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História Sete Pecados Capitais - KakaSaku - Lua de Sangue


Escrita por: aviila e projetoharuno

Notas do Autor


Booooa tarde amorxxxs, como vocês estão?
Eu nem sei por onde começar, mas vamos lá... Felizmente, ou infelizmente, chegamos ao fim dessa histórica e confesso que já estou sentindo falta de escrever sobre nossos pecados capitais e principalmente, sobre a nossa Luxúria. Quero agradecer à todos que acompanharam essa fic, sou muito grata por todos os comentários (eu prometo que irei responder todos em breve) e por todos os favs também. Vocês são incríveis 💕💕💕
Também quero agradecer ao @ProjetoHaruno por ter dado esse tema, sem ele, essa fic jamais sairia. É claro que as betas e avaliadoras não poderiam ficar de fora, todas que participaram dessa história merecem meus agradecimentos. Por último, e não menos importante, quero agradecer mais uma vez a diabolicat por ter sido capista desse projeto.
Cara, eu nunca sei o que falar quando preciso encerrar uma história que passou meses fazendo parte da minha rotina... De qualquer forma, a história sempre continuará aqui e se um dia, algum leitor sentir saudades, é só dar uma passadinha que ela estará te esperando 🥰💕

ps¹: quero agradecer a @ohannasan por betar esse cap e a @blueffox203 pela avaliação 🧡
ps²: logo logo volto com o epílogo dessa belezura.

Capítulo 9 - Lua de Sangue


“O Eclipse da Lua de Sangue nada mais é do que o início de uma história que pode ou não acabar bem.”

 

FLASHBACK ON 

 

República Kappa - Lembranças da Festa da Luxúria.

 

—   Tem certeza disso? — Solto um “aham” e uma risada rouca sai de sua garganta. 

— Vai me levar pra sua casa? — questiono.

— É tentador, mas… — Levanta-se e fica de costas para mim. 

Analiso seus ombros e mordo meus lábios ao olhar sua bunda. Os segundos vão se passando e um fogo dentro de mim vai crescendo. Eu não sabia se era a bebida, ou se a fumaça da maconha afetou minhas ações, mas me levantei e parei em frente ao homem de cabelos platinados. 

— O que te impede de me foder agora mesmo? — Um brilho aparece em seu olhar e me arrepio ao ver uma de suas órbitas atingir um tom vermelho. — Seus olhos… — Levo minha mão até sua face, mas antes que pudesse tocar, sua mão segura a minha. 

— Isso é resultado do que faz comigo. — A intensidade em seu olhar aumenta, assim como o fogo em mim. — E respondendo a sua pergunta, nada me impede ou impedirá de te ter mais uma vez. — Abro um sorriso ao ouvir sua resposta.

— E o que está esperando? 

Sua mão passa por minha cintura e meu coração dispara muito mais rápido. Respiro fundo e fecho meus olhos, aproximo meu rosto do dele e lentamente encosto meus lábios nos seus. Minha respiração se acelera e é como se eu estivesse prestes a beijar pela primeira vez. Tento colocar minhas sensações em ordem, mas é impossível raciocinar ao sentir sua língua explorar cada canto da minha boca. 

O beijo é rápido e um pouco desesperado, pelo menos da minha parte, e por mais que quisesse diminuir a velocidade para aproveitar o momento, eu não conseguia. Eu tinha a sensação de que a qualquer momento o homem fosse sumir e um vazio se instalaria em mim. 

O barulho da música é abafado por minha respiração acelerada e subo minhas mãos até seu pescoço. Coloco meus dedos em seus fios e sinto uma leve moleza em minhas pernas.

— Cacete! — Minhas costas batem em algo macio. 

Estávamos em um enorme quarto e me surpreendi ao ver uma lareira do lado direito. Do outro lado havia uma porta enorme de madeira com detalhes dourados e as paredes pintadas em um tom vinho passava a sensação de ousadia. Olho para o homem e seu olhar continua fixo em mim, a sensação de quentura só vai subindo e me questiono como chegamos ali em questão de segundos. 

— Como? — pergunto. — Como chegamos aqui?

— Achou que te foderia na frente dos humanos? — Sua voz faz com que meus pelos se arrepiem. — Jamais permitiria que outros desfrutassem da beleza de seu corpo. — Abre um sorriso torto. —  Sua pureza, seu corpo, sua alma pertencem à Luxúria, Sakura. — Sem pensar, beijo-o. 

 

FLASHBACK OFF

 

Alguns flashes de sete anos atrás tomam meus pensamentos e ao me afastar dos seus lábios, encaro-o.

— Transamos há sete anos atrás!? — Minha afirmação sai mais como uma pergunta. 

Kakashi nada responde e entendo seu silêncio. “Tudo bem, vamos aprofundar isso.” Encosto meus lábios nos seus e um beijo lento se inicia. Meus pelos se arrepiam mais uma vez e a mesma quentura que senti há sete anos atrás, invade-me mais uma vez.

Conforme o beijo vai ficando mais intenso e minhas mãos percorrem seu corpo, flashes de um certo “sonho” que tive há poucos dias atrás aparecem. 

 

“— Me sinto o próprio demônio fodendo o... — A voz de Kakashi é sedutora.

— Shiu, só aproveita e geme... — digo ao tirar meus lábios do seu pau.

Kakashi abre um sorrisinho tarado e volto a chupá-lo.”

 

Uma de suas mãos para em minha cintura e num piscar de segundos, meu corpo é levantado. Cruzo minhas pernas na sua cintura e sua mão aperta minha bunda. Mordo seu lábio inferior e mais flashes do sonho percorre minhas lembranças.

Minhas costas batem no colchão e afasto-me um pouco de seus lábios, respiro fundo e noto que uma de suas órbitas estão vermelhas. Tiro minha mão de seu pescoço e levo até seu rosto, delicadamente passo meus dedos por sua bochecha e…

 

“O Eclipse da Lua de Sangue é um alinhamento planetário. É o momento em que os planetas se alinham por um véu invisível num único espaço de tempo, ocasionando na liberação de uma grande energia cósmica.”

 

Flashes aleatórios continuam aparecendo e tento juntar o quebra cabeça.

— Por quê, eu? — questiono.

Sem nada dizer, Kakashi se aproxima de mim e volta a me beijar. 

 

“Kakashi me virou e me deu um beijo breve, se aproximou de meu pescoço e sussurrou em meu ouvido:

— Queria muito que você se lembrasse, mas não é o momento.

Fecho meus olhos e caio num sono profundo.”

 

O beijo continua me trazendo lembranças do que achei que fosse um sonho e percebo que me lembrei de algo a mais. Como acordei no meio, não consegui ver o desfecho final, mas agora…

— Sua beleza é rara, algo de outra dimensão — Kakashi sussurra em meus lábios. 

O beijo volta a se intensificar, minhas mãos percorrem seu corpo e vou tirando cada peça que o cobre. Os minutos vão se passando e conforme o ato vai se aprofundando, mais lembranças aparecem.

 

“Antes de ir para a sua última reencarnação, precisa saber que durante sete dias os planetas estarão alinhados, abrindo assim um portal entre o mundo e o submundo; esse portal se fechará apenas no sétimo dia, durante o eclipse da lua de sangue. Durante esses sete dias, você passará por sete provações e não será em qualquer lugar, será em um local que no fim, você se lembrará exatamente de como deu-se origem.”

 

As mãos de Kakashi são quentes e a intensidade de sua órbita vermelha só aumenta o fogo em mim. A química que se instalava a cada toque, a cada beijo era inexplicável e a cada segundo que passava, o queria mais. 

 

“Para alguns serão sete dias de trevas sobre o mundo, mas você apaziguará a escuridão. Estará no lugar exato e no momento certo para viver essa experiência. Ao longo dos dias se perguntará se está louca, mas ao final, saberá seu propósito.”

 

— Não gosto de ficar por baixo, amor — digo. — Essa  posição combina mais comigo. — Fico por cima e tiro minha blusa.  

Encaro-o com um sorriso malicioso e desço minhas unhas por seu peitoral desnudo. Conforme me aproximo de seu membro, a ousadia em mim apenas cresce, dando-me coragem para continuar com o que estava em mente. 

    Coloco seu pênis para fora e minha boca saliva ao ver suas veias saltando. Lentamente, aproximo-me e antes de colocá-lo em minha boca, olho-o.

— Eu me lembro… — Passo minha língua na cabecinha. — Fomos feitos um para o outro. — Desço minha língua pela extensão de seu pau. — A Luxúria roubou a pureza de uma bela camponesa que praticava magia natural. — Lubrifico seu membro com a minha saliva. — A camponesa se irritou com aqueles que os julgaram e se rebelou, desequilibrando o alinhamento. — Encaro-o e beijo mais uma vez a sua cabecinha. — Vamos fazer dar certo dessa vez. — Fecho meus olhos e chupo-o.

 

“A união de uma “humana” e um demônio pode terminar bem ou não, tudo depende do que o universo sentirá. Com o sim, os pecados capitais comemoram e talvez, a ordem possa voltar.”

 

Seus dedos estavam enroscados em meus cabelos e vez ou outra, sentia leves puxadas.  Os segundos foram passando e assim que parei de chupa-lo, encarei-o. Seu olhar me transmitia algo e por mais que não soubesse o significado, estava gostando disso.

— Quero te sentir por completo — sussurro.

Num piscar de segundos, Kakashi inverteu as posições e fechei meus olhos ao vê-lo se aproximar da minha vagina. Soltei o primeiro gemido quando sua língua passou por meu clitóris e me contorci conforme me chupava. 

Os minutos foram passando e quanto mais meus gemidos aumentavam, mais calor eu sentia. O homem intitulado Luxúria parou e me olhou, abriu um pequeno sorriso safado e numa fração de segundos, colocou minhas pernas em seus ombros e me penetrou.

 

“— Olá — digo ao ver um homem alto de cabelos platinados parado perto da árvore de verbena.

Ele estava encostado no tronco e de costas para mim, seus ombros estavam um pouco caídos e me aproximei para ver se estava tudo bem. Sem nada dizer, o homem cambaleou para frente e tentei segurá-lo com apenas uma mão. Seu corpo foi ficando cada vez mais pesado e coloquei minha cesta de ervas no chão para conseguir evitar sua queda.

— Chamo-me Sakura — sussurro ao sentir sua cabeça em meu ombro. — Cuidarei de você até que fique bem. — Caminho em direção a minha casa.”

 

Quanto mais eu gemia, mais ele metia e mais lembranças me invadiam. A sintonia da transa era gostosa e o desejo…

— Annn… — Meu gemido sai abafado. 

Eu estava completamente molhada e cheia de tesão, e conforme sentia suas estocadas, meu corpo pedia mais. Os minutos foram passando e já nem me importava mais com as lembranças, a única coisa que eu queria era que esse momento não acabasse. 

Kakashi metia cada vez mais forte e rápido, vez ou outra, mordia meus lábios na esperança de controlar meus gemidos, mas era impossível. Me tremi e percebi que o orgasmo havia chegado, causando um game over para mim. A Luxúria tirou minhas pernas de seus ombros e depositou na cama, aos poucos minha visão foi ficando embaçada e um último flash de lembrança percorreu minha memória:

 

“— Tenho algo para lhe mostrar. — Estica a mão em minha direção e abro um sorriso ao pegá-la.

Caminhamos até o fim do vilarejo e paramos em frente a um portão, analiso cada detalhe e pergunto-me o motivo de estarmos aqui.

— Fundei este lugar para ficar mais perto de você. — Olha-me. — A Villaggio dei Peccati será sua morada se aceitar ser minha nessa vida.

— E se essa vida não for o suficiente? — questiono.

— Te encontrarei em outras e te trarei para perto de mim.

Sorrio e escuto um latido, olho para trás e um cão de três cabeças de pelos pretos e olhos vermelhos está correndo em nossa direção.

— Este é Cerberus — sussurra em meu ouvido. — Ele te protegerá dos aldeões quando eu não estiver por perto. — O cão para em minha frente. — Cerberus, essa é a sua nova dona e espero que a reconheça em outras vidas. — O cão late e estende uma de suas patas para mim.”

 

(...)

Horas depois

Abro os olhos e reconheço o local, olho para o lado e o embrulho do vestido ainda está no mesmo lugar em que deixei. Suspiro e encaro o teto, uma lágrima escorre do meu olho direito ao ver as palavras no bilhete: 

“Seu olhar lembra-me Hécate

Ass: Luxúria”

Passo as mãos pelos meus cabelos e a única coisa que consigo pensar são nas minhas lembranças. Depois de toda essa loucura, agora as coisas faziam sentido e o quebra cabeça estava quase solucionado, para ficar completinho faltava apenas uma peça e eu sabia muito bem qual era. 

Quando entrei em meu carro e dirigi em direção a essa vila, eu jamais imaginaria que em sete dias a minha vida viraria de ponta cabeça e que minha sanidade fosse posta em jogo. Pra falar a verdade, eu jamais imaginaria que em sete dias converteria a minha vida a um ser que até pouco tempo, eu desacreditava da existência.  

Eu sempre fui cética e por mais que estudasse Folclore Místico e fosse fascinada em crenças e mitos antigos, na minha cabeça, era tudo “ilusório”. 

— Que loucura… — sussurro. 

Eu estava no quarto em que aluguei e aos poucos, fui percebendo que era o mesmo ambiente de sete anos e horas atrás. As mudanças eram poucas e…

— Lua de Sangue… — sussurro ao me lembrar de algo que ouvi enquanto dirigia para a vila.

“No dia 28 de Fevereiro ocorre o eclipse da super lua, durante o fenômeno, os raios de sol não chegarão na Lua diretamente, apenas algumas faixas de frequência da luz solar irão conseguir passar pela atmosfera do nosso planeta.”  A voz da locutora ecoa pela minha mente. “Isso deixa nosso satélite natural com uma cor avermelhada, o que é popularmente conhecido como Lua de Sangue.”

Rapidamente saio da cama e procuro meu celular pelo quarto, assim que encontro-o, destravo a tela e vejo a data de hoje.

— 28 de Fevereiro… — Mordo meus lábios. — O sétimo dia é hoje... 

 

“— Vai ter um baile daqui 4 dias, você vai.

— Baile? — Desvio meu olhar.

— Aham. — Me olha. — Nossa despedida, o dia que tudo volta à normalidade, infelizmente… — Sua expressão fica triste. — O chefe tinha que dar um jeito de nos deixar por aqui, o mundo já está perdido mesmo. — Escuto confusa.”

 

Recordo-me da conversa que tive com Ino há uns dias atrás e corro em direção ao banheiro. Eu já sabia qual era a minha resposta e agora, era só avisar quem mais ansiava por ela.

Assim que a água quente bate em meu corpo, lembro-me do sexo que tive com Kakashi e quanto mais lembrava, mais vontade de repeti-lo eu tinha. Concentro-me no banho e termino de lavar meus cabelos, desligo o chuveiro e corro em direção ao quarto com a toalha enrolada no corpo. 

Enquanto me arrumava, as lembranças voavam por minha mente. Qualquer pessoa que ouvisse meu relato sobre os últimos dias, perguntaria se estava vivendo em uma realidade alternativa ou se havia perdido por completo a minha sanidade. “Que loucura!” Passo o secador por meus fios. 

— Agora só falta o vestido — sussurro. 

Caminho até minha cama e pego o tecido vinho que está dentro da caixa, também separo o colar que continha uma pequena pedra ametista e corro até o armário para pegar o salto que comprei no dia em que conheci Ino, ou melhor, a Avareza. 

— Confesso que é “genial” colocar uma mão de vaca para cuidar da contabilidade. — Solto uma pequena risada.  

Desenrolo a toalha e delicadamente coloco o vestido. A cor vinho recordava-me do olhar da Luxúria e um breve sorriso apareceu em meus lábios. Peguei o colar e coloquei em meu pescoço, passei as mãos pelo meu corpo e, delicadamente, caminhei em direção ao espelho.

— Vamos ver como ficou. — Respiro fundo e encaro o enorme espelho que ficava ao lado do guarda roupa. — CARALHO! — Surpreendo-me com o resultado. 

Eu não acreditava no que estava vendo, eu estava apaixonada por meu reflexo e me questionava se era eu mesma. Meu olhar estava extremamente marcado e minhas órbitas verdes se destacavam em meio ao delineado perfeito que havia feito. Meus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo e minha franja caía perfeitamente em minha testa. O vestido era magnífico e modelava belamente meu corpo. 

— Vamos lá. — Coloco meus dedos na ametista. — Está na hora. — E com um sorriso nos lábios, passo pela porta do quarto. 

Assim que coloquei meus pés no último degrau da escada, Ino me entregou uma máscara da mesma cor do meu vestido. Eu não tinha me lembrado que era uma festa a fantasia e me perguntava quem eram todas essas “pessoas” que estavam aqui. 

Estávamos em uma sala com uma porta que levava para a área externa da casa e cada detalhe interno me surpreendia. Era tudo muito rico e bonito, detalhes em ouro no grande lustre deixava o ambiente exalando uma luxúria sem fim e…

— Quero me desculpar por mais cedo. — Escuto uma voz feminina e olho para o lado. — Não fui muito simpática quando nos conhecemos. — A mulher de olhos perolados me encara. 

“— A propósito, me chamo Hinata.” Lembro-me de seu nome. 

— Tranquilo — falo com um pequeno sorriso nos lábios. — Pode não parecer, mas me ajudou muito. 

— Que alívio! — Abre um sorriso. — É tão ruim ficar enjaulada que às vezes perco a noção…

— Onde está Kakashi? — Fito-a.

A moça olha para o outro lado da sala e noto um leve “nervosismo” em seu rosto. Sigo seu olhar e percebo que está encarando a porta que leva para a área externa. 

— É difícil. — Seu olhar volta para minha face.

— O que é difícil?

— Hina, preciso falar com você. — A voz de Naruto chama minha atenção. 

Sem nada dizer, Naruto a leva para longe de mim. “O que é difícil?” Encaro a porta e sinto a necessidade de tomar um ar. Caminho para fora da casa e me sento em um banco que está próximo a uma árvore. 

— Como não vi esse lugar antes? — sussurro ao cruzar as minhas pernas.

O céu estava bonito e a lua exalava um brilho fora do comum, seu formato cheio “transmitia” uma mensagem e as estrelas passavam uma certa tranquilidade. Respiro fundo e retiro a máscara do meu rosto, olho mais uma vez para o céu e fecho meus olhos por alguns segundos.

  — Não quero ir embora… — Olho o pequeno tecido que está em minhas mãos. — Essa cor… — Solto um suspiro. 

Inclino minha cabeça para trás e com os olhos fechados, tento não pensar em mil coisas ao mesmo tempo. Estava um pouco difícil raciocinar, eram muitas coisas passando por minha mente e… “Onde está você, Luxúria?”

Suspiro mais uma vez e me levanto, caminho até a árvore e analiso-a.

 

“— Olá — digo ao ver um homem alto de cabelos platinados parado perto da árvore de verbena.”

 

Passo meus dedos pelo tronco e rio com a pequena memória que tive.

— Esse vestido combina com a sua pele. — A voz interrompe minha risada e meus pelos se arrepiam.

Com o coração disparado, viro-me e a imagem de quem eu mais ansiava toma conta da minha visão. Kakashi estava parado há poucos metros de mim com as mãos no bolso da calça e uma máscara cobria sua boca.

— Kakashi… — Corro em sua direção. 

Eu estava desesperada e sem pensar duas vezes, agarrei sua cintura com a maior força. O abraço fez com que meu coração disparasse mais ainda e uma lágrima escorreu do meu olho direito. 

— Eu me lembrei… — Minha voz sai abafada. — Me lembrei de tudo. — Afasto meu rosto de seu peito e olho-o. 

Agindo por impulso mais uma vez, tiro uma de minhas mãos de sua cintura e a levo até seu rosto. Passo meus dedos pela máscara e subo até seu olho, abro um sorriso e digo:

— Luxúria… — Desço sua máscara. — Luxúria… — falo mais uma vez.

— Você…

— Vamos fazer dar certo. — Minha voz é rápida. — O universo precisa sentir que é verdadeiro, não é? — Ele confirma. — Da minha parte é e da sua? — Capto uma leve surpresa em seu rosto.

— Tem certeza? 

— Se me perguntasse isso há sete dias atrás, a resposta seria não. — Afasto-me de seu corpo. — Só que…  — Olho para o céu. — Não posso fingir que nada aconteceu. — Encaro-o. — Em sete dias, eu conheci a face de cada pecado e foi a melhor coisa que já me aconteceu. Eu comi com a Gula, virei amiga da Avareza, briguei com a Soberba, questionei a Ira, fiquei sonolenta com a Preguiça, a Inveja me deixou curiosa e a Luxúria… — Abro um enorme sorriso. — Sentir os prazeres carnais que a Luxúria me proporcionou foi a melhor coisa que eu poderia desejar e eu não quero viver sem isso.

O olhar de Kakashi é indecifrável e fico um pouco apreensiva. Eu estava prestes a abandonar tudo por conta de um pecado e eu não sabia se era o que ele queria. 

— Está na hora — diz apontando para a lua. 

Volto a encarar o céu e noto uma sombra cobrindo a lua que antes brilhava. Um arrepio percorre minha espinha e uma voz ecoa pelos meus pensamentos: “Estará no lugar exato e no momento certo para viver essa experiência. Ao longo dos dias se perguntará se está louca, mas ao final, saberá seu propósito.”

— O alinhamento é um portal entre o seu mundo e o meu. — A voz de Kakashi chama a minha atenção e percebo que está parado ao meu lado. — Durante sete dias andamos com uma força maior, meus pecados podem agir como lhes convém e a única coisa que freia essa força, é a Villaggio dei Peccati. 

— Não entendi. 

— Eles não são fáceis de lidar, já aprontaram muito e as consequências são as jaulas. Ficar aqui durante os dias em que os planetas estão alinhados é uma das regras impostas e caso, algum de nós viole… — Solta uma risada. 

— Se o universo sentir que é verdadeiro, as regras são quebradas? — questiono. 

— Largaria sua vida para viver rodeada de pecados? — Me olha. — Aceitaria guardar os portões do submundo com Cerberus mais uma vez? — Sua pergunta me arrepia. — Aceitaria vagar entre esse plano e o meu? — Fico em silêncio. — Assim que a lua tomar sua forma original, tudo isso sumirá. Suas lembranças serão levadas mais uma vez e você poderá viver como se nada tivesse acontecido. Não se lembrará da Villaggio dei Peccati e muito menos de cada pecado, não precisará se preocupar com as vozes ou lembranças que viu e ouviu. Não precisará se preocupar com a reencarnação de Hécate. — Kakashi continua encarando a lua. — Viverá sua vida e quando chegar ao fim, descansará em um bom lugar e sem julgamentos por ter se apaixonado por um demônio em sua primeira e outras vidas. 

— Por quê está falando essas coisas? Suas palavras me incomodam e não é no bom sentido. 

— Sakura, talvez seja a oportunidade de escolher o certo dessa vez.

— Você não pode me dizer o que é certo — digo irritada. — Eu, só eu. — Aponto para mim mesma. — Sei o que é certo para mim. Você não tem o direito de decidir por mim ou de dizer que tenho que fazer o certo dessa vez. — Dou alguns passos e fico de frente para ele. — Não tem o direito de achar que deve levar as minhas memórias mais uma vez. Isso não é justo, não é justo! — Fecho meus olhos por alguns segundos e suspiro. —  Há muito tempo atrás, você disse que fundou esse lugar para ficar próximo de mim, que se eu aceitasse, esse lugar seria a minha morada.  — Seu olhar está fixo no meu. — Por quê está dizendo ao contrário agora? Não entendo, não… — Fico mais nervosa do que gostaria e meus olhos ardem. — Se você não me queria, qual o motivo de me fazer vir até aqui? 

— Eu nunca disse que não te queria. — Sua voz me acalma. 

— Então…?

— A Villaggio dei Peccati será sua morada se aceitar ser minha nessa vida. — Meu coração palpita ao ouvir as mesmas palavras de muito tempo atrás.

— E se essa vida não for o suficiente? — questiono com um sorriso nos lábios.

— Te encontrarei em outras e te trarei para perto de mim. 

Com o sorriso nos lábios, aproximo-me e coloco minhas mãos em seu rosto, fecho meus olhos e deposito um beijo em seus lábios. Uma enorme eletricidade percorre meu corpo e sinto um leve choque entre nossos lábios. Separo-me um pouquinho e olho-o, Kakashi abre um pequeno sorriso e escuto um latido.

— É quem eu acho que é? — sussurro, e ele confirma. 

Afasto-me e vejo Cerberus correndo em nossa direção. Seus olhos vermelhos se destacam em meio a escuridão e agacho-me para recebê-lo. 

— Hey, amigão! — Pula em cima de mim e rio ao cair no gramado. — Cerberus, você é muito pesado. — Lambe minha bochecha.

O cão se deita ao meu lado e encaro o céu. A lua está quase em sua forma normal e…

— Te protegerei de tudo. — Kakashi se deita ao meu lado e foco meu olhar em seu rosto. — Você pertence a mim e sempre será assim.

A sombra que cobria a lua some e as estrelas brilham mais do que antes.

— Uma vez, meu professor disse que Hécate era a personificação da Luxúria e agora, isso faz total sentido. A Luxúria original não pode viver sem a sua personificação feminina.

A risada que sai da boca de Kakashi é gostosa e no impulso, passo meus braços por sua barriga, aconchego minha cabeça em seu peito e fecho meus olhos.

— Essa é a escolha certa — sussurro com um sorriso nos lábios.


Notas Finais


E aí, o que acharam? Eu espero que tenham gostado e mais uma vez, obrigada por terem acompanhado essa história 🧡


ps: me sigam no insta de autora, lá vocês poderão conferir meus próximos projetos e minhas outras histórias: @aviilaautora


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