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História Sete Meses (SasuHina) - Quarta Fase - Capítulo IX


Escrita por: Ewellein-

Notas do Autor


Oiiiie <3
Meus amores <3 Demorei, mas cheguei <3
Primeiramente, queria muuito agradecer pelos 1000 favoritos! Muito obrigada <3
Nunca imaginei atingir um número tão alto desse e graças a vocês, conseguimos <3 Somos mil <3
1.023 agora hahaha Também agradeço imensamente pelos comentários de vocês <3
Mais uma vez, graças a vocês a Sete Meses atingiu o top 1 de mais comentadas da nossa tag maravilhosa SasuHina <3 Só gratidão <3
Enfim, é isso e sem vocês, nada disso teria sido possível, então muito obrigada <3

-- Capítulo leve, bem levinho e com direito a surto meu uahauhau
-- É possível que ele seja o último da quarta fase :x
-- Amanhã, a Doces Cuidados ganha capítulo novo <3 (Ou talvez hoje pela madrugada). Vou deixar o link nas notas finais <3

Boa leitura <3

Capítulo 23 - Quarta Fase - Capítulo IX


Fanfic / Fanfiction Sete Meses (SasuHina) - Quarta Fase - Capítulo IX

 

— Estamos de bem? — Um tanto dissimulado, ele a perguntou com seriedade, fazendo-a rir. Viu-a balançar-se positiva com aqueles fios azulados grudados pelo pescoço e pelas bochechas.

— Estamos. — Ela sorriu, maliciosa, e ele lhe retribuiu o mesmo sorriso sacana. — E como estamos.

 

SETE MESES

QUARTA FASE

IX

 

Julho ~ 4º Mês

Do lado de fora, Sakura se mantinha próxima ao balcão da recepção junto de Karin, que ainda brigava contra a própria consciência a fim de distorcer os fatos.

— Nem venha! Aquele som entregou tudo! — A Haruno permaneceu firme na idéia de que a amiga e o ex-colega de time sete haviam se reconciliado muito bem. — Acho que eu nem preciso entrar em detalhes com você. — Espalmou a superfície de madeira. — Você viu tudo também!

— Não quer dizer nada. — Com um bico visível, a Uzumaki retrucou: — Eles podem ter simplesmente derrubado as canetas.

— Ah, me poupe! — A médica puxou a prancheta já analisando os dados do penúltimo paciente que atenderia naquele dia. — Eles simplesmente derrubaram as canetas fazendo algo… — Ela abriu um sorriso malicioso. — Algo que eu agora sei que é bem frequen…

Repentinamente, o som da porta sendo destrancada cortou o assunto entre as duas mulheres enquanto um Uchiha, com os cabelos mais bagunçados que o normal, apareceu no corredor.

— Oh meu Deus! — Nada discreta, a rosada procurou conter a gargalhada, porém Sasuke a notou. — Eu não acredito que eles estão se entregando assim! — murmurou ao passo que o rapaz franzia o cenho e a fuzilava à distância.

Esperando pelo surgimento de Hinata que demorava demais, a aprendiz de Tsunade escorou-se no balcão e pousou a prancheta ao lado, passando a acompanhar de perto aquela trajetória que aparentemente havia passado batida pelos poucos pacientes presentes. Estava decidido! Não atenderia ninguém até que a amiga saísse daquele consultório.

— Anda logo, Hinata.

— Eu não consigo!

Ainda que fosse baixo, as mulheres puderam escutar o resmungo do moreno seguido da resposta tímida da esposa, que se mantinha escondida na própria sala. Segurando-se para não rir por culpa dos olhos esbugalhados de Karin, Sakura aguardou até que o olhar da ruiva cruzasse com o seu para esboçar um sorrisinho safado e cantar vitória:

— Te disse. — Apoiou os cotovelos sobre a madeira e se aproximou do rosto da Uzumaki. — Eles fizeram aquilo.

— Ainda não consigo acreditar nisso… — Havia um misto de incredulidade com espanto no rosto da mulher.

— Pois acredite. — reforçou antes de finalizar: — Sasuke-kun é da Hina-chan e a Hina-chan é só do Sas…

Foi impossível concluir mediante a cena da amiga surgindo porta afora mais vermelha que um camarão, com os lábios comprimidos, os cabelos desgrenhados e o vestido inteiramente mastigado. Mesmo contida, Sakura gargalhou muito. Pelos céus, olha aquilo! Parecia que uma manada inteira tinha passado por ela!

— Não pode ser…!

A voz de Karin soou alto demais, o que atraiu a atenção de Hinata que, ao se deparar com a Haruno ostentando aquele sorrisinho maldoso e acusador, quis se enfiar no primeiro buraco que visse pela frente.

— Eu não consigo mesmo! — Chorosa, a morena se encolheu e, ao ameaçar correr de volta ao consultório, recebeu a mão grande do marido em seu pulso.

— Hinata! — O Uchiha rosnou, impaciente.

A fim de mexer com a herdeira Hyuuga, Sakura descruzou os braços e seguiu na direção do casal. Pôde acompanhar o arregalar das pérolas da amiga, gesto que só confirmava ainda mais — não que ela precisasse de tal confirmação — que eles haviam transado no hospital mesmo.

— Usou as canetas, Hina-chan? — Escorou-se na parede, sorrindo furtiva.

— Co… Como? — Mais vermelha que um tomate, a moça se fez de desentendida.

— Ouvimos o som… — Julgando pela boca aberta de Hinata, ela pensava que o tal som citado era o dos gemidos, e a outra médica notou isso. — Você sabe, das canetas.

— Ah… — Era impossível não perceber o semblante de alívio na face avermelhada. — Eu as derrubei… sem querer…

O Uchiha arqueou a sobrancelha certo de duas coisas: a primeira, que Hinata não tinha o menor tato com mentiras e a segunda, que Sakura cutucaria muito a sua esposa ainda, mas não se importava. Sabia que jovem de fios róseos era uma excelente amiga e nada daquilo seria feito de maldade.

Nós as derrubamos, Sakura. — Exibindo um sorriso de canto debochado e malandro, o rapaz adentrou a conversa e confirmou: — Se é o que quer saber.

— Ah meu Deus! — A Haruno soltou aquela à medida que assistia a amiga se esconder por trás da capa do marido.

O gargalhar da mulher aumentou e, embora estivesse num hospital, não tinha como se conter. Estava ciente de que receberia um puxão de orelha da mestra, caso a loira soubesse daquilo, mas era inevitável. Aqueles dois eram imensamente divertidos juntos e combinavam, um com o outro, como ninguém.

— Sasuke… — Bem baixinho, Hinata o puxou pela veste. — Use o teleporte, por favor…

— Por que? — De soslaio, ele a questionou mesmo já sabendo do motivo. Talvez a vontade de perturbar a esposa tenha falado mais alto.

— Só use…

— Você não vai escapar, Hina-chan. — A aprendiz de Tsunade deu risada e Sasuke acabou por sorrir também.

— Sasuke-kun…? — A Uzumaki esquecida surgiu no corredor. — É realmente…

— Até, Sakura. — O Uchiha passou o braço por cima dos ombros da esposa e usaria o teleporte, se não fosse o berro da ruiva.

— Não me ignore! — A voz dela aumentou alguns níveis e a herdeira Hyuuga, esquecendo-se completamente da vergonha, se posicionou ao lado do marido.

— O que quer? — Com uma expressão superior, Sasuke foi rude o bastante para fazê-la gelar.

— Eu preciso entender o que está acontecendo, Sasuke-kun!

— Não é óbvio? — Sakura saiu em defesa do casal. — Karin, se continuar dando problemas, eu vou falar diretamente com o Kakash…

— O que quer saber, Karin-san? — Sem que fosse exatamente a sua intenção, Hinata interrompeu a amiga.

— Quero entender o que está acontecendo! — explanou, visivelmente perdida. — Sasuke-kun sempre me visitou… Nós sempre…

— Hinata é minha mulher. — O Uchiha franziu o cenho incapaz de ser menos agressivo. — É o que você precisa saber, Karin. — Trouxe o corpo da companheira para mais perto, colando-a no seu. — O resto não te interessa. — E, dito isso, o rapaz fez uso do teleporte.

Naquele instante, a Uzumaki demonstrava estar ainda mais desorientada. Focada no local onde o casal havia desaparecido, ela tinha o olhar longe. Talvez se recordasse de alguns momentos antigos.

— Eu… Eu o perdi? — A pergunta atraiu o interesse de Sakura, que não esperava ver os olhos avermelhados cheios de lágrimas. — É sério? Esse casamento dele é sério? Ele gosta mesmo dela?

— Olha, Karin, não tente se colocar entre eles. — Conforme a Haruno seguia de volta à recepção, a ruiva a acompanhava logo atrás. — A Hina-chan é um amor de pessoa, você vai compreender isso se continuar por aqui, e o Sasuke-kun está bem diferente do que era. Está feliz. — A mulher de óculos parecia prestar atenção nas palavras da rosada. — Deixe-o ser feliz com a única capaz disso.

— Como você consegue falar sobre isso com tanta facilidade? — questionou-a à medida que ajeitava a armação no rosto. — Você também era apaixonada por ele.

— Eu era. Você disse certo. — repetiu, confirmando. — A melhor pessoa para ele é a Hina-chan. — Odiava tocar naquele assunto. O passado deveria permanecer no passado. — Não atazane a minha amiga. — Estreitou os olhos esverdeados. — Se você fizer isso, além de falar com o Sasuke-kun, eu vou diretamente ao Hokage exigir a sua expulsão. — Recuperou a prancheta antes deixada sobre o balcão. — Entre você e a Hina-chan aqui, você sabe bem quem nós vamos escolher. — A ruiva desviou o olhar. Era claro que sabia. — Sério, não arrume problemas, caso contrário o efeito só vai surtir em você. — Passou o dedo indicador sobre os dados do próximo paciente. — É só mais um conselho e eu imagino que você não queira retornar ao Orochimaru.

Após isso, a rosada girou os calcanhares e partiu em direção ao próprio consultório, deixando uma Karin pensativa na recepção. Atenderia mais alguns e finalizaria o seu turno.

~ x ~

— Como vou voltar ao hospital? — Com as bochechas pegando fogo, Hinata passou as mãos pelo rosto quente. — A Sakura-chan sabe o que aconteceu! Eu não tenho coragem de encará-la…

— Como se ela nunca tivesse feito o mesmo com o dobe. — retrucou ao passo que se deslocava à parte externa onde pegaria uma toalha.

— Oh… — O Uchiha a mirou cogitando a idéia de tê-la feito notar algo a mais. — Meu Deus! Será?!

— Hm? — Ele abriu a porta do banheiro e esperou que a companheira continuasse.

— O Naruto-kun! Às vezes, ele vai até lá e os dois ficam no consultório durante todo o horário de almoço… — A face toda entrou em combustão. — Deus! A porta dela fica…

— Trancada. — O moreno completou antes de constatar: — Como você é lerda, Hinata.

— Ela nunca falou nada sobre isso… — O marido arqueou a sobrancelha.

— Você já perguntou?

— Não! — exclamou em sua própria defesa.

— Hm. — Sasuke pausou por poucos segundos, ponderando sobre o que diria. — Naruto é diferente dela.

— … — Os olhos se arregalaram. — Eu não acredito! Ele te contou esse tipo de co…

— Ele é fofoqueiro, Hinata. Até parece que você não sabe. — Deu de ombros pouco antes de segurá-la pelo pulso. Sorriu de lado. — Vem.

A morena retribuiu ao sorriso e, permitindo-se ser guiada pelo marido, foi jogada debaixo do chuveiro morno. Era sempre uma delícia dividir o banho com Sasuke e ele sabia bem disso. Ensaboaram um ao outro ao mesmo tempo que trocavam beijos e carícias mais ousadas. Não transaram, mas isso não queria dizer que não o fariam em outra oportunidade.

Após a conclusão daquele momento íntimo, cada um seguiu para um lado. Não demorou muito para que o Uchiha estivesse de volta ao quarto já vestindo uma calça que, ao ver da companheira, não servia para dormir.

— Vai sair? — Confusa, ela o perguntou.

Nós vamos.

— Nós? — A moça não compreendeu exatamente o motivo. — Eu preciso fazer o jantar…

— E eu estou te devendo um há uns dias. — Sacudindo os próprios cabelos molhados, o rapaz achou graça da cara de idiota da esposa. — Não demore. — Os seus passos levaram-no até a porta, onde ele parou e a olhou pelo canto dos olhos. — Sabe que eu não gosto de esperar.

Conforme o marido sumia do seu campo de visão, a herdeira Hyuuga ainda parecia encantada com a possibilidade do encontro se concretizar mesmo. Abriu o guarda-roupas e não pôde deixar de sorrir ao contemplar a foto de casamento deles sobre a cômoda.

Escolheu um vestido azulzinho, mais curto e com uma abertura nas costas. Calçou uma sandália e mexeu nos fios azulados rapidamente apenas para deixá-los no lugar. Não esqueceu-se de borrifar um pouco de perfume no pescoço, afinal aquele era uma ocasião especial. Desceu e, passando pela porta, encontrou o parceiro conversando com Kou.

— Então, Uchiha-sama, agora que consegui achar um, posso arcar com o aluguel. Antes eu só tinha reservas para comida. — Sorriu, orgulhoso. — Quanto devo? Imagino estar com alguns meses atrasados.

— Nada. — Indiferente, completou: — Continue cuidando dela e será o pagamento.

— Mas eu não faço isso visando…

— Por isso mesmo. — Ele o cortou ao sentir o cheiro do perfume da sua mulher. Virou-se para ela e aguardou até que a morena o alcançasse. Acompanhou o sorriso lindo que Hinata deu ao mentor antes de enlaçá-la pela cintura e guiá-la para a saída do Distrito. — Só prossiga e será o suficiente, Kou. — Numa despedida silenciosa, o Uchiha apenas ergueu o braço livre e continuou o seu caminho.

Parado, o homem de olhos esbranquiçados assistiu-os até que virassem em uma das ruas e desaparecessem da sua vista. Suspirou certo de que o alívio que invadia o seu corpo lhe faria um bem enorme. Talvez Sasuke não tivesse percebido, mas aquela era a primeira vez que o ex-nukenin não o tratava como um simples “Hyuuga”.

~ x ~

Pelas vielas de Konoha, o casal continuava o trajeto em silêncio. Algumas pessoas lhes cumprimentavam, outras fingiam que não os via, todavia nem Sasuke, nem Hinata se importava. Aquela era uma noite simbólica e nada a estragaria.

— Aqui. — O rapaz gesticulou para um dos melhores restaurantes do centro. — Está aberto.

— Você quer ir nesse? — Por mais que tentasse controlar o rubor no rosto, era impossível.

— Se você quiser. — devolveu.

— Mas…

— Hinata, só escolha se quer esse ou outro. — resmungou. Tinha momentos em que a sua esposa era tão indecisa que lhe dava nos nervos.

— Bom… — Ela olhou para dentro do estabelecimento com o coração aos pulos. Era um encontro. Estava em um encontro oficial com o seu marido. Era real! Estava acontecendo! — Por mim, podemos comer nesse.

Sasuke meneou a cabeça e estendeu a mão enfaixada para a jovem, que agarrou-se nela. Corada e com a timidez lá no alto, Hinata adentrou o restaurante certa de que receberiam mais olhares do que o normal, afinal era uma raridade ver o casal Uchiha, que era tão reservado, unido aos meros mortais.

Não precisaram dizer nada, uma vez que um dos funcionários os atendeu com grande hospitalidade, os oferecendo uma das melhores localizações. Tal gesto não incomodou aos dois, contudo foi impossível ao ex-nukenin não estranhá-lo. Com a acomodação em ordem, o homem anotou os seus pedidos e os deixou sozinhos.

— É um bom lugar. — Ainda observando o restaurante, Hinata elogiou.

— Espero que a comida também seja.

Segurando-se para não rir, a morena comprimiu os lábios pelo comentário do marido. Sasuke era sempre muito direto e isso, dependendo da situação, era imensamente divertido. Ao passar dos minutos, a conversa fluiu sobre coisas banais e, vez ou outra, o Uchiha a presenteava com o seu lado sarcástico e mal-humorado. Também tiveram instantes em que permaneceram em silêncio, aproveitando da mansidão do outro.

Degustaram do prato principal da noite, que ironicamente era feito à base de tomates frescos, e bebericaram do sakê que o rapaz havia solicitado como um acompanhamento à refeição. Após quase uma hora e meia, o ex-patife se certificou de que Hinata gostaria de ir e ergueu o braço da prótese, sinalizando o pedido indireto pela conta.

Já com a conta em mãos, Sasuke colocou-se de pé seguido por Hinata, e, juntos, caminharam até o balcão de pagamento. A médica revirou a bolsa que carregava a tiracolo e o marido franziu o cenho quando ela ameaçou puxar a carteira.

— Nem pense nisso. — Ele tinha um sorriso mínimo nos lábios quando sumiu do lado dela e foi ao caixa sozinho.

A kunoichi viu-se sorrindo como uma tonta. Deus! Como amava aquele homem! Ajeitou a alça da bolsa no ombro e moveu-se até a saída, onde esperaria pelo marido. À medida que Sasuke acertava a questão dos valores, Hinata pôde sentir uma mão consideravelmente grande tocá-la no braço.

— Hinata-san, me sinto agraciado por vê-la. — Aquela voz, ainda que baixa, fez com que o ex-nukenin se virasse para a esposa.

— Ah… — A morena demonstrou surpresa e deu um passo para trás, depois de se desvencilhar do toque de Toneri. O rosto buscou pelo do marido enquanto escutava um “Fique com o troco” no tom rouco do Uchiha, que se aproximou rapidamente.

— O que quer? — Ele rugiu visivelmente bravo pela abordagem sorrateira do albino.

— Nada em especial. — Sem se deixar abalar, sorriu. — Apenas cumprimentando a minha ex-noiva. — Mordeu o lábio e, ladino, corrigiu: — Ou seria futura noiva? Afinal, estamos perto do fim.

Mediante àquela provocação, o guarda-costas do Hokage franziu o cenho e o seu semblante fechou em poucos segundos. Tratava-se de uma indireta, tinha certeza. Com uma despedida silenciosa e um sorriso debochado, o Otsutsuki rumou ao Clã Hyuuga.

— Otou-san… — A herdeira murmurou, estática. — Ele está tramando alguma coisa… — Engoliu em seco. — Eu sei que está… Ele…

— Fique calma. — Alheio aos outros, o moreno a segurou pelo rosto sem se importar se aquilo mancharia a sua imagem ou não. — Os Uchihas sempre detestaram perder. — As pérolas apaixonadas afundaram na imensidão dos olhos dele. — Eu não sou diferente.

— Sasuke… — Hinata a abraçou sem pensar duas vezes e o beijou logo depois. — Obrigada.

~ x ~

Já em casa, a kunoichi esperava até que o chá estivesse devidamente fervido enquanto o marido, sentado na banqueta de sempre, a observava em silêncio. Notou-a gesticular como se acabasse de se recordar de algo e a assistiu deixar a cozinha a passos largos. Logo, a observou retornar.

Ergueu a sobrancelha ao vê-la se apoiar na pia e encher um copo d’água, levando aquela pílula à boca. Era mesmo um anticoncepcional, ratificou. Não sabia o motivo, mas aquilo lhe causava um enorme desconforto e, ainda que tentasse não transparecer, a moça percebeu o azedume nítido no rosto dele.

Após desligar o fogo, a médica puxou uma outra banqueta e se acomodou ao lado do marido certa de que já tinha adiado aquela conversa por muito tempo.

— Ei, Sasuke. — Escutou um “Hm” vindo dele. — Quero conversar com você sobre um assunto importante. — O companheiro permaneceu calado e ela soube que deveria continuar. — Sabe, o remédio que eu tomo.

— Sei. — Incomodado, concluiu: — Está evitando a gravidez.

— É. — confirmou sem imaginar que aquilo criava um rebuliço gigantesco nele. — Isso te fere de alguma forma?

— Não.

Como dizer que o seu orgulho estava ferido por vê-la inutilizar as suas sementinhas?

— Não é o que parece, Sasuke. — insistiu.

— Ter um filho com um ex-nukenin não deve ser tão honroso, creio eu. — Irônico, comentou à medida que a mulher arregalava os olhos.

— Não diga algo assim! Nem de brincadeira! — A sua voz se elevou e ela sentiu como se estivesse sendo perfurada pelas palavras duras do companheiro. — Acha que eu não quero ter filhos com você? — O moreno não respondeu e ela soube que a resposta era positiva. Aquilo foi um choque. — Oh… Eu só imaginei que você… Bom, nós somos novos e…

— Eu não me importaria se… — A boca dela formou um “o” perfeito. — Tsc. — Estalou a língua. Por que aquela sensação de ser um idiota? — Se me incomodasse, acha que faríamos sem proteção sempre?

— Você disse que não gosta de usar…

Com você, eu não gosto. — retrucou, carrancudo.

— Você… Você quer filhos… agora? — Hinata parecia tão incrédula quanto assustada. — Nós começamos há pouco o nosso relacionamento e… — Comprimiu os lábios. — Se você vier a não gostar mais de mim… Imagina uma criança envolvida nisso… — Ele arqueou a sobrancelha. Não era possível que ela cogitasse algo assim.

— Tenha uma única coisa em mente, Hinata. — Apoiou-se na mesa e colocou-se de pé. — Um Uchiha não entra em um relacionamento de verdade se não for para durar. — Os seus passos levaram-no até o corredor que ligava o cômodo à sala. — E, mais uma vez, eu sou um Uchiha.

Com o coração aos pulos, a kunoichi continuou na cozinha e, num gesto automático, pousou a mão no peito, pasma. Não poderia deixá-lo ir assim, poderia? Tropeçando na própria banqueta, a morena correu até o andar de cima ciente de que o encontraria no quarto.

— Escute. — Ela o viu sentado na cama e se acomodou na beirada, cuidadosa. — O que eu mais quero é que continuemos juntos, Sasuke. — O rapaz parou a leitura que fazia e a mirou. — Eu jamais me entregaria como fiz, se eu não quisesse isso para nós.

— Eu sei.

— Então, é óbvio que eu quero ter filhos com você. — Ele se manteve quieto e o silêncio dele era agoniante. — Não enxergue o uso dos remédios como um sinônimo de vergonha ou coisas do gênero. — Assistiu o desviar do olhar do parceiro e ali compreendeu que era exatamente assim que ele enxergava. — Eu desfilei com Garuda por vários lugares, querido. Acredite! Garuda foi a minha sombra em todos os lugares que o mandou ir… E eu sempre o apresentei como seu, orgulhosa pelo marido que eu tenho ao meu lado… — As íris encheram-se de lágrimas e o Uchiha se espantou. Não imaginava que as suas palavras tivessem soado tão duras para ela. — Sasuke, eu casei com você… Por favor, não entenda errado.

Ele não pensou muito antes de largar os documentos pelo chão e puxá-la para cima do seu corpo, fazendo-a ficar sentada sobre a sua região íntima. Com uma das mãos, o rapaz a trouxe pela nuca e se inclinou um pouco, pensando em beijá-la, porém, antes que ele o fizesse, as mãos pequeninas deslizaram pelo seu rosto em uma carícia que o desestabilizou por completo.

— Eu amo você, Sasuke.

Por um momento, o ex-nukenin não soube o que dizer. Não era como se aquela declaração fosse uma novidade, contudo era sempre interessante ouvir aquele tipo de coisa, se partisse da sua mulher.

— Hm. — O moreno se fez de durão durante um curto espaço de tempo e a companheira achou graça. — Você já sabe.

— Do quê? — Sorrindo arteira, o cutucou.

Que eu também. — Arqueou a sobrancelha. Não, ela não estava fazendo isso.

— Que você também o quê? — Uma carranca se formou no rosto dele. — Se ama?

— Sim. — Ele riu, convencido, arrancando mais uma gargalhada melódica da esposa. Aos poucos, o sorriso miúdo se fechou e ele retomou ao ar sério, natural. — Que eu também amo você.

O rubor tomou conta do rosto da parceira e um sorriso abobalhado apareceu nos seus lábios. Talvez nunca tivesse sido tão direto com Hinata, mas ele era um cara sincero e aquela era a verdade. Aquela ali, a sua frente, era a única mulher da sua vida.

— Viu só… — Ela passou a beijá-lo no rosto e o Uchiha fechou os olhos, apreciando os carinhos. — Não fique pensando besteiras.

— Hm. — De súbito, murmurou aquele som indiferente e sugeriu: — Então, vamos fazer um agora.

— Hã? — Os beijos cessaram e a morena o olhou, interrogativa.

Furtivo, o ex-patife sorriu de lado antes de enlaçá-la pelo pescoço e expor as suas segundas intenções.

Um filho.

~ x ~

Com Hinata ainda por cima o beijando envolta em um amor explícito, Sasuke não percebeu quando uma onda de vento invadiu o quarto durante aquela noite. Não que ela significasse algo ou possuísse alguma relevância, mas, estranhamente, ela havia conseguido a proeza de virar a folha do calendário e explanar o recém-chegado novo mês: o quinto.

Já era agosto.

Agosto acabava de entrar.

 

Continua...


Notas Finais


Vixi :x uauhauahaua
E, então? O que vocês acharam do capítulo?
Se essa fase está acabando, o que vocês acham que vem na quinta? :x
Espero de coração que o capítulo tenha sido do agrado de vocês <3 E torço que tenham gostado <3

Link da Doces Cuidados: https://www.spiritfanfiction.com/historia/doces-cuidados-reescrita-15643840

Nos vemos em breve por lá também <3
Beijão e não deixem de comentar <3333
Até a próxima atualização <3


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