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História Seu coração pode ser meu também? - Eterna gratidão ao comunismo; único


Escrita por: Aniverse e haostars

Notas do Autor


Sério, minha felicidade por está debutando no Aniverse é enorme e o fato da minha primeira fic no projeto ser kiribaku deixa tudo melhor... Tô extremamente feliz kkkk

Espero que tenham uma ótima leitura <3

Capítulo 1 - Eterna gratidão ao comunismo; único


Como eram amigos desde o colegial, Bakugou não pensou nem duas vezes em chamar Kirishima para dividir um apartamento depois que soube que iriam para a mesma faculdade — e o ruivo não imaginava nenhum problema, pensava até ser mais prático, e já sabia como lidar com o temperamento do loiro — então apenas aceitou a proposta.

Tinham uma ótima convivência, dificilmente ocorria algum desentendimento, e se acontecia nunca era tão sério; e se fosse, acabava que era exagero de algum dos lados — Nessas ocasiões, o ruivo descobriu que a palavra "desculpa" poderia ser extraída da boca do esquentado, o que pareceu ser um evento inédito e imperdível, e não perdeu tempo em contatar conhecidos para comunicar sobre o raro acontecimento.

Já estavam há dois anos na mesma moradia, e haviam encontrado o equilíbrio perfeito, mas mesmo assim, atritos eram inevitáveis. Entretanto, tinham a vida calma, e gostavam de como as coisas eram. 

Mas, com o tempo, Kirishima percebeu uma mudança em si que poderia quebrar um pouco a convivência com o amigo. Notou os próprios sentimentos e a aceleração de seu coração em alguns momentos com o Katsuki, percebeu que observava detalhes que nunca notara antes, o que acabava lhe oferecendo momentos vergonhosos consigo próprio, e foi a partir daí que a preocupação o dominou. Não queria estragar sua amizade demorada com sentimentos que não sabia se eram concretos ou passageiros; preferiu esconder, mesmo que fosse complicado.

Em uma tarde de verão mais quente que o normal, estavam sentando juntos no sofá, meio alheios, enquanto tinham a ventilação do ventilador na potência máxima sob seus corpos. Enquanto Bakugou estava distraído no celular, Eijirou observava atentamente cada detalhe no colega. A regata branca que deixava bem claro os músculos que tinha, a bermuda curta que usava marcando um pouco as suas coxas grossas, o seu cabelo molhado recém lavado no banho, e cada detalhe de suas expressões para cada publicação que visualizava. Mesmo com pouco, achava que era uma visão do paraíso.

Por um tempo, permaneceu um silêncio, até que o loiro pediu uma bebida gelada e, como motivo para ele próprio não ir pegar, mencionou a preguiça, e o ruivo, prestativo como sempre, não pensou duas vezes em se levantar e pegar o que havia sido pedido. Frente à geladeira, vasculhava cada centímetro a procura de algum refresco, mas acabou se distraindo com a risada do mais velho. Redirecionou o olhar, deslumbrando-se com a visão do Katsuki rindo de forma descontraída, sem parecer o valentão que as pessoas pensavam que era.

— Qual a graça? — Indagou, sem pensar se a frase poderia soar grosseira aos ouvidos do outro.

Com uma cara sugestiva, apenas respondeu que estava rindo de um dos memes do pernalonga comunista. Confuso, apenas virou a cabeça expressando suas dúvidas e perguntando um simples "como assim?". Essa pequena fala já fez um olhar meio irritado despertar.

— Você não conhece?! Como não conhece?! É tão popular ultimamente! — Por enquanto, estava carregado uma tonalidade de surpresa; nada que fosse preocupante, mas não era esperado muita paciência. 

Sem saber como responder, ergueu os ombros como um tanto faz, e voltou a procurar por algo refrescante para beberem, e o melhor que encontrou foi a limonada feita algum tempo atrás. Pegou dois copos, despejou o líquido nos recipientes passando da metade, colocou a jarra de volta na geladeira, fechou-a e retornou até o sofá, sentou-se e ofereceu um dos copos para o loiro. Antes mesmo de provarem o refresco, Kirishima voltou a tocar no assunto.

— Eu realmente não lembro de ter visto, mas me soar tão familiar... — Falava de uma forma pausada, como se estivesse procurando alguma informação. 

Estava fazendo de forma proposital. Sabia que agir de uma forma lenta forçada poderia provocar algo que não queria, mas desejava seriamente conversar sobre algo. 

Com a atenção totalmente voltada para si, apenas observou a expressão séria e um pouco irritada. Não sabia onde estava se metendo, mas parecia ser algo interessante, porém mortal; contudo, não deixava de ser um risco atrativo.

— Como assim, cabelo espetado? É um meme tão popular e ainda se pergunta se já viu?! — Sem muita alteração na voz indagou, tentando não se descontrolar.

— É que eu realmente não sei, eu não passo tanto tempo na internet como você. — Ponderou calmo algo que fizesse o assunto fluir mais. — Por que não me explica, se é algo tão conhecido assim? — Indagou de forma ingênua, mas ao mesmo tempo, tentava conter o sorriso com segundas intenções. 

Dando dois goles da limonada, deixou o copo e o celular sob a mesa, se aproximou mais do outro, ficando alguns centímetros de distância, se encararam por alguns minutos, até Katsuki conseguir uma explicação coerente.

— Tá bom, de forma resumida: Esse meme pega o tão famoso personagem do desenho Looney Tunes, Pernalonga, e o associa ao comunismo, deixando tudo o que era "meu" como "nosso". — Um resumo simples e fácil de entender e que pronunciou pausadamente; parecia ser a forma perfeita para ser entendido.

Se encararam profundamente. Estava esperando uma boa reação que houvesse entendido tudo, mas sua ilusão se dissolveu ao ver um sorriso ingênuo se formando após deixar o copo quase vazio sob a mesa, e uma pergunta que o deixou já no limite:

— E o que seria comunismo, exatamente? — Riu docemente.

Realmente não lembrava com exatidão, mas apesar de se lembrar de uma coisa ou outra, naquele momento resolveu atravessar o fio entre a vida e a morte. Quanto mais parecia que não entendia, mas deixava os fios de cabelo loiros arrepiados.

— Você é burro ou se faz?! — Gritou. O desentendimento já passara dos limites. — Você nunca estudou isso pelo menos uma vez? Não se lembra de, pelo menos, nenhuma revisão rápida de quando a gente estudava na mesma sala?! — Alterado, apenas perguntou rispidamente: — E eu mencionei, não foi? Passa o "meu" pro "nosso". Seu pensamento é tão devagar assim, idiota?!

Já sem o controle de seu tom de voz, e com seus movimentos corporais confusos, Kirishima se pôs a gargalhar genuinamente alegre, e isso vez Katsuki observá-lo atentamente enquanto tinha as mãos em seus fios dourados. Enxugou alguns resquícios de lágrimas, cessou o riso, encarou o mais velho com um olhar delicado, e apenas recuperou o fôlego para prosseguir.

— Tá bom. Então tudo se resume a "nosso", certo? — Indagou meio cínico, recebendo apenas uma afirmação com o balançar de cabeça. — No caso, o sofá não seria seu; mas nosso, não é? — Havia dado um exemplo, esperando conseguir algo a mais.

— Seria basicamente isso... — Relaxou os ombros, por fim. Estava se acalmando, já que, finalmente, o desentendimento deixara o ambiente. 

— Então os quartos, a cozinha e os objetos da casa também se aplicariam a esse meme? — Estava lutando para conter o sorriso, mas estava difícil, principalmente sabendo o que estava planejando.

— Isso, qualquer coisa pode passar a ser "nosso". — Disse por fim. 

Ao se sentir mais resolvido, tentou se afastar e voltar pro seu canto anterior, mas uma mão o agarrando o impediu. 

— Espera, você disse qualquer coisa? — Ponderou um pouco sobre o que falaria, mas parecia ser algo muito irresistível para não tentar. — Então, Bakugou... — Pausou receoso, mas chegou a conclusão que só se vive uma vez, e seria melhor arriscar do que nada. — Seu coração, poderia deixar de ser só seu, e ser meu também? Sabe, ser "nosso"?

Tinha os olhos brilhantes focados no loiro, percebeu que o mesmo havia ficado corado. Com a tonalidade da pele do rosto vermelha, Katsuki tentava de todas as formas entender a última frase dita, enquanto procurava compreender a aceleração repentina de seus batimentos cardíacos. Fechava e abria a boca várias vezes, procurava palavras para se expressar, mas estava confuso demais, não sabia nem o que estava sentindo direito. Estava tudo bagunçado.

— Você é idiota? 'Tá procurando morrer, cabelo espetado? — Praticamente gritava de desespero, não tinha a menor ideia de como reagir a tal declaração.

— Então você não quer praticar o reverse communism comigo? Poxa, eu estava confiante... 

Sua pergunta causou mais um espanto. Aquilo teria sido um tapa na cara de Bakugou, e o riso cínico do ruivo deixou bem claro que ele o havia feito de besta.

— Você sabia de tudo?! Como assim, estúpido? Você me fez de besta?! — Exaltado, apenas lançou o que veio na sua cabeça, deixando sua confusão interna de lado. 

— Bom, não é como se você fosse retribuir de forma instantânea. — Seu falso desapontamento estava estampado em sua cara, e isso só contribuiu para Bakugou ficar completamente puto da vida. 

— Ora, seu idiota, me responda. — Estava completamente bravo, mas em partes, era apenas para disfarçar seu verdadeiro estado emocional.

Sem responder nada, Ejirou apenas se levantou e começou a se distanciar um pouco do assento, aparentando estar meio longe da realidade.

— Ei, aonde vai, seu ruivo de farmácia? Ainda me deve uma explicação! — Reclamou, estava indignado. Era muita informação ao mesmo tempo.

Apenas parou de andar e virou-se um pouco para poder encará-lo.

— Vou tomar um banho; é o melhor a se fazer pra superar uma rejeição silenciosa e esse calor insuportável. — Disse por fim, já se retirando do cômodo. 

— Mas eu não te rejeitei, idiota! Agora admita que você me fez de besta! — Ordenou, sem perceber o que comentou anteriormente.

Sem voltar completamente a sala, apenas o encarou espantado por conta do que ouvira.

— Você não me rejeitou? Sério?! — Perguntou em êxtase, por um momento percebeu que era realmente lento nas ideias.

Novamente causou o mesmo estado no amigo, mas dessa vez, Katsuki tinha uma roda de fuga.

— Tanto faz! Agora admita que me fez explicar algo por nada!

Admirou como o rapaz que era apaixonado ficava desnorteado e criava brechas perfeitas, passou a amar esse tipo de situação. 

— Eu só admito quando você conseguir me responder sobre o que eu falei do seu coração ser meu também. — Um riso carregado de segundas intenções saiu de seus lábios. — Ah, e não se preocupe sobre ser injusto, o comunismo já se aplicou ao meu coração, ele é seu também. — Dessa vez esboçou uma feição mais pura, mas não pode deixar de voltar a deixar a mostra algo mais perverso.

Iria deixar o cômodo completamente, mas antes não podia deixar de jogar uma piscadela para o colega de apartamento. 

Novamente em um estado de choque, Bakugou se perguntava o que estava acontecendo, e como tudo teria acontecido tão rápido, estava confuso, mas com uma palpitação ansiosa extremamente forte em seu peito. 

Não sabia de onde havia surgido tanta coragem em Ejirou para falar tais frases vergonhosas, mas no fundo, não esperava o momento que poderia retribuir todas aquelas falas, pois percebeu que os sentimentos que tinha não eram falsos, e também eram recíprocos. Uma chama de esperança novamente cresceu. Estava feliz, mas ainda desejava saber os motivos sobre as explicações desnecessárias que deu, não iria descansar antes de saber o motivo de ter que explicar algo tão banal.

Mas de qualquer forma, iria deixar passar, por enquanto. Estava todo bobo para tentar argumentar qualquer coisa. Com os batimentos cardíacos acelerados, apenas agradecia pelo meme existir e principalmente por ter sido uma forma perfeita para uma declaração sincera.

Com certeza, não via a hora de aplicar um perfeito comunismo em ambos os corações e compartilhar algo a mais com Kirishima.

 


Notas Finais


Ah mano, eu sou muito bobona por esses dois, não é a toa que formam o meu shipp favorito.

Muito obrigada @TaakaVermillion por essa obra de arte que eu posso chamar de capa, eu realmente amei, ela se tornou tudo pra mim, é perfeita demais.

Agradeço muito @krful pela betagem impecável e também por suas dicas e observações, são de grande ajuda para a minha melhora.


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