História Seus Encantos - Cap 50

23 dias depois.

Quinta-feira, 24 de dezembro.

Luan narrando:

Hoje são 24 de dezembro, véspera de natal e desde aquele dia, muitas coisas aconteceram. Primeiro que Júlia não está mais chorando pelos cantos graças ás seções com a doutora Mariana, ela até passou de ano e a Thaís também. Na segunda feira de provas, depois de todos os acontecimentos, foi bem difícil pra ela, mas estávamos lá. Fui acompanhá-la todos os dias, iria levá-la e buscá-la.

Lembrança on:

Era domingo e eu estava indo para a casa da Júlia levar o celular, como prometi, peguei o celular e ela não o viu o dia inteiro, ficou só estudando e a mãe dela ficou encarregada de cuidar da sua alimentação, se agente não falar que ela TEM que comer, ainda mais que hoje ela passou o dia todo enfornada naquele quarto estudando (tava com raiva) era bem capaz de não comer só por isso, ô Baixinha que dá trabalho rapaz! Cheguei na casa dela e fui recebido por sua mãe, que estava na sala.

-Oi Lu! Como vai? –Falou Lívia me abraçando.

-Tudo bem sim.

-Cadê a Marizete, o Amarildo e a Bruna? Eles não aparecem, só agente que vai lá, eles não vem nem fazer uma visitinha. –Falou Lívia sentando-se no sofá.

-Meu pai está trabalhando mais ainda, minha mãe tá em casa e a Bruna quase não tem tempo de nada, com a faculdade dela que já tá no fim. –Falei e ela assentiu. –Cadê a nossa menina estudiosa? –Perguntei me referindo a Júlia.

-Tá no quarto, parece que está interessada, comeu quando eu mandei e não reclamou da comida! Aí tem coisa. –Falou Lívia arrancando-me risadas.

-Júlia é uma boa aluna, sempre foi. –Falei.

-Ainda bem, ela não é uma dessas meninas que só vão pra escola e fazem de conta que lá é cabaré, só pra ficar se oferecendo pros meninos. –Falou e eu assenti.

-Uma menina do 2º ano é assim, quer dizer as do 2º ano A são quase todas assim Lívia, filhas de papaizinhos, tem tudo e não querem nada com a vida. –Falei fazendo aspas ao me referir às “filhas de papaizinhos” e ela assentiu.

-Bom, vai lá entregar o celular pra Júlia. Tenho certeza que ela tá quase doida! –Falou Lívia e eu ri, subindo ás escadas, me dirigindo até o quarto da Ju. Quando cheguei, tinha vários livros amontoados em cima da cama e ela dormia, fiquei com peninha dela, de vê-la ali, toda torta na cama, por conta dos livros que a rodeavam tirei uma foto. Retirei com calma todos os livros que estavam lá e a ajeitei em cima da cama e deixei seu celular de lado. Liguei os dados móveis e saí deixando-a dormindo. Postei a foto no insta com a legenda: “minha Baixinha, estudou tanto que acabou dormindo. Te amo!” a marquei e postei. Logo tinha curtidas da Thaís e comentários dela gargalhando, da Bruna elogiando a Júlia e outros.

Desci ás escadas e fiquei com a Lívia, o Paulo que já estava lá e a Marcinha. Estávamos falando de assuntos banais, quando vejo Júlia descendo furiosa, com o rosto todo amassadinho e com carinha de sono ainda.

-Lu, vem cá. –Falou e eu fui.

Ela foi pro quarto e me esperava de costas, olhando na janela do seu quarto.

-Oi Baixinha. –Falei chegando perto dela, mas ela virou bruscamente e me empurrou até a cama e subiu em cima de mim e começou a me dar tabefes.

-O que foi que eu fiz dessa vez. –Falei finalmente conseguindo pegar em seus dois braços.

-O que você fez? Você postou uma foto minha dormindo no instagram Luan! E ainda pergunta o que você fez? Poupe-me né? –Falou fazendo biquinho.

-Você fica linda com esse biquinho meu amor! Foi só uma brincadeira! Não leve a mal! Eu tô com saudades! –Falei imitando o biquinho que ela fazia.

-Aff Luan, não vem com essa cantada barata! –Falou saindo de cima de mim e indo novamente á janela. –Você não me convenceu.

-Tá bom, desculpa! Mais eu não me contive em te ver ali, toda linda dormindo! Eu te amo tanto e eu tô com saudades amor! Para de ser marrenta! –Falei lhe dando uma juntada por trás e lhe dando um beijo nos cabelos perto de sua nuca.

-Ai, para Luan! Você sempre vai fazer isso comigo quando eu tiver aborrecida! Só porque sabe que aqui é meu ponto fraco! –Falou ela virando de frente pra mim, cruzando os braços.

-Se entrega logo Júlia! Para de ser bravinha, vai? Eu sei que você quer! –Falei lhe abraçando novamente, só que agora de frente.

-Meus pais estão aqui, tá louco? Pirou? –Falou dando um beijo em meu peitoral, esse era meu ponto fraco.

-Parece que você descobriu meu ponto fraco também Júlia Amaral. -Falei em um sussurro.

-Ah é? –Falou ela dando mais um beijo em meu peitoral.

-Para, que assim eu não consigo me controlar! –Falei e lhe beijei bruscamente e selvagenmente, afundei minhas mãos em seus cabelos e de vez em quando dava uma puxadinha de leve e ela suspirava.

-Tá bom, meus pais estão aqui. –Falou ela rompendo o beijo quase sem fôlego.

-Agente tá acostumado a transar lá em casa com meus pais lá e aqui você fica com frescura? –Falei indo até ela.

-Promete que não vai mais tirar foto de mim dormindo? –Falou colocando seus braços envolta do meu pescoço.

-Prometo. –Falei e ela deu um beijo em meu peitoral e eu lhe beijei de novo. Fui até a porta de seu quarto, tranquei e quando tive consciência de mim, já estávamos na cama, nus, ofegantes, querendo recuperar a respiração.

-Vamo tomar banho, antes que a sua mãe nos chame pra jantar. –Falei e ela assentiu.

Fomos tomar banho e começamos a nos beijar e o clima foi esquentando, comecei a me excitar e ela também não aguentou, ela passou suas pernas pela minha cintura e como estávamos nus, eu comecei a beijar seus mamilos e ela gemeu em resposta, logo ela estava ajoelhada ali mesmo no banheiro e começou a chupar meu pênis e eu a estimulava, ditando o ritmo. Logo depois eu entrei nela com toda a força e ela se segurava pra não gritar, mas não conseguiu e deu um gemido que ecoou nas paredes do banheiro, fizemos sexo ali no banheiro, sem nenhuma regalia nem medo, apenas com os nossos ecos se misturando e o amor que tínhamos. Depois banhamos normalmente, ela se vestiu e eu vesti uma de minhas roupas que tinha lá. Ficamos ali por um momento e depois Marcinha nos chamou pra jantar. Jantamos em uma conversa agradável e depois fomos caminhar pela área da piscina que havia em sua casa. Ela estava tensa e me respondia respostas secas e curtas.

-Vem cá Júlia, o que você tem? Eu te fiz alguma coisa? –Falei olhando a e ela abaixou a cabeça. –Fala por favor amor, não gosto que fique esse clima entre agente. –Falei agarrando seu rosto e olhando em seus olhos.

-Não Gordo, é que eu não sei se quero ir pra escola amanhã depois de tudo aquilo que eu passei. Não sei como todo mundo vai reagir. –Falou com os olhos cheios de lágrimas.

-Ei! Não começa de novo! Eu não disse que iríamos passar por isso juntos? –Perguntei e ela assentiu. –Pois é! Eu vou te levar e te buscar todos os dias! Eu te amo e não gosto de te ver assim, eu também fico triste meu amor! Não liga pro que os outros pensam e... –Ela me interrompeu.

-Isso porque não foi você que foi chamado de puta e foi zombado pela escola inteira! –Falou ela já se entregando ao choro e eu fui ao seu encontro.

-Tá bom! Se acalme agora! Ei, cadê aquela Júlia forte que enfrenta todas? –Perguntei.

-Ela tá morrendo! –Falou em um sussurro.

-Não, ela não tá morrendo! É você quem tá deixando ela morrer! E eu não vou deixar essa Júlia morrer! Não mesmo! –Falei lhe dando um beijo calmo e carinhoso, ela concordou de eu levá-la e trazê-la pra casa.

Júlia narrando:

Tá tudo muito bem e o Luan vai me levar e me trazer da escola agora, assim me sinto mais calma. Ele dormiu na minha casa e era cedo quando me acordou nos arrumamos e tomamos café e ele me levou á escola. Nem conto a vocês? Eu tirei uma foto do Luan no meio da noite e postei também com a legenda: “Dorme meu anjo! Gordo, te amo!” e lhe marquei, no café ele estava mexendo no celular, quando de repente ele me olha, fazendo um não com a cabeça.

-O que foi, ficou louco? –Falei fazendo-me de desentendida.

-Você não deixou barato né? –Falou ele e eu não me contive e ri da cara que ele fez.

-Só paguei na mesma moeda! –Falei recuperando-me do riso.

-Você é demais! –Falou –Vamo, já são 7:10. –Falou e se levantou da cadeira.

Fomos o caminho todo discutindo sobre as fotos que nós postamos um do outro e quando chegamos na escola, tinha várias pessoas na entrada.

-Vai entrar comigo né? –Falei e ele assentiu abrindo a porta do carro e depois abriu a porta do carro dele pra mim, eu estava super tensa e nervosa com a reação do povo. Fomos de mãos dadas e quando chegou no corredor, todos aplaudiram e começaram a gritar:

-JUAN! JUAN! JUAN!- E eu fiquei super feliz.

-Saiba que nós somos contra aquela matéria e que não importa a idade, o que importa é o amor que vocês sentem um pelo outro. Nós estamos com vocês! –Falou um menino do 2º ano B e eu lhe sorri.

-Obrigado. Ficamos agradecidos pela força que vocês estão nos dando nesse momento. –Falou Luan simpático. Depois, vimos Thaís, Hugo e alguns de seus amigos pra dizer que também estavam conosco nessa e várias pessoas aplaudiram e foi tudo muito bacana da parte deles, quererem nos apoiar e deixar o preconceito de lado, mas uma vez eu soube que as pessoas se importavam conosco.

Lembrança off:

E foi assim que a Ju superou as coisas, mesmo com toda essa mobilização, eu continuei a levando pra escola o resto da semana e no dia do resultado.