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História Sete Pecados - Livro 2 - Uma ultima visão


Escrita por: SamiaGreen

Notas do Autor


Eu vou ser direta e clara.. decidi que irei jogar duas bombas no mesmo dia...

Motivo?
- Não consigo conter a ansiedade de postar mais! eu também sou leitora e imagino a dor da espera kkk

Boa Leitura

Capítulo 90 - Uma ultima visão


Fanfic / Fanfiction Sete Pecados - Livro 2 - Uma ultima visão

~X~

A tarde baixava e a minha vestimenta já estava apropriada para o meu compromisso.
Quando cheguei ao estábulo, Alfonso já estava lá selando os cavalos, deixando-os no ponto de partida. Notando minha chegada ele apenas sorriu e continuou o que fazia enquanto eu me distraia com os outros animais presos nas bainhas. Depois de alguns minutos ele se reaproximou e me chamou para perto.

— Vamos?
— Claro! Estou ansiosa pelo lugar lindo que você fez tanto anuncio.
— Não vai se arrepender.

Subimos nos cavalos e fomos rumo à saída da mansão. Alfonso montava com tanta destreza quanto eu e isso era bom. De vez em quando encontrar pessoas tão rápidas quanto a mim era agradável. Corríamos trocando gargalhadas pelos assuntos lançados ao vento junto da minha sensação de liberdade que se estendia por todo meu corpo. Aquilo era como um antidoto contra o veneno da noite anterior.
Admirei sem querer a forma como o cabelo grande do meu parceiro de movia com o bater de vento. Ele era muito bonito. Como não se desconcentrar com alguém como ele. Balancei a cabeça me repreendendo por ser tão ambiciosa. Esse negócio de ficar sem transar já estava chegando num estado crítico. Controle-se Dulce Maria. Deixe de ser tão luxuriosa.
Imaginar meu desespero me fez sorrir enquanto buscava dispersar aquele pensamento.
Eu apenas o seguia totalmente perdida pelos campos que percorríamos, mesmo que nele houvesse uma pequena estrada dando a ideia de que aquilo era visitado. Diminuindo a velocidade eu suspeitei de que estivéssemos chegando próximo do destino, quando ele desviou o caminho e adentrou pelo gramado ao lado. Por fim ele voltou a falar, me confirmando que aquele era o lugar.
Realmente aquela vista era impressionante. O campo estava coberto de flores e havia tanta vida ali que fez eu me sentir parte daquilo.
Mas algo me chamou a atenção, olhei para o lado e vi que Alfonso também estava assustado. De longe eu vi como aqueles cabelos negros me eram familiares. Até a hora em que a menina iniciou um beijo.

— Candy?

Pronunciei seu nome ao mesmo tempo em que descia do cavalo, tremula pelo que meus olhos viam, mas não podiam crer.
Minha filha estava beijando outra menina e parecia carregar um sorriso gigante de satisfação.
Tive a sensação de desmaio e isso fez minha cabeça dar voltas, confusa por não saber o que fazer. Ao ouvir minha voz gritante, as duas meninas se levantaram do chão e me encararam temerosas. Aquela não é a filha do Barão? Sim, era a mesma.
Como buscar justificativas concretas para aquilo naquela altura do campeonato. Cogitei todas as possibilidades, mas nada parecia sensato. Ao menos eu podia imaginar o porquê da sua alegria durante o anúncio na manhã daquele dia que parecia estar longe de terminar.
As mãos de Alfonso seguraram os meus ombros me acordando do meu pequeno estado de choque.

— Vou te esperar no início da estrada...
Eu sabia que ele estava fazendo aquilo para me deixar sozinha e em privacidade com a minha filha. Não pedi sua descrição porque sabia que ele faria isso. Alfonso não diria nada, com plena certeza. Mesmo assim ele fez questão de deixar claro.
— Não se preocupe com o que vi “continuou”
Apenas assenti em confirmação com a cabeça, ainda sem fala.
Ambas agora estavam de pé demonstrando estar tão nervosas quanto eu que mal me aguentava de pé. Valentina me encarava firme enquanto Candy segurava a humidade dos seus olhos cheios. A nossa distancia foi quebrada por mim que fiz questão de me aproximar imediatamente delas assim que Alfonso sumiu. Fiquei parada na frente delas esperando ouvir qualquer coisa que fosse.

— Senhora, eu poderia esclarecer algumas coisas...
— O que?! Que estava beijando a minha filha, mesmo ela sendo igual a você!
— Não a culpe disso mãe. “ouvir a voz falha de Candy me deixou mais desesperada ainda”
— Meu deus, o que eu devo pensar agora?
— Eu sei que as coisas estão confusas agora, mas tente entender que nós duas nos gostamos.
— Valentina, agora é melhor você sair.
— Mas Candy...
— Por favor. “insistiu ela”
Por um segundo eu me senti insignificante no meio das duas.

Em desgosto ela apenas olhou a minha filha antes de se afastar aos poucos.
Ficamos sozinhas e isso não impediu que o meu medo tomasse conta de mim me fazendo chorar descontroladamente só de imaginar onde aquilo iria terminar e o desfecho daquela conversa impossível de se manter normal. Aquilo só podia ser um pecado que eu estava pagando. Céus o que eu fiz para passar por isso?! O que eu tinha visto exatamente?
Era comum ouvir o quanto as pessoas humilhavam mulheres e homens que preservavam aqueles costumes. Quanta dor eu previ.
Candy se aproximou de mim e foi então que eu notei como ela estava destruída. Nunca a vi daquela forma antes, muito menos se desfazendo em lágrimas.

— Eu sei que sou uma aberração! Tentei lutar contra isso, eu juro mamãe... “o choro incessante dela me fez permanecer em silêncio” — Mas não consegui...


Minha única reação foi pegá-la em meus braços, puxando-a para mim num abraço.
Eu chorei junto dela pelo seu desespero e confusão, tanto quando eu.


— Meu amor, está tudo bem. Fique calma que nós duas vamos dar um jeito.
Eu precisava mostrar o quanto o meu amor era incondicional.
— Sente vergonha de mim não é...

Eu a peguei pelas mãos e a puxei para o chão. Nos sentamos na grama controlando a angustia dos nossos rostos.
Não era momento para julgamentos ou criticas, eu apenas devia ser mãe.
A mãe que ela necessitava.

— Claro que não. Apenas estou um pouco abalada com tudo isso.
— Desculpe-me... Sei que os planos para mim eram outros.
— Não diga isso. Os planos são a sua felicidade. E sou eu que te peço desculpas por reagir dessa maneira.

Quando terminei de falar ela me encarou como se não acreditasse no meu retorno. Nem eu mesma acreditava. Só havia uma explicação e isso estava no quanto eu amava os meus filhos, de uma forma que nunca seria possível entender. Ser mãe não envolvia apenas parir e pôr no mundo uma vida, ou vidas, no meu caso. Era servir de exemplo, ser uma inspiração. Amiga, companheira, confidente, aliada. Era ser capaz de dar a vida por alguém. Não havia egoísmo naquele amor.
Eu não conhecia aquele amor, mas queria dar tudo dele.
Nunca tinha recebido e por isso não entendia como Blanca podia ser tão cruel que nem era capaz de sentir algo tão puro por um filho. O seu ódio ia além do amor.
E o sorriso dela ao lado daquela menina? Por deus era o mesmo sorriso que eu carregava quando passeava ou tinha Christopher ao meu lado.

Ficamos sobre o chão até nos jogarmos completamente nele.

— Eu não fui uma boa filha, para merecer uma boa mãe.
— Não precisa ser boa para que eu te ame.
Ela sorriu pela minha afirmação.
— Como é possível você ter me encontrado no meio do nada? Céus, essa mulher não perde nada.
Sorrimos ao pensar naquilo.


Ela jogou seu braço por cima da minha cintura antes de deitar sua cabeça sobre a minha barriga. Minhas mãos passearam por seus cabelos, lhe proporcionando um cafuné. Candy fechou os olhos relaxada, e naquele momento nós duas esquecemos a dor que nos percorria.

Estávamos apenas sendo mãe e filha.

 


Notas Finais


#SamiaGreen


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