abrindo um sorriso.

- A Imperatriz pode fazer o quê quiser comigo. Sou todo seu! - ainda tinha a esposa entre seus braços, sentindo o calor do seu corpo perto do seu. Pedro roçou seus lábios aos da esposa, quem de bom grado tomou sua boca em um beijo que ao começar calmo, intensificou-se quando a língua do homem passou pelos lábios da mulher, pedindo passagem. Um beijo profundo e cheio de paixão uniu suas bocas faminta um pelo outro.

- Agora eu sei que você me ama de verdade...- ao cessar o beijo e tomando sua face entre as mãos, disse a napolitana, pressionando seus lábios contra os dele. Pedro a olhou confuso e ainda sem entender o porquê da mudança repentina no comportamento da esposa. - Agora não… depois… mais tarde vamos conversar sobre isto...- pediu ao perceber que o marido estava confuso com o comportamento dela e antes que ele pudesse dizer algo, se apoderou da sua boca em mais um beijo profundo. Tinham todo o tempo do mundo pela frente para conversar. Finalmente, a mulher sentia que ocupava seu lugar ao lado do marido. Pela primeira vez em anos sentia que Pedro lhe dava seu devido lugar não só dentro da casa, mas dentro do seu coração. Não se sentia apenas sua Imperatriz como antes, mas, principalmente, sua esposa, sua parceira de vida, sua mulher.


Notas Finais


Espero que o capítulo ficou do vosso agrado. Fico grata por cada comentário, que quiserem me deixar.


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